Capítulo 161 – Vento Negro
A primeira coisa que Abel fez ao retornar à sua mansão na Avenida Triunfo foi ordenar ao mordomo Ken que preparasse uma grande quantidade de carne. Ele queria levar Vento Negro para o Acampamento Ladinos e precisava garantir comida suficiente para pelo menos dez dias.
Felizmente, desde que Vento Negro passou a morar na mansão, eles sempre mantinham um grande estoque de carne. Além disso, com o clima frio, a carne podia ser bem conservada. Após algum tempo, o mordomo Ken trouxe a carne preparada.
Depois que Abel jantou com Loraine, conduziu Vento Negro ao seu quarto sob o olhar infeliz de Loraine. Vento Negro estava muito animado por estar com seu dono.
À medida que se afastavam, enormes árvores cercavam suas vistas. A sensação de alerta de Vento Negro foi acionada, e ele se colocou em uma posição protetora à frente de Abel.
“Woooo,” uivou Vento Negro, preparando-se para qualquer perigo potencial.
“Está tudo bem, Vento Negro,” disse Abel gentilmente, enquanto o abraçava para confortá-lo.
“Auu!” respondeu Vento Negro, ficando mais calmo e se inclinando levemente contra Abel.
“Vento Negro, preciso que você lute ao meu lado!” Abel não disse essas palavras em voz alta, mas enviou a mensagem através de sua conexão de alma com Vento Negro.
Quando Vento Negro sentiu que uma batalha estava se aproximando, todos os seus músculos ficaram tensos. Vento Negro nasceu para lutar, e Abel podia sentir isso claramente.
“Excelente, hahahaha!” Abel soltou uma grande gargalhada enquanto acariciava Vento Negro.
Abel primeiro dissipou o vínculo com a alma fraca e retirou um pergaminho do portal da cidade. Com uma infusão de sua própria energia, um portal oval azul-esverdeado se materializou diante dele.
De repente, Abel percebeu que o portal era muito pequeno. Era adequado apenas para humanos e, a essa altura, Vento Negro havia crescido muito além do tamanho desse portal.
Abel suspirou profundamente. Parecia que sua ideia de lutar ao lado de Vento Negro não ia dar certo.
Enquanto Abel pensava, Vento Negro o pegou desprevenido e enfiou a pata diretamente no portal.
“Vento Negro, não!” Abel gritou, vendo o enorme corpo do cavalo desaparecer diante de seus olhos.
Uma brisa fresca varreu o coração de Abel, trazendo consigo um turbilhão de memórias. Recordações de Vento Negro como um pequeno lobisomem de montaria, tentando ser adorável enquanto corria ao seu lado.
Após, vê-lo crescer lentamente, ansiando por sua atenção e cavalgando com destemor através dos ventos incandescentes, todas essas memórias passaram diante dos olhos de Abel.
“Vento Negro, por favor, esteja bem!” Abel tentou se conectar com Vento Negro através da ligação de suas almas, mas não obteve resposta.
“Vamos ao acampamento Ladino para verificar!” Murmurou Abel enquanto se dirigia ao portal.
Ainda atordoado pelo teletransporte, Abel sentiu uma enorme sombra negra pressionando contra seu corpo. Ao recobrar os sentidos, viu Vento Negro incólume ao seu lado.
“Vento Negro, você me deu um baita susto!” Disse Abel, com um riso rouco.
Sentindo uma determinação intensa, Abel percebeu que Vento Negro queria lutar ao seu lado, independentemente dos perigos. Essa convicção era tão forte que ele sentia que poderia enfrentar um exército de dez mil soldados.
“Ok, vamos lutar juntos!” Gritou Abel, sua voz ecoando por todo o Acampamento Ladino.
Naquele momento, Abel aprendeu uma valiosa lição. Ele percebeu a importância de ser mais cuidadoso e de planejar suas ações com mais atenção. Se tivesse testado o portal com outros animais grandes antes de trazer Vento Negro, não teria enfrentado um choque tão abrupto.
Ele compreendeu claramente que as consequências de perder Vento Negro seriam verdadeiramente catastróficas.
Apesar de ser um lobisomem de montaria imponente, para Abel, Vento Negro sempre seria como uma criança inocente. Desde o nascimento de Vento Negro, Abel o viu crescer e se tornar o gigante que era hoje.
Antes de entrarem em uma batalha, ambos deveriam garantir que estivessem adequadamente preparados. As grandes espadas explosivas precisavam ser recarregadas, e Abel também tinha sua prática de meditação, crucial para seu progresso, que não poderia ser negligenciada.
“Enquanto Abel meditava, Vento Negro o observava com respeito, sem perturbar sua concentração.”
A inteligência de Vento Negro aumentou implacavelmente depois que Abel usou a técnica de aprimoramento de montaria. Além disso, desde que se tornou um rei dos animais, podia entender claramente cada palavra de Abel, e a corrente da alma apenas tornava a interação simples ainda mais fácil.
“Uma hora de meditação passou como um relâmpago, mas seu progresso ainda era frustrantemente lento. Talvez fosse hora de considerar caçar outra besta de alma para obter um núcleo de cristal.
Nos próximos três dias, Abel dedicou-se intensamente à forja de grandes espadas explosivas e à prática de feitiços. Cada vez que esgotava sua mana, ele se dedicava à forja, e assim que sua mana era reabastecida, voltava à prática da magia.
Ele optou por utilizar apenas a grande espada de um Cavaleiro na fabricação dessas espadas explosivas, pois estava acostumado com ela desde a juventude.
O treinamento mais significativo que recebeu foi com a grande espada de um Cavaleiro, a arma com a qual estava mais familiarizado.
Desde que se tornou um Mestre Ferreiro, a grande espada de um Cavaleiro era a que ele mais costumava forjar.
Cada fibra muscular de Abel parecia impregnada com uma memória vívida do manejo da grande espada de um Cavaleiro. Ele tinha uma compreensão íntima de cada detalhe da espada, desde sua estrutura interna até sua superfície externa, permitindo-lhe manipulá-la com precisão quase instintiva, sem a necessidade de reflexão consciente.
Uma grande espada explosiva era causada por uma runa que falhava em conter os elementos, o que acionava o poder central de uma gema mágica, dispersando os pedaços da espada em todas as direções.
À medida que Abel refinava suas habilidades de forjamento, a resistência de suas espadas se fortalecia, conferindo-lhes uma poderosa e penetrante eficácia a cada lançamento.
Abel conseguiu fabricar 11 grandes espadas explosivas, preenchendo todo o espaço disponível em seu depósito pessoal, entre suprimentos e a própria espada super explosiva. Além disso, ele confeccionou uma armadura mágica completa de gelo para seu irmão Zach.”
Ao ver as 11 grandes espadas explodindo, a confiança de Abel se estendeu por quilômetros. Agora, com a velocidade do Vento Negro e as 11 espadas explosivas em seu arsenal, ele sabia que tinha o potencial de derrubar um xamã caído, desde que agisse com cuidado.
Uma vez que o xamã estivesse derrotado, os outros caídos seriam impotentes contra ele. Na pior das hipóteses, Abel só precisaria contar com a velocidade do Vento Negro e dominar a técnica da pipa voadora para eliminá-los gradualmente.
“Vento Negro, vamos!” chamou Abel, despertando Vento Negro de seu estado de repouso.
“Auuh!” Assim que Vento Negro ouviu seu chamado, uma onda de energia o envolveu, fazendo-o uivar em resposta ao céu. Abel saltou para a sela de Vento Negro enquanto este acelerava com ímpeto.
Com uma velocidade tão intensa, Abel mal conseguia manter os olhos abertos. Parecia que Vento Negro estava entediado nos últimos dias, mas agora, ao deixarem o acampamento Ladino, Vento Negro transbordava de emoção. Os terrenos cobertos de grama eram o ambiente favorito de Vento Negro.
A sabedoria transmitida pelos seus ancestrais afirmava que lugares com grama eram os melhores.
Abel recordou os dias em que costumava percorrer o caminho até o acampamento dos caídos a pé, uma jornada que agora seria rápida sob a velocidade do Vento Negro.
Sentado nas costas do Vento Negro, cuja altura alcançava três metros, Abel pegou seu telescópio. Agora, não precisava mais procurar por um ponto alto para vislumbrar o oceano vermelho. Abel começou a procurar os rastros do xamã caído.
O xamã caído, como os outros, estava completamente vermelho, mas era distinguido pelo fato de segurar uma grande bengala mágica em uma mão e uma faca curta na outra.
No entanto, essas características não eram óbvias, e os caídos constantemente em movimento tornavam ainda mais difícil localizar o xamã caído.
Abel sabia que a busca seria desafiadora e não tinha certeza de quantos xamãs caídos havia. Um descuido poderia resultar em erros graves, então ele preferiu dedicar mais tempo à observação minuciosa do acampamento caído.
Um por um, Abel comparou minuciosamente cada caído. No final, identificou três xamãs caídos. Esses xamãs eram astutos, sempre cercados por uma dezena dos caídos mais altos para se camuflarem. No entanto, após descobrir o primeiro xamã caído, localizar os outros dois foi mais fácil.
“Vento Negro, avance!” Com o grito de Abel, Vento Negro disparou em direção ao acampamento dos caídos.
“Gu du! Gu du!” A cerca de 100 metros do acampamento, alguns caídos começaram a soar o alarme, enquanto outros se agrupavam em um tumulto caótico.
“Gu du! Gu du!” No entanto, uma chamada ordenada os fez se organizar. Os 100 caídos mais próximos de Abel começaram a avançar em sua direção.
Ao testemunhar essa organização, Abel franziu o cenho. Não esperava que o xamã caído fosse tão astuto a ponto de controlar os outros para atacar e se defender.
“Vento Negro, mais perto!” Com um comando mental através da ligação de suas almas, Vento Negro se aproximou ainda mais dos caídos. Era como se pudesse até mesmo sentir o odor fétido que emanava deles.