Índice de Capítulo

    Quando o buraco negro finalmente se fechou, Abel pôde guardar seu anel. Ele não conseguiu conter uma gargalhada. Todo o esforço tinha valido a pena. Conseguiu novos círculos de teletransporte, uma fortuna em recursos e, o mais importante, uma torre mágica só dele, algo que moedas e gemas jamais poderiam comprar. E o melhor: não precisou de empréstimos nem cumprir missões para conseguir isso.

    “Vamos nessa!” disse Abel, sentando-se nas costas de Flying. Logo, Flying e Vento Negro subiram no dorso de Nuvem Branca. Os três desapareceram dentro da barreira de invisibilidade.

    Ao mesmo tempo, um cavaleiro na cidade de Denan apontava para o céu no leste.

    “O que foi aquilo?”

    “Meu Deus! Será que a punição divina finalmente caiu sobre mim?” exclamou um contrabandista, apontando para o pilar de luz branca que atravessava os céus.

    Quase todos em Denan viram. Alguns acharam que era um milagre. Outros, um presságio. E houve até quem montasse em seus cavalos e partisse em direção àquela luz misteriosa.

    No centro de Denan, ficava o edifício da União dos Magos de St. Ellis. No momento, estava isolado do mundo exterior por um círculo de defesa. Era lá que os magos recebiam suas missões.

    Agora, uma sirene estrondava pelo local. O círculo de comunicação estava no volume máximo.

    “Atenção, atenção! Estado de emergência! Todos os membros da União dos Magos estão proibidos de sair da área protegida pelo círculo de defesa!”

    Três magos novatos estavam em um escritório, tentando contatar magos avançados por meio de seus círculos de comunicação. O medo era evidente em seus rostos.

    Um deles suspirou de alívio quando a ligação foi atendida. “Ah, graças aos deuses! Mestre Edmond! Há uma luz da alma no extremo leste de Denan! Pela intensidade, acredito que veio de um mago avançado!”

    A voz de Edmond retumbou como um trovão: “O QUÊ? LUZ DA ALMA? No leste de Denan? O Mago Cliff entrou em contato com vocês?!”

    O mago novato olhou para os colegas ao lado. “Estamos tentando ligar agora mesmo, senhor! Avisaremos assim que soubermos de algo!”

    “Estou voltando à União dos Magos,” disse Edmond, encerrando a chamada imediatamente. Logo em seguida, a ligação com o Mago Anthem foi conectada.

    “Você viu…” Anthem parecia sem palavras. “Mas o que… É mesmo uma luz da alma? Confirmaram?”

    O mago novato respondeu com convicção: “Sim, Mestre Anthem. Já enviamos pessoas para verificar o local.”

    “Vocês avisaram os outros mestres?” perguntou Anthem.

    “Só o Mestre Cliff, senhor,” disse, olhando para o colega ao lado.

    Anthem perguntou em voz baixa: “Vocês disseram… luz da alma, no leste de Denan?”

    “Sim, senhor.”

    “Ah, merd… AHHHHH! Estou voltando agora!” Por mais relutante que estivesse, o senso de dever de Anthem falou mais alto.

    Pouco depois, os dois magos avançados chegaram à sede da União. Ao se olharem, puderam ver o medo refletido um no outro. Havia anos que uma luz da alma não aparecia no Continente Sagrado.

    A luz da alma era o equivalente ao núcleo de cristal de uma besta espiritual. Mas, ao contrário do cristal, ela desaparecia assim que o mago morria.

    Quando um mago subia de nível, sua luz da alma aumentava em tamanho e qualidade. Assim que um mago oficial morria, seu poder de vontade era liberado no ar como uma espécie de fogos de artifício. A duração da luz da alma dependia do progresso que ele havia alcançado em vida.

    Anthem e Edmond imaginavam que a próxima luz da alma surgiria no lado oeste de Denan, onde ficavam muitos magos e suas torres mágicas. Atualmente, o Mago Dunn, de nível 17, estava em reclusão para treinamento. Ninguém esperava que ele saísse vivo, então só aguardavam o momento em que sua luz da alma apareceria.

    Mas no lado leste de Denan? Era onde vivia o Mago Cliff! Onde ficava a agência de inteligência! E, apesar de todos os esforços, não conseguiram contatá-lo, e nem com a agência.

    “Vamos mesmo, Anthem?” sussurrou Edmond.

    Anthem passou a mão no rosto. “Temos que ir, não é?”

    Edmond ativou vários de seus itens de defesa. “Olha, não podemos nos separar. Se alguém realmente conseguiu matar o Mago Cliff, pode nos eliminar do mesmo jeito.”

    Ele tinha razão. Matar um mago avançado era algo extremamente difícil. E Cliff não era alguém imprudente. Sempre calculava cada risco. Jamais entraria numa batalha se houvesse chance de perder recursos.

    Só havia uma explicação: Cliff tentou fugir daquele que o caçava, e falhou. Foi alcançado e morto. Absurdo? Sim. Mas fazia sentido.

    “Ah, vamos logo…” resmungou Edmond, teleportando-se para um ponto cem metros à frente. Anthem o seguiu imediatamente.

    Usando magias de “movimento instantâneo”, os dois seguiram até onde a luz da alma havia surgido. Já fazia algum tempo, então ela não estava tão brilhante quanto no início. Em cerca de dez minutos, desapareceria por completo.

    “É o Cliff!” gritou Anthem. E era mesmo. O corpo dele estava partido ao meio. Ao notar isso, Anthem lançou mais camadas defensivas sobre si.

    Edmond examinou o cadáver. “O assassino já deve ter ido embora. Olha só, a bolsa espiritual do Cliff sumiu.”

    “É, é… certo…” Anthem tentava manter a calma. “Melhor deixar outro investigar. Nós só… só vamos reportar o que aconteceu.”

    Como todos os itens valiosos de Cliff tinham sido levados, o assassino provavelmente já havia partido há algum tempo.

    “Ei, dá uma olhada nisso,” disse Edmond, abaixando-se junto ao corpo. “Caramba! Isso é assustador. O corpo dele foi dividido ao meio sem resistência alguma. Você consegue imaginar o que causou isso?”

    Anthem engoliu em seco. “Uhh… Eu… não. Não acho que exista arma neste mundo capaz disso. Cliff… com certeza estava usando itens de defesa passiva. Sem contar que ele sabia lançar feitiços defensivos. Então… o quê… eu não sei. Seja lá o que o matou, conseguiu romper tudo com um único golpe.”

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