Capítulo 332 – Mágica 

Carrie era uma druida intermediária, tendo se tornado recentemente, e ainda precisava cobrir suas fraquezas com diversos itens. Para a equipe que liderava, todos os membros eram druídas invocadoras. Claro, alguns também estavam aprendendo a lançar feitiços elementais.

Em Angstrom, a maioria das jovens elfas almejavam se tornar como Carrie. Começavam aprendendo feitiços de druida invocador (os mais poderosos para iniciar como druida) e, depois de se aprimorarem até se tornarem druidas iniciantes, podiam escolher a área em que se especializariam.

Dentre as várias opções que as elfas tinham, uma delas era se tornar druida de dupla classe, como Carrie (tanto invocadora quanto elemental). Muitas optavam por isso, pois a dupla classe era uma escolha comum entre os elfos.

Havia também outra opção. O druida poderia escolher ser um invocador e metamorfoseador de dupla classe, ou apenas metamorfoseador. Ao se tornar um metamorfoseador, o druida se tornaria extremamente temido no combate corpo a corpo. Podia se transformar em um urso druida ou em um lobo druida, ambos com suas vantagens e desvantagens.

Os lobos druídas eram conhecidos por sua velocidade. Além disso, eles possuíam dois feitiços poderosos. Um era a “peste espalhada”, que aplicava um efeito de veneno em seus ataques físicos; o outro, “selvageria”, era um feitiço de cura que compensava sua falta de pontos de vida.

Por razões óbvias, os ursos druídas eram muito mais poderosos que os lobos druídas. Eles podiam realizar “ondas de choque” para atordoar os inimigos ou usar “garras flamejantes” para aumentar seu ataque de fogo.

Voltando à equipe Lawland.

A líder da equipe, Carrie sentia o peso da responsabilidade sobre seus ombros. Ela sabia que as jovens novatas tinham muito potencial, mas ainda eram inexperientes, e como única combatente decente, ela se via constantemente sobrecarregada. A equipe ainda precisava de mais tempo para crescer e amadurecer, algo que a preocupava profundamente, pois o progresso deles estava sendo muito mais lento do que ela esperava.

Durante toda a jornada, Abel havia sido a pessoa a antecipar as ameaças que surgiam. Se ele não tivesse agido rápido para ajudar as meninas a escapar quando as bestas espirituais de pedra apareceram, a situação do grupo teria sido muito mais grave. Carrie, embora tentasse manter a calma e liderar as meninas, sabia que, se algo ruim acontecesse, ela não saberia o que diria às famílias delas.

“Você está cansada, não está?” Abel perguntou com empatia.

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“O jantar está pronto!” a voz de Lady Morrie soou.

Quando Abel e Carrie se sentaram ao redor da fogueira, viram seis frangos assados até ficarem dourados. Só pelo cheiro, já dava para perceber o quão boa cozinheira Lady Morrie era.

Abel deu uma mordida e disse: “Foi a decisão certa te dar um bastão mágico. Isso aqui está uma delícia!”

“Oh, obrigada!” Morrie sorriu com o elogio.

Quando o jantar terminou, a equipe pendurou as vísceras dos frangos em uma árvore. Era uma cerimônia. Depois de terminarem, Abel decidiu voltar para seu acampamento e descansar. No entanto, parecia que Carrie tinha algo a dizer.

Carrie chamou a atenção de todos, batendo palmas. “Certo, pessoal! Ouçam bem, porque tenho um anúncio para fazer!”

As elfas se sentaram novamente, onde estavam durante o jantar.

“Ok,” Carrie começou com uma tosse, “Eu preciso dizer que estou muito desapontada com o desempenho de nossa equipe hoje. Alguns de nossos membros quase morreram, e todas nós, inclusive eu, precisamos assumir a responsabilidade por isso.”

Muriel! Marianne! Vocês são muito mais velhas do que a Morrie e mais experientes, mas a atitude de vocês foi tão imatura quanto a dela. Nós, elfos, somos mestres da Floresta da Lua Dupla, mas parece que vocês esqueceram o quanto a natureza pode ser perigosa. Se algo tivesse dado errado, haveria uma chance de que nenhuma de nós saísse viva!”

As três elfas chamadas baixaram a cabeça envergonhadas. Morrie, especialmente, já estava soluçando baixinho. Ninguém culpou Carrie por ser tão dura, todos sabiam que ela estava tentando ser uma boa líder.

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Carrie continuou, como se estivesse dando um sermão para o resto do esquadrão “Como líder desta equipe, sou eu quem carrego a maior responsabilidade! E hoje, devido à minha negligência, quase sofremos perdas entre as nossas integrantes! Se algum dia eu levar vocês para outra missão, juro pela minha vida que todas vocês voltarão bem! Então, meninas, lembrem-se da lição! Da próxima vez, precisamos ser mais cautelosas!’”

“Sim, capitã!”

Embora as elfas estivessem tristes, ao voltarem para seus acampamentos, algumas risadas altas e empolgadas começaram a surgir. Estavam animadas com os baldes de água que Abel havia trazido. Estando tão longe em sua jornada, elas nunca imaginaram que teriam tanta água à disposição.

Abel estava bem mais calmo em comparação. Quando voltou ao seu acampamento, se isolou rapidamente com o círculo de seclusão.

Agora que não podia ir para o mundo sombrio, ele precisaria encontrar outra maneira de aproveitar seu tempo à noite. Tinha uma ideia do que fazer. Como a alma de uma píton estava em sua posse, ele poderia tentar criar outro bastão mágico. Não poderia fazer o mesmo com a tarântula venenosa de rosto fantasma, porém. Como a aranha se explodiu, ele não conseguiu encontrar uma maneira de recuperar sua alma.

Abel tirou um bastão simples de sua bolsa espiritual do rei orc. Ele o havia pegado de um mago caído no mundo sombrio. Embora fosse inútil no mundo sombrio, era um item precioso no Continente Sagrado.

Seguindo a receita que estava escrita no livro “Introdução à Fabricação de Bastões Mágicos”, Abel retirou alguns metais preciosos que ele obteve com os elfos: alguns finos pedaços de adamantium, alguns pedaços de mithril e um grande bloco de aço leve. Todos esses eram ingredientes básicos para a criação de um bastão mágico.

Abel ainda tinha muitas das gemas para energizar o bastão mágico em sua bolsa. Agora, era hora de começar a fabricação.

Abel começou derretendo o aço leve. Como ele não tinha ferramentas de ferreiro, ativou um feitiço de “bola de fogo” com a mão esquerda e o manteve lá. Em seguida, retirou um cadinho de sua bolsa. Era parte do conjunto completo da “garrafa de alquimia de Akara”, claro, uma peça de qualidade dourada-escura.

Quando o cadinho foi colocado sobre uma estrutura resistente ao fogo, ele colocou a bola de fogo diretamente sob a estrutura. Ao mesmo tempo, colocou o grande bloco de aço leve no cadinho. Como estava usando seu feitiço para isso, não demorou muito para que ficasse vermelho.

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E olha só, o aço leve já havia se derretido, transformando-se em um líquido brilhante. Abel pegou uma adaga feita de aço fino. Enquanto calculava a proporção correta em sua mente, usou a ponta da adaga para cortar a quantidade exata de adamantio e mithril das peças que tinha. Para garantir que fosse preciso, até usou sua energia de combate dourada para manter a pegada firme.

Até o espírito druídico que ele possuía o ajudou nesse processo. Com apenas uma alma principal, ele nunca conseguiria medir com tanta exatidão a quantidade de adamantio e mithril. Agora que possuía dois espíritos, poderia deixar o espírito druídico cuidar dessa parte, garantindo a medida exata.

Agora que as peças de adamanto e mithril estavam separadas e colocadas no cadinho, Abel começou a mexer a mistura com uma vareta, girando-a no sentido horário. Curiosamente, essa parte não estava mencionada no livro. Ele só dizia que os três materiais deveriam ser misturados.

Quando o adamanto e o mithril se dissolveram na solução de metal leve, um líquido dourado começou a aparecer. Abel não podia apagar o fogo, no entanto. Ele precisava que a solução permanecesse líquida para poder continuar com o próximo procedimento.

Abel retirou seu bastão mágico simples. Em seguida, pegou uma vareta de metal com a espessura de pincel. Ele a usaria para desenhar sua runa mágica, com a tinta sendo a solução quente que acabou de fazer. Como não era um mago comum, não precisava se preocupar em usar qualquer proteção contra o calor.

Cobriu sua mão direita com seu qi dourado de combate e começou a posicionar o bastão vazio sobre uma superfície plana. Com a mão esquerda, apagou a chama. Segurando o cadinho com um alicate de ferreiro, ele despejou lentamente a solução na ponta afiada da vareta de metal. Sua mão direita segurava a vareta como um pincel. Havia uma área sulcada na vareta, então a solução fluía para lá quando ele despejava.

Abel era excelente em realizar várias tarefas ao mesmo tempo. Enquanto sua mão esquerda despejava a solução dourada, sua mão direita começava a traçar o padrão da runa. Ele estava tão concentrado que não deixava passar um único detalhe