Capítulo 57: Primeiro Contrato
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Diferente das últimas três vezes que viajei pelo espaço, o odor pungente de sangue seco nas armaduras dos Souldiers, os murmúrios durante as horas de espera até chegarmos ao destino e, junto disso, a nova capacidade que acabei desenvolvendo de interagir com as Ressonâncias me deixam cada vez mais exausto.
O cansaço só piorou porque a viagem demorou cinco horas até finalmente chegarmos. E, como se estivéssemos em um ônibus público, eu, Rekka, Haven e Kyosuke fomos deixados no planeta junto de um “contêiner”, de onde saiu um mini exército de soldados Genoma. Sabendo sua real natureza, meu coração não conseguiu ficar em paz; afinal, para Onixy, eles não passam de buchas de canhão para as guerras em que se envolvem. Mas devo me recompor: esta é a nossa primeira missão e devo dar o meu melhor.
Estamos em Eidos-07, um planeta semelhante à Terra em questão de evolução tecnológica. Mas a coisa mais notável foi o fato de seus habitantes viverem em meio à natureza. A cena mais comum é ver plantas envolvidas nas construções e animais aparentemente selvagens andando pelas ruas. O local em que pousamos é uma cidade longe do foco da guerra, que estava sendo evacuada. Ali encontraríamos Cornel, líder local e figura religiosa de parte do povo. Odeio admitir, mas eu e Rekka estávamos até entusiasmados para conhecer outro planeta e sua raça.
O que eu não esperava era que Cornel fosse um homem semelhante a um humano, mas com pelo menos dez metros de altura, barba castanha completa e traços distintos dos demais habitantes, que eram apenas um pouco mais altos que o comum, mas nunca tanto. Outra diferença eram os longos chifres que saíam das laterais de sua cabeça, sua pele escura e o traje peculiar: apenas uma calça e um sobretudo aberto, de textura semelhante a folhas, deixando à mostra seu peitoral definido. Ele se aproximou do nosso grupo com um sorriso convidativo, segurando uma “garrafa” de barro, e se abaixou para falar conosco.
— Sejam bem-vindos, vocês devem ser a Yatagarasu. — Falou o homem, enquanto Kyosuke dava um passo à frente para nos apresentar. Mas estranhamente Cornel pareceu focar em mim, como se já me conhecesse. Foi então que outra Ressonância me atingiu: em quase todos os universos, eu me tornei um Souldier e vim para Eidos-07 como mercenário, desenvolvendo um relacionamento amistoso com Cornel.
Logo fomos apresentados também a um homem que, diferente de Cornel, tinha aproximadamente a nossa altura e vestia trajes militares. Foi ele quem sugeriu ao Governante pedir reforços ao Planeta Onixy, usando mais de uma vez a sigla G.P.U durante a conversa. Ao mesmo tempo, Kyosuke e Haven já pareciam saber o que fazer, preparando seu equipamento.
— Pelo visto já estão prontos para sair em suas missões.
— Sim, chanceler, essa noite o general inimigo irá desistir desta Guerra Santa. — Foi o que Haven disse antes de dar as costas ao nosso contratante.
Kyosuke completou — Enquanto nós dois seguimos para o acampamento inimigo, Yuki e Rekka ficarão na cidade protegendo o Senhor Cornel.
— Certo, mas antes… tome isto. — Joguei para ele um pequeno saco com um cristal de sangue dentro. — Levem com vocês.
— O que é isso?
— Um amuleto, para dar sorte.
— Obrigado pela preocupação. Mas vai dar tudo certo.
Eles sempre dizem isso, mas no fim…
Depois disso, restamos apenas eu, Rekka (que estranhamente estava em silêncio desde que chegamos), o chanceler e Cornel, que se sentou em uma poltrona feita sob medida para ele. Observava, através de um grande vidro, a guerra que se aproximava de sua casa. Estranho, pois em todos os outros universos ele era, além de líder e figura de adoração, também um guerreiro. Percebi que, neste universo, ele não tinha nenhum igual.
Em todos os universos, Cornel tinha consigo Jocasta, sua esposa e parceira. Mas neste ele parecia ser o único gigante de sua raça e o único com o dom da Manipulação da Natureza. Estava sozinho e isolado. Isso me deixou sem coragem de puxar conversa, até que um soldado chegou apressado avisando sobre uma invasão na cidade, obrigando-nos a entrar de vez na guerra.
A cidade, ainda imaculada, agora começava a ser pintada de sangue pelos soldados inimigos: um batalhão de homens-bestiais semelhantes a lobisomens das histórias da Terra, acompanhados por soldados usando armas parecidas com as nossas. Foi então que percebi: eram soldados Genoma. Ou seja, algum Onixy havia sido contratado para reforçar o inimigo.
Em outro ponto, Haven e Kyosuke viajavam em uma “moto” feita a partir de seu canhão, contornando o campo de batalha enquanto eliminavam inimigos que cruzavam seu caminho, até chegarem ao território inimigo. Kyosuke buscava um ponto ideal para o disparo que encerraria o comando inimigo, enquanto sua parceira montava um perímetro de segurança.
Haven cortava o dedo, deixando cair uma gota de sangue a cada metro, formando um círculo em volta do morro onde Kyosuke se preparava, até que percebeu algo que a fez interromper o ritual. Outro círculo territorial, semelhante ao seu, havia sido formado a partir do sangue dos soldados mortos, transformando a área em uma armadilha. Logo, os dois foram cercados por um grupo de inimigos.
Enquanto isso, eu e Rekka estávamos presos em uma batalha interminável. Assim como eu, os inimigos regeneravam seus corpos de maneira absurda e, quando eram mortos de forma que não podiam se regenerar, explodiam na tentativa de nos levar junto. A luta parecia perdida, até que algo retornou: aquilo que pensávamos ter deixado de existir… o motivo pelo qual minha esposa estava tão silenciosa desde que deixamos o Planeta Onixy.
Oedon voltou e tomou o corpo de Rekka. Usando-a, ele exterminou o exército inimigo sem qualquer esforço. Em minutos, a batalha estava encerrada. Mas, em vez de parar, ele voltou-se contra mim, causando outra Ressonância. Foi então que compreendi: em todos os universos… eu acabo matando Rekka.

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