capítulo 84 — espaço em branco

Knock… Knock… Knock… Knock…

Após as batidas que Meiy e Deylan deram na porta, a estrutura começou a tremer.

— Meiy (perdendo o equilíbrio): O que está acontecendo?

— Deylan (se apoiando na parede): Sei lá eu… segura firme!

Wuuuuuuahhhh… — esse som ecoou por toda a estrutura. Ele vinha da boca que se abria na porta. Ela bocejava… e por fim, abria seus olhos de cor amarelo-acastanhado.

— Meiy (acenando para a porta): Ah, olá.

A porta não respondeu, mas moveu os olhos diretamente para Deylan, encarando-o fixamente.

— Deylan (levemente incomodado): Ah—

A porta então voltou os olhos para Meiy e a encarou da mesma forma.

— Meiy (olhando fixamente de volta): Eu sou boa nesse jogo. (Após um minuto, ela pisca.) Ah, não! Eu perdi…

A porta voltou seus olhos ao centro, olhando para os dois, e então finalmente começou a falar.

— Porta (com um sorriso semi-amigável e arrepiante): Olá…
Quem é que clama por mim?

— Meiy (em tom alegre): Meu nome é Meiy, e esse aqui (apontando) é o Deylan.

— Porta (resguardando o sorriso e assumindo uma face séria): Hmmmm… (retornando um leve sorriso) Muito bem. Prazer em conhecê-los, Deylan e Meiy. O que os traz aqui?

— Meiy (com a mão no queixo): Bem…

— Deylan (dando um passo à frente): Viemos procurar… (sacando seu baralho) o Caminho das Rosas de Fogo. (Vasculhando as cartas.) Sabe de algo?

— Porta (olhando para Meiy): Por que vieram aqui?

— Meiy (coçando a cabeça): Pra falar a verdade… eu me esqueci. Te-he-he.

— Porta (centrando o olhar): Entendo. Então vocês desejam o Caminho das Rosas de Fogo. É para lá que ambos querem ir?

— Meiy e Deylan (em sintonia): Sim.

A porta os encarou por alguns instantes e então mostrou um sorriso cheio de dentes — dentes manchados de sangue. Seus olhos ficaram luminosos, intensamente brancos.

— Deylan (segurando o ombro de Meiy): Vamos nos afastar!

Os dois deram um pulo para trás.

— Meiy (em pensamento): A voz dele tá estranha de novo… e ele parece mais pálido. Será que ele está doente?
(Com a voz receosa) D-Deylan, vo—

Deylan cobre seu rosto e o de Meiy com as mãos. O branco dos olhos da porta se expande de dentro para fora, cobrindo a ela mesma aos poucos.

— Porta (com a voz grave e distorcida): Meu nome é Arridar. Para onde vocês desejam se conectar?

— Deylan (olhando para uma de suas cartas): Para onde possamos encontrar o Caminho das Rosas de Fogo.

— Arridar (com toda a estrutura sendo coberta com encheção da boca): Caminho das Rosas de Fogo… hahahahahhhhhh!
Muito bem! (Abrindo a boca e deixando a língua sair até tocar o chão.) Têm agora 10 segundos para me dar o pagamento — caso contrário…

Toda a estrutura começa a se embranquecer, partindo da porta.

— Deylan (olhando para Meiy): Não me questione. Apenas faça o que deu disser! Transforme seu braço em alguma coisa e corte meu ombro, AGORA!

— Meiy (transformando o braço direito em um machado): Espero que você saiba o que está fazendo…

Ela levanta o machado-braço e o desce com força, separando o braço direito de Deylan de seu corpo.

— Deylan (sentindo a dor lancinante, colocando a carta que viu na boca e segurando o ombro): Arghhhh… Vamos, Meiy — corre!

Ambos começam a correr. Enquanto isso, Deylan sopra a carta da boca em direção à de Arridar. A carta brilha e, dela, a caixa contendo o orbe se forma e entra adentrando a boca de Arridar.

— Arridar (recolhendo a língua e engolindo a caixa): 2… 1…
Zero.
Pagamento aceito.

Tudo fica completamente esbranquiçado. Em seguida, os corpos de Meiy e Deylan também são tomados pelo branco, junto de um sono avassalador que os atinge.

— Meiy (com o sono pesando): Quem… é… vo…cê…

— Deylan (com a íris dos olhos acinzentada como a pele): Eu…

Eles adormecem. O branco os envolve por completo, restando apenas o espaço em branco.

— Figura nebulosa (sorrindo, de forma estrelada como uma constelação): Interessante… HiHi.

— Skuldyr (rangendo os dentes de entusiasmo): Yg, desta vez vou concordar com você. Sinta-se honrado. Interessante HUHU.

— Mestre (fazendo tranças na barba): Vocês estão cada vez mais fortes.
Mas será que conseguirão lidar com a ira que provocam?

Em uma espécie de acampamento cheio de tendas por todo lado e uma tempestade de areia ao seu redor, o acampamento estava literalmente no olho da tempestade nenhuma leve brisa se fazia presente.

E no seu centro uma tenda verde escuro com um símbolo dourado no topo escrito “Arridilium”

Lá dentro Syter estava de joelhos em respeito a alguém

— Syter (se levantando): Obrigado por me ajudar, Senhor Arridar.

— Arridar (olhando para o orbe em suas mãos): Eu que agradeço, Syter.
Eu que agradeço.