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    Meu irmão tinha entrado em um coma. A realidade era que tudo aquilo não passava de uma armação da diretora Emily e de Joseph, que encenaram a morte dele, tudo para que Yuki pudesse ter uma nova vida. Uma vida que tinha começado a partir de então.

    Ele estava em um deserto, um onde ninguém desejaria estar, o Mundo Espiritual. Que estava diferente da última vez que ele esteve lá. Os espíritos vagavam sem rumo, alguns em suas formas humanoides, mas distorcidas, e outros em suas formas de Guardiões.

    Yuki tinha começado a vagar pelo deserto, evitando os espíritos e procurando um meio de chegar ao Templo do Destino. No entanto, por algum motivo, ele tinha se tornado incapaz de usar seus poderes. Em compensação, sua perna tinha voltado ao normal.

    Ao chegar ao Templo, ele o encontrou destruído. As “fadas” que ajudavam a Deusa do Destino estavam mortas, e os livros que continham os destinos dos mortais, destruídos. A única coisa viva no local era uma esfera dourada, que voou em sua direção. Ele tentou se defender com as mãos, mas a esfera se fixou em sua mão direita e se transformou em uma marca em forma de um “X” (qui), que brilhou na mesma cor.

    Sem entender o que tinha acontecido, meu irmão tinha decidido se esconder no Templo e descansar, mas seu descanso foi interrompido por um tremor que abalou o local.

    Ao abrir a porta, ele descobriu que o deserto simplesmente tinha desaparecido e, no lugar dele, havia uma cidade destruída, cheia de criaturas das mais diversas mitologias vivendo como animais, em uma sociedade guiada pela força.

    Yuki tinha ficado pensando por um tempo, até que começou a andar em direção a uma construção destruída, procurando por alguma arma que pudesse usar. O mais próximo disso foi um pedaço de vergalhão que ele dobrou ao meio, enrolando nas extremidades a manga de sua camisa, o que fez com que ficasse parecido com um taco de baseball.

    O que ele não tinha notado era que o barulho chamou a atenção de uma raposa de pelo branco, com uma esfera azul flutuante em volta de si.

    Antes que ela pudesse atacá-lo, a marca em sua mão brilhou. Ao estender a mão para a raposa, a esfera se quebrou, e a raposa tomou a forma de uma jovem de cabelos brancos, com uma cauda e orelhas de raposa. Uma marca em forma de diamante surgiu na abertura superior do X em sua mão.

    — O que você é? — perguntou a mulher-raposa, que se sentou, com o cabelo cobrindo seus seios e deixando seu rosto escondido. — Seria um Deus, um Demônio?

    — Humano. É isso que eu sou. E você, o que é?A mulher-raposa ficou em silêncio por um tempo, até que afirmou com confiança:

    — Eu sou Leona, uma Vumpeltry.

    Yuki estendeu a mão para ela, que após um momento na defensiva, segurou sua mão. Quando fizeram isso, Leona se desmaterializou, fazendo com que o jovem recebesse em sua mente as memórias dela.

    — Prazer em conhecer, Leona. — O jovem se levantou, estendendo a mão e gritando: — Venha a mim, Leona! — A mulher-raposa apareceu na frente de Yuki, usando um vestido curto azul-marinho, um short preto e um sobretudo branco, enquanto segurava uma katana na mão direita. — “Então é assim que vou ter que me defender, com a ajuda dos espíritos.” Espero que sejamos bons amigos.

    — Eu também, Yuki.

    — ♦♦♦ —

    A dupla vagou pela cidade, derrotando todas criaturas, monstros e pseudo-deus que vagava pelo lugar. A cada inimigo derrotado, eles absorviam parte de sua força, tornando-se mais fortes, com Yuki recuperando parte de seus poderes de volta, sendo o principal seu teleporte, mas agora ele não podia usá-lo à vontade.

    Para realizar o teleporte, ele tinha que lançar algo, trocando de lugar com o objeto. Isso mudou a dinâmica da dupla, que continuou vagando até chegar ao Oásis do Mundo Espiritual. Lá, eles encontraram uma esfera semelhante à que estava com Leona em sua forma de raposa.

    Ao tocá-la, a dupla se viu novamente no Templo do Destino, de frente para a Alma Divina de Amelly, que, diferente de antes, estava com o corpo preso por tentáculos de escuridão, semelhantes aos de Lucy.

    Com uma voz fraca, Amelly disse — Quatro são os escamados, quatro são os subordinados, quatro devem ser… purificados. — Depois disso, os tentáculos dividiram seu corpo em quatro partes, fazendo o Templo ficar na forma em que Yuki o encontrou.

    De volta ao Oásis, Yuki ficou em choque, enquanto Leona tentou se aproximar, mas acabou se desmaterializando, deixando o jovem sozinho.

    — Quatro escamados… poderiam ser dragões? O Pendragon me disse que ele era o Imperador deles. Seriam esses escamados seus vassalos?

    Yuki notou que estava sozinho, suspirou brevemente e se deitou na areia do deserto, adormecendo. Horas depois, ele acordou e finalmente percebeu que o tempo não passava naquele lugar.

    Ele descobriu que tinha recuperado mais um poder ao descansar no Oásis: a capacidade de modificar a matéria. Ele então, usou o metal do seu bastão improvisado e a madeira de uma das árvores do local para criar um cajado, mas não gostou da pegada, então o transformou em uma bengala.

    Ele usou a bengala para treinar seu novo tipo de teleporte, aperfeiçoando-o ao ponto de não precisar mais trocar de lugar com o objeto lançado; agora, o objeto servia como um ponto de teleporte, podendo ter vários ao mesmo tempo.

    Depois de mais um momento de descanso, ele voltou para a Cidade em Ruínas e começou a subir o prédio mais alto, de onde pôde olhar a cidade e o deserto.

    Mais ao norte, ele notou um amontoado de nuvens de tempestade. Com toda a força possível, lançou sua bengala, se teleportando até ela. Quando lançou a bengala mais uma vez, ela foi interrompida por um campo de força em forma de domo, onde um “Long” de escamas douradas voava em círculos, se debatendo contra o domo, tentando se libertar.

    — Parece que chegou a hora de enfrentar o chefão!

    — Eu acho que não. — Disse Leona, sendo a primeira a notar uma espécie de selo que impede qualquer um de entrar no domo.

    Ao tocar no domo com sua mão direita, uma linha de luz surge, os guiando de volta para a cidade. Para onde a dupla se direciona, ao se teleportar de volta para o topo do prédio. Eles vêem que a trilha parou no justamente no prédio que estavam.

    — Certo, agora como eu não vi nada fora do “normal” enquanto subia esse prédio?

    — Deve ser porque você estava mais preocupado em achar um jeito de sair daqui.

    — Faz sentido. O meu hiperfoco estava todo em volta para o mundo real.

    A dupla adentrou o prédio, procurando o fim da trilha. Ao olhar bem ao redor, eles notam que este era prédio de escritórios, sendo um deles o penúltimo uma Estação de Meteorologia, onde encontram uma esfera dourada igual a que estava no Templo do Destino.

    Ao tocá-la Yuki ganha uma tatuagem em seu braço direito em forma de vinhas, além disso, ele volta a poder usar sua “magia”, mas ao invés de poder usar o apenas Fogo, ele agora é capaz de usar a Terra, magia essa que ele não sabe usar.

    Decidindo a tornar uma carta na manga para uma possível situação futura, afinal seu inimigo é um Dragão Elétrico. Este que agora está liberto, vagando pelos céus do deserto, espalhando suas nuvens de tempestade, lançando raios na areia que se transforma em vidro.

    — Esse som… é uma tempestade. Quer dizer que chegou a hora de se tornar um Dragon Slayer.

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