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    Sono HiHI

    Maftar — Arridaronde Meiy e Deylan se encontravam

    Deylan e Meiy estavam acampando sob o brilho nebuloso das estrelas. Eles se aqueciam em uma fogueira, assando marshmallows enquanto conversavam.

    Meiy (olhando para Deylan):
    E então?

    Deylan (com os olhos nas estrelas):
    E então o quê?

    Meiy (levantando-se do tronco em que estava sentada e ficando em pé):
    Como (apontando o galho que segurava para Deylan) você está vivo?

    Deylan (ainda com os olhos nas estrelas):
    Haaaa, isso. (Baixando a cabeça e suspirando) Por que isso te interessa?

    Meiy (coçando a cabeça):
    Ahh, bom, curiosidade, eu acho. Afinal, você voltou dos mortos, do literal nada.

    Deylan (centralizando a cabeça e encarando Meiy com uma expressão séria e olhos semicerrados):
    Isso parece não fazer sentido pra você? Eu entendo, afinal, nada aqui faz sentido, não é mesmo?

    Meiy (encarando Deylan de volta):
    O que você quer dizer com isso?

    Deylan (levantando-se também):
    Olhe (rodopiando) em volta. Isso é um deserto, não tem nada aqui a não ser nós dois. Estamos nos baseando em uma seta, ou melhor, em uma seta que achamos que enxergamos a partir de um processo específico. Supostamente, essa seta nos guia ao caminho das Rosas de Fogo. Isso tem algum sentido pra você?

    Meiy (com a mão no queixo):
    Dito dessa forma, parece estranho.

    Deylan (sentando-se na areia e olhando o fogo):
    Eu acabei de matar alguém. Ah… nós matamos um ao outro, e estamos aqui como se nada tivesse acontecido, como se isso fosse normal. Eu… eu matei uma criança.

    Meiy (desenhando com o galho na areia):
    Não é como se pensar nisso agora fosse mudar alguma coisa. A criança já morreu, e a culpa é tua, ao menos é isso que você pensa. (Colocando as duas mãos na cintura e sorrindo) Pois, pro teu azar, eu ainda estou vivíssima e não esqueci o que você fez ao Grivic. (Pegando e apontando o galho novamente) É nele que você deveria estar pensando, seu monstro.

    Deylan (olhando para as próprias mãos):
    É, realmente, você ainda é uma criança. (Olhando para Meiy) O que só piora tudo. Lamento pelo que houve com ele, mas ele não estaria morto se nós não tivéssemos lutado. Afinal, por que estávamos fazendo aquilo? Quem nós somos? Já te passou pela cabeça de que lugar viemos? (Colocando um galho na fogueira) Eu queria sair do Abismo, por isso estou aqui, mas pra onde irei? Eu não me lembro de um antes, e você?

    Meiy (segurando a cabeça com as duas mãos):
    Essa sua conversa está me deixando cansada e com dor de cabeça. Eu não lembro de nenhum antes. Estou aqui porque ela me deu uns doces, e isso até que é divertido. Você deveria parar de se importar com isso, com o antes. Ele não importa. Ahhhh… ah, Syna meio que matou você primeiro, e ela ia me matar, então por que você se importa com o fato de a ter matado? Agora a palavra “matar” perdeu o sentido na minha mente, mas você entende. Você está se torturando com essas coisas que não levam a nada.

    Deylan (mantendo-se em silêncio por um momento):
    Isso só pode ser um pesadelo. (Encarando Meiy) Entendo o que você quer dizer, mas você não entende o que eu quero dizer. Agradeço suas palavras de conforto, mas não sou como você. Poder ignorar tudo é um dom que eu queria ter. Não reparar nas incongruências das coisas, eu também queria conseguir fazer isso, não me importar. Eu não lembro de onde vim, e pelo que vejo, você também não. Mesmo que o passado não importe, esse agora em que estamos e o futuro pra onde vamos, isso importa, pelo menos pra mim. Eu continuarei (se aproximando de Meiy) caminhando (segurando o ombro dela), junto a você. Afinal, o que mais posso fazer? Não sei de onde vim, não sei onde estou e não sei pra onde vou, mas tenho um objetivo que dá sentido a essa caminhada: sair deste lugar e me encontrar.

    Meiy (com um leve sorriso, segurando o ombro de Deylan também):
    Eu não entendo as tuas palavras, nem como você se sente ou por que sente isso, mas continuarei caminhando com você também. Te-he-he.

    Deylan (em seus pensamentos): Ela é uma criança inconsequente e inocente. Não irei tirar isso dela, não irei trazê-la da sua bolha feliz pra escuridão que é o meu mundo. (Sorrindo para ela) Temos um pacto, então.

    Meiy (sorrindo de volta):
    Te-he-he. (Transformando o dedo indicador esquerdo em uma lâmina) Me dá sua mão.

    Deylan (dando sua mão direita a Meiy):
    Por que você a quer?

    Meiy (fazendo um corte rápido no centro da mão de Deylan e outro no centro da sua própria mão direita):
    Auch, isso doeu.

    Deylan (sentindo a dor do corte):
    Claro que doeu! Para que foi isso, sua idiota?

    Meiy (apertando a mão sangrenta de Deylan):
    Para firmar o nosso pacto, acho eu.

    Deylan (sorrindo):
    Então temos um pacto de sangue agora. (Largando a mão de Meiy) Mas, sério, essa foi uma ideia estúpida, maneira, mas estúpida. Vou isolar nossas mãos pra evitar uma infecção e… (Vendo Meiy deitada, já dormindo) até amanhã idiota.



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