Índice de Capítulo

    Achou que essa semana não teria cap HM nem preciso dizer que achou errado otário
    Porém o cap dessa semana atrasou deveria ter saído entre quarta e sexta porém meu aparelho de vigia havia quebrado mas ele já está bom então vai ter cap sim HiHi

        Catedral

    Deylan encontrava-se no chão, estendido sobre as pedras frias da catedral. Estava ferido não só no corpo — cortes profundos, respiração ofegante e o gosto de sangue na boca — mas também ferido por dentro; algo nele doía como se um punhal tivesse atravessado memórias e esperanças. Havia uma sede primitiva nele — sede de sangue e de vingança — que ardia nas veias. Ainda assim, havia uma coisa que permanecia intacta, um fio de aço na tempestade: sua mente. Que agora era a única ancoragem real, a única percepção lúcida que o segurava. Ela se mantinha de pé, clara e cruel, lembrando-o da sua fraqueza. Ele sabia que era fraco, sabia que sem Meiy ao seu lado tudo se tornava mais difícil. Sem Meiy ele estava reduzido, e a visão dessa realidade batiam nele com força. Neste momento ele estava só, só com a sua mente

    Deylan (respirando profundamente): Haa… é isso. Ela está morta.


    Deylan (em seus pensamentos): Não tenho tempo para sofrer com isso. Devo aproveitar para sair daqui agora, enquanto ele está distraído.

    Enquanto Deylan rodopiava mentalmente entre choque e cálculo, Syter permanecia ajoelhado ao lado do cadáver de Meiy. A cena era grotesca: a lâmina ainda brilhava com um brilho escarlate sob a luz filtrada dos vitrais; gotas miúdas caíam como se o tempo tivesse perdido o compasso. Syter desabafava frente ao cadáver de Meiy.

    Syter (agachado e encarando a lâmina ensanguentada de sua espada): Há tempos eu diria que sinto muito. (olhando para o corpo de Meiy) Talvez você se pergunte — ou melhor, esteja se perguntando — por quê? Não ataquei vocês mais cedo em Arridar, por exemplo. Por que esperei aqui por vocês? Acho que você já entendeu da pior forma: que esta catedral, na verdade, é uma prisão de almas.

    Eu quis garantir que vocês sofreriam mesmo após a morte. Afinal, a morte não é a punição; o que determina isso é o que vem depois dela.

    As palavras de Syter ecoavam pelo vão central, ricocheteando nas colunas e voltando em murmúrios. Havia uma convicção fria em seu tom, uma satisfação sombria que não tentava esconder. Deylan ouviu, mas não deixou que a fúria o dominasse; precisava pensar — como um predador ferido que sabe que a sobrevivência exige astúcia, não apenas fúria. Ele passou a concentrar-se em algo que poderia ajudá-lo a escapar daquela armadilha: vasculhar o próprio tormento e converter aquilo em ferramenta. Cada memória dolorosa, cada trauma, cada punhado de desespero — tudo poderia virar combustível.

    Deylan (em seus pensamentos): Antes de fugir preciso saber se consigo vencê-lo. Preciso capturar seus atributos sem que ele perceba e guardá-los em minha mente como uma cópia dele. Hmmmm… acho que sei como fazer. Espero que funcione.

    Deylan concentrou-se e focou no olho direito; nele começo a surgir uma lente, uma lente indetectável.

    Deylan (em seus pensamentos): Consegui. Consigo criar não só entre minhas mãos; com isso poderei analisá-lo e imprimir um registro mental de suas capacidades.

    Ao encarar Syter com aquela lente psíquica, Deylan começou a imprimir uma cópia das características do oponente em sua mente — movimentos, instintos, a cadência dos ataques. A impressão apareceu nítida, quase palpável. Porém, no momento em que a cópia se formava, Deylan sentiu uma pontada aguda na mente, uma faísca de dor que vinha do fundo do peito.

    Deylan (sentindo uma leve dor na mente): Ah… ah, o que foi isso? O quê— meu tormento!

    Quando Deylan criou a lente, não percebeu que seu tormento havia sido gasto, porque foi apenas uma mísera parte. Porém, ao usar a lente para imprimir as informações de Syter em sua mente, uma parte considerável do seu tormento foi consumida..

    Deylan (meio atordoado): Ah… o que raios aconteceu? Tsc, que se dane. Não tenho tempo para isso; preciso me apressar.

    Respirando com dificuldade, Deylan concentrou-se novamente. Com a mão, projetou algo que lembrava uma caneta retrátil gastando quase nada de seu tormento que em vez de um botão para trazer a ponta…

    Deylan (com o dispositivo na mão): Agora só me falta algo. Acho que… (olhando o dispositivo) isso só vai me tirar tormento ao realizar sua função. Espero ter o suficiente. Falta uma última coisa. Meiy, lamento ter deixado você ir assim. Eu vou vingar-te, eu prometo.

    Ele largou o dispositivo e colocou a mão no chão da catedral; desta vez, boa parte do seu tormento foi usada, e uma marca — um quadrado verde luminescente — surgiu no chão, com uma roda de escritas desconhecidas ao redor.

    Deylan (segurando o dispositivo): Feito. Agora só…

    Foi quando a lâmina encostou em seu pescoço, trazendo o frio cortante da morte próxima. O aroma de metal quente e resina que emanava da espada fez com que a respiração de Deylan travasse por um segundo.

    Syter (erguendo a espada): Agora é só isso? Sabe, me surpreende você — achar que eu não notei seus movimentos.

    Mas naquela mesma hora, a atenção de Syter foi desviada. Duas presenças se materializaram nas sombras da catedral — presenças familiares, energias com as quais ele já havia cruzado antes. Synark e Sylah surgiram com passos determinados.

    Syter (observando os dois): Com—

    “O que você fez com o nosso irmão?”

    Sem hesitar, Synark e Sylah investiram contra Syter: Synark movimentava adagas com agilidade felina; Sylah brandia o bastão com firmeza e graça. Para surpresa dos dois, o avanço encontrou resistência; Syter os conteve com facilidade, como se tivesse previsibilidade nos gestos deles. Então, o som seco de metal ecoou: CLICK CLICK. Syter olhou para baixo e seus olhos encontraram Deylan, junto ao corpo de Meiy. Num reflexo violento, ele empurrou os irmãos para trás e desceu a lâmina com toda a força — mas cortou apenas o vento. A presença de Deylan e do corpo havia desaparecido como fumaça,

    Syter (rosnando e gritando): Argh! Argh! Ahhhhh… ahhhhh…

    Ele virou-se para os irmãos, olhos brilhando de acusação, e partiu contra eles com as mãos nuas. Num movimento brutal, agarrou os pescoços de Synark e Sylah, aproximando-os com força.

    Syter (encarando-os, furioso): A culpa é toda vossa. Ela não terá descanso por culpa vossa.


    Sono

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