Capítulo 039 – O rei goblin!
Capítulo 039 – O rei goblin!
A quietude longínqua de Solomúrios havia designado diversos campos e galpões improvisados no norte do reino para garantir a segurança das mulheres, crianças, homens e idosos que não tinham a condição de lutar na linha de frente.
Em silêncio, todos, observando no horizonte a fumaça da guerra que subia negra em direção às nuvens do raiar de mais um dia.
“Por quanto tempo mais precisaremos viver assim?”
Os aldeões indagavam, o velho relicário tentava acalmar sempre que possível, mas de fato, por quanto tempo mais?
Diversas vidas precisaram ser paradas para que o mal maior pudesse ser erradicado no sul. Ainda assim, era tão visível a tristeza que abatia nas famílias todas.
Alguns clérigos do templo constavam nesses enormes abrigos. O conselho dos nobres se mobilizaram com a captação de impostos para garantir recursos suficientes para a manutenção dessas brigadas.
Sihêon era estupidamente extensa, levaria horas para que fosse alcançada de uma ponta à outra. O sul era uma incógnita, muitos transeuntes evitavam até mesmo olhar para aquela direção. Um único portão sendo atacado gerou uma pausa no reino na totalidade.
E o limbo de informações, ninguém sabia o que acontecia daqueles lados.
Ninguém tinha noção, o tilintar do aço era tão distante que parecia apenas um chiado fraco que viajava com o vento.
O estalar do fogo sob as madeiras parecia pequenos ecos perdidos no vazio.
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Não existe elegância na guerra, apenas miséria.
— Senhor Solomúrius, nosso estoque acabará em breve.
Nael aparecera, encarava o senhor relicário com uma certa preocupação.
Aquele homem era um pau para toda a obra no reino, conhecido como um mercenário, embora formalmente tenha treinado para ser um guerreiro, nunca fora tão disciplinado a ponto de estar na linha de frente da guarda real, tal como Claude e Kord. Nael sonhava bem mais baixo, fazia pequenos trabalhos, por vezes como um mero capataz.
Seu rosto simples e cabelos médios divididos no meio salientavam um rosto de quem vivera bastante, não era nenhum jovem. Mas ainda estava na ativa.
— Sinto que uma caravana do conselho dos nobres virá em algumas horas. O próprio senhor Belomonte me enviou uma carta com esses dizeres. — O velho encarava a janela, buscava ver algo que o horizonte não conseguisse esconder.
— Mais que isso, os abrigados se sentem presos, presos no seu próprio reino.
— Eu entendo, Nael… Mas isso irá acabar. — A voz do patriarca do laboratório das maravilhas parecia trêmula, devida à sua idade — Sei que vai.
Longe dos refugiados, um grupo de aventureiros encarava firmemente a nova horda de inimigos, os monstros verdes estavam ao redor do seu líder.
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— Vamos dividir a liderança.
O tribal encarava os lados onde estavam Claude e Kord.
— Somos as três maiores espadas do reino, cada um liderará um esquadrão.
A voz do Alvorada se fazia ouvir, nem mesmo os goblins grunhiram como sempre faziam, aguardavam as ordens do rei goblin, que por sua vez, aguardava o correr da luta vinda do bárbaro.
— Kord, você liderará o esquadrão que vai ficar à esquerda da praça, resgatarão os feridos e aniquilarão os monstros fugitivos. — O rei esclarecia o plano sem tirar os olhos do esverdeado adornado em ouro.
— Sim, alteza. — O Lâmina-fria concordara, andando devagar para o local indicado.
Junto dele, aceitando o seu comando, seguiu Aldmond e os relicários, Kassandra e parte dos seus zumbis e Lavish com alguns algozes.
Observando a gravidade da situação, Celérius encaminhou-se para a esquerda junto do guerreiro, preferiu manter parte dos clérigos onde estava, para receber as próximas ordens.
— Claude… — Ayel esperara Kord se afastar completamente para continuar a ordem. — Já você, liderará o esquadrão que vai ficar à direita da praça, o principal objetivo de vocês vai ser tirar esses pequenos da cola do líder deles, unicamente.
— Seu desejo é uma ordem. — reverenciara Claude Hob.
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Junto do guerreiro do ébano seguiram Yelena com suas sentinelas, Lilian com o restante dos clérigos e Belle.
Andando devagar, os arcanos chegam até onde o rei estava, escutando parte do discurso, eles se dividem para garantir o sucesso das empreitadas. Alyssius encaminhava-se para o esquadrão de Claude com diversos arcanos, como Bruxo Negro, dirigiu-se para o esquadrão de Kord com outra parcela de alunos de Nox. Amelie ficara no centro.
O ruivo virou-se e observou aqueles que continuaram no meio com ele, não havia mais tropas de guardas reais, sentinelas, relicários, sacerdotes ou quaisquer outros fragmentos do exército, apenas aventureiros soltos.
Sozinhos.
Dalila, Mariane, Aaron, Victoria e Amelie, que haviam acabado de chegar.
Ayel bufou, compreendendo que nem todos aqueles nos quais ele estava batendo o olho nesse momento estariam respirando no fim do dia.
Mas algo precisava ser feito, o mal precisava ser erradicado.
Então, ele voltou sua atenção para o rei goblin, finalizando seu discurso em uma altura que saberia que os aventureiros solitários conseguiriam compreender:
— Seremos o esquadrão do centro da praça. — Ele aponta a espada para o líder inimigo. — Conseguem vê-lo? Nosso objetivo é acabar com o rei deles!
A grande guerra no portão sul, uma vez que soava caótica e incerta, assumia uma nova dimensão. Muito mais sinistra.
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O rei goblin estava no comando, a humanidade enfrentava um adversário que parecia formidável. Todos os arcanos conseguiram sentir um calor anormal, como um mana sendo queimado. Seus alertas correram os ventos como gritos sob o aspecto mágico do esverdeado cheio dos ouros.
Kord corria ao lado de Lavish, ambos tinham uma destreza e eficiência praticamente implacáveis, o algoz derrubava os inimigos facilmente, embora estivesse visivelmente cansado e ainda ferido.
Um dos gobllins que tentava fugir encontrara o homem Solanki no caminho, tentando atacar com uma lança. O algoz segurara no ferimento por conta do ardor do movimento, não iria esquivar. Por sorte, Kord interceptou o golpe e finalizou o inimigo.
Nenhum dos dois podia se permitir errar, os feridos estavam aos montes naquela região e precisavam ser resgatados, eles impediam que a força goblin se instalasse naquele âmbito enquanto Bruxo Negro, Kassandra, Celérius e Aldmond começaram a fazer os resgates todos.
— Finalmente… O desfecho? — Aaron indagava enquanto limpava a sua lâmina, olhava para o lado e visualizava o esquadrão da esquerda, logo depois Mariane, calma.
— Já não bastava o exército todo… Agora temos isso? — Victoria andava entre o invocador e a paladina, se aproximando do rei.
Os olhos da mestra dos venenos carregavam um certo desespero, mas ela não desejava demonstrar isso na frente do tribal, então segurou até onde podia a sua emoção.
Ela respirou fundo, enquanto escutou o som pesado das botas de couro do Alvorada baterem ritmadas em direção à horda à frente.
Ayel correu, essa ação fora suficiente para atiçar os mais próximos do rei goblin, inclusive o mesmo, era o sinal de que a batalha havia começado verdadeiramente.
Ele liderava aquele pequeno grupo com uma ferocidade tal qual uma besta que estava enjaulada, e sua vontade fez valer. Quanto mais ele gritou pelo avanço da sua tropa, mais raiva aqueles que estavam ao seu redor sentiam. O mana vermelho fazia a sua função, compartilhando a vontade de sangue do seu usuário para todos os que conseguiam escutar os grunhidos eufóricos do bárbaro.
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A tropa da direita!
Claude liderava esse esquadrão com uma frieza estratégica potente. Claro que volta e meia buscava o rosto de Yelena como se ela pudesse aprovar ou rejeitar o que fosse proposto, mas ela confiava no guerreiro que ela tinha. Abaixara a cabeça como uma subalterna.
A tropa chocou-se com os goblins, machados abriam caminho em meio à horda, por mais que a pressão dos monstros fosse sufocante.
Um susto, deveras. Implicando que talvez os goblins não pudessem compreender o idioma comum e entender o plano que havia sido arquitetado embaixo dos seus narizes. Ficaram dispersos para conseguir proteger o rei verde do Claude e o resto dos membros.
— Abram o caminho para o nosso rei! — Hob exclamava com todo o pulmão.
No esquadrão do centro, Amelie mantinha-se próxima, usando magias elementares para impedir que algum goblin atingisse Ayel na corrida dele até o rei inimigo. No esquadrão da direita, logo, Alyssius não poupava esforços. Conjurava chamas que queimavam fileiras inteiras de inimigos. A exaustão já estava evidente em seus olhos, por mais que ele ofegasse, não poderia parar agora.
Victoria e Mariane lutavam lado a lado. Quando uma estava ágil e precisa com suas adagas, a segunda era direta e letal com sua espada bastarda. O que gerava um contraste enorme, tal qual ela tinha com Belle. Victoria conseguia brilhar muito quando tinha uma dupla consigo.
Do outro lado, Belle continuara aquela mesma dançarina mortal. Trafegando e cortando com suas foices curtas, no entanto, quando começara a acumular inimigos próximos a ela, a líder do covil do escorpião se sentiu perdida. Quando achou que fosse falecer. Yelena e as suas sentinelas surgiram em alvoroços de flechas que abriram espaço ao redor.
Nada no caminho.
Apenas um rei esverdeado que puxara um cetro de ouro.
E um rei adornado em couro que erguia a espada.
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O líder inimigo não era apenas imponente, essa energia ressoava quase que sobrenaturalmente. Ele encarava os humanos como brinquedo. Encarou Alvorada com desdém.
Observava-os, com um sorriso cruel. Em puro deleite.
Até que da ponta do cetro do rei goblin, crescia e florescia uma pequena orbe dourada que metamorfoseou-se em uma esfera energética que fora disparada em altíssima velocidade até o peito de Ayel.
O choque seria eminente.
E todos os alunos e professores de Nox que presenciaram tamanho acontecimento, pensaram apenas uma única coisa:
“O goblin é um arcano!”
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