Capítulo 12: Os preparativos
Chegou o dia de Yuu fazer sua viagem para Onix para recuperar o Cristal da Rainha Yuka. A princesa Kai ficou triste por não poder ajudar sua irmã em um momento tão difícil, sem saber que Yuki estava indo para seu planeta para ajudar a irmã de sua amiga a completar sua missão.
Na casa de Yuki, o jovem de cabelos cinzentos e sua irmã prepararam uma última refeição para a princesa, enquanto ela, sua irmã e Axel revisavam o plano. O jovem ouviu tudo através de seu celular, que estava em chamada com o de sua irmã, na sala.
— Certo, o Cristal está na sala do trono, sendo usado como ornamentação para o trono do nosso… pai…
— Da última vez que estive lá, a segurança consistia em 7 guardas de alta patente, usando armaduras Magitec e armas da mesma tecnologia. Apenas 3 ficam na Sala do Trono: 2 na entrada e 2 na porta no fim do Grande Corredor.
— Sem contar com o sistema de segurança. São 12 câmeras, além de um sensor e um de peso no pedestal do Cristal.
— Certo… Os guardas não são problema — falou a princesa de cabelos rosados, confiante. — O problema são as câmeras e os sensores.
— Para isso… — Kai pegou um dispositivo semelhante a um ímã de geladeira e entregou a sua irmã. — Isso é um Criador de Mini Pulsos Eletromagnéticos. Basta plugar isso em uma das câmeras e todas serão desativadas. Mas ainda não sei como driblar os sensores.
— Claro, não foi você que criou.
— O maior medo dessa Cientista é ter que lutar contra as armas que criou.
— Ainda bem que sou eu que vou fazer isso.— Tarada e arrogante…!
— Inteligente, mas lerda… — brincaram as irmãs, deixando Axel e Yuki felizes. O jovem chamou o grupo para a sala para comerem, revelando o banquete que ele e sua irmã prepararam, com Pato Laqueado, Boi ao Molho Madeira e Temakis de Peixe, sendo cada um de um tipo de peixe diferente, referente a cada um dos presentes.
— Uau, faz tanto tempo que não vejo algo tão bonito que não tenho vontade de comer — disse Kai, começando a aplaudir em direção a Aya.
— Aplausos para o chef Bruce, eu sou apenas a Sous Chef dele.
— Eu sabia que você cozinhava, mas não nesse nível.
— Eu sempre tive dois amores nesse mundo: música e comida. E já que sou horrível cantando, decidi aprender a cozinhar. Na verdade, sou o dono do restaurante onde a Aoi trabalha.
— Por isso é um restaurante com karaokê! Mas por que as roupas de animais?
— É um evento que estava acontecendo por causa do Ano Novo Chinês. Bem… Vamos comer! Não ficamos a manhã toda cozinhando para vocês ficarem babando em cima. Mas antes… — Yuki estendeu a mão sobre cada prato, falando alternadamente. — O céu… A Terra… E o Mar fazem suas oferendas. Bon Appétit!
Minutos depois, após todos comerem, Yuki e Yuu se reuniram no quarto do jovem para discutirem sobre o plano. Pela noite, uma nave se aproximou da casa, simbolizando que chegou a hora de partirem.O grupo se reuniu para se despedir.
— Boa sorte, mana.
— Não se preocupe. Eu vou voltar inteira.
— Volte mesmo, babaca.
— Tá bom, babona — disse a irmã mais velha, abraçando sua irmãzinha.
— Volte o mais rápido possível, amor — O casal se beijou, e a princesa foi em direção à nave.
— Adeus, maninha, adeus, Gaz—Ell! Humanos…— Idiota… — disse Yuki, fingindo receber uma ligação, indo para dentro de casa. Onde vestiu seu traje de combate e se teleportou para dentro da nave. — E aí, fofa? — brincou o jovem, estando encostado em uma das paredes do compartimento de carga da nave.
— Nunca vou entender vocês, Teleporters.
— Estamos prontos para sair, senhorita Yuu — avisou o piloto da nave através do sistema de comunicação de sua armadura.
— Podem sair. E você, o que vai fazer enquanto espera?
— Ouvir um pouco de música e me exercitar um pouco. Não tenho muitos hobbies, como você já sabe.
— Hum… Por que você não me ensina algumas coisas?
— Tá bom… Mas sem equipamentos ou pesos é meio difícil se exercitar. — Yuki se deitou no chão, dobrando suas pernas e colocando suas mãos atrás das costas, começando a fazer abdominais, com Yuu o imitando.
— Pra que serve esse exercício?
— Fortalecer o abdômen e o tórax.
— Quando paramos?
— 15 minutos, meia hora… Você escolhe. Eu geralmente faço 25 abdominais, depois 50 agachamentos com barra e então 100 flexões com algum peso nas costas. Na verdade, geralmente a Aya fica sentada nas minhas costas contando as flexões. Então eu repito a sequência pelo menos 5 vezes.
— Ok. Vou tentar fazer também.
— Na verdade, sei que pode parecer machismo, mas já que você é uma garota, acho melhor você inverter a quantidade de agachamentos e flexões.
— Primeiro, o que é machismo? E segundo, por que inverter?
— A primeira pergunta é difícil de responder. Já a segunda… É porque é mais comum mulheres focarem em desenvolver os membros inferiores, enquanto os homens focam nos superiores.
— Interessante. Isso explica por que o Axel foca tanto em ter um peitoral durinho.
— …………….. Ok. Eu não precisava saber disso.
Após algum tempo se exercitando e trocando histórias, a dupla acabou forjando uma parceria, e acabaram pegando no sono pelo cansaço. Foram acordados pelo piloto da nave. O jovem acordou primeiro, notando que abraçou sua amiga enquanto dormiam, ficando de conchinha, o que o deixou incomodado, acordando-a depois de a soltar.
— Dormiu bem, dorminhoca?
— Dormir de traje é uma espécie horrível que estou acostumada. Mas até que foi um bom sono.
— Pelo que parece, já estamos chegando. Seria tão legal ver o espaço.
— Verdade, é a sua primeira vez no espaço. E eu te mantendo presa nesse compartimento de carga. — A dupla andou pelos corredores da nave, parando em uma espécie de domo que servia para observar o espaço.
— Isso é… Tão lindo — afirmou o jovem, enquanto seus olhos se enchiam de lágrimas.
— Vocês humanos são muito emotivos. Nós Onix-yai somos criados desde pequenos para reprimir nossas emoções. Se você chorar, sorrir ou expressar qualquer coisa que não seja seriedade ou obediência ao Imperador, é punido de maneira física e moral. Somente se você conseguir sobreviver a tudo isso e a pelo menos 10 missões é que ganha voz. Até lá, todos nós somos dispensáveis.
— A gente tá contaminando a Kai e o Axel com nossa emotividade — brincou o garoto, tentando quebrar o silêncio imposto pelo comentário de sua companheira. — Não se preocupe. Vai dar tudo certo. Afinal, eu estou no seu time!
— Idiota.