Capítulo 22 | Explosão da Tempestade: O Despertar do Inesperado
A arena parecia um vulcão prestes a explodir. O suor escorria pesado no rosto de Ryuji, os músculos latejando, a respiração ofegante e irregular. Cada fibra do seu corpo gritava por descanso, mas a mente dele estava em um lugar estranho — calma, focada, quase elétrica. O silêncio ao redor era ensurdecedor, o barulho da multidão parecia um murmúrio distante, porque ali, no centro daquele círculo de aço e luz, só existiam eles dois.
Kuroki Enra, o estrategista frio, o monstro calculista, sentia a pressão bater forte. Ele já tinha esgotado quase todas as suas cartas, antecipado cada movimento de Ryuji, mas agora… alguma coisa estava errada. Aquele garoto, com toda a sua fúria e velocidade, não apenas resistia, mas parecia se alimentar da batalha. Era como se cada golpe recebido fosse um combustível, um combustível que só aumentava sua determinação.
A respiração de Kuroki acelerava, e a testa começava a franzir, marcando as linhas do cansaço. Ele piscava rápido, buscando na mente uma estratégia nova, um passo à frente — mas não encontrava nada além de incerteza. A frieza com que planejava suas investidas começava a desmanchar, dando espaço a uma sombra de dúvida. E ali, naquele instante, um pensamento cortante invadiu sua cabeça como uma lâmina fria.
Kuroki (pensando, com um sorriso amargo):
— Ele… não cai. Eu errei feio. Subestimei o Arata.
As palavras reverberaram dentro de sua cabeça, uma confissão silenciosa que ele nunca admitiria em voz alta. Subestimar Ryuji era um erro que poderia custar caro. O que ele via naqueles olhos ferozes não era só velocidade ou força, era algo mais — uma chama que queimava com a intensidade da paixão, da vontade de ser mais.
Enquanto isso, Ryuji sentia o olhar do rival pesado sobre si, como se Kuroki tentasse ler cada movimento antes mesmo que ele o fizesse. Mas Ryuji tinha aprendido a rir na cara da previsão. Movia-se com imprevisibilidade, quebrando o ritmo esperado, deixando o adversário cada vez mais perdido.
A tensão entre os dois era palpável — não era mais uma luta de músculos, mas de vontades, de quem aguentava mais tempo sem quebrar, sem ceder. Cada segundo parecia um grito contido, um desafio mudo no meio daquela arena eletrificada.
E ali, no meio do caos silencioso, Kuroki sentiu o medo daquela virada: o garoto não era só mais um adversário, ele era uma ameaça real. A guerra mental começava a virar contra o estrategista — e Ryuji, como um predador astuto, já sentia o sabor da vitória no ar.
Kuroki Enra não tinha mais tempo pra jogo de xadrez. Aquela tensão mental que o manteve no controle começou a escorregar pelos dedos, e o estrategista entendeu que a hora era agora — atacar sem freio, quebrar tudo. Num instante, sua postura mudou. Os olhos frios brilharam com uma chama diferente, carregada de fúria contida e poder bruto.
Uma aura negra, pesada, começou a se formar ao redor dele, distorcendo o ar com uma pressão quase sufocante. Era como se o espaço se curvasse, tremesse, e até o som ao redor parecia ser engolido pela força crescente. A luz da arena piscava, como se não conseguisse aguentar o impacto daquela energia.
Essa aura não era só física — tinha um toque psíquico, uma presença que invadia a mente, uma onda invisível que pressionava o peito de quem estivesse perto. Era a combinação fatal de força e intenção pura, um golpe que não visava só o corpo, mas queria derrubar a alma.
Kuroki fechou os punhos, os músculos trincando sob a tensão, e soltou a voz que cortava como lâmina gelada:
Kuroki (com tom ameaçador, voz grave):
— Não vai prever isso. Esse é o meu poder de verdade.
As palavras ecoaram pela arena, fazendo o público prender a respiração, como se o próprio ar tivesse congelado. O golpe que vinha era mais que uma técnica — era uma afirmação, uma declaração brutal de quem ele realmente era.
Ryuji sentiu a onda se aproximando com uma força brutal, um peso que pressionava até a alma. Mas, por mais que o corpo gritasse pelo cansaço, a mente dele não se abalou. No meio daquele turbilhão de energia, Ryuji fechou os olhos por um segundo, sentindo o Sen pulsar forte dentro dele — não só velocidade, mas clareza, foco absoluto.
Nada de pânico. Ele sabia que fugir não ia resolver. Só um contra-ataque com precisão mortal podia virar o jogo.
Os músculos de Ryuji se tensionaram, a respiração ficou mais ritmada, e num movimento fluido que parecia desafiar o tempo, ele preparou seu golpe — a resposta perfeita para aquela tempestade prestes a cair.
O ar cortava, a luz tremia, e o duelo estava prestes a explodir num choque que ninguém esqueceria.
No instante em que Kuroki soltou aquela onda monstruosa, parecia que nada poderia salvar Ryuji. A pressão da energia era tão densa que parecia querer esmagar cada célula, roubar a própria respiração. Mas o que parecia um golpe fatal virou o palco perfeito para o verdadeiro poder de Ryuji se revelar.
Ele fechou os olhos por um breve segundo, mas não para se esconder — era para acalmar o caos interno. Ali, no silêncio absoluto dentro da sua cabeça, o Sen despertou no máximo, como um trovão que explode silencioso antes do estrondo. Cada fibra do seu corpo pulsava com uma clareza que transcendia o simples reflexo; ele não estava mais reagindo ao tempo, ele estava comandando o tempo.
O mundo parecia desacelerar ao redor dele. O som dos gritos, o impacto da energia, tudo virou um quadro congelado. Seus músculos, treinados até o limite da exaustão, ganharam vida própria — rápidos, precisos, letais. Era como se cada movimento fosse a soma de anos de luta, dor e determinação, condensados numa única linha reta rumo ao destino.
Sem hesitar, Ryuji disparou. Seu punho cortou o ar com uma velocidade que parecia ultrapassar a luz, sua trajetória calculada até o mínimo detalhe. Mirou exatamente onde a aura massiva e pulsante de Kuroki estava mais vulnerável — o ponto onde toda aquela energia ainda se concentrava, o coração daquela tempestade.
O impacto foi um estrondo. O choque do punho de Ryuji contra o ponto frágil da técnica de Kuroki criou uma explosão que sacudiu a arena inteira. A aura distorcida se quebrou em fragmentos, como vidro rachando sob uma força incontrolável. Kuroki foi lançado para trás, seu corpo caindo com violência no chão, levantando uma nuvem de poeira e fazendo o público explodir em um rugido ensurdecedor.
Kuroki, ofegante, tentou se erguer, mas a incredulidade dominava seu rosto marcado pela luta:
Kuroki (com voz rouca e cansada):
— Isso… isso não é possível…
Ryuji, com o suor escorrendo e o peito arfando, ergueu um sorriso que não precisava de palavras. Aquele sorriso era uma declaração — ele não era só um corredor veloz, era uma força que ninguém conseguia prever, uma tempestade pronta para quebrar qualquer padrão.
Ryuji (com voz firme e cheia de convicção):
— Eu disse… não sou só velocidade. Eu sou o desafio que você não consegue prever.
A multidão não conteve a explosão de aplausos, mas no olhar de Ryuji já brilhava a chama da próxima batalha. Porque ali, naquele momento, ele sabia que o verdadeiro jogo estava só começando.
A arena ainda vibrava com o estrondo da vitória de Ryuji. O time 15, exausto e ensopado de suor, sentia o gostinho doce da conquista — o som dos aplausos e gritos se espalhando como um tsunami pelos estádios, uma energia que poderia alimentar qualquer coração de lutador. Eles estavam no topo do mundo, pelo menos por agora.
Mas o ar pesado logo cortou a euforia.
Os alto-falantes, que segundos antes propagavam a vibração da vitória, ganharam uma nova voz — profunda, imponente, carregada de autoridade e experiência. Era Daizen Takatora. Aquele nome que fazia até os veteranos engolirem seco. A voz dele não veio só para elogiar; veio para avisar.
Daizen Takatora (voz firme, grave, quase como um trovão):
— Time 15, parabéns pela vitória. Mas não se engane… o time 11 está longe de estar derrotado. A próxima fase? É um nível que vocês nunca enfrentaram antes. Preparem-se, porque o jogo vai virar… caos.
O silêncio caiu pesado no rosto dos lutadores. As palmas cessaram, a energia mudou — agora era peso, era alerta. O jogo que parecia ganho só tinha ficado mais brutal. A mensagem ficou clara: o verdadeiro desafio ainda estava por vir.
No vestiário, o clima carregado era quase palpável. Cada olhar era um trovão silencioso — mistura de preocupação, determinação, e um fogo que só os que já encararam a derrota sabem ter. Eles estavam juntos, unidos, mas conscientes de que o chão sob seus pés começava a tremer.
Ryuji encostou-se à parede, respirando fundo. Seu rosto cansado mostrava a luta, mas seus olhos brilhavam com fogo renovado. Ele virou para o time e soltou, firme, direto:
Ryuji:
— Próxima fase vai ser o caos. Mas tamo junto. Vamos treinar até quebrar.
Renji, com aquele jeito bruto, sorriso de quem não recua nem se a vida pede, bateu no ombro do Ryuji com força, ecoando a mesma fé:
Renji:
— Já vimos muito, mas nada disso vai nos parar.
Kaede ajeitou a bandana, Genjiro cruzou os braços, e Tsubasa ficou ali, silencioso, absorvendo tudo, preparando a mente para a tempestade que vinha. Eles sabiam que era mais que treino — era evolução, sobrevivência, guerra mental e física.
Ali, naquele espaço apertado, o time 15 selava uma promessa sem palavras: enfrentar o que viesse. Porque o que está por vir não é só uma batalha, é o batismo de fogo que vai separar os que lutam dos que realmente vencem.
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