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    Lembrem-se de comentar… Isso ajuda muito e me motiva xd

    Ao chegarem, os três do banco de trás e Dante desceram do carro, juntando-se na calçada.

    — Me esperem aí! Só vou deixar o carro na locadora e já volto, não demora dois minutos. — Katherine anunciou com um tom que parecia casual, mas que, de alguma forma, fez Dante franzir o cenho, desconfiado.

    Leonard olhava ao redor, absorvendo o cenário. Comparado ao muquifo onde morava, aquele bairro parecia um pedaço do paraíso que os antigos descreviam nos livros.

    — Uau… — murmurou para si mesmo.

    Enquanto isso, Liam e Claire já estavam em outro universo, gravando um vídeo juntos, rindo e posando como se fossem astros de um reality show. Dante, por sua vez, havia retirado um relógio de bolso prateado e o fitava em silêncio, como se cada segundo ali fosse um erro de cálculo.

    Katherine logo reapareceu caminhando com a tranquilidade de quem realmente não demorou dois minutos, mas Dante a observava como se tivesse levado uma eternidade. Agora que Leonard a via melhor, notava que a mulher usava uma jaqueta jeans sobre uma camisa vermelha e calças igualmente jeans.

    — Bom, vamos entrar agora, pessoal? — Dante tomou a iniciativa, provavelmente para evitar mais distrações.

    — Vamos! — Claire e Liam responderam animados. 

    Leonard permaneceu quieto, enquanto Katherine apenas enfiava as mãos nos bolsos e arqueava as sobrancelhas.

    Os cinco avançaram até a grande porta da residência. O ar ao redor parecia eletrizado por expectativas, cada um imaginando o que os esperava do outro lado.

    Quando a porta se abriu…

    Enquanto isso, em uma praça de Mont Tremblant, James e Calli estavam ocupados de maneiras bem diferentes.

    James se divertia jogando neve para cima como uma criança hiperativa, enquanto Calli permanecia sentado, afundado na leitura de um livro de capa preta sem título.

    “Esse livro… Não faz sentido o Leo ter ignorado isso! Ele simplesmente deixou esse tesouro jogado por aí?”

    Era um épico antigo, repleto de lendas e figuras enigmáticas. Ele virou mais uma página e encontrou um trecho sobre Calius, o herói trágico que descobria ser tanto o salvador quanto o destruidor do mundo. Calli mal percebeu a sombra da bola de neve vindo em sua direção até que…

    Plof!

    O impacto foi certeiro, fazendo seu cabelo loiro se encher de flocos brancos. Virando-se com o instinto de um veterano de guerra, ele encontrou James do outro lado, ostentando um sorriso de pura malícia.

    — Você declarou guerra, pestinha!

    Jogando o livro de lado, Calli arregaçou as mangas e se levantou num movimento ágil, formando uma bola de neve com rapidez letal. O duelo começou. Bolas de neve voavam em todas as direções, e risadas ecoavam no ar gelado.

    Enquanto isso, uma rajada de vento passou e virou as páginas do livro deixado no banco. Ele se abriu na última folha. Desenhados em preto e branco, três olhos enfileirados fitavam o vazio. Ao redor, rabiscos irregulares cobriam o restante do texto, como se algo tivesse sido apagado ou escondido.

    Outra rajada de vento soprou, e o livro se fechou sozinho.

    De volta à casa, Leonard sentiu sua expectativa desabando no instante em que viu o interior do lugar.

    Ele esperava tecnologia avançada, telas brilhantes, talvez uma sala cheia de monitores piscando. Em vez disso, encontrou… um ambiente que mais parecia a casa da avó de alguém.

    Claire piscou, confusa. Então cruzou os braços.

    — Espera… Isso é uma piada, né?

    — Sejam bem-vindos à futura base do Pendular da Noite! — anunciou Katherine com um sorriso travesso.

    — Bonito… — Liam respondeu automaticamente, como se sua boca tivesse falado antes do cérebro processar o que via. Leonard apenas acenou em concordância, incapaz de formar uma opinião mais profunda diante do choque.

    — Mas… mas… Isso não se parece nada com uma base secreta! — Claire revirou os olhos.

    — Não somos uma organização convencional. — Dante interveio. — Pelo contrário, somos uma grande família. Cada membro do Pendular da Noite faz parte dessa grande rede.

    A energia do lugar era estranha. Leonard sentiu um arrepio, mas não de medo. Era uma tranquilidade quase absurda, como se o tempo ali fluísse diferente.

    — Podemos entrar logo? Não aguento mais ficar em pé. — resmungou Katherine, já passando pela porta sem esperar resposta.

    Dante a seguiu sem dizer nada, e os três novatos entraram por último.

    O interior era… aconchegante. Havia móveis de madeira bem polidos, cortinas que filtravam a luz do dia, um ambiente caloroso que não parecia combinar com a imagem de uma organização investigativa.

    Leonard focou sua atenção em um grande quadro pendurado na parede. No centro, sentado em uma cadeira, estava um homem mais velho, cabelos grisalhos e expressão serena, mas imponente. Havia algo nele que exalava autoridade.

    — Esse é o líder da organização, o Investigador Veterano 2, Louis Solomon. Possivelmente, o futuro chefe de vocês. — disse Katherine, surgindo ao lado de Leonard, como um fantasma debochado.

    — Ele parece forte. — Leonard comentou, absorvendo cada detalhe do quadro.

    — Esse quadro foi feito há dois anos, quando ele ainda se metia em campo. O velho ainda tem fôlego pra dar trabalho, mas finge que não. — Katherine estalou a língua, cruzando os braços.

    Leonard arqueou a sobrancelha.

    “Que tipo de relação ela tem com ele? Fala dele como se fossem irmãos briguentos.”

    No canto da visão, percebeu Dante saindo do cômodo, indo sozinho por um corredor escuro. Algo naquele movimento lhe causou um arrepio estranho, mas decidiu ignorar por ora.

    Enquanto isso, Claire e Liam continuavam sua cobertura digital, tirando fotos e gravando vídeos como se a qualquer momento fossem anunciar uma nova temporada de reality paranormal.

    Leonard se virou para Katherine.

    — Ei, senhora Katherine…

    — Me chame só de Katherine. Pode não parecer, mas sou só dois anos mais velha que vocês três!

    Leonard piscou, surpreso.

    — Ah… Certo…

    “Aquela impressão que tive dela… Talvez eu esteja errado? Isso é confuso.”

    — Katherine, como exatamente nos tornamos verdadeiros investigadores? Imagino que não seja só aparecer em uma organização e dizer: “Ei, quero caçar fantasmas!”, certo?

    A pergunta de Leonard fez Claire e Liam cessarem momentaneamente sua empolgação com as fotos, voltando a atenção para ele e Katherine.

    — Obviamente, não é tão simples assim — respondeu Katherine, cruzando os braços com um meio sorriso. — Vocês precisam conquistar um-

    — Está pronto. Podem vir.

    A voz de Dante interrompeu abruptamente, ecoando de algum lugar abaixo do piso.

    — Escutaram o velho rabugento, né? Vamos nessa!

    Os três trocaram olhares curiosos e seguiram Katherine pelo mesmo corredor por onde Dante havia desaparecido momentos antes. No fim do corredor, encontraram uma escada em espiral que levava ao porão.

    Ao chegarem, viram Dante parado diante de uma porta de metal robusta, segurando seu relógio de bolso como se estivesse marcando algo importante.

    — Para se tornarem verdadeiros investigadores, vocês devem provar seu valor.

    — E como exatamente fazemos isso? — perguntou Liam, inclinando a cabeça.

    — Firmando um contrato com uma relíquia — explicou Dante. — Parece simples na teoria, mas a realidade é outra. As relíquias exigem compatibilidade, e pessoas com pouca energia espiritual costumam falhar nesse processo. O recipiente da alma de cada um de vocês pode ser menor do que imaginam, o que pode dificultar a conexão.

    Leonard sentiu um arrepio na espinha.

    “Então, no fim das contas, tudo depende do acaso? Energia da alma e energia espiritual… São a mesma coisa?”

    Ele franziu a testa, perdido em pensamentos, quando a voz de Dante cortou sua linha de raciocínio de maneira quase sobrenatural.

    — Não tire conclusões precipitadas. O que eu te disse antes não tem relação direta com isso.

    Leonard engoliu em seco.

    “O maldito consegue ler mentes?!”

    Tentando esconder sua inquietação, ele percebeu que Claire e Liam pareciam tomados por uma excitação que ele não conseguia compartilhar.

    — Ah, e antes que eu me esqueça… — acrescentou Dante. — Vocês só podem firmar contrato com uma única relíquia, então escolham bem seguindo o que “aquilo” mandar.

    — Espera… O que você quer dizer com “aquilo” vai mandar? — perguntou Leonard, franzindo o cenho.

    Dante ignorou a pergunta e simplesmente abriu as portas.

    Nos vemos novamente no sábado!

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