Capítulo 370: Tempestade

Vinte anos atrás, na nação de Xing Ping, uma pequena cidade localizada ao sudeste estava prosperando, sendo essa a cidade de Dàimă, com sua população de mais ou menos vinte milhões de pessoas. Naquele momento, a jovem Li Chun estava andando com seus pais por meio de algumas ruas, segurando a mão de sua mãe e dizendo para a mesma:

— Mãe, onde estamos indo?

A garotinha de somente seus seis anos de idade, caminhava de forma tranquila, mas bastante curiosa sobre onde eles estavam indo. A mãe da garotinha, sorrindo de maneira gentil, respondeu para a mesma:

— Ah, estamos indo para um culto, querida! Eu e seu pai, acreditamos que você já está pronta para saber dessas coisas!

Li Chun, extremamente confusa com a colocação de sua mãe, acabou por responder a mesma de forma basicamente imediata:

— Culto? Mas nosso templo não é para o outro lado?

O pai da jovem, que estava até então completamente calado, acabou por ouvir o comentário de sua filha, respondendo para a mesma:

— Não vamos para o culto normal, vamos para um culto mais secreto… mas, vou te dizer uma coisa antes, minha filha!

O homem então parou o seu caminhar, se virando na direção da garota e se abaixando na frente da mesma, repousando a mão esquerda em cima do ombro direito da garotinha, dizendo:

— Não é para acreditar cegamente no que é dito nele, apenas… escute, e me pergunte as suas dúvidas!

A jovem ficou sem entender qual era o objetivo do seu pai com aquilo, fazendo uma expressão facial duvidosa, para então dizer:

— Certo… vou me esforçar para isso!

A família caminhou mais algum tempo, algo por volta dos seus vinte e cinco minutos de caminhada consecutiva. Após esse tempo, eles finalmente chegaram em um certo beco, onde o pai da família virou para uma parede daquele local, batendo seu punho três vezes contra uma certa região daquela parede. O som emitido pela colisão, deixou claro que a parede era oca, e o ritmo de batidas deixava claro uma senha em código morse. Após isso, a parede começou a se mover, abrindo-se como uma porta secreta vinda de livros de ficção, os favoritos da pequena Li Chun.

— Entrem… rápido!

Disse um homem com um sobretudo e capuz vermelho, que surgiu do meio das sombras daquela entrada. A família então se moveu para dentro da passagem secreta, caminhando pelas escadas em passos ágeis, mas silenciosos. A medida que se aproximam, eles poderiam ouvir uma voz dizendo:

— Setan Dewa, nosso grande Deus, veio ao mundo há três mil novecentos e oitenta anos atrás! Uma entidade, um Deus que queria cuidar pessoalmente da criação divina…

Enquanto o homem falava, a garotinha apenas escutava com bastante atenção, interessada naquela história que estava sendo contada para a mesma. Em certo momento, o dono do culto fala:

— Ele é o verdadeiro e absoluto rei de todos os reinos! E como dito no primeiro livro, todas as formas de existência, pertencem a ele!

Enquanto aquele homem falava aquelas coisas, a pequena Li Chun revirou os olhos por aquele salão, reparando bem no tipo de pessoas que frequentavam aquele lugar. Em certo momento, os olhos curiosos da garota se fixaram no canto direito da sala, onde um garoto cinco anos mais velho residia. Mesmo para a pouca idade, o rapaz misterioso tinha por volta dos um metro e setenta e sete de altura, junto de um corpo levemente mais rechonchudo. Aquela outra criança mais velha, encarava de forma extremamente irritada para o dono daquele culto, com um toque de algo semelhante a inveja nas profundezas do seu olhar. A pequena, ao notar essa aura de raiva e mistério que emanava daquele garoto desconhecido, apenas divagou nas profundezas de sua mente:

“Ele… parece problemático…”

Horas mais tarde, a pequena estava andando junto de seus pais, retornando para a sua casa através de ruas comuns. Durante a caminhada, o pai da garotinha diz:

— Li Chun, me diga… qual opinião você tira disso?

A pequena Li Chun foi pega de surpresa com a pergunta, tendo até mesmo esquecido do acordo que tinha feito com seu pai antes daquele evento secreto. Após pensar por alguns instantes, a jovem deu a sua resposta:

— Entendi que… esse tal de Setan Dewa é muito importante! Ele é alguém bom? É que esse nome não foi muito convidativo…

Ao escutar aquilo, o pai daquela família deu algumas gargalhadas sinceras, chegando a derramar lágrimas contentes do canto dos seus olhos, as limpando e então respondendo para a jovem:

— Uau, você questionou, isso foi incrível! Normalmente, as pessoas acreditam fácil nessa ladainha…

O homem de pele morena, se virou para a garotinha, se abaixando novamente para ficar da altura da mesma, começando a dizer:

— Sabe, quando eu tinha dez anos, me fiz a mesma pergunta, e fui atrás de ler os diários escondido… nesse dia, descobri que não era só o sacerdote que conseguia ler eles, mas eu e meus amigos também… acredito, que qualquer um deles nós possa ler esses diários!

Pondo a mão no ombro da pequena Li Chun, o pai da mesma afirma:

— Nesse dia, descobri algo importante… nosso povo só possui o primeiro e o quarto diário… isso me deixou curioso, eu pesquisei mais, descobri que outros três existem, eles geraram muitas crenças sobre a mesma criatura e o “vilão” contado! Em certos locais, o nome de Setan Dewa é Pungkasan…!!

Dando um largo sorriso, o pai da garota terminou sua fala:

— Pesquise, filha! E um dia, descubra tudo sobre isso! Eu não faço, pois já estou fora de forma para isso… mas, quero que você descubra, e me conte tudo!!

Enquanto isso, em outro local, o mesmo garoto observado pela Li Chun durante o culto, estava fazendo uma ligação através de um comunicador especial, dizendo:

— Um culto ilegal, está ocorrendo aqui em Dàimă!

Do outro lado da linha, um dos anciãos da nação de Xing Ping estava escutando aquela informação, perguntando:

— Certo… a quem?

A criança, de imediato, afirmou:

— Setan Dewa…

Por alguns segundos, o ancião ficou calado, não dando sinal de vida nem através da respiração. Após esses momentos pensando, o ancião fala:

— Isso é perigoso… esse culto é perigoso… o’que deseja em troca dessa informação… garoto?

A criança, dando um largo e contente sorriso, apenas respondeu:

— Quero… algumas coisas!!