Capitulo 39 — Loucas
Abismo — Na prisão
— Do celular (com o sinal estável): Nem vou perguntar. Tudo bem, enviaremos quem estiver disponível. Tenho que desligar agora, então até.
— Criatura (Guardando o celular): Até. (Olhando para o prisioneiro) Muito bem, me siga.
— Prisioneiro (segurando a mão da criatura): Muito obrigado mesmo! Nem sei como lhe agradecer. Eu achei que morreria sem vê-la de novo. Obrigado, obrigado, obrigado…
— Criatura (com a mão na boca do prisioneiro): Quer me agradecer?
O prisioneiro sinaliza com os olhos.
— Criatura (retirando a mão e fazendo “shhh”): Então fique calado.
O prisioneiro sinaliza “sim” com a cabeça.
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— Criatura (retirando uma bandeira brilhante e verde de sua bolsa): Deixarei isto aqui para indicar onde estão as bandejas. (Deixando o caderno de anotações) E isto também. (Irritada) Pode largar a minha mão?
O prisioneiro se desculpa com sinais.
— Criatura (retirando um mapa que parecia feito de sombras e com pétalas de flores indicando os locais, de sua bolsa): Você pode falar, mas se controle e pare de me agradecer. (Dando as costas ao prisioneiro e sorrindo levemente) Pois pode se arrepender.
Os prisioneiros que estavam nas outras celas gritavam: “Ei, e a nossa comida? Por que ele está fora da cela?” Eles batiam nas barras das celas com suas bandejas, reclamando do prisioneiro que estava fora e pedindo por comida.
— Criatura (irritada, gritando): Silêncio já!
Seu grito se transformou em vento e arrepiou a espinha de cada um dos prisioneiros, que se calaram no mesmo instante.
— Criatura (respirando fundo e se acalmando): Não se preocupem. Outro trará a vossa comida no meu lugar, pois estou levando este aqui para visitar sua esposa no andar A4F.
— Prisioneiro 234 (olhando para o 247): Ei, rapaz, sua esposa é a número 48 por acaso?
— Prisioneiro 247 (corado e feliz): Sim, ela mesma! A mulher mais linda que já vi.
O 234 fez uma cara de tristeza e de arrependimento, porém os outros prisioneiros desatavam a rir: “Hahahahahaha! Pois é, hahahahaha! Linda de morrer, hahahahaha! Coitado, hahahahaha! 48, ela é mesmo linda, hahahahaha!”
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— Prisioneiro 247 (com leves tonturas, ouvindo apenas as risadas): Do que vocês estão rindo? Parem com isso!
— Criatura (susurrando algo ao 247, fazendo-o acalmar-se): Vamos, me siga.
O sussurro da criatura selou os ouvidos do 247.
E assim ele seguiu a criatura até o fim do andar B2, onde havia um elevador. Ambos entraram e, enquanto a porta do elevador se fechava, ele via naquele espesso nevoeiro o fraco brilho dos dentes dos prisioneiros, que se figuravam como gigantescos sorrisos.
Quando a porta se fechou, a criatura deu uma palmada em sua cabeça, o fazendo esquecer o que acontecera e lhe trazendo de volta a audição.
— Prisioneiro 247 (feliz): Nem acredito que a irei ver novamente. (Pensa) Será que ela ainda sente o mesmo? Mal posso esperar para te ver, meu amor. (Lacrimejando) Desculpa por te fazer esperar por tanto tempo.
— Criatura (analisando o mapa): Hmm, andar A4F, cela 140, atualmente na sala número 14.
Depois de um tempo, eles chegam ao andar A4F.
— Criatura (saindo do elevador): Chegamos. Este é o andar A4F.
O andar estava preenchido apenas por prisioneiras.
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— Prisioneiro 247 (sentindo calafrios e arrepios, uma estranha sensação de terror e medo): Minha esposa está aqui neste lugar aterrador?
— Criatura (tirando uma máscara que cobria todo o rosto de sua bolsa): Use isto e não fale com elas, ouviu? A não ser que não queira ver mais a sua esposa.
— Prisioneiro 247 (colocando a máscara): Não se preocupe, eu não falarei nada. (Sentindo o cheiro pesado de sangue) A minha esposa não está aqui, não?
— Criatura (olhando e guardando o mapa): Não, ela não está aqui.
O 247 dá um suspiro de alívio.
O lugar era quase silêncioso, com as únicas coisas que podiam ser ouvidas sendo os gemidos de agonia e as lentas respirações em cada cela.
Os dois então seguiam em frente, mas ao passar por cada cela, o 247 via o semblante arrasado daquelas mulheres, expressões esvaídas de qualquer emoção.
Uma mulher segura a perna do 247 e pede ajuda. Mas quando ele estava prestes a fazer algo, ele lembra de sua esposa, olha para a mulher, deixa cair uma lágrima e segue em frente. Outras mulheres, ao vê-lo, pediam ajuda, imploravam. Ele se segurava e continuava a andar até que uma mulher enlouquece.
— Prisioneira 44 (segurando o 247 pelo pescoço e gritando): Me tira daqui! Me tira daqui! Por que você nos ignora? Não há guardas aqui, ninguém vai saber! Por favor, por favor! (Caindo de cansaço) Por fav…
— Prisioneiro 247 (ofegante): Arf, arf, arf, arf… Ei, por que ela disse que não tem ninguém aqui?
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— Criatura (colocando a mão na cabeça do 247): Porque ela está louca.
— Prisioneiro 247 (estranhamente aliviado): Oh, louca, sim, ela está louca.
— Criatura (retirando a mão que emitia um fraco brilho na palma): Continuemos então.
Na cela de número 141, duas prisioneiras conversavam.
— Prisioneira 47 (com a voz fraca e visão turva): Com quem ele está falando? Você vê alguém?
— Prisioneira 46 (com a voz fraca e visão turva): Não, não vejo ninguém.
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