Índice de Capítulo

    Olá, segue a Central de Ajuda ao Leitor Lendário, também conhecida como C.A.L.L! Aqui, deixarei registradas dicas para melhor entendimento da leitura: 

    Travessão ( — ), é a indicação de diálogos entre os personagens ou eles mesmos;
    Aspas com itálico ( “” ), indicam pensamentos do personagem central em seu POV;
    Aspas finas ( ‘’ ), servem para o entendimento de falas internas dentro da mente do personagem central do POV, mas não significa que é um pensamento dele mesmo;
    Itálico no texto, indica onomatopeias, palavras-chave para subverter um conceito, dentre outras possíveis utilidades;
    Colchetes ( [] ), serão utilizados para as mais diversas finalidades, seja no telefone, televisão, etc;
    Por fim, não esqueça, se divirta, seja feliz e que os mistérios lhe acompanhem!

    — Mas e se a tal sexta pessoa não existir? — perguntou Liam, fixando Leonard com um olhar que misturava ceticismo e uma ponta de esperança. Sua voz ecoou na sala, que parecia absorver cada palavra, amplificando o silêncio que se seguiu.

    Katherine e Cassiano permaneceram em silêncio, observando atentamente as conclusões que os três recém-chegados tentavam desvendar. O ar estava pesado, carregado de uma tensão que parecia palpável, como se a própria mansão estivesse à espera de uma resposta.

    — É simples — começou Leonard, sua voz calma, mas firme. — Inicialmente, pensamos que fosse o Wendigo. Mas será que é realmente ele? Não poderia ser outra pessoa? Um impostor, algo além do que já conhecemos, pode estar se escondendo aqui.

    Ele fez uma pausa, como se estivesse escolhendo cuidadosamente as próximas palavras. Todos os olhos estavam voltados para ele, e ele sabia que o que diria a seguir poderia mudar tudo.

    — Eu sonhei com uma porta — Leonard continuou, sua voz baixa, mas clara. — Desde que chegamos aqui, já a vi três ou quatro vezes. E eu… tenho certeza de que não é influência do Wendigo.

    Claire pareceu hesitar, como se tivesse algo a dizer, mas a menção à porta a deixou apreensiva. Ela cruzou os braços, como se tentasse se proteger de uma revelação que ainda não estava pronta para enfrentar.

    Leonard e Liam também ficaram em silêncio, absorvendo o peso daquela afirmação. O silêncio que se seguiu foi quebrado por Katherine, sua voz cortando o ar como uma faca.

    — Espera, uma porta? — Ela se inclinou para frente, seus olhos estreitando-se em um misto de curiosidade e preocupação.

    Leonard demorou um instante para responder, como se estivesse revivendo os sonhos em sua mente. Finalmente, ele assentiu.

    — Sim, uma porta — confirmou, sua voz agora carregada de uma mistura de hesitação e convicção. — Não é uma porta comum. É… diferente. Grande, antiga, com símbolos entalhados que não consigo decifrar. E ela aparece sempre no mesmo contexto: no meio de um corredor escuro, como se estivesse esperando por mim. Não consigo explicar, mas sinto que ela é importante. Que ela tem algo a ver com tudo isso.

    O silêncio que se seguiu foi denso, como se as palavras de Leonard tivessem materializado um peso no ar. Claire finalmente quebrou o silêncio, sua voz suave, mas carregada de inquietação.

    — Eu também vi uma porta — admitiu, olhando para Leonard com uma expressão que misturava surpresa e preocupação. — Não quis dizer nada antes porque pensei que era apenas um sonho bobo, mas… é a mesma que você descreveu. Só que, no meu caso, eu nunca consegui me aproximar. Algo me impede.

    Liam franziu a testa, cruzando os braços enquanto processava as informações. — Então, estamos todos tendo sonhos com a mesma porta? Isso não pode ser coincidência.

    — Não é — Katherine interveio, sua voz firme, mas com um tom de urgência. — Eu não sonhei com a porta, mas… — Ela hesitou, como se estivesse lutando consigo mesma para compartilhar algo. — Eu vi algo parecido em algum lugar lá fora. Não uma porta, mas um portal, uma abertura na vegetação. E havia algo lá… algo que me observava.

    Cassiano, que até então havia permanecido em silêncio, finalmente falou, sua voz grave e pensativa. 

    — Isso tudo está conectado. A porta, o Wendigo, a sexta pessoa… não são coisas separadas. São peças de um mesmo quebra-cabeça. E se estamos todos vendo coisas semelhantes, é porque isso foi planejado. Alguém ou algo está nos guiando.

    Leonard assentiu, sentindo um frio percorrer sua espinha. 

    — Exatamente. E se a sexta pessoa não é alguém que está aqui conosco, mas algo que está além dessa porta? Algo que está tentando entrar.

    A sugestão pairou no ar como uma névoa espessa, e por um momento, ninguém soube o que dizer. Claire quebrou o silêncio novamente, sua voz quase um sussurro.

    — E se a porta for um aviso? Algo que está nos mostrando o que está por vir?

    — Ou uma armadilha — Liam completou, seu tom sombrio. — Algo que está nos atraindo para o perigo.

    Leonard olhou para cada um deles, sentindo o peso da responsabilidade sobre seus ombros. 

    — Seja o que for, não podemos ignorar. Precisamos descobrir o que essa porta significa e o que está do outro lado. Porque, se estou certo, a Grande Ceia não é apenas um evento, esse será o momento em que tudo será revelado. E se não estivermos preparados…

    Ele não precisou terminar a frase. Todos sabiam o que estava em jogo. O frio da noite parecia se intensificar, e as sombras ao redor pareciam se mover, como se estivessem vivas. A porta, seja ela real ou não, era agora o centro de tudo. E, no fundo, cada um deles sabia que, cedo ou tarde, teriam que enfrentar o que estava do outro lado.

    Com o peso da revelação pairando sobre eles, cada um dos cinco se dispersou e se retirou para seus quartos. Dessa vez, cada um deles carregava consigo opiniões ainda mais firmes e convicções mais profundas, moldadas pelo que haviam descoberto. 

    No silêncio de seu quarto, Leonard parou diante da janela, seus olhos fixos no reflexo que o encarava do outro lado do vidro. Seu olho direito, de um cinza outrora vibrante, agora parecia desbotado, como se a vida lentamente escapasse dele. O olho esquerdo, aquele que um dia ganhara uma capacidade inata e misteriosa, era o maior motivo de sua preocupação. 

    Desde que a habilidade se manifestara, algo mudara. A visão desse olho começara a deteriorar-se, quase imperceptivelmente no início, com borrões passageiros que ele atribuía ao cansaço. Mas, com o tempo, a perda se tornou inegável. 

    Leonard sabia que, se não encontrasse uma solução — e logo —, a cegueira total naquele olho seria inevitável. E, para seu desespero, o olho direito também começava a fraquejar, como se compartilhasse do mesmo destino. A escuridão parecia rastejar em sua direção, lenta, mas implacável.

    Com um suspiro pesado, ele se afastou da janela e deixou-se cair na cama. O cansaço físico e emocional o dominava, mas o medo do futuro era um peso ainda maior. Pela primeira vez, Leonard sentiu o frio da incerteza penetrar em seu peito. O que o aguardava? Seria ele capaz de lidar com a perda total da visão? E o que mais aquele poder — ou maldição — lhe reservava?

    Ele fechou os olhos, tentando se entregar ao sono, mas sabia, no fundo, que essa não seria uma noite como as outras. Dessa vez, os sonhos não viriam.

    Apoie-me

    Regras dos Comentários:

    • ‣ Seja respeitoso e gentil com os outros leitores.
    • ‣ Evite spoilers do capítulo ou da história.
    • ‣ Comentários ofensivos serão removidos.
    AVALIE ESTE CONTEÚDO
    Avaliação: 100% (4 votos)

    Nota