Capítulo 28 — A Fotografia (2)

Do outro lado do corredor, duas gêmeas baixas albinas com cabelo preto, semelhante a Leonard, foram as primeiras a sair do quarto e ir os ajudar.

Em seguida, outro homem foi ajudar, este tinha uma terrível cicatriz na bochecha e era careca.

Com facilidade, a primeira gêmea havia conseguido libertar a mala de cima dos três, enquanto os outros dois buscavam levantar os três patetas.

O careca esticou as mãos para Liam e Leonard e, ao darem a mão, puxou ambos para cima. 

— Muito obrigado… — Comentou Liam.

“Esse cara é extremamente forte? Mas o corpo dele é esguio, algo não faz sentido…”

— É um prazer conhecer vocês dois, são membros do esquadrão do senhor Dante, né?

— Somos sim. — Interferiu Claire, após a outra gêmea ajudar a levantar.

— É um prazer conhecer você… Mas uh, qual é o seu nome? — Liam dizia, pensativo.

— Você pode me chamar de Julius, a pequena com a mala ali é a Ana e a que está do lado da garota de cabelo vermelho é a Maria.

“Tantos nomes… Não vou lembrar, tenho certeza disso…”

Após Julius soltar a mão dos dois, Leonard percebeu ter mais outras duas pessoas vindo até eles.

Um vestia algo semelhante a um quimono branco com detalhes verdes, para causar uma impressão semelhante ao vento, este tinha peculiares cabelos acobreados e olhos azuis-escuro, na cintura do rapaz era notável a presença de uma espada em uma bainha aparente de couro, a espada era delicada e ligeiramente curvada.

Ao lado deste, havia uma mulher vestindo um estranho vestido roxo escuro da cabeça aos pés e usando um capuz roxo. Totalmente contrário àquilo que vestia, mas por algum motivo parecia conectar com suas vezes, aquilo que a destacou ainda mais foi seu cabelo em um tom roxo claro.

 — Pessoal, está tudo bem com vocês? — Disse o rapaz com a espada na cintura.

— Estamos bem, sim, agradeço a pergunta. — respondeu Leonard.

— Que bom…

— Uhm, é um grande prazer conhecer vocês cinco, me chamo Leonard. — Não sabendo agir direito, o rapaz colocou a mão no próprio peito.

— Claire. — Com uma voz envergonhada.

— Ah… Liam.

— Prazer, me chamo Kazemaru. — Soltou um sorriso.

— E eu sou a Rose, é um prazer conhecer vocês. — Também soltou um sorriso.

Julius, que se mantinha pensativo, decidiu falar, após toda a apresentação. — Há quanto tempo vocês são investigadores?

— Dois meses. — Leonard respondeu.

Claire, Ana e Maria estavam conversando do outro lado.

— Que esquisito, como você levantou essa mala tão fácil?

— Dois meses? Ah, bom… Acho que os dois ainda vão ensinar vocês a usarem energia espiritual. 

— Ah, foi usando a energia espiritual, essa era uma mala encantada, afinal…

— A maninha é extremamente apta ao uso da energia espiritual!

— Huh… Lembro de já terem dito isso antes, mas por algum motivo, permaneceu esquecido até então.

— Incrível… Preciso aprender a usar algo assim também.

— Treinaram apenas a parte física, durante esse tempo?

— Sim, também achei estranho, depois de pegarmos nossas relíquias, não pudemos invocar em momento algum…

— Logo mais, Kath deve ensinar a vocês.

A hora que se seguiu, foram os oito conversando, Leonard havia aprendido que, embora não parecesse, Kazemaru era a pessoa que mais falava do outro esquadrão, seguido por Ana e Rose.

Em alguns momentos, o jovem observou que Claire lançava de relance um olhar estranho para Rose, não sabia ao certo o que era, mas tinha… malícia? Não conseguiu identificar corretamente.

— Ei, Kaze, eu tenho uma dúvida… — Disse Liam.

— Pode falar.

— Quem é o ou a líder do esquadrão de vocês?

— Ah, a líder é a Rose e eu o vice-líder.

Liam olhou assustado e se virou na direção do Leonard.

“Como você não havia pensado nisso, Liam? Desde o começo, parecia tão evidente…”

Leonard apenas desviou o olhar, deixando Liam à deriva da situação por sua própria escolha.

Já eram dez da manhã, mas nenhum sinal de Cassiano, Dante ou Katherine. Provavelmente a reunião duraria um longo tempo, ou seja, lá o que estiverem fazendo.

…

Sentado sob a cama de seu quarto, Leonard observou o cômodo ainda não acostumado com a visão. Era uma sensação de outro mundo ter um quarto só para ele, embora não morava realmente na base igual aos outros.

“Esses dias poderiam durar a eternidade… Sem correr o risco a todo instante, conheci tantas pessoas incríveis recentemente.”

Direcionou o olhar para a escrivaninha que o quarto tinha, acompanhado de uma cadeira, ambos curiosamente feitos de madeira.

O quarto não era muito grande, mas aconchegante, facilmente moraria ali, mas agora voltou sua visão para a própria palma da mão, que portava uma tatuagem da espada fragmentada.

Enquanto não pudessem utilizar as relíquias ativamente, Leonard veio praticando a materialização da arma apenas.

Inconscientemente, junto à prática de materializar a relíquia, aprendeu que existe uma energia que permeia em cada célula de seu corpo e entendeu que isto era a tal energia espiritual.

“Desde aquele dia, o juramento quebrado não disse mais nada, é como se tivesse perdido até aquela capacidade…”

Outra coisa que aprendeu foi que a relíquia não conseguia cortar outras coisas, embora tivesse uma lâmina fraturada e afiada. 

Durante esses dois longos meses, a própria visão eterna não apresentou mais nenhuma de suas visões macabras e fios amaldiçoados, tudo estava calmo nos últimos dias e isso era extremamente satisfatório.

“Foi, de fato, uma pena o Calli não ter conseguido encontrar um serviço fixo, mas como é uma grande cidade, acho que ele conseguirá em breve.”

Por ter almoçado recentemente, o jovem sentia sono, mas sabia que em breve o chamariam, sua intuição dizia isso.

Não demorou até ouvir batidas na porta, soltou um simples sorriso e se levantou da cama, caminhando lentamente até a porta e a abrindo.

— É para nós reunirmos lá embaixo. — Quem estava na porta não era ninguém menos que Liam.

— Ah, sim, já estou indo. Aliás, Liam, você gosta da Claire?

— Está tão perceptível assim? — Reprimiu a voz.

— Seria mentira se dissesse que não? 

— Sim…

Ambos escutam um grito vindo lá de baixo, reconhecendo a pessoa transtornada rapidamente. — Oh, seus patetas, desçam logo! 

— Falando no diabo… — Leonard sussurrou.

Ambos começaram a rir enquanto desciam as escadas.

Lá embaixo, tinham doze pessoas os aguardando, alguns familiares e outros não.