Capítulo 026 - Vitórias noturnas!
Capítulo 026 – Vitórias noturnas!
As últimas carruagens dos mercadores se retiravam do grande reino, sumindo gradativamente enquanto encontravam seus rumos nas estradas. O vento tremulou no alto das muralhas as bandeiras do Clã Alvorada e a bandeira do grande reino.
— O corpo de Phellege foi levado diretamente para o Mausoléu, Kassandra disse algo enquanto voltávamos?
A mulher loira andava logo atrás do rei, ela estava brincando com o próprio cabelo, volta e meia fitava o monarca com ingenuidade.
— Sim. — Ayel era seco e direto, isso fez a sua aliada abaixar a cabeça, assim que o monarca percebera. Voltou a falar. — Ela mencionou que tinha um desejo que ia além da necromancia convencional, ela olhava para o seu aluno e não desejava reerguê-lo como um mero zumbi, ela queria reanimá-lo, entregando novamente consciência e raciocínio.
— Uma nova vida?
— Mais ou menos o que pensei também, mas não ousei perguntar, não são meus assuntos.
Ecoava singelamente o som das botas que batiam forte contra as trilhas de pedra, o sol despedia-se à medida que desaparecia entre as colinas no horizonte.
Rumores espalharam-se pelas esquinas e atingiram as janelas, as portas e os ouvidos dos mais atentos, diziam que o rei havia conseguido sair vitorioso contra os goblins do bosque-sul.
O fim da tarde iluminou com um dourado que contrastava positivamente nas ruas que direcionavam até o castelo. As enormes portas de madeira rangiam suavemente quando abertas pelos guardas.
Ayel e Yelena haviam alcançado, finalmente, os guerreiros que seguiam a sentinela pararam no campo de treinamento e Amelie já estava a caminho de Nox.
— Meu rei sabe que não acabou.
A moça dizia com um tom bem baixo, como se não quisesse que o monarca escutasse, ele andava na frente. Virou-se quando ela terminara a frase.
— Sobre os golbins? Claro que eu sei.
Os dois conseguiram conversar, mesmo que apenas por olhares, ambos haviam lido de cabo a rabo o relatório que o Bruxo Negro havia pegado com o Aldmond.
A quantia de goblins que eles trombaram quando chegaram na clareira parecia mais uma pequena fração dos monstros que existiam no relato do jovem relicário, era uma diferença absurda.
Logo, o grande exército verde ainda estava escondido no emaranhado das folhas densas.
— E como vossa majestade planeja contornar isso?
Ayel mexeu na sua cinta de couro, apertando-a. O som rígido do tecido curtido fora alto, ele então virou-se e voltou a caminhar, proferindo para a sua sentinela:
— Com a abertura que criamos com os lenhadores, temos uma enorme vantagem, podemos volta e meia adentrar lá com um grupo e sermos “emboscados” — Ele fizera aspas com as mãos enquanto dizia.
— Bom… Isso sim… — assentiu a líder da guarda.
Embora ela pensasse que as soluções não pareciam ser tão simples e a visão do seu rei fosse limitada por ser um bárbaro, ela estava longe de duvidar da sua capacidade de aniquilar tamanha ameaça.
— E também, não duvido que os goblins tenham se sentido ofendidos.
— Ofendidos? — indagou Yelena
— Bom, assassinamos cruelmente uma parte deles, aposto que em algum momento encontrarão todos aqueles cadáveres. Virá uma represália fortíssima.
Ayel percebera a expressão de confusão da sentinela, e realmente: muitos visualizam os goblins como seres completamente irracionais, eles podem não ter a mesma inteligência que um humano, mas eles ainda eram tribais, e disso, Alvorada entendia.
— Não se preocupe, Yelena. Quando acontecer, você verá. — Ayel sorriu.
A sombra dos dois projetava-se sobre o pátio ladrilhado, observavam os criados do castelo se apressarem o máximo que poderiam para realizar as últimas tarefas do dia: carregavam lenhas e mantimentos antes que a noite envolvesse todos ali. Paravam unicamente para saudar o seu rei e a líder da guarda real.
— Em uma investida futura, iremos todos de novo?
— Não sei. — O rei respondia sem virar o seu rosto para a mulher. — Existem diversos aventureiros afiliados nas guildas, eu gostaria de explorar o potencial daqueles que me seguem, já que todos estão anexados.
— Claude, Kord e você são um trio combatente tão poderoso, teria coragem de impedir futuros grandes feitos vindo desse grupo? — Yelena defendia os seus subalternos.
O monarca olhava para o céu, percebendo como ele mudava rapidamente. Ele diminuía gradualmente seus passos até estagnar no meio do caminho para o grande portão da entrada.
O laranja profundo que o guiava sob a cabeça quando havia pisado em Sihêon havia transmutado para um azul tão profundo e escuro.
Maravilhava-se com as estrelas que surgiam discretas no meio das torres, ele amava ver o começo da noite com Aiden e Alicia.
— Eu não quero um reino dependente de uma porção minúscula de campeões, Yelena. Quero um exército de membros extraordinários.
Um grasnado distante assustou aqueles que conseguiram escutar, vindo de longe como se fosse um presságio da escuridão. Um corvo passara pelo alto e pairou perto de uma das atalaias do castelo, observava tudo com seus olhos completamente obscuros.
Yelena observava bem, diversos criados começavam a andar com tocha que acendia todas as lamparinas dos corredores, dos salões.
Diversas sombras começavam a surgir enquanto tudo era iluminado com o fogo trêmulo.
Ela sentia a brisa do crepúsculo, não apenas ela, mas todos que ainda não haviam adentrado. Os guardas ajeitavam seus mantos, buscando evitar o incômodo.
Com os dois passando para o interior do grandioso castelo, os portões fecharam-se, gerando um som alto do impacto e das correntes na parede fria.
— Devo voltar a conversar com o Bruxo Negro, ele, na verdade, me sugeriu em fazer uma pequena reunião. Acredito que, com todas as guildas sob meu comando… Eu possa finalmente criar um conselho.
“Um conselho melhor que aqueles nobres filhos da puta.”
O monarca pensou.
— É uma ótima ideia, meu rei. Sabe que estarei lá.
As enormes janelas que surgiam conforme eles passavam agora refletiam um céu noturno, límpido e calmo. Revelava uma escuridão tão crescente, mas acolhedora ao mesmo tempo. Preenchia os olhos de quem observava com o sono.
— Hoje à noite parece que será bem gélida. — Ela tentava voltar a ter alguma interação, ela não conseguia pensar em mais nada, além de cogitar os planos de Ayel para o futuro. Era uma nebulosa.
Espalhou-se pelo ambiente um odor de cera derretida, principalmente conforme os candelabros começavam a ser acessos ao longo de todo o perímetro do lar do ruivo.
— Deveras. — Direto e seco.
Uma tristeza se aprofundava no peito da mulher de forma que ela sequer conseguia continuar seguindo o seu rei, ela ansiava acima de tudo compreender o que passava na cabeça do bárbaro, no que ele pensava.
Principalmente se gostava dela, mas ele claramente estava mais comunicativo quando estava com Kassandra ou Amelie.
Ela cogitou se havia deixado de ser interessante para o Alvorada.
Quando eles chegaram na porta de um dos aposentos, pois cada noite o rei escolhia um diferente para dormir, ele virou-se em direção à sentinela, a encarou por um certo tempo. Isso a deixou envergonhada, não demorou muito para corar.
A madeira escura e calmamente talhada da porta era refletida nas sombras diante das velas que acompanhavam aqueles que desejavam passear pelos corredores noturnos.
A mulher gritava internamente para que algo fosse dito, pois ela mesma não teria capacidade.
O governante estava lembrando do desempenho dela, quando lutava com os goblins na manhã, mais cedo. Acima de tudo que poderia atrair Ayel, definitivamente, uma mulher forte vencia.
— Incrível o que fizera hoje. — Ele ainda não havia tirado sua visão daquele rosto angelical que se encontrava com ele naquele corredor.
— Meu rei… Eu… Obrigada.
— Mencionou que talvez a noite fosse gélida hoje, não acredito que deva se preocupar com isso se vier comigo.
Ele estendera a mão, Yelena ficara com as maçãs do rosto completamente avermelhadas em uma rosácea perceptível a milhas.
Ela augurava cogitar as intenções do ruivo que a desejava em expressões de pura lascívia. Bateria o pé se não recebesse resposta alguma, sua intimidade com Ayel permitia negá-lo fogo, ao menos funcionava assim em sua cabeça.
Os sons de agitação, portas batendo e janelas sendo movimentadas tornavam-se cada vez mais abafados, os murmúrios dos criados acalmavam, em um aconchego trazido pelo fim do dia. Pois retiravam para os seus aposentos.
Apenas um cômodo, o barulho passara a aumentar conforme a noite caia.
Ayel erguera Yelena com facilidade enquanto ofegante, a mulher o encarava com o olhar brilhoso. Ele a jogou na cama e, com voracidade começara a rasgar o seu vestido.
Em meio à cacofonia. A sentinela tentava vocalizar algum resquício de razão que poderia haver dentro de si, mas acabou descartando todas as ideias quando se viu faminta de desejo pelo tribal.
Aljavas, arcos, espadas e roupas foram arremessados em uma dança agressiva. No seu fim menos harmonioso, o bárbaro estava em cima da líder da guarda real, que, em meio a suspiros, suplicava para ser feita. Uma vez mais.
Quando Alvorada irrompeu, sentiu subitamente o interior caloroso da loira. Ambos foram embebidos por uma sensação tão inexplicável. Como se estivessem com sede por semanas e tomassem um gole da água mais pura do mundo.
E sem qualquer resistência dessa vez, agora que Yelena já havia sido deflorada. Por mais rápido e forte tenha sido o momento prorrompido, a arqueira ainda assim conseguiu estar escorregadia para o seu rei.
Como um animal, o bárbaro prosseguiu com velocidade, estocando agressivamente enquanto grunhia.
Sua mão esquerda segurava firmemente o seio aparente e farto da sua criada, enquanto sua mão direita subira o corpo até alcançar o pescoço da mulher, no qual apertou de forma que os gemidos se intensificaram para além dos corredores. Sufocados, entre os dedos do ruivo.
Um dia de vitória necessita de uma noite que o acompanhe.
Regras dos Comentários:
Para receber notificações por e-mail quando seu comentário for respondido, ative o sininho ao lado do botão de Publicar Comentário.