Índice de Capítulo

    Olá, segue a Central de Ajuda ao Leitor Lendário, também conhecida como C.A.L.L! Aqui, deixarei registradas dicas para melhor entendimento da leitura: 

    Travessão ( — ), é a indicação de diálogos entre os personagens ou eles mesmos;
    Aspas com itálico ( “” ), indicam pensamentos do personagem central em seu POV;
    Aspas finas ( ‘’ ), servem para o entendimento de falas internas dentro da mente do personagem central do POV, mas não significa que é um pensamento dele mesmo;
    Itálico no texto, indica onomatopeias, palavras-chave para subverter um conceito, dentre outras possíveis utilidades;
    Colchetes ( [] ), serão utilizados para as mais diversas finalidades, seja no telefone, televisão, etc;
    Por fim, não esqueça, se divirta, seja feliz e que os mistérios lhe acompanhem!

    Era manhã.  

    Após a madrugada conturbada, tanto Leonard quanto Katherine permaneceram sentados lado a lado no sofá da sala, envoltos em um silêncio pesado.  

    “O que aconteceu afinal?”  

    A pergunta ecoava na mente de Leonard, mas ele sabia que não adiantava insistir. As respostas não viriam tão cedo, e aquela incerteza só aumentava o peso em seu peito.  

    O primeiro raio de sol atravessou as frestas das cortinas, iluminando partículas de poeira que dançavam no ar. Foi então que um rangido suave quebrou o silêncio — a porta do corredor se abriu, seguida por um bocejo prolongado.  

    — Huããã… — Liam tampou a boca com a mão, esfregando os olhos sonolentos. — Caramba, vocês dois já estão acordados.  

    Ele parou na entrada da sala, olhando para os dois com uma expressão confusa.  

    Leonard ergueu os olhos por um instante, mas logo os baixou novamente, como se evitar o contato pudesse adiar a inevitável conversa. Seus dedos tamborilaram levemente no joelho, um ritmo nervoso que denunciava a tensão contida. Katherine, por sua vez, apertou os braços contra o próprio corpo, os dedos cravando-se nas mangas do suéter como se tentasse se ancorar à realidade.  

    — Algo… aconteceu? — Liam franziu a testa, sentindo o clima carregado que pairava entre os dois.  

    — Sim — respondeu Katherine abruptamente. Seus lábios se curvaram num sorriso estranhamente sereno, quase deslocado. — A missão acabou.  

    “O quê?”

    A declaração ecoou na sala como um tiro. Leonard sentiu os músculos das costas enrijecerem. Ele se virou para olhar para Katherine, os olhos estreitados em uma mistura de incredulidade e alarme.  

    “Ela está falando sério?”

    O sorriso de Katherine permanecia intacto, mas havia algo de frágil em seus olhos – como se estivesse segurando as lágrimas por pura força de vontade.  

    — Acabou? — Liam repetiu, a voz saindo mais alta do que pretendia. — Como assim, acabou? Nós não tínhamos que derrotar o— 

    — Decidimos encerrar hoje — Katherine interrompeu, suave, mas também firme.  

    Leonard sentiu a garganta apertar. Ele abriu a boca para contestar, para questionar, para pedir que ela parasse de falar daquela maneira tão… precipitada? Mas as palavras morreram em seus lábios quando Katherine lançou-lhe um olhar rápido – um aviso silencioso.  

    “O que ela está fazendo?” pensou, com os nós dos dedos brancos de tanto se apertarem.  

    Liam olhava de um para o outro, a confusão se transformando em suspeita.  

    — Tem algo que vocês não estão me contando — ele disse, devagar.  

    Katherine respirou fundo. O sorriso finalmente desapareceu.  

    — Sim — ela admitiu. — Tem. Pode entrar, Cass e Claire.

    A porta se abriu com um rangido, revelando as figuras marcadas pela batalha. Cassiano, com sua imponência habitual levemente abalada por arranhões profundos nas mãos e um corte superficial na têmpora, apoiava Claire, cujo estado era visivelmente pior — hematomas roxos adornavam seu braço esquerdo, e ela mancava levemente, pressionando um lenço ensanguentado contra o lado direito do abdômen.

    — Uff… Finalmente acabou — Claire suspirou, tentando esticar os ombros com um movimento que terminou num estremecimento de dor. Seus dedos tremiam levemente ao tocar a área lesionada.

    “Não me digam que…”

    Leonard sentiu um frio percorrer sua espinha enquanto observava os ferimentos. 

    Seus olhos se encontraram com os de Katherine, buscando confirmação para a ideia absurda que acabara de surgir em sua mente. 

    O leve aceno de cabeça dela foi suficiente para fazer seu coração acelerar.

    — O Wendigo foi finalmente derrotado — Cassiano anunciou, deixando-se cair pesadamente na poltrona mais próxima. A madeira gemeu sob seu peso. Seus dedos manchados de sangue tamborilaram no braço da cadeira enquanto ele estudava as reações do grupo.

    Liam permaneceu paralisado, sua boca ligeiramente aberta. Seus olhos saltaram de Claire para Cassiano, depois para Katherine.

    — Vocês… vocês foram atrás dele sozinhos? — Sua voz saiu estrangulada pela incredulidade. — Depois de tudo que falamos? Depois de prometerem que…

    — Tivemos ajuda — Cassiano interrompeu, seu dedo indicando casualmente em direção a Claire. — E no final, valeu a pena. O monstro que assombrava esse vilarejo está finalmente morto.

    Claire soltou um riso cansado, que se transformou num acesso de tosse. Quando retirou a mão da boca, Leonard notou o brilho úmido de sangue em seus lábios.

    — Você deveria ter visto, Leonard — Claire murmurou entre respirações curtas, seu olhar brilhando com uma estranha mistura de dor e êxtase. — Foi… impressionante a batalha… A forma como ele se movia… como se antecipasse cada ataque…

    Seus dedos trêmulos se agarraram ao braço do sofá, deixando manchas vermelhas no tecido. Leonard notou como suas unhas estavam quebradas, os nós dos dedos inchados — sinais de uma luta desesperada.

    — Claire precisa de atendimento médico — Cassiano interrompeu bruscamente, seu olhar pesado fixo no lenço que continuava a absorver sangue fresco. Ele ergueu os olhos para Katherine, e quando falou novamente, havia uma ordem velada em suas palavras: — Cure-a, por favor, Katherine.

    O silêncio que se seguiu foi cortante. Liam observava a cena com os olhos arregalados, seu corpo tenso como um arco prestes a disparar. Leonard viu os músculos do rosto de Katherine se contraírem por um instante antes que ela assumisse uma expressão neutra.

    “Ela não quer fazer isso”, pensou Leonard. “Mas por quê?”

    Katherine ajoelhou-se diante de Claire com movimentos precisos, suas mãos pairando sobre o ferimento sem o tocar. Seus olhos se fecharam por um momento, e quando se abriram novamente, havia neles um brilho estranho – quase sobrenatural.

    — Isso vai doer — ela advertiu em voz baixa, quase um sussurro.

    Antes que Claire pudesse responder, as mãos de Katherine se fecharam sobre o ferimento. Um grito agudo ecoou pela sala, quando um brilho âmbar pulsou entre seus dedos. O cheiro de carne queimada e algo mais – algo elétrico, como o ar antes de uma tempestade — encheu o ambiente.

    Liam recuou, horrorizado. — O que diabos…?

    Leonard sentiu seu estômago embrulhar quando viu o tecido danificado se reconstituindo sob as mãos de Katherine, os vasos sanguíneos se reconectando como raízes ávidas. O processo levou menos de um minuto, mas pareceu uma eternidade.

    Quando Katherine finalmente recuou, exausta, o que restava era apenas uma cicatriz rosada em forma de estrela — e o olhar de Claire, agora livre da dor, mas cheio de algo que Leonard não conseguia nomear. Admiração? Temor? Ou algo mais perigoso?

    Cassiano sorriu, satisfeito. — Excelente. Agora podemos ir embora, não daremos explicações, sairemos quanto antes, estão dispensados.

    — Excelente. — Sua voz tinha aquele tom ligeiramente arrastado, como se já estivesse mentalmente a caminho do próximo objetivo. — Agora podemos ir embora. Não daremos explicações. Sairemos o quanto antes. Estão dispensados.  

    Leonard sentiu um calafrio percorrer sua espinha.  

    “É assim que termina?”

    Liam, ainda pálido, deu um passo à frente.  

    — Esperem! Vocês não podem simplesmente—  

    — Podemos, sim — Cassiano interrompeu, sem nem sequer olhar para trás. Já estava de costas, caminhando em direção à porta como se a conversa estivesse encerrada há horas.  

    Claire se levantou devagar, testando o corpo agora curado. Seus olhos encontraram os de Katherine por um instante — algo passou entre elas, um entendimento mudo — antes de seguir Cassiano.  

    Katherine hesitou. Seus dedos se apertaram em torno do próprio braço, como se tentasse se segurar no lugar.  

    — Katherine… — Leonard chamou, baixo.  

    Ela não respondeu. Apenas respirou fundo, endireitou os ombros e, sem olhar para trás, seguiu os outros.  

    Cada um, buscou as suas coisas e rapidamente as organizou, arrumando o veículo e por fim, todos, frente a porta já do lado de fora, viram uma última vez a casa. 

    — Foi definitivamente umas férias horrível — disse Claire, encostando a porta, não aguentando mais olhar para aquele lugar. — Vamos?

    “Tão… Fácil?”

    — Sim — respondeu Liam.

    Um por um, aos poucos, se viravam e iam para o carro, ficando finalmente apenas Leonard frente a porta, respirando ofegante, sentiu um descompasso, mas entendia que o momento havia chegado.

    A porta fez clique suave.  

    Ele a trancou, e escondeu a chave próxima da porta. Então, se virou e caminhou até o carro, onde todos o esperavam e seguiu em frente.

    Lá, o motor de um carro rugiu à vida.  

    E eles se foram.


     

    Olá a todos, eu sou o Gehrman, autor de As Sombras do Imperador e gostaria de começar com um pedido… Me desculpem. Estranho, não? Mas é a realidade. Finalizamos o primeiro volume e juntos, a própria obra de um jeito tão… merda. Eu me sinto um lixo, totalmente imbecil e ingênuo que estragou a própria obra. Almejei o ápice daquilo que poderia entregar, mas nada adiantou. 

    Novamente, peço desculpas. Essa história é especial a mim… Mas, me sinto tão incompetente em tê-lá estragado que sinto um singelo sentimento amargo na boca. 5 anos. 5 anos provavelmente, pensando nessa história que foram jogados fora. Acredito que o meu principal erro, acabe sendo a tentativa de criar uma “Obra Perfeita” em sua primeira escrita, gerando assim a frustração. Aprendi muito durante esses poucos meses escrevendo, me reinventei muitas vezes e percebi o quão incompetente eu estava sendo, com vocês e comigo. Como devem saber, eu havia diminuído muito o meu ritmo de escrita do mês retrasado para cá e isso não foi à toa. 

    Afinal, eu me perdi, não soube criar a tensão de cenas, não soube ministrar bem os acontecimentos, fiz algo extremamente chato e que não andava para frente na trama… Me culpo muito por isso. Espero um dia reescrever esse volume ou até continuar do 2 para frente em outra obra, mas agora, sinto que não deva nem tocar nessa obra. Isso é de fato engraçado, afinal, As Sombras do Imperador, estava indo tão bem… Nos tornamos a sexta obra (ou talvez já sejamos a quinta) com mais comentários entre as nacionais, ficamos quatro meses consecutivos no top 10 mensal e anual, mas de que adiantou? No fim, para um autor qualquer e estúpido fazer algo assim. 

    É triste, ver uma obra com tantas coisas pensadas, ter sido ofuscada pela prematuridade da escrita desse autor qualquer, mas esse é um fardo que, definitivamente, eu vou precisar carregar e aprendi com ele. Espero que me acompanhem em minhas futuras jornadas, mas se não forem, não há problemas, já que no fim, sequer posso passar algum tipo de credibilidade, haha. Bom, nos vemos em agosto, acredito. 

    Ah e sobre esse final, não era para ser assim… Foi o final mais merda, mas também o que menos eu conseguiria estragar… Originalmente era para acabar o arco de Eden Hollow na Grande Ceia, abordando temas extremamente sensíveis e até futuros traumas, mas, novamente, esse não é o meu trabalho ou foco. Para aqueles que me conhecem, sabem que eu, enquanto escritor, tradutor e pessoa, não escrevo por achar belo tais coisas e sim por… ver o mundo assim. O mundo é uma merda, muitas coisas que possam parecer apenas ficção, podem já ter ocorrido ou ainda vão acontecer no nosso mundo.

    Mas chega! Sim, definitivamente chega, não precisamos mais falar sobre isso, afinal, chegamos ao fim de ASDI! Acabou! Isso não é um aviso de hiato ou coisa do gênero, a história finalizou, todos estamos livres! Acredito que precisei dessa experiência para me conhecer melhor como indivíduo, espero que consigam tirar alguma lição, mas também não precisam tirar, afinal, a obra não teve o seu devido peso. 

    Últimas palavras?

    Saudades, despedidas e… adeus.

    Apoie-me

    Regras dos Comentários:

    • ‣ Seja respeitoso e gentil com os outros leitores.
    • ‣ Evite spoilers do capítulo ou da história.
    • ‣ Comentários ofensivos serão removidos.
    AVALIE ESTE CONTEÚDO
    Avaliação: 100% (4 votos)

    Nota