Índice de Capítulo

    Porquê porquê


    Maftar — ??? — Na tenda onde Syter se encontrava

    Arridar (brincando com o orbe entre seus pretos e longos dedos, com uma voz anciã): Sabe, estou curioso… o que eles fizeram com você que justifica tanta raiva em seu coração, Syter? (Apontando com a outra mão para um tapete) Vamos, pegue e sente-se. Me conte: o que faz seu coração gritar?

    Syter (com a mão no coração, se segurando para não se exaltar): Senhor Arridar, eu não quero lhe faltar com o respeito… pois, se eu falar sobre isso, eu não vou aguentar.

    Arridar (encarando o brilho reluzente do orbe): Pode tirar tudo sou todo ouvidos(Segurando e colocando o orbe nas mãos de Syter) Segure… e tire tudo que quiser expressar.

    Syter (olhando para o orbe em sua mão): O Nexion? Por quê?

    Arridar (com uma leve risada): hm…hm Libere o que está em você e eu direi o porquê. Não se contenha, tem minha permissão, Syter.

    Syter (apertando o orbe com toda a sua força, com a voz grave e alta, em um tom de sussurro): ELES, ESSES DOIS… ESSES DOIS… ELES… ELES… (respirando profundamente) Esses dois… eles… (lacrimejando, com falhas na voz) Eles TIRARAM ela de mim. Eles ACABARAM com a VIDA DELA! (Sentindo um gelar na mão que segurava o orbe) Eles tiraram minha irmã de mim… (chorando, limpando as lágrimas em seguida) Ela… se… foi…

    Arridar (notando tremores em Syter): Continue. Libere TUDO que está em você.

    Syter (com um tom de voz mais grosso e animalesco): Aqueles vermes… eu quero eles mortos! Seu sangue espalhado por todos os lados! Eles mataram minha irmã, então eu retribuirei! Eu farei eles implorarem por perdão enquanto corto parte por parte de cada um deles. Eu farei eles entenderem a gravidade do que fizeram, com cada dor em seus corações vazios. (Com os olhos pretos de vazio) Não chorarei mais, pois não tenho um ombro para chorar.
    Não me entristecerei mais, pois não terei uma voz para me fazer sorrir com cada piada sua. Agora… (ficando em silêncio e retornando à fala) só me restará essa raiva que ninguém poderá mais acalmar.

    Arridar (tocando a testa de Syter): Compreendo…

    Syter larga a pedra no mesmo instante. Seus olhos amarelos voltam a brilhar, e ele cai no chão.

    Arridar (pegando o orbe do chão e o observando): Hmmmm… (olhando para Syter) Sua raiva é grande, isso não dá pra negar. Mas o brilho deles a ofuscará. Eu vejo tudo.
    Eu vejo seu fim. Eu vejo seu destino sendo selado como o dela.
    E eu vejo eles ficando mais fortes. (Segurando Syter pela cabeça, levantando-o e encarando-o) Se você enfrentá-los desse jeito, apenas os deixará mais fortes do que já são. Você está caminhando para a morte, Syter.
    Então me diga: o que vai fazer agora com essa informação? Vai continuar como um tolo até sua morte?

    Syter (ofegante e fraco): Eu… eu sou fraco? Eu… eu não posso vingá-la? Por quê…?
    (Com as lágrimas escorrendo) Por quê…?
    Eu sou fraco…

    Arridar (sorrindo levemente): Não, Syter… você não é fraco. Eles é que são fortes demais. Não só pela força, mas por algo que você não tem.
    Eles podem ser cruéis.
    E você apenas almeja isso.
    Você sabe disso.
    Está expressando seus sentimentos, sua dor e sua raiva.
    Mas você quer que alguém te acalme, quer que alguém o freie, que alguém o impeça de fazer uma idiotice.
    Por isso você é fraco, Syter.
    Então me responda: o que vai fazer quanto a isso?

    Syter é abalado pelas palavras de Arridar e não consegue responder. Uma sonolência extrema o invade, e ele adormece.
    Arridar o deita no tapete e coloca uma almofada sob sua cabeça.

    Arridar sai da tenda, olha para o alto, para o sol, e coloca o orbe sobre os olhos.

    Arridar (levemente surpreso): Que estranho… por que não estou congelando?

    Fora do Abismo – Em uma floresta densa — onde Ráy se encontrava

    Perto de um pântano, havia uma cabana.
    Ela era velha, caindo aos pedaços.
    A madeira estava úmida, podre e cheia de buracos.
    A única coisa intacta era a porta: uma madeira simples e bonita, que parecia ter sido recém-feita.
    Ela era decorada com uma espiral que partia de seu centro.

    Ráy bateu na porta, mas ninguém atendeu.
    Insistiu… novamente, sem resposta.

    Ráy (batendo novamente na porta): Eu sei que está aí!
    Eu consigo sentir você! Por favor! (gritando) Abra essa maldita porta!

    ??? (gargalhando tenebrosamente): Hihiahhahhahhah…
    E acha que gritando assim eu irei abrir?
    Mas… eu te darei uma chance.
    Diga as palavras mágicas… e eu abro.

    Ráy (gritando novamente): Eu não tenho tempo pra esses jogos! Vamos!
    Abra! Por favor!

    ??? (gargalhando lancinantemente): Huhuahahahhaa!
    Você errou.
    Tem mais uma tentativa…

    Ráy (respirando fundo): …Abra-cadabra?

    Sons de algo se destravando reverberam…
    E então a porta se abre.


    Estou com tanto sono?

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