Capítulo 365 - Clãs de Sangue
Assim que Abel atravessou a porta de pedra, um membro do clã de sangue avançou contra ele. Diferente da maioria, que era avermelhada, aquele que vinha em sua direção era dourado. Devia ser o líder do grupo. Ao contrário dos demais, seu corpo inteiro emitia com uma intensa luz vermelha.
“Encantamento de fogo!”
Abel reconheceu de imediato o brilho que emanava da criatura. Não valia a pena se envolver em combate corpo a corpo. Com isso em mente, ele recuou, mantendo distância, e rapidamente lançou alguns raios ao chão.
Sob seu comando, os cinco cavaleiros guardiões trocaram suas armas pelos Arcos Harry e começaram a disparar contra os membros do clã do sangue. Já os lobos espirituais se posicionaram à frente de Abel, formando uma barreira protetora. A videira venenosa recebeu ordens para permanecer oculta no subsolo até surgir uma boa oportunidade de ataque. Apenas os corvos não receberam instruções específicas; continuaram voando ao redor, tentando cegar os inimigos com bicadas rápidas.
No fim das contas, os raios não se mostraram muito eficazes contra criaturas infernais de nível elevado. Abel estava começando a perceber isso, quando, de repente, o número de arcos elétricos no chão aumentou para nove. O nível de sua magia de raio acabou de subir de 6 para 7.
O dano de seus ataques elétricos subiu de 6 para 7 pontos. Isso pode não parecer muito, mas o alcance de seu ataque também aumentou. Ele estava causando mais dano geral a todos os inimigos simultaneamente, o que significava que, embora não estivesse causando muito dano a cada membro individualmente, todos estavam sendo enfraquecidos pelos danos contínuos que ele infligia.
Além disso, os arcos de raios também eram capazes de paralisa-lós, reduzindo consideravelmente sua velocidade de movimento. Isso facilitava para os cavaleiros guardiões acertarem o mesmo alvo. Após Abel enviar seus sinais, muitos de seus inimigos começaram a cair ao chão.
O clã de sangue dourado era muito mais resistentes, claro. Para proteger seus subordinados, ele avançou para absorver a maior parte dos ataques elétricos. Isso fez com que os outros se movessem ainda mais rápido. Em um piscar de olhos, estavam próximos o suficiente dos lobos.
Abel tentava trocar para outro feitiço de ataque, mas o clã de sangue dourado estava fortalecido com o aumento de fogo tornando-o altamente resistente a ataques de fogo. Isso significava que feitiços do tipo fogo seriam inúteis, apesar de serem seus feitiços ofensivos mais poderosos.
Abel decidiu então usar flechas de gelo, que custavam apenas 3 mana por cada uma. Ele poderia dispará-las com as duas mãos. Embora não fossem tão rápidas quanto os raios, eram igualmente eficazes para retardar os clãs de sangue. De fato, o gelo era eficaz contra criaturas infernais de fogo, então poderiam causar mais dano aos inimigos que ele enfrentava.
Com uma das mãos, ele disparou contra o clã de sangue dourado. Com a outra, disparou contra todos os outros. Em poucos segundos, ele havia disparado mais de uma dúzia de flechas contra eles. Embora isso não fosse suficiente para impedi-los de avançar contra os lobos, os lobos espirituais conseguiram revidar com suas garras e presas afiadas.
Abel focou a maior parte de suas flechas no clã de sangue dourado, que não parava de se aproximar dele. Quando estava perto o suficiente para usar seu machado afiado, ele derrubou um dos lobos que tentou lutar de volta. No entanto, assim que o lobo caiu, ele se recuperou rapidamente, com uma luz roxa brilhando sobre ele.
Abel usou rapidamente sua poção de recuperação com seu espírito druida. Queria guardá-la para uma ocasião melhor, mas se não tivesse um lobo espiritual para protegê-lo, o clã de sangue poderia acabar com ele ali mesmo.
Dito isso, como o clã de sangue dourado estava confuso com o fato de seu ataque não ter efeito, isso deu a Abel várias chances de continuar disparando suas flechas. Ainda não estava morto, mas havia desacelerado o suficiente para não conseguir mais lançar outro ataque fortalecido pelo fogo.
O clã de sangue dourado uivou enquanto tentava bloquear as flechas com seu machado. Ele tentava cancelar o efeito de congelamento com seus próprios ataques elementares de fogo. Embora os clãs de sangue fossem pouco inteligentes, essa foi uma estratégia bastante eficaz.
Até que Abel estava disparando contra ele com as duas mãos. Eventualmente, as flechas de gelo se tornaram demais para ele suportar. Seu corpo começou a ficar azul devido ao frio. Ele também estava se movendo muito mais devagar, o que significava que havia mais tempo para as criaturas invocadas atacarem juntas.
Com um grito desesperado, o clã de sangue dourado desistiu de tentar romper a defesa dos lobos espirituais. Ele começou a liberar um feixe de luz vermelha brilhante de seu peito, que rapidamente anulou o efeito de congelamento das flechas de gelo de Abel. Quando ficou livre para se mover novamente, tentou contornar os lobos espirituais e ir direto até Abel.
Na verdade, Abel não se importou nem um pouco com aquilo. Pelo contrário, ordenou que os lobos espirituais se afastassem dele. Vento Negro entendeu de imediato, e mesmo sem receber ordens diretas, recuou para atrair o clã do sangue dourado para longe dos subordinados.
Embora cavaleiros fossem treinados para jamais recuar diante de uma luta, Abel precisava agir com inteligência ao enfrentar criaturas infernais extremamente agressivas. Isso valia ainda mais para o clã do sangue dourado. A técnica de aprimoramento de fogo deles concedia um bônus de 66% a 100% de dano por fogo em combate corpo a corpo, além de dobrar a frequência dos ataques. Um único golpe seria suficiente para eliminá-lo. Nesse caso, se prender a princípios não o ajudaria em nada.
Assim que o clã do sangue dourado se afastou dos demais, ficou muito mais fácil para as criaturas invocadas dominarem o campo de batalha. Os cavaleiros espirituais trocaram rapidamente para suas espadas mágicas de gelo e escudos. Com o apoio dos lobos espirituais, cercaram as tropas do clã do sangue e assumiram uma vantagem esmagadora sobre elas.
Quanto a Abel, ele podia vencer o inimigo com facilidade graças à sua velocidade. Eles não eram nem de longe rápidos o suficiente para atingir Vento Negro, então tudo o que ele precisou fazer foi continuar atacando com seus raios de gelo e os fios de qi de combate dourado-escuro. Após cinco minutos repetindo o mesmo ataque, o clã do sangue dourado caiu sem conseguir reagir.
Apesar de ter saído vitorioso, Abel sentia que seu nível ainda era baixo demais. Suas magias mal surtiram efeito desta vez, e quando surtiram, ele precisou gastar muito tempo lançando-as repetidamente. No fim das contas, o que mais o ajudou foram as técnicas de cavaleiro, mas depender demais de combate corpo a corpo só aumentaria suas chances de se ferir.
Assim que os cavaleiros espirituais terminaram de eliminar o restante dos membros do clã do sangue, Abel se reuniu com eles e continuou avançando pelo calabouço. Quanto mais se aprofundava, mais opressiva se tornava a atmosfera ao seu redor.
De repente, uma grande prateleira de pedra surgiu na parede lateral. Havia esqueletos ali dentro. Suas mãos estavam erguidas em direção ao teto, como se estivessem tentando alcançar o céu numa tentativa desesperada de sobreviver. Felizmente, eles não se mexiam, então Vento Negro pôde simplesmente passar por cima dos fragmentos de ossos espalhados pelo chão.
No momento, tanto os lobos espirituais quanto os cavaleiros espirituais guardiões avançavam por meio de teletransporte. Era a forma mais silenciosa que encontraram de se mover enquanto serviam como guarda-costas de Abel.
Os corvos também tentavam ser o mais discretos possível. A menos que detectassem algum tipo de perigo, não voavam fazendo barulho. Quanto à videira venenosa, se Abel não estivesse prestando atenção nela, nem ele saberia por onde exatamente ela se movia no subsolo.
Portanto, tirando o Oak que pairava no ar, Vento Negro era o único que fazia barulho. A atmosfera era bem assustadora, mas Abel estava satisfeito com o progresso que vinha fazendo. Na verdade, acabou de se deparar com três caixões de pedra.
As tampas desses caixões, havia figuras humanas esculpidas, provavelmente representações de como os ocupantes eram em vida. Depois de ter encontrado aqueles barris de madeira, Abel já estava preparado caso isso fosse mais uma armadilha escondida.
Tinha toda a cara de ser uma armadilha. Ainda assim, por mais que pudesse haver gás venenoso ou zumbis ali dentro, também podia haver algo valioso o suficiente para despertar seu interesse.
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- Decidi deixar o nome da Chama Voadora como Flyme, em inglês mesmo. Aproveitei e revisei alguns capítulos antigos pra trocar ‘bastão’ por ‘cajado’, entre outras coisinhas[↩]
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