Capítulo 55: Último dia de Paz
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Na casa emprestada, Yuki e sua filha estavam tomando o desjejum, até que uma entidade feminina saiu da garotinha, prendendo-se ao jovem pai, que deixou a filha sozinha e foi até a plantação.
— Ok, o que você é? E por que me chama de pai?
— Nós somos Yquon, também somos Ann e também somos Ilya. Nós somos um pedaço das existências que foram apagadas. A existência das suas crianças amadas, a criança que você sempre descobria ser sua no momento da morte.
— Ok… Então, o que vocês querem?
— Queríamos que você soubesse que nós sempre te amaremos, papai. — O espírito se condensa, tomando a forma de uma criança igual a Ilya. O jovem pai a pega nos braços, dando um abraço que a liberta. O pequeno espírito desaparece, deixando para trás uma corrente com um símbolo de Infinito (∞) em uma ponta e, na outra, um cristal esverdeado.
Yuki acaba recebendo breves lembranças dos bons momentos com as versões alternativas de sua filha. Olhando para ela através da porta de vidro, coloca a pulseira em seu pulso, o que faz seu ferimento latejar brevemente. Ele ignora a dor e vai até sua querida filha.
Mais tarde, Rekka acorda, tomando um susto ao encontrar sua filha já crescida, do mesmo tamanho que o irmão. Mas a confusão mental da jovem mãe é interrompida quando ela e o marido são chamados por Joseph para sua casa. Yuki se teleporta para lá junto da família.
Na casa, a garotinha corre em direção ao avô, sendo pega por ele, deixando o jovem em choque pela naturalidade das ações do idoso.
— O senhor já sabia que isso iria acontecer.
— Exatamente, mas não esperava que acontecesse tão rapidamente.
— Será que algum dia eu não vou ficar de fora das informações importantes?
— Com certeza não. Afinal, a sua cara de surpresa é a melhor que existe. — disse a garota de cabelo preto ao ir para o lado do idoso.
— Você também sabia…
— Me desculpa, amor.
— Certo, o que o senhor queria?
— Nada. — Um silêncio toma o lugar. — Eu preciso de algum motivo pra ver o meu neto e minha bisneta?
— Tá de brincadeira…
— Estou sim. A parte de eu querer a pequena Ilya é real. Já a de não haver um motivo para eu os chamar é mentira. Mas antes, vamos entrar. Não quero que a pequena receba ventos frios, está quase na época das chuvas.
O casal entra na casa, notando o afeto fora do normal de Joseph pela filha. Mas o pensamento é interrompido quando percebem a beleza da moradia: uma grande estrutura semelhante a um palácio da Era Sengoku, mas por dentro um castelo digno da realeza inglesa.
— O motivo de eu os chamar aqui foi para lhes dar isto. — O ancião comanda que dois golens tragam armas ao casal. Para Rekka, um Escudo Testa de Cavalo branco com bordas douradas e um cristal azul no centro. Para Yuki, uma manopla que, semelhante às suas Atlas, se funde ao seu traje. — A partir de amanhã vocês sairão em missões, e eu gostaria de ser o responsável pela pequenina enquanto estiverem fora.
O jovem pai vai até a filha, pegando-a dos braços do avô e perguntando:
— Você que escolhe, Ilya. Quer ficar com o vovô?
A garotinha grita com todo o ar dos pulmões que sim, fazendo o idoso sorrir.
— Ela já fez a escolha. Contamos com o senhor… Uma pergunta: isso tudo já havia sido combinado entre vocês?
— Dessa vez não. Nada havia sido combinado.
— Certo. Agora, o que fazer no último dia de paz que teremos por um bom tempo?
— Eu tenho uma sugestão.
O idoso guia o casal pela mansão, até o jardim. A família encontra uma garota frágil sentada de frente para um canvas rascunhado, onde se via a silhueta de uma pessoa diante de um olho gigante.
— Crôny… Está acordada. — disse o idoso, tocando a garota. Ela se vira para Yuki e Rekka, e o jovem de cabelos cinzentos sente um latejamento na cabeça ao ver seus olhos azuis sem luz. Ele deixa a filha cair no chão, voltando a si apenas com o choro dela. Abraça-a, pedindo perdão por deixá-la cair.
— Muito engraçado, velhote. Era isso que o senhor queria? Exibir as habilidades de mais uma aprendiz e me fazer brigar com minha filha!?
— Yuki, acho que está enganado. A Crôny não possui qualquer poder. O que está acontecendo com você?
A pulseira no braço de Yuki começa a se apertar e latejar. O jovem dá um passo para trás ao ver mais uma entidade, dessa vez atrás da garota que o avô queria apresentar. Mas diferente da última vez, a entidade se volta para o canvas. A garota e o espírito começam a pintar por cima do rascunho, finalizando em menos de um minuto.
O quadro mostra Yuki, mas seu rosto é apenas um borrão branco, envolto de pedaços de vidro.
— O que isso deveria significar?
— Essa é a imagem que tenho da sua alma. Por isso você está em dor. Algo, ou alguém, está interferindo com seu espírito, e o seu Guardião não está presente para ajudar do outro lado. — disse o espírito, usando Crôny como receptáculo. A garota cai no chão ao mesmo tempo que Yuki.
O jovem se vê em um domínio, diante de uma versão filhote de Pendragon, preso em uma esfera de energia dourada que o empurra para longe sempre que tenta tocá-la. Encontra também Art enfraquecida, presa por raízes do reino espiritual que se apertam sempre que tenta se soltar. O espírito guardião não consegue ver Yuki. Ele acorda no colo de sua amada, com todos preocupados com o desmaio dele e de Crôny, que desperta junto com ele.
— Isto foi uma visão do estado de seu espírito. Você tornou sua alma prisioneira e sua guardiã uma mera fonte de poder. Você deve libertá-los, senão… — A mulher simplesmente cai no sono. Todos veem apenas Crôny, mas Yuki ainda enxerga a entidade deixando o corpo dela, o que faz sua dor cessar.
Yuki se recupera, mas deixa a casa do avô sozinho. Indo até a ponte que separa os Impérios, ele se lança no precipício que parece não ter fim. Após quase uma hora de queda, chega à Fenda Klyfiel, citada por Aeon da primeira vez que esteve no planeta. Ali, incapaz de ouvir qualquer coisa além de seus próprios pensamentos, ele se senta no chão e se concentra, iniciando uma viagem ao Reino Espiritual.

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