Capítulo 56: Último Contato
Aviso aos leitores:
Os são publicados aos domingos, ao meio-dia e meia. Tenho enfrentado alguns problemas de saúde que têm dificultado meu processo de escrita e postagem, por isso conto com a compreensão de vocês.
Outro ponto importante: por favor, deixem seus comentários! Vocês não imaginam o quanto um simples comentário ajuda um criador de conteúdo a entender a recepção da sua obra e a se motivar a continuar.
Dito isso, desejo a todos uma ótima leitura e espero que aproveitem o capítulo!
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Yuki se vê mais uma vez em seu domínio. Como da última vez que esteve ali, o Reino Espiritual não passava de um grande deserto com quatro biomas que se destacavam em cada uma de suas extremidades. Mas seu objetivo era apenas um: o Templo do Destino, que estava no centro do lugar, com seus portões abertos, deixando exalar um aroma pungente de flores.
Ao adentrar o local, ele se depara não com uma, mas com quinhentas cópias de Amelly, que agora administravam o templo no lugar de espíritos menores. Esses espíritos viviam junto de Tun, o Dragão do Norte e Deus dos Raios, que cuidava deles para sua reencarnação.
O jovem, ainda surpreso, acaba chamando a atenção de uma das cópias, que convoca a Amelly Original. Ela se aproxima de seu antigo amor com uma aparência mais velha, ao ponto de se parecer com sua própria mãe.
— Há quanto tempo, Amado do Destino.
— De verdade, eu não gosto de ser chamado assim.
— Está bem… Bruce.
— Quanto tempo se passou desde a última vez que estive aqui?
— Para nós, se passou pelo menos um milênio.
Um silêncio sepulcral toma o local, fazendo Yuki dar uma pequena risada antes de falar:
— Um milênio… para mim você não envelheceu nem um dia.
A piada idiota faz a deusa dar uma pequena risada, voltando a ter sua aparência adolescente. Ela abraça Yuki por trás ao tomar uma forma espectral.
— Pretende passar pela porta de novo?
— Sim, preciso conversar com o Narrador.
— Te desejo boa sorte. Essa porta nunca mais se moveu.
— Ele vai ter que me ouvir. — E claro, como se respondesse ao meu amigo, a porta à frente do casal se abre, deixando-os levemente assustados.
O jovem de cabelos cinzentos adentra o Vazio da Criação, deixando sua amada para trás e encontrando-se consigo mesmo, sentado no vazio para lhe fazer companhia.
— E aí, outro eu, como estão a Kay e a Rekka?
— Para de fazer piada. — Falava o jovem ao tocar sua duplicata, com ambos se tornando um só mais uma vez. — O que está acontecendo? Por que eu estou tendo essas visões, essas… dores? Foi você que fez isso?
— Ressonância. É isso que está acontecendo. Por este ser o último ciclo, os fragmentos mais poderosos dos ciclos anteriores irão entrar em contato contigo, tentando te manipular para seguir suas agendas.
— Igual você?
— Eu sou você, e você sou eu. Não sou capaz de influenciar, afinal sou apenas um Observador. Você é o Executor nesta história.
— …Certo. Se você é um Observador, então por que apenas eu sou capaz de ouvir você narrando tudo o que faço ou penso em fazer?
— É porque, recentemente, graças às Ressonâncias, eu acabei descobrindo algo. Não existiu um ciclo em que, no fim, eu pude ser feliz com a Kay e a Rekka. Tudo graças ao Observador, que, assim como você está fazendo até agora, influenciou as nossas variantes. Por isso, Alterny, esse é o meu adeus. Espero te encontrar apenas no Dia do Julgamento. — Foi a última coisa que falei para Alterny antes de deixar o Vazio da Criação.
NÃO OUSE TOMAR O MEU LUGAR!
… deixando-o sozinho até que chegue o dia do Julgamento, momento em que ele e os demais deuses decidirão o destino do Universo.
De volta ao Templo do Destino, notei que agora sou verdadeiramente dono de minhas ações. Chega de Alterny, LoGiC ou qualquer outro ser que tente mudar meu eu através das ações que eles consideram corretas. Agora eu serei meu próprio Narrador.
Era o que eu estava pensando enquanto parava na porta do Vazio, enquanto Amelly e uma dúzia de suas cópias olhavam para mim sem entender o que estava acontecendo.
— Me desculpa, eu apenas estava pensando que agora… Finalmente estou livre.
Após algum tempo, decidi voltar para o Mundo Físico. Sentindo-me mais leve, como se tivesse tirado um peso das minhas costas, teleporto-me de volta para casa. Lá, abraço Rekka e Ilya antes de cair desmaiado. Acordo apenas no dia seguinte em nossa cama. Minha esposa está deitada ao meu lado; seu rosto pacífico sempre me dá força para me levantar. Mas, a partir de hoje, não posso ser dependente dela: devo voltar a ter minha própria força.
Eis que o comunicador que Kyosuke me deu começou a bipar, acordando Rekka, que parecia já estar se acostumando a usar seu Stats no lugar de roupas íntimas ou uma camisola. O bipe então para, e nós nos preparamos para nossa primeira missão. Levo Ilya para a casa de meu avô, deixando-a lá antes de irmos para a central.
Na Central, nos encontramos com Kyosuke e Haven, que já nos esperavam. Minha colega espadachim parecia ansiosa, já seu parceiro estava relaxado enquanto brincava com sua pistola enquanto carrega um “maleta” onde se esconde sua arma principal, um canhão de energia que também serve de montaria, pelo menos foi o que o meu traje falou ao detectar o armamento, apontando para mim por termos demorado tanto.
— Por terem demorado tanto, já devem ter vindo prontos.
— Com certeza. Agora qual é a missão mesmo? — Era possível ver de longe a expressão de quem estava se arrependendo de suas decisões em seus rostos, com Haven colocando a mão sobre o rosto.
— Era brincadeira! Estamos indo para Eidos07 trabalhar como mercenários para o líder local chamado Cornel.
— Nem eu sabia o nome do nosso contratante. — O que se passava na mente da dupla fez eu, pela primeira vez, achar útil ter copiado a habilidade do Aeon (Ler mentes).
— Ok, vamos para a nave antes que nos deixem para trás e tenhamos que ir com os Genoma.
Pela primeira vez deixarei esse planeta. A jornada para conseguir minha liberdade apenas está começando. Era o que eu pensava até entrar em uma nave cheia de soldados olhando para mim com uma cara de nojo, graças à “gargantilha” em meu pescoço. A marca de que, para toda a minha raça, eu sou um monstro cuja vida só está sendo mantida porque alguém superior me quer vivo.
Mas o que eles não sabem é que eu não me importo com eles. O primeiro que se pôs na minha frente foi mandado para fora da nave com apenas um golpe. O que me fez ganhar o respeito de alguns e a fúria de outros. Mas, como eu disse anteriormente…
— Eu não me importo.
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