Olá, segue a Central de Ajuda ao Leitor Lendário, também conhecida como C.A.L.L! Aqui, deixarei registradas dicas para melhor entendimento da leitura:
Travessão ( — ), é a indicação de diálogos entre os personagens ou eles mesmos;
Aspas com itálico ( “” ), indicam pensamentos do personagem central em seu POV;
Aspas finas ( ‘’ ), servem para o entendimento de falas internas dentro da mente do personagem central do POV, mas não significa que é um pensamento dele mesmo;
Itálico no texto, indica onomatopeias, palavras-chave para subverter um conceito, dentre outras possíveis utilidades;
Colchetes ( [] ), serão utilizados para as mais diversas finalidades, seja no telefone, televisão, etc;
Por fim, não esqueça, se divirta, seja feliz e que os mistérios lhe acompanhem!
Capítulo 31 — Segunda-Feira
Era uma segunda, como todas as outras. Pela manhã, Leonard não havia feito muitas coisas na base, apenas treinou seu físico junto ao esquadrão.
“Que tédio…”
“Ah, certo, o senhor Louis disse que eu possuo uma técnica inata e desde então não consegui ter progresso algum.”
“A visão eterna também não apresentou mais nenhuma visão, tudo é tão quieto…”
“Espera, por que estou me importando com isso? Isso é ótimo, sem enfrentar o horror desse mundo!”
Sentado na cadeira em frente à escrivaninha de madeira, o garoto rabiscava palavras aleatórias no caderno.
— Quanto de mim, perderei enquanto for um investigador? — O jovem sentia a temperatura diminuir, mas não sabia exatamente o porquê estava esfriando dentro do quarto.
Ponderando por alguns instantes, o jovem esticou a mão direita à frente, revelando a intrínseca tatuagem da espada fragmentada tingida de um tom cinzento. A convocou, deixando a energia com uma sensação viscosa enquanto escorria da tatuagem para os dedos de Leonard.
— Ugh, isso sempre me dá tontura… — Colocou a palma da mão esquerda aberta entre os olhos e a testa.
A energia translúcida cinzenta se acomodou confortavelmente numa lâmina cinzenta feita de ferro fragmentado. O tamanho da espada, só contando com a lâmina, se aproximava mais de um punhal no momento.
Enquanto sussurros do indescritível tocavam-no sob os pés dos ouvidos, prometendo-lhe o impossível, em meio a um delírio inconsequente, enquanto a energia espiritual terminava de se solidificar, prendendo o braço direito do jovem com cinco pares de correntes.
— Juramento Quebrado, está aí?
“Será que ele irá falar hoje?”
A lâmina permaneceu em silêncio, como se nunca houvesse tido um espírito anteriormente.
— O que será que são aquelas seis partes? Ah, enfim, dane-se.
Desmaterializou a espada quebrada com um pensamento, enquanto sentia o mesmo fluxo que formou a espada retornar para dentro do corpo.
“Quando será que poderemos fazer algo?”
Nos últimos dias, Leonard não conseguiu encontrar algum propósito para o porquê de não deixaram os três treinarem outras coisas, normalmente evitavam quando tentavam falar algo sobre.
Recostando o corpo na cadeira, o jovem observou o teto, enquanto tentava tocar, embora tão longe estivesse.
Não havia nenhum fio desde que encontrou o juramento quebrado, não houve visões, fios, nem nada do tipo e, por algum motivo, isso aparentava ser ruim.
“Até quando esse sentimento irá me pertencer?”
“Quando foi que fiquei tão viciado numa sensação estranha como essas?”
“Eu não deveria apenas agradecer que não estou tendo visões onde meu corpo se despedaça?”
“Já não sei mais o que devo considerar como bom ou ruim, sinceramente…”
Leonard suspirou, a mão no alto, com sua tatuagem cinza, dava uma sensação brilhosa perante a luz refrativa.
“Como será que os dois estão se comportando nessa nova cidade? As coisas mudaram tão rápido de dezembro para cá, como se fosse tanto tempo… São apenas dois, dois longos meses.”
Desde a conversa com Louis, Leonard também não teve nenhuma outra citação sobre as tais habilidades que deixam marcas na alma do usuário.
“Se me lembro, Calius disse que teve que transferir parte da própria energia de alma para que eu não morresse, então esse seria o motivo de aparentemente estar faltando uma parte da minha alma?”
Cansado de ficar admirando o teto, o garoto virou a cabeça novamente para baixo, parando a visão sobre o caderno à sua frente.
“Semente do caos… O que exatamente seria a semente?”
Se aconchegou na cadeira.
“Ou melhor, como tudo aquilo ocorreu? Pelo que me lembro das visões do Calius, estavam lutando contra um exército e aquela rachadura no céu…”
“Mas… Por que fui até aquele outro mundo e após isso voltei? Bom, em algum momento eu saí do mundo? Aquilo poderia ser o passado…”
Próximo a receber uma resposta para as ininterruptas dúvidas que estava tendo, a cabeça de Leonard começava a doer, fazendo-o parar de raciocinar e buscar outras coisas para se distrair.
Leonard começou a rabiscar o papel com um lápis de escrever.
“Parando para pensar, o que é o tal esgotamento de energia espiritual? Lembro que Calius havia dito isso e depois, quando voltei para casa, tudo parecia estranho…”
O papel, aos poucos, era preenchido por um desenho totalmente abstrato, com inúmeras voltas e riscos esquisitos pretos, formando uma incongruência.
Pela janela em frente à cômoda, conseguia ver a paisagem de casas, árvores com ainda um pouco de neve em suas copas, pessoas andando pelas ruas, vivendo suas vidas comuns e carros hora ou outra passando.
Tão calmo… Era a vida, até então, em Ottawa. Contrapondo a dificuldade que enfrentou durante sua estadia naquele outro mundo e até mesmo sua vida até então.
“Ser um investigador, até então, me parece bem fácil hein.”
Virando a folha do caderno, era possível ainda ver as marcas do lápis afundando um pouco a folha, que se mantinha daquela mesma cor branca, esperando que algo a completasse.
Lá fora, as folhas aos poucos caiam já secas, sem vida, o inverno estava acabando finalmente… Em menos de sete dias, provavelmente.
Knock knock!
— Leo?
Despertado pela voz, reconheceu imediatamente quem o chamava: Claire.
— O que foi, Claire?
— A Kath está nos chamando. Vem logo, já vou ir descendo!
— Ah, certo!
Se levantando da cadeira, a mesma rangia por alguns instantes devido ao atrito com a madeira do chão. Leonard se espreguiçou e abriu a porta, dando de cara com um corredor cheio de portas, todas fechadas e a iluminação boa.
Uma coisa que havia percebido no tempo que esteve na base é que as coisas em Ottawa, pelo menos, eram mil vezes melhores que sua casa em Mont Tremblant e, com o dinheiro que fez, até mesmo a vida em Ottawa faria seus irmãos terem condições melhores.
Descendo as escadas, observava que algumas pessoas estavam se preparando enquanto conversavam. Estes eram: Cassiano, a muralha, Liam, Katherine e agora Claire.
“Um… o que está acontecendo?”
Katherine, após perceber o recém-chegado, tomou as rédeas da situação, dizendo-lhes para pararem de conversar.
Leonard se aproximou do pequeno grupo e ficou aguardando o que quer que quisessem falar com eles.
Kath tossiu e falou finalmente. — Bom, agora que estamos todos juntos, gostaria de anunciar que já foi decidida nossa primeira missão.
Boa noite! Como estão hoje?
Regras dos Comentários:
Para receber notificações por e-mail quando seu comentário for respondido, ative o sininho ao lado do botão de Publicar Comentário.