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    『Tradutora: Maga | Revisor: Metal_Oppa』

    Nora ficou no quarto de Abel até o amanhecer. Depois que sua mãe se foi, sentou-se em uma cadeira e contemplou sua vida nos últimos dois anos.

    Apesar de sua aparência, era um homem de quarenta anos por dentro, não é como se não soubesse o que o Cavaleiro Bennett estava pensando, concordou muito com a decisão tomada por ele. Se não fosse tão talentoso em tão tenra idade, tudo poderia ter sido normal. Em vez de partir para um lugar desconhecido aos doze anos, poderia ter deixado a família quando atingisse a maioridade.

    Abel viu o que estava por vir, e estava disposto a aceitar. Pegando seu Cubo Horádrico, revelou um frasco de pílula de condensação de Qi dourado e abriu a tampa. Queria guardá-la para mais tarde, mas o desafio à frente o aguardava. Não muito tempo atrás, o Castelo Bennett era uma salvaguarda que protegia sua segurança. Sem isso, aprendeu a se proteger com qualquer coisa em que pudesse colocar as mãos.

    À medida que o líquido de cor de âmbar deslizava para dentro de sua garganta, pôde sentir seu interior preenchido com uma essência energética, o Qi continuou canalizando através de seus músculos, mas ao contrário da maioria das poções regulares, não tirou nutrientes de nenhum alimento que havia comido antes, rapidamente se materializou e se transformou em seu terceiro meridiano.

    Fazendo isso em um ritmo constante. Ao contrário da maioria das vezes, quando tentava sozinho, não precisava se preocupar se o processo iria falhar. Ele praticava suas técnicas de respiração todas as noites, porém nunca teve tanto sucesso como agora. 

    Em uma noite normal, conseguia fazer vinte sete no máximo, tinha que fazer pausas entre cada uma delas. As coisas estavam muito diferentes esta noite. Sua respiração ficava cada vez mais forte. Até as cortinas se moviam no ritmo de sua respiração.

    Demorou cerca de meia hora para o efeito da poção passar. A essa altura, havia três meridianos estabilizados dentro de seu corpo, com um excesso de Qi que poderia ter preenchido mais da metade de seus meridianos. Ficou surpreso com isso, é claro. No final das contas, a poção do mestre era muito mais poderosa do que Yvette havia dito.

    Então, os rumores estavam errados? Bem, não exatamente. Tecnicamente falando, uma poção do mestre ainda estava longe de ser uma poção “perfeita”. Por mais habilidoso que um mestre de poções pudesse ser, a habilidade humana ainda tinha suas limitações. No entanto, o Cubo estava livre de tal falha. Como estava preparando sua poção de condensação de Qi mecanicamente, todos os detalhes de proporções etc.. Foram levados em consideração e estavam em relação ao “Poder da Lei”. 

    Isso era, para simplificar, uma força que pertencia aos deuses. Como um item divino, o Cubo poderia utilizar uma fração desse poder para transformar qualquer item que contivesse. Esta foi a razão pela qual a poção do mestre que criou era muito mais potente do que uma normal. Foi como pedir a um deus para ajudar no treinamento de um cavaleiro novato, e que tipo de deus ficaria tão entediado para fazer isso?

    Foi difícil resistir à tentação quando ela começou a fazer efeito. Após subir de nível em apenas meia hora, decidiu tomar mais uma garrafa da poção. E lá estava ele novamente, em um instante, o Qi emergiu rapidamente e se tornou o quarto meridiano de Abel. O efeito da poção desapareceu depois de exercer seu trabalho.

    Levantou-se rapidamente do chão. Notou que todo o seu corpo estava coberto de manchas escuras e fedorentas. Depois de melhorar sua função corporal em um período tão curto de tempo, todas as substâncias impuras dentro dele foram excretadas.

    Correndo para o banheiro para se limpar, usou três baldes de água, tentou ao máximo tirar o fedor. Depois que terminou, abriu a janela de seu quarto para extraviar o cheiro.

    Estava seminu enquanto fazia isso. Cresceu 10 centímetros nos últimos seis meses, chegando a 160 cm de altura, era apenas uma criança, mas os músculos dele já eram pronunciados.

    Por mais musculoso que fosse, ainda era muito humilde. Tinha grande respeito pelos lutadores deste mundo. Seja um mercenário ou um cavaleiro, qualquer um com uma arma poderia lutar. Dito isto, a maioria deles não saberia lutar adequadamente com seus próprios corpos. Se dois homens lutarem um contra o outro com nada além de seus punhos nus, dariam socos diretos um no outro e observariam quem caía primeiro.

    Como ex-treinador de academia, estava familiarizado com o uso de vários tipos de artes marciais. Sabia boxe, MMA, Muay Thai e Tai Chi. Não era um especialista, por assim dizer, mas o conhecimento que possuía o tornou um oponente formidável em qualquer tipo de combate corpo a corpo.

    Se fosse um combate corpo a corpo, poderia facilmente derrotar Zach, que era muito mais alto e mais forte que ele. Força não é tudo, assim diziam. Com o poder da ciência esportiva ao seu lado, todos neste mundo pareciam desajeitados para Abel quando lutavam com nada além de seus punhos.

    E com muita razão. Neste mundo, quase não havia necessidade de desenvolver qualquer sistema de combate corpo a corpo. Os maiores inimigos dos humanos eram os orcs. Brigar com aqueles monstros de frente era apenas suicídio.

    E contra outros humanos, então? Bem, a realeza resolveu seus desentendimentos com duelos de espadas. Lutar sem armas era considerado inapropriado de certa forma, também muito desrespeitoso com o oponente.

    Ao praticar algumas repetições de seus golpes padrão, pôde sentir um aumento significativo em sua força e velocidade. Foi bom e tudo, mas foi meio difícil se acostumar com essa melhora. Justo quando estava pegando seu copo de madeira para um gole de água, seus dedos o quebraram em pedaços.

    Muito progresso poderia ter seus declínios, assim parecia. Mas tudo bem. Tinha doze anos agora, faltando apenas um mês para seu décimo terceiro aniversário. A essa altura, já teria feito a mesma conquista que Zach fez quando tinha dezoito anos.

    Se preparando para sua prática de Tai Chi. Repetiu os movimentos que lhe foram ensinados, tentava se lembrar do que seus instrutores costumavam dizer. Pelo que conseguia se lembrar, o instrutor dizia que o Tai Chi é a melhor arte marcial para conter a força bruta. O Tai Chi significava reservar o próprio poder, mover-se em uma sequência ininterrupta de movimentos, ser capaz de escalar e descer ao mesmo tempo, e ter um ritmo natural enquanto cumpria todas essas condições. 

    Tratava-se de harmonizar todo o ser em um todo, o que era muito mais fácil falar do que fazer.

    Abel teve que se acalmar após tomar aquela segunda poção. Em seguida, começou a reproduzir todas as 74 posturas de sua sequência de Tai Chi. A postura inicial, a postura tocar harpia, discernir entre o cheio e o vazio, até a 74ª postura. O Sol estava alto depois que terminou.

    Como se viu, o Tai Chi não fez alguém ter um soco mais fraco. Só fez se parecer mais fraco do que realmente era. Com suas técnicas ativas, percebeu que estava muito mais fraco do que aparentava ao se olhar no espelho, se diminuísse, seria um Cavaleiro Iniciante de nível quatro. Mas se fosse ativá-lo, poderia aparentar estar em qualquer posição que desejasse.

    Não podia fingir estar em um nível mais alto do que estava, isso era muito conveniente, é difícil dar uma explicação plausível de como se classificou duas vezes em apenas uma noite, mas ter uma camuflagem significava que não havia necessidade de fazê-lo. Poderia continuar se colocando no segundo estágio enquanto arrumava sua bagagem.

    Nota