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    Continuação…

    O clima na sala estava tão carregado que dava pra sentir cada respiração cortando o ar frio do prédio high-tech. Depois da troca afiada entre Takeshi e Lars, o salão precisava de uma voz que não deixasse a discussão virar um campo minado — alguém para tentar costurar a tensão sem perder a força.

    Sofia Delgado, presidente do Realisor, levantou-se com elegância quase felina. Ela tinha uma postura que misturava diplomacia com a frieza de quem sabia exatamente o peso das palavras. Seu olhar varreu a sala, segurando o silêncio como uma âncora.

    — Caros colegas, — começou, a voz firme e clara, — não podemos esquecer que, apesar das rivalidades, somos parte de um mesmo universo, um ecossistema que só sobrevive se houver equilíbrio e união. A diplomacia não é fraqueza; é a força que sustenta a estabilidade do Fighters World.

    Sofia apoiou as mãos na mesa oval, seu semblante sério mostrando que não era discurso vazio.

    — Esses novos “New Gen” não são só novos talentos, mas também o reflexo do que construímos até aqui. Ignorar o que está por vir é condenar todo esse trabalho ao caos. Acredito que o caminho para o futuro passa pela cooperação — sim, até entre rivais.

    Mas mal terminou a fala, e Marco Romano, presidente do Atletico Vortex, disparou na lata. Seu corpo vibrava com uma energia bruta, aquela paixão que não se controla. Levantou-se com um impulso que fez o copo tilintar, olhos faiscando fogo.

    — Cooperação? Sério? — sua voz soou quase como um desafio, — No meu mundo, a única lei que vale é a da força! Quem tem o poder domina, quem é fraco fica pelo caminho. Não existe lugar para diplomacia quando o sangue está em jogo.

    Ele caminhou até o centro da sala, como um gladiador invocando sua arena.

    — Esses novos “New Gen” vão sentir o peso da nossa força — não com palavras, mas com golpes. Se querem dominar, que venham preparados para esmagar, para lutar até o limite.

    A atmosfera pegou fogo, alguns presidentes apertaram os punhos, outros trocaram olhares preocupados.

    Foi então que Gianni Ferraro, presidente do JuveXion, que até então tinha se mantido na sombra da discussão, finalmente rompeu o silêncio. Ele tinha aquele jeito de quem fala pouco, mas quando fala, cada palavra é como uma lâmina afiada e precisa.

    — Vocês falam de força e união, mas esquecem o verdadeiro poder: o controle. — Sua voz era baixa, quase um sussurro que fez a sala silenciar ainda mais. — Disciplina, estratégia e domínio sobre si mesmo e sobre o caos — isso é o que realmente determina quem vence e quem sucumbe.

    Gianni se inclinou levemente para frente, encarando cada rosto naquela mesa.

    — Esses novos “New Gen” serão um teste para todos nós. Alguns vão explodir como vulcões descontrolados; outros, no entanto, aprenderão a manipular o fogo interno para queimar só quando e onde for preciso. E é nessa diferença que mora o futuro do Fighters World.

    Ele recostou na cadeira, um sorriso enigmático surgindo nos cantos da boca.

    — Preparem-se. O jogo está só começando, e quem não dominar o seu lado sombrio será consumido por ele.

    O silêncio que seguiu foi pesado, saturado de possibilidades e ameaças veladas.

    Sofia respirou fundo, tentando quebrar a tensão, mas mantendo a firmeza.

    — A diplomacia não significa abrir mão da força, mas sim saber usá-la com sabedoria. Se queremos que o Fighters World continue vivo, temos que reconhecer isso.

    Marco revirou os olhos, cruzando os braços, mas não disse nada — sabia que, por ora, essa batalha seria de palavras, não de socos.

    Os olhares naquela sala estavam cruzados, cada um medindo o outro, sopesando intenções, preparando suas próprias estratégias. A reunião continuava, mas aquela troca já tinha deixado claro que, no fundo, apesar da fachada profissional, cada presidente carregava um desejo ardente — controlar o futuro dos “New Gen” e garantir seu domínio.

    A reunião parecia já ter atingido seu ápice de tensão, os ânimos ainda em ebulição, mas nenhum dos presidentes ousava mais elevar a voz. O silêncio voltou a reinar na sala oval, como uma calmaria tensa antes da tempestade.

    Foi quando a porta se abriu devagar, quase em câmera lenta, e Enzo Martelli, o presidente do Napolk EX, entrou com seu jeito de quem carrega o mundo nas costas, mas nunca perdeu a dignidade. O rosto marcado por rugas finas e olhos de aço mostravam que ele era da velha guarda — daqueles que sabem que, apesar da juventude ter fogo, a experiência é o que mantém o controle do jogo.

    Ele se aproximou da mesa, passos firmes e decididos, e todos os olhares se voltaram para ele, como se a chegada do homem fosse o sinal para baixar o volume da tensão.

    Enzo ajeitou o paletó escuro, tirou os óculos por um instante e encarou cada presidente ali sentado, sua voz profunda cortando o ar pesado:

    — Vejo que já discutiram o que está por vir. Os tais “New Gen”… um nome bonito para a nova geração, cheia de promessas e potencial, não nego.

    Ele fez uma pausa calculada, deixando o suspense crescer.

    — Mas cuidado para não subestimarem o perigo que eles representam. Não só pelo que podem fazer, mas pelo que podem destruir.

    Alguns franziram a testa, outros trocaram olhares incertos. Enzo não se importou — ele continuava, como um juiz implacável:

    — Os jovens têm fogo, têm sede de glória. Mas às vezes, essa sede cega, destrói mais que constrói. E é aí que nós, os que já carregam cicatrizes, entramos. É nosso dever guiar, frear, e quando necessário, ser o muro intransponível.

    Ele virou o rosto lentamente para a janela panorâmica, deixando o reflexo da cidade iluminada projetar uma sombra sóbria em seu semblante.

    — Eu já vi gerações inteiras se perderem nesse caminho. Lutadores que explodiram rápido demais e se apagaram antes de deixar sua marca. O Fighters World não pode se dar ao luxo de perder talentos assim. Nem mais uma vez.

    Enzo voltou seu olhar para a mesa, fitando os presentes com intensidade.

    — A velha guarda ainda tem lições para ensinar — não apenas de força, mas de controle, paciência, estratégia. Não se trata apenas de vencer, mas de saber o que vale a pena vencer.

    A sala ficou em silêncio absoluto, a tensão quase palpável.

    Ele completou, como um aviso sombrio:

    — Ignorar essa experiência é abrir as portas para o caos. E caos… não é amigo de ninguém aqui.

    Os presidentes, mesmo os mais aguerridos, sentiram o peso das palavras de Enzo. Não era só respeito pela idade, mas pela verdade nua e crua que ele expôs sem rodeios.

    Sofia Delgado quebrou o silêncio, assentindo lentamente.

    — A experiência molda a sabedoria. Que seja um pilar para os “New Gen”, não um obstáculo.

    Marco Romano, embora relutante, concordou com um aceno breve.

    A reunião, agora mais densa, parecia ter dado um passo à frente — o respeito pela tradição reconhecido como parte essencial do futuro.

    Mas no fundo, todos sabiam: o jogo estava longe de terminar. O peso da experiência pesava, sim, mas a juventude tinha pressa — e o choque entre esses dois mundos seria inevitável.

    O clima na sala seguia pesado, carregado com o peso das palavras de Enzo Martelli. Mas quando a porta se abriu novamente, a tensão deu uma leve trégua. Quem entrou ali não era só mais um presidente, era a figura que segurava as rédeas do Fighters World no planeta todo.

    Cassandra Wu caminhava com a segurança de quem sabe que cada passo seu é uma ordem e cada palavra, uma lei não escrita. Seu terno impecável, cabelo preso num coque firme, olhos afiados que pareciam enxergar além do óbvio. A presidente da FISA, a Federação Internacional de Senzoku Avançada. — o verdadeiro cérebro por trás da organização global que regula o Fighters World.

    Ela se posicionou na ponta da mesa oval, aquele lugar onde todo mundo sabe que a voz que ecoa ali tem que ser ouvida. Cassandra respirou fundo, seu olhar varrendo cada rosto ao redor, cada mente já alerta esperando o que viria.

    Sua voz não era alta, mas carregava um peso que fazia o silêncio se transformar em reverência imediata:

    — Senhoras e senhores, todos vocês carregam a responsabilidade de seus times, seus países, suas gerações… Mas o que está em jogo agora ultrapassa tudo isso.

    Ela fez uma pausa, a sala parecia segurar a respiração.

    — Estamos à beira de uma nova era no Fighters World. Não uma era de vitórias fáceis ou glórias passageiras, mas uma época em que a própria essência do que conhecemos será testada.

    Os olhares se apertaram. Cassandra não era do tipo que jogava palavras ao vento. Tudo o que dizia era calculado, pesado.

    — O “New Gen” não é apenas uma nova geração de lutadores. Eles são o reflexo das mudanças que ocorrem no mundo — mudanças no Sen, na tecnologia, nas alianças políticas e culturais que moldam nosso universo.

    Ela caminhou lentamente pelo salão, a voz ganhando força:

    — Essa nova safra carrega um poder que desafia o limite do possível. Mas também carrega riscos — instabilidade, imprevisibilidade, até mesmo ameaças que ainda não conseguimos compreender totalmente.

    Cassandra parou, olhando diretamente para Daizen Takatora, que respondeu com um leve aceno, entendendo o peso das palavras.

    — O equilíbrio do Fighters World está frágil. Cabe a nós, a essa mesa, não só guiar o caminho, mas garantir que ele não se torne uma estrada para o caos.

    O tom de urgência cresceu, uma vibração que atravessava paredes e se enraizava na mente dos presentes.

    — Não podemos apenas esperar para reagir quando o inesperado acontecer. Temos que antecipar, preparar, e principalmente, unir forças.

    Ela voltou-se para os presidentes com um olhar que queimava:

    — Não estamos apenas construindo o futuro dos times ou dos lutadores. Estamos construindo o futuro do próprio Fighters World — e, por consequência, do mundo.

    Por fim, Cassandra fechou com uma frase que ficou ecoando como um trovão silencioso:

    — Preparem-se. O que está por vir não vai perdoar fraquezas. A hora da verdade está chegando.

    Enquanto ela recuava para seu assento, o silêncio voltou, agora pesado, carregado de expectativa.

    O jogo mudará. A convocação da FISA não era só um aviso — era um chamado para a guerra que vinha chegando. E ninguém ali poderia se dar ao luxo de ignorá-lo.

    A sala que minutos atrás fervilhava com debates e estratégias agora mergulhava em um silêncio quase palpável. Os presidentes, ainda sentados, trocavam olhares que não precisavam de palavras — cada um sentia o peso do que acabara de ser dito, o peso da responsabilidade que carregavam.

    Foi um momento que parecia suspenso no tempo, até que, quase que simultaneamente, começaram a se levantar. O som dos corpos se erguendo da cadeira ecoou, preenchendo o espaço com a sensação de que algo grande estava prestes a acontecer.

    Takeshi Hoshigami, do Bastion Mugen, ajeitou o paletó com a frieza habitual, seu rosto imóvel, mas os olhos revelando a chama de determinação incandescente que ardia dentro dele.

    Lars Vogt, do Borustion Zortmund, foi o próximo a se mover — um homem de poucas palavras, mas de uma presença que parecia estilhaçar o ar. Seus passos firmes denunciavam alguém que não aceitava nada menos que a vitória.

    Sofia Delgado, presidente da Realisor, se levantou com elegância, o peso da diplomacia ainda em sua postura, mas com a firmeza de quem sabe que a paz se mantém apenas quando se está pronto para a batalha.

    Marco Romano, do Atletico Vortex, soltou um sorriso curto, quase desafiador, um fogo ardendo em seu peito que não deixava dúvidas sobre sua convicção de que só a força prevaleceria.

    Gianni Ferraro, de JuveXion, ajeitou os óculos e se ergueu com aquele ar enigmático, como se guardasse segredos que poucos poderiam sequer imaginar, muito menos confrontar.

    Enzo Martelli, de Napolk EX, foi o último a se levantar, seus olhos carregavam a sabedoria de décadas, mas também a sombra do cansaço. Mesmo assim, sua postura era firme — a velha guarda ainda não estava pronta para ceder.

    No centro de tudo, Daizen Takatora permaneceu sentado por mais um instante. Seus olhos focados na mesa, como se revisitando cada palavra, cada alerta. Então, lentamente, ele ergueu a cabeça e lançou um sorriso contido, uma curva sutil que expressava não apenas confiança, mas uma determinação inabalável.

    Era o sorriso de quem sabe que a jornada que se inicia não será fácil, mas que está pronto para encarar tudo de peito aberto.

    A câmera mental de nossa narrativa fechava o zoom em Daizen, aquele símbolo da esperança japonesa, a promessa de uma nova era que carregava nos ombros.

    Enquanto os presidentes se retiravam, o ambiente começava a se esvaziar, as luzes da sala lentamente se acendiam, revelando cada detalhe daquele espaço imponente que testemunhara decisões que moldariam o destino do Fighters World.

    E, quando a última porta se fechou atrás dos líderes mundiais, ficou no ar uma frase que parecia gravada no próprio ar, pulsando com uma energia quase sobrenatural:

    “O jogo mudou. E ninguém sabe quem vai vencer.”

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