Índice de Capítulo

    Olá, segue a Central de Ajuda ao Leitor Lendário, também conhecida como C.A.L.L! Aqui, deixarei registradas dicas para melhor entendimento da leitura: 

    Travessão ( — ), é a indicação de diálogos entre os personagens ou eles mesmos;
    Aspas com itálico ( “” ), indicam pensamentos do personagem central em seu POV;
    Aspas finas ( ‘’ ), servem para o entendimento de falas internas dentro da mente do personagem central do POV, mas não significa que é um pensamento dele mesmo;
    Itálico no texto, indica onomatopeias, palavras-chave para subverter um conceito, dentre outras possíveis utilidades;
    Colchetes ( [] ), serão utilizados para as mais diversas finalidades, seja no telefone, televisão, etc;
    Por fim, não esqueça, se divirta, seja feliz e que os mistérios lhe acompanhem!

    Na entrada do armazém, Calli sentiu um arrepio percorrer sua espinha ao ouvir, ao longe, respirações desesperadas ecoando pelo ambiente vazio. A sensação esquisita que o invadia só parecia crescer, como se algo invisível o observasse das sombras.
    “Vamos lá… Isso só pode ser mais uma peça que minha mente está pregando… Não pode ser real.”

    Com passos cautelosos, ele se esgueirou entre as pilhas de caixas e equipamentos enferrujados, tomando o cuidado de não emitir nenhum som. O silêncio era opressor, como se o próprio ar tivesse sido drenado do local.

    “Não deveria ter ninguém aqui dentro…”

    Quando chegou a uma bifurcação, ele se viu diante de dois caminhos escuros que se estendiam à sua frente, ambos mergulhados em uma atmosfera sufocante. A dúvida pesou em sua mente.

    “Direita ou esquerda… Qual eu escolho?”

    A incerteza o fez hesitar. Ele fechou os olhos por um momento e tentou escutar o que havia em cada direção. Do lado esquerdo, apenas o vazio absoluto. Já à direita, um som perturbador de respirações irregulares, como se algo lutasse para continuar vivo.

    — Silêncio ou respirações? — sibilou para si mesmo. 

    “Mamãe não estaria aqui… Não em um lugar como este.”

    Decidiu seguir pelo caminho silencioso, acreditando que seria o menos perigoso. Mas, enquanto avançava, um pensamento amargo se infiltrou em sua mente.

    “Por que estou pensando nela agora? Mamãe sempre escondeu coisas de nós… Talvez nem a conhecêssemos de verdade.”

    Cada passo ecoava em sua cabeça, o silêncio tornando-se quase insuportável. Até sua própria respiração parecia um ruído ensurdecedor. Dois minutos se passaram e ele chegou ao final do corredor, onde uma porta o levou a uma nova sala.

    A sala era branca, quase estéril, um contraste gritante com o restante do armazém. O ar ali era mais frio, gelado o suficiente para fazer sua pele arrepiar.

    “Por que esta sala é tão… diferente?”

    O ambiente parecia recém-construído, as paredes impecáveis como se tivessem acabado de ser pintadas. No entanto, havia algo profundamente errado. Calli não sabia explicar, mas aquela sala parecia pulsar com uma energia desagradável.

    Explorando o local, ele encontrou mais dois caminhos à sua frente. Um suspiro pesado escapou de seus lábios enquanto a frustração crescia.

    “Isso por algum motivo parece um labirinto…”

    De repente, o chão sob seus pés tremeu. Passos, pesados e distantes, ecoaram pelos corredores, interrompendo seus pensamentos. Ele congelou no lugar. Seus olhos se fixaram na entrada do corredor à frente, onde uma figura monstruosa começava a emergir das sombras.

    A criatura era colossal, com mais de dois metros e meio de altura. Sua carne viva, de um marrom escuro pulsante, parecia exposta, como se tivesse sido esfolada. O ser possuía oito braços de tamanhos desiguais, grotescos e deformados, que se movimentavam com uma precisão assustadora. No lugar dos olhos, dezesseis cavidades queimavam com uma luz escura, intensa e vibrante, como brasas de um inferno desconhecido.

    “Que merda é essa?!”

    O peito de Calli arfava descontroladamente enquanto ele recuava, tentando se esconder atrás de uma pilha de caixas. O cheiro metálico de sangue invadiu suas narinas, misturado ao som sinistro de corpos sendo arrastados. A criatura continuava a avançar, cada passo reverberando como trovões no silêncio.

    O jovem arriscou mais um olhar. A coisa não parecia ter notado sua presença. Mas, ele viu algo que o fez tremer ainda mais: no lugar da boca, havia um vazio escuro, um vão que se retorcia como se sorrisse de uma maneira macabra. Dois pares de chifres quase tocavam o teto.

    — Isso não é real… — murmurou, mas a convicção em sua voz havia sido quebrada.

    Então, como se sentisse sua presença, as dezesseis cavidades que simulavam olhos giraram em sua direção, fixando nele. O terror o paralisou por um momento que pareceu uma eternidade. Calli sabia que estava perdido.

    Um único pensamento dominou a mente de Calli: corra.

    “Que merda é essa?! Que merda é essa?! Onde eu fui me meter?!”

    Ele disparou pelo corredor, seu coração batendo tão forte que parecia que iria explodir. Atrás dele, a criatura soltou um grunhido ensurdecedor, o som de algo que não deveria existir, algo que vinha de um lugar além daquilo que chamamos de normal.

    Calli corria com todas as forças que suas pernas podiam oferecer, mas o armazém parecia crescer ao seu redor. O corredor não tinha fim, e as paredes pareciam se fechar a cada passo.

    Atrás dele, o som de passos pesados e arrastados reverberava como um trovão, cada vez mais próximo. O grunhido grotesco da criatura era acompanhado por aquele som terrível de corpos sendo arrastados, como um coro de agonia.

    “Onde estão as saídas?! Eu passei por ela antes, porra!”

    O garoto virou à direita no final do corredor, quase escorregando no chão gelado. Sua respiração era irregular, e a cada inspiração parecia queimar seus pulmões. O frio do armazém agora parecia extremamente insuportável, mas ele não podia parar. Não podia se dar o luxo de sequer olhar para trás.

    O grunhido da criatura aumentou em intensidade, como se ela tivesse percebido sua hesitação. Calli sentiu o chão vibrar com mais força. O mesmo olhou rapidamente por cima do ombro e viu o vulto monstruoso preencher o corredor, os chifres raspando o teto enquanto a criatura avançava com uma velocidade que parecia impossível para algo daquele tamanho.

    “Merda, corre Calli corre!”

    A adrenalina tomou conta de seu corpo, e ele apertou o passo, virando outra esquina. Dessa vez, encontrou um salão imenso, com pilares de metal enferrujados sustentando o teto. Luzes piscavam no alto, lançando sombras dançantes que pareciam ganhar vida. Calli parou por um instante, ofegante, tentando decidir para onde ir.

    Olhando de um lado para o outro, o garoto decidiu se esconder em um monte de coisas que ali havia, enquanto tampava a respiração. Seu peito subia e descia irregularmente com anseio pela vida e medo daquela coisa.

    Vendo através de um vão, percebeu a criatura o procurando, mas não conseguindo lhe ver, demorou cerca de dois minutos, até ela desistir e voltar pelo mesmo caminho que fez, carregando os corpos e deixando aquele rastro de sangue no chão.

    “Merda, merda, merda, onde eu fui me meter?!”

    Durante vinte minutos, Calli não se atreveu a sair de onde estava, apenas se deu a liberdade de respirar novamente, ainda sentia o corpo inteiro estremecer de frio…

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