Perdão pelos erros do último capítulo, não se repetira novamente.
Capítulo 49: O cachorro rosnando, parte 2
A confusão no terceiro andar, se tornou de gravidade proporcional à batalha que ocorre no telhado, a qual se ouve apenas sons de detonação. Neste andar, possui quatro cômodos, o grupo de Li Han foi recepcionado com honra dentro do quarto do próprio Xogum. A porta deste quarto por qual Saikyo junto de Hiro em suas costas saiu, ela segue para o corredor principal do andar, onde corre indecisa de onde ir, enquanto o cachorro protetor do local, Chīsana Otokonoko, apesar de seu ímpeto em a caçar, caminha com cautela, por conta de seu tamanho tem dificuldades para se locomover, tentando não derrubar nenhuma das mesas laterais e vasos com plantas, prezando pela mobília do local.
Dessa forma, Saikyo ganha tempo para pensar, e decidir se afastar ao máximo do cachorro, então entra na última sala a sua vista, entrando pela porta de maneira convencional, a abrindo com as mãos ao invés de destruir como fez a pouco tempo.
Enquanto isso no quarto do Xogum, Anjin assusta a todos com sua pistola ainda fumegante, o choque faz com que eles não prestem atenção no formato de sua pistola que entrega parte de suas origens, Apenas reparam no estrago que a pistola faz entre o peito e o ombro esquerdo de Dembele, o ferimento é grosseiro, a bala não apenas perfurou, quebrou também os ossos com o impacto e empurrou o rapaz, que tem tamanho acima da média com facilidade, o fazendo ficar caído no chão gemendo de dor com a mão por cima do ferimento.
— Não, não, por que você fez isso!? — questiona Minashi, com as lágrimas já vindo até os seus olhos, trêmula se aproxima de Dembele ferido.
— Maldito, você é um monstro! — grita Yasuke ficando furioso pelo que ocorreu ao seu amigo, sem conseguir se controlar avança, mas é segurado.
— Garoto, não pode fazer nada, ele tem uma arma, estamos impotentes, resta esperar que o mestre volte e que os seus alunos sejam bem sucedidos! — explica Balu entristecido, contendo o garoto para evitar que a situação piore.
— Você, é um traidor, tudo isto faz sentido, desde que chegou, me manteve afastada de Kamikaze, queria que ele ficasse igual ao início de suas campanhas! — afirma Minashi.
— É você que carrega a culpa, vadia, todas as vezes que em que eu era mandado para cá, conseguiu com sucesso fazer minhas negociações, mas quanto mais você envelhece, se tornava ainda mais próxima deles, não é atoa, tem quase a mesma idade, ele é era apenas um rapaz perto da idade adulta quando chegou, e você no ínicio da adolescência, no ínicio era apenas uma dívida, com o tempo se tornou um lembrete da culpa que ele sentia e de sua humanidade! — aponta Anjin sobre a importância dela para o Xogum, enquanto se aproxima. — Sabe por que ele te ama tanto Kuzuyama!? — Anjin fica próximo o suficiente de Minashi que está agachada e chuta suas costelas a tirando de seu caminho
Paralelamente do lado oposto daquele andar, a sala em que Saikyo se encontra, está totalmente escura, mas para sua sorte não possui móveis pelo local, se trata da sala que o Xogum usa para reuniões, é espaçosa, mas não há muito para onde se esconder, ela decidi em ficar em um dos quatro cantos do local, então vai para o nordeste.
No corredor o cachorro tem dificuldades para abrir a porta, porém sua inteligência o permite utilizar sua cauda para abrir, deslizando. A luz ilumina vinda de fora ilumina o local, e Saikyo não é vista pois está no canto oposto ao que a luz entra, mas Chīsana é esperto e logo deduz que a garota se encontra do lado oposto da sala, então se direciona caminhando até lá rosnando. Saikyo controla ao máximo sua respiração e movimentos, só que o suor é uma reação fisiológica a qual ela não consegue conter, e é neste momento que o cachorro tem a certeza de onde ela está, o seu faro que o guia, pois sentir o cheiro do medo é a sua especialidade.
Chīsana para em frente a suas duas presas, de forma estranha, fica alguns metros de distância, o que garante com que seus alvos possam escapar de sua investida. Dando ainda mais brechas, fica parado por um breve momento, no meio da escuridão, Saikyo se mantém focada ao máximo, se concentrando no barulho da respiração do cachorro, em tal situação todo o foco é necessário, como havia aprendido, porém nota que Hiro começa acordar por conta dos movimentos em suas costas.
A distração de uma fração de segundos, atrasa seu reflexo, o que prejudica o seu foco total para ter visão e conseguir compreender a verdadeira intenção por trás do repouso do cachorro, que só é perceptível assim que o estômago de Chīsana começa a brilhar, iluminando todo o seu entorno, igual a uma fornalha acesa. O cachorro respira ofegante de boca fechada, com o calor aumentando em seu corpo, e mudando aos poucos a temperatura do ambiente. Chīsana segurou até o máximo até que sua mandíbula cedesse, e então cospe de sua boca uma gigantesca esfera formada por chamas em direção a Saikyo, que fica completamente espantada, também pelo alcance das chamas serem maior que o seu próprio corpo.
Por sua sorte o despertar de Hiro veio ao da intenção gerada pelo cachorro ao se concentrar para soltar a bola de fogo pela boca, algo que não o impressiona, pois já havia visto este tipo de energia se concentrar antes, então já esperava um ataque. Assim antes que a bola de fogo fosse cuspida, Hiro saiu das costas de Saikyo, a abraçou e saltou com ela, passando por cima da bola de fogo, e do cachorro, caindo atrás dele.
As chamas destruíram a parede, se espalhando pelo buraco fora aberto, as chamas iluminam todo o local. Chīsana fica cansado após cuspir a esfera de fogo, a fumaça gerada sai pelo seu focinho e boca.
— Iríamos virar poeira! — afirma Saikyo olhando pro estrago gerado pelo ataque.
— Não, o mestre sabia que eu podia enxergar este tipo de movimento, e poderia salvar a gente dessa! Mas cacete, ele cuspiu fogo! — observa Hiro assustado com o estrago.
— É, mas eu pedi para deus um dragão, não um cachorro cuspidor de fogo! — diz Saikyo, logo quando seu nariz começa a sangrar por conta do ressecamento gerado pelo calor. — Foi tão quente que mesmo sem eu encostar, me fez mal.
Chīsana os ouvindo, direciona seu olhar para eles, rosnando novamente, enquanto se recompõe, o golpe que desferiu também lhe prejudicou, sua feição é de cansaço e seus olhos perderam o brilho. A dupla em desespero pela tamanha destruição, mas não esperam até que sejam notados novamente, e voltam a correr, de volta para os corredores.
— Tem ideia do que devemos fazer agora? — pergunta Saikyo.
— Eu? — retruca Hiro.
— Sim, você sempre tem os planos, e pensa rápido, eu sou mais de tomar atitude, agir e surpreender, se bem que você surpreendeu agora.
— Eu acordei quando senti uma sensação estranha, e quando acordei, havia aquela névoa envolta do bixo, muito diferente do que havia visto, desta vez brilhava, e se concentrava em volta de seu estômago, e quando me dei por si, seu estômago brilhava, aí eu senti que devia sair de suas costas! — explica Hiro sobre sua visão.
— Impressionante, mas vamos agir e pensar em algo logo! — Saikyo apressa o seu primo percebendo que Chīsana começa a se recompor.
— Já sei!
Saikyo vai na frente retornando até o quarto do Xogum, Hiro a segue, o cachorro persegue com o olhar fixado no garoto. Desta vez, Chīsana se comporta diferente, ignorando completamente todos os móveis no local corre em alta velocidade, com maior lentidão por conta do desgaste sofrido por conta do golpe que desferiu, mesmo assim demonstra ímpeto, saltando pelas paredes e usando também as mesas de canto como apoio para saltar, as destruindo por conta de seu peso, com isso encurta a distância em relação a dupla, que ainda continuam a frente, seguindo até o quarto do Xogum.
O local onde a dupla se direciona, passa por uma turbulência terrível por conta de Anjin, que agarra Dembele por sua camisa, o levantando.
— Quando Kamikaze chegou aqui, ele era como um demônio, eu vinha apenas para observar seu progresso e pegar parte da mercadoria produzida para meu barco, eu não sou um observador sua vadia! — afirma Anjin, apoiando Dembele em seu corpo e colocando sua pistola nas mãos dele. — Eu sou o capitão do barco abrunheiro, representante comercial, eu observo os meus lucros aqui, e a última safra me deixou insatisfeito! — revela Anjin, segurando as mãos de Dembele que se encontra impotente, o forçando a apontar a arma para Minashi.
— Então, você é um pirata? — pergunta Dembele sem forças para contrapor, enquanto algo vaza dos bolsos de sua calça.
— O termo seria corsário, não sou considerado procurado no meu país contanto que traga lucro e sou protegido de Fushigi, por que? Percebeu agora o por que o pé de pano não ter sido pego? — ironiza Anjin.
— Foi você . . . que me entregou! — observa Dembele em fúria.
— Não exatamente, agora fica quietinho, afinal, não sou eu que deve apertar o gatilho! — afirmar Anjin, preparando a mira para acertar Minashi.
— Tudo bem — diz Minashi, se ajoelha aceitando sua morte. — Me sinto à vontade morrendo sentindo o cheiro de praia que nunca fui.
O cheiro a que Minashi se refere, vem do sal que Dembele havia guardado dentro de seu bolso, usado sacos como recipiente, que agora vazaram por conta do movimento brusco. Anjin reconhece este tipo de sal, focando seu olhar, tardando para dar o tiro, dando tempo a Hiro e Saikyo chegarem ao quarto do Xogum, e lá já se preparam para a chegada do cachorro, a chegada deles anima Balu e Yasuke.
— Olhe eles conseguiram! — avisa Balu, emocionado.
— Eba, eu sabia! — grita Yasuke, recuperando as esperanças.
— Não é possível que estes moleques tenham derrotado um tesouro sagrado! — indaga Anjin chocado, se distraindo até mesmo de seu objetivo.
— Eles são a prova do impossível! — afirma Dembele, sorrindo tentando se soltar dos braços de Anjin.
— Não, Chīsana Otokonoko está vindo, e você tem que me solta, apenas eu posso o segurar! — grita Minashi preocupada, enquanto está de joelhos.
— O que está ocorrendo!? — questiona Saikyo, totalmente perdido em meio a confusão.
— Ah droga! E agora, é muita coisa para resolver! — diz Hiro irritado.
— Hahaha, é mesmo mulher, eu posso ouvir, e ninguém vai o controlar, é melhor que ele mate todos! Vou me livrar logo de você, estorvo maldito! — afirma Anjin, segurando Dembele o forçando a dar o tiro.
Mas o cachorro faz sua entrada de maneira surpreendente, atravessa a porta furioso, Sem com que Anjin espere, Chīsana cai bem em cima dele, o derrubando de costas no chão e o tirando a força de perto de Dembele. O cachorro crava suas pastas no tronco do traidor com uma se apoiando ao lado esquerdo do seu rosto, e o rasgando.
— Um problema resolvido! — afirma Hiro.
O grito de dor de Anjin, é acompanhado pelo uivo do cachorro, direcionado para Hiro, que começa a se movimentar de um lado para o outro com velocidade para confundir a visão do animal, que vê o garoto como seu alvo, então se foca nele, mesmo em movimento. Para dificultar a situação para Chīsana, Hiro utiliza uma nova técnica,
— Reflexos em gotas de chuva!
Utilizando movimentos tão rápidos que são capazes de gerar imagens refratárias na visão de Chīsana que está abalado pela fúria e fadiga, sem saber onde se focar, balançando a cabeça tentando acompanhar os vários alvos em sua visão. Com a frustração, Chīsana apenas desiste de o perseguir com seu olhar, e então se foca em Saikyo por ser o alvo estático, e avança em cima da garota, saindo de cima de Anjin de forma brutal, quebrando alguns costelas dele, pousando perto de seu novo alvo, balançando a cauda para a deixar sonolenta.
Saikyo se lança para perto do pote de Kombucha, pegando o scoby de dentro do pote, e arrancando pedaços e colocando em seus ouvidos, Chīsana, percebendo o movimento se atira esquecendo qualquer estratégia, e neste momento Saikyo se aproveita, indo paras costas do animal usando o abraço da lesma, abraçando o cachorro pelas costas, passa os seus braço em volta de seu pescoço, lhe encaixando um mata leão.
— Não é atoa que o golpe tem o nome mata leão, feito para executar animais de grande porte! — diz Saikyo, completando o encaixe passando as pernas por entre o quadril do animal.
— Segura bem Saikyo! — Hiro se prepara abrindo sua base, usando postura tradicional de luta de sua prima, enquanto prepara-se para saltar.
— Ele é forte, mais da para o atrasar! — diz Saikyo contendo o cachorro com dificuldade, e sorrindo ao ver que Hiro utiliza-se da postura que ela mais fica em combate.
Chīsana luta contra ser dominado, se debate fazendo força, enquanto rosna, mas é apertado firme, e começa a ficar sem fôlego, espumando pela boca, para que ele não ande, Saikyo utiliza as pernas que passou por debaixo do quadril de Chīsana, para empurrar as pernas do animal, e pesa por cima dele com toda a força, espalhando o corpo do cachorro pelo chão.
— Acaba com isso, Hiro! — ordena Saikyo.
— É pra já! Giro do sopro que se conecta! — diz Hiro, executando o golpe final.
Hiro salta no ar dando um giro de 360 graus completos, desferindo um chute que carrega a velocidade e potência de todo o movimento, acertando o topo da cabeça de Chīsana. o apaga completamente, então Saikyo sai das costas do animal.
— Conseguimos! — comemora Hiro.
— Graças a você desta vez! — Saikyo o elogia, enquanto limpa seus ouvidos. — Pena que eu tive que fazer isso com um cachorro.
Enquanto os dois comemoram sua vitória, acompanhados por Balu e Yasuke que se encontram igualmente emocionados, Minashi pega um lenço e se direciona até Dembele, já começando a tratar de seus machucados, enquanto explosões podem ser ouvidas vindas do telhado.
— Isso foi por minha causa, fuja daqui, e fique livre de toda essa zona de guerra, você é de bom coração! — diz Dembele, sentindo-se culpado.
— Agradeço, e vejo que a batalha é sem sentido, porque todos são dotados de um bom coração! — Minashi fala com vergonha, chegando a virar o rosto evitando contato visual com eles. — O que vocês não são capazes de ver, é o grande coração de meu mestre! Eu ficarei, mesmo que seja para morrer ao lado dele, pois é assim que eu desejo viver o resto do meus dias, em sua companhia!
Vou tentar compensar pelos últimos capítulos, que acabaram sendo finalizados de forma apressada.

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