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    Capítulo 080 – ‎A quente pele pálida!

    A água estava morna, mas ainda subia o vapor. A loira já havia acabado o seu banho, mas continuava aproveitando o calor e o relaxamento.

    Ela mesma não havia tirado um tempo para poder descansar desde que havia assumido a guarda real. O peso de ter falhado com Aiden talvez tenha reverberado negativamente no que ela acreditava ser a sua capacidade. Ela decidiu dar essa folga.

    Principalmente após ter sobrevivido ao lado de Badaboom um desafio quase lendário.

    Volta e meia, ela encarava discretamente o bárbaro, que ainda olhava profundamente nos seus olhos claros, ele ainda conversava sobre o problema com a necromante.

    — Eu não irei enfrentá-la como um tolo… Antes de mais nada, acredito que seja interessante enviar alguns batedores para me trazer notícias de como está o estado dela.

    — Se o senhor permitir… Posso eu mesma delegar alguém para esse feito.

    — Ótimo… Depois, acredito que irei convocar a necromante diante de todo o trono, sem nenhum segredo, mas na presença dos líderes de todas as guildas e do conselho dos nobres.

    Yelena não conseguiu esconder a sua surpresa, virando-se lentamente para encarar o homem nos olhos, que transbordava uma determinação que era assustadora.

    Alvorada encarava a sua subalterna de cima, era como se o seu desejo estivesse sendo substituído pela satisfação da sua demonstração de poder, o homem parecia exalar uma aura avermelhada que intimidava a moça da pele pálida.

    — Vai utilizar até mesmo o conselho dos nobres? O que planeja, majestade? — indagou a sentinela.

    — Quero que o reino todo esteja ciente da resposta dela diante da minha convocação, se ela comparecer… Então eu obrigarei ela a provar que domina completamente a orbe. Se ela não comparecer, vai ter cavado sua própria cova.

    Ayel não visualizava Kassandra como uma inimiga, ele não partiria para cima dela tal qual fez com o pirata Less, muito pelo contrário, o imperador acreditava fielmente que a necromante tanto compareceria, quanto conseguiria dominar a orbe na frente de todos.

    A mulher assentiu levemente com a cabeça, mergulhara as mãos na água quente, estava pensativa, voltando a ficar de costas para o ruivo.

    — Obrigar a necromante a exibir seus dons diante de todos… Não seria perigoso?

    Ela estava correta, parcialmente.

    Muito se devia ao preconceito com os necromantes, que desde que Ayel assumiu o poder, havia diminuído.

    Mas não cessado.

    O tribal ergueu-se da cama, então.

    Lentamente aproximava-se da banheira, sua sombra estava sendo recortada pela luz das tochas do quarto, dividida entre o chão e a parede ao lado.

    — Tudo que diz respeito a governar é perigoso, Yelena. Um imperador não pode recuar diante do risco… Ele deve moldá-lo ao seu favor.

    O homem colocara a mão na borda da larga bacia de madeira, deslizando como se fosse tocar na sentinela, que estava com uma respiração ofegante esperando o toque áspero do seu homem.

    — Se ela mostrar capaz… Vai manter o equilíbrio em meu nome, se ela falhar… Então, vai ser a desculpa perfeita para eu utilizar a opressão em cima dela e da sua guilda.

    Ayel retira a mão antes que ela tivesse alcançado Yelena, deixando-a em uma ansiedade de ser finalmente acariciada. Ele mantinha o timbre forte da sua voz:

    — Eu a esmagaria sem contestação, nem do conselho, nem dos outros líderes.

    O ruivo parara a poucos passos dela, os seus olhos percorriam a pele úmida e pálida da sua general, a tensão no ar era tão densa que parecia se camuflar no vapor que envolvia ambos.

    — Se for necessário… — ele continuara — Não hesitarei em retirar a orbe da posse de Kassandra, mas eu não faria isso pelas minhas próprias mãos.

    — E como seria feito? — A moça ergueu um olhar doce, encarando o homem sobre o seu ombro.

    O tribal mordeu o lábio inferior, não era somente por conta da visão inocente da sentinela em si, mas pela satisfação de estar arquitetando um jogo em que ele só teria vitórias, independente do resultado.

    — Os arcanos estarão presentes. A própria assembleia será uma armadilha… Se Kassandra recusar-se a entregar o artefato, ou caso decida se corromper diante de todos nós, eu não precisarei levantar a espada, visto que a morta-viva seria destruída pela sua própria ambição.

    Alvorada lembrava-se muito bem da forma como Bruxo Negro agiu conforme as atualizações recentes da orbe, ele via como uma ameaça, com o aval da coroa, Nox Arcana poderia facilmente erradicar esse poder maligno.

    — Ayel Alvorada permaneceria como aquele que garantiu a ordem. — O imperador finalizara.

    O silêncio havia retornado, destruído momentaneamente apenas com o som da água lentamente escorrendo.

    Yelena suspirou, erguera seus olhos firmes nos olhos do seu imperador.

    — Confesso que é uma estratégia muito astuta… Mas, chegou a pensar caso a senhorita Kassandra consiga surpreender todos… Ou você? Controlando totalmente a orbe.

    — Então, minha querida Yelena, eu transformarei uma até então ameaça em uma das minhas aliadas mais valiosas. Compreende não haver situações negativas para o reino?

    Ayel sorriu.

    E naquele momento, enquanto o vapor erguia-se como um véu entre os dois presentes, a sentinela finalmente compreendia.

    “Ayel não é apenas um bárbaro qualquer… Sua força é considerável, mas não apenas isso pelo qual ele deve ser reconhecido… Esse homem é um jogador, um monarca-nato.”

    Ela pensava enquanto ainda o observava lá, parado, encarando-a de cima com aquelas feições firmes. Ele estava completamente orgulhoso do que havia dito.

    O borbulhar da água quente e o estalar das tochas preenchiam o vazio das falas, mas adornavam o turbilhão de pensamentos.

    Ela ainda o encarava, imóvel na banheira. Seus lábios entreabriram em uma respiração lenta, escapava fortemente, em uma emoção ardente.

    — Majestade… — Yelena murmurara. — A cada dia descubro algo novo sobre o senhor que o enaltece…

    Ela estava completamente inebriada, não sabia dizer se o seu rosto esquentava devido ao calor do local ou por conta do rubor crescente.

    — Dizem que bárbaros governam apenas com a espada, mas você… Você é mais que um conquistador… Você…

    Ela ergueu-se lentamente da água, permitindo que seus ombros úmidos brilhassem com o fogo que vinha das paredes, seus olhos encontravam os olhos do bárbaro.

    Ambos se admiravam.

    Ela erguera sua perna, saindo lentamente da banheira, andando em direção ao homem que permanecia em silêncio.

    — A minha lealdade já era sua, como sua sentinela, sua general, sua protetora… Mas agora…

    — Yelena…

    O coração do imperador bater mais forte, surgiu um sorriso largo e verdadeiro em seu rosto. Seu semblante endurecido pelo peso do poder parecia suavizar conforme a loira se aproximava, e ele alcançava sua mão naquela pele macia.

    A sentinela, sem desviar os olhos dele, também sorrira suavemente. Naquele instante, entre o vapor e a água, os dois caíram em um longo e úmido beijo.

    Tanto o bárbaro quanto sua general começaram a despir o couro que embrulhava o ruivo, sem que as bocas se afastassem.

    O tribal bufava ofegante conforme seu coração disparava, a loira liberava agudos cacófatos de luxúria, não se sentindo satisfeita enquanto não tivesse retirado todas as vestes do homem.

    Quando nu, ela o puxou, segurando seus largos ombros, de volta para a banheira de madeira.

    Não que ambos pudessem ficar confortáveis na mesma, mas ela girava delicadamente o homem para que seu imperador se acomodasse primeiro, e ela ficasse em cima.

    O volume da água subira a ponto de começar a vazar para todos os lados do aposento, em meio aos beijos desesperados e às mãos ásperas do Alvorada passeando pelas curvas da sentinela.

    Fazia tanto tempo que não se viam, a ansiedade controlava a ação dos dois, estavam afoitos para poder finalmente sentir-se uma vez mais.

    Em cima do tribal, enquanto o beijava, Yelena ergueu-se levemente e descera sua mão para auxiliar a penetração.

    No início, a água da banheira parecia agir como um obstáculo, obstaculizava que os movimentos fossem fluidos, impedia que eles ficassem lubrificados.

    Conforme Yelena manejava seus movimentos, que batiam na água com o som dos impactos, a sentinela começara a sentir que estava finalmente deslizando sobre o tribal, vencendo o atrito.

    Ayel laçou-a com o braço e segurou um punhado do cabelo da sua sentinela, puxando para baixo, fazendo com que ela olhasse para cima, mordendo em seguida o pescoço pálido com voracidade.

    Os gemidos transpassavam o cômodo, trafegavam pelos corredores vazios, a sentinela mordiscava levemente o seu lábio enquanto Ayel a explorava completamente.

    Enquanto o ritmo aumentava ferozmente, Yelena sentia a empolgação do tribal em cada um dos pelos em seu corpo que arrepiava.

    Voltaram a se entreolhar, em mais beijos sinceros, enquanto Ayel permanecia dentro daquela bela mulher, a língua de ambos parecia dançar na boca um do outro.

    Os corpos se batiam, espalhando a água, o ruivo tinha uma satisfação impar nos seus olhos, ele amava ver Yelena se entregar quando ele avançava, e ela estava completamente devota.

    Submissa às vontades do imperador.

    — Eu senti sua falta… — soltara Yelena entre seus gemidos lancinantes.

    O bárbaro segurou o rosto da sua subalterna, com força, mas ainda assim parecia agir com uma certa delicadeza, quase como se estivesse tentando medir a sua força para não feri-la.

    — Não ouse sumir de novo.

    Os olhos se refletiam de tão próximos, ambos arfavam desenfreadamente.

    — Serei sempre sua…

    Como se a frase de Yelena fosse o combustível suficiente para acender o que faltava na ira do ruivo, ao escutar, Ayel voltou a estocá-la, soltando seu rosto e segurando fortemente a sua cintura, controlando toda a situação.

    Yelena caira sobre um dos ombros do imperador, como se não tivesse sobrado força alguma para continuar com o corpo erguido, apoiou-se sobre o corpo quente e suado do tribal, mordia sua pele como se buscasse descarregar toda a energia que seu corpo estivesse recebendo.

    Uma recompensa pela morte do Roca? Talvez.

    Um ímpeto de poder?

    Os dois brincariam incessantemente pelo resto da noite.


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