Capítulo 39 – Garras Contra Coroas
O apito inicial ecoou pela arena do Senzoku, seguido por um clarão que atravessou todos os lutadores presentes.
O chão tremia levemente, como se a própria estrutura entendesse que aquela rodada seria diferente.
Ryuji ajustou o uniforme branco, respirou fundo e olhou para San Ryoshi, que o encarava com aquele sorriso desdenhoso.
— Hora de mostrar… algo novo. — disse Ryuji, sua voz carregando uma mistura de calma e desafio.
O silêncio entre eles durou apenas um segundo antes que Ryuji abrisse as mãos. Sua aura começou a vibrar, como se centenas de fios invisíveis se entrelaçassem e convergissem para um ponto na palma.
— Criar. — sua voz cortou o ar.
De repente, um brilho intenso tomou forma. Partículas de Sen se aglutinaram, moldando-se até se tornarem um soco inglês negro-azulado, pulsando com energia viva. O metal parecia quase orgânico, com veias de luz atravessando sua superfície.
Naki arregalou os olhos.
— Ele… materializou isso?!
Renji inclinou o corpo para frente, surpreso.
— Nunca vi ele fazer algo assim.
San apenas soltou uma risada curta.
— Bonitinho. Mas brinquedos não vencem guerras.
Ryuji não respondeu. Avançou num piscar de olhos, o ar estalando no impacto da arrancada. Seu punho direito, carregando o soco inglês recém-criado, voou na direção de San.
O líder rival ergueu o braço e bloqueou o golpe como se fosse trivial, um som metálico ecoando na arena.
— É só isso? — San zombou.
Mas antes que pudesse contra-atacar, Ryuji recuou um passo e repetiu:
— Criar.
A luz voltou a se condensar, mas dessa vez moldou uma luva de boxe reforçada com espinhos curvados, cada ponta reluzindo com energia.
Ele girou o corpo e desferiu um direto, acertando em cheio o lado do rosto de San. O impacto fez o rival deslizar alguns metros para trás, deixando no ar partículas douradas do Sen dele se dissipando.
O sorriso de San desapareceu.
— Interessante…
Num impulso, San avançou, o chão se partindo sob seus pés. Seu punho direito brilhou com um tom ciano esverdeado antes de colidir contra Ryuji.
Mas o jovem apenas ergueu a mão e, num instante, uma barreira translúcida e facetada surgiu entre eles, absorvendo todo o impacto.
Um som grave ressoou pela arena, como vidro sendo pressionado ao limite — mas não quebrou.
Ryuji o encarou firme.
— Criação Convergente.
Ele ergueu o punho e a barreira desapareceu como fumaça.
— Eu moldo o Sen em qualquer forma que eu imaginar. Armas, defesa… o que for necessário.
Enquanto a troca intensa acontecia, ao fundo, Naki aproveitava a distração para executar seu estilo veloz. Um movimento certeiro, um chute lateral, e Sander foi derrubado, atingindo o chão inconsciente.
Do outro lado, Renji ativava seu monstro interior, esmagando Karaku contra uma parede com um rugido.
San olhou para o lado e percebeu que estava sozinho. Um lampejo de irritação passou por seus olhos.
— Então… é assim?
Ele fechou os punhos e seu corpo explodiu numa onda de energia ciano esverdeada.
— Explosão Divergente! — gritou.
A descarga se espalhou como uma detonação, empurrando tudo à sua volta.
Renji foi atingido em cheio, arremessado contra o chão com força, seu monstro interior se dissipando em fumaça negra.
Quando a poeira baixou, só restavam Ryuji e Naki frente a frente com San.
A tensão subiu. A arena parecia menor, o ar mais pesado.
O verdadeiro duelo estava prestes a começar.
A arena inteira parecia ter prendido o fôlego. San Ryoshi, com aquele olhar frio e certeiro, respirou fundo. Um círculo de energia negra e dourada começou a girar em torno dele, expandindo como um campo gravitacional. O chão rachou. O ar ficou pesado, quase sólido.
— Área Destruidora. — a voz dele ecoou como sentença.
Num instante, tudo que entrava naquela área era despedaçado ou arremessado como se tivesse sido atingido por uma explosão invisível. Pedaços de pedra e poeira subiam como se estivessem sendo puxados por um redemoinho violento.
Ryuji fechou os olhos por um segundo. A pressão era insana. Seus músculos tremiam não pelo medo, mas pela força bruta daquilo que enfrentava.
Ele abriu os olhos, aura fervendo. Uma esfera translúcida surgiu entre suas mãos, pulsando como um coração vivo. Dentro dela, cores rodopiavam — azul da água, dourado da luz, cinza do vento, e, por fim… o vermelho incandescente do fogo.
— Molde… flecha flamejante! — rugiu.
A esfera se alongou, moldando-se numa flecha feita de chamas vivas. A ponta brilhava como metal fundido. Ryuji puxou o braço para trás e lançou.
A flecha cortou o ar, mas ao atravessar a Área Destruidora, sua trajetória se distorceu brutalmente — como se tivesse batido contra uma parede de vento. Ela caiu no chão antes de atingir San, mas o impacto foi tão violento que carbonizou parte da arena, deixando marcas negras e fumaça subindo lentamente.
Naki aproveitou a brecha e tentou avançar, mas assim que seu corpo entrou no raio da habilidade de San, ele foi jogado para trás como boneco de pano, rolando pelo chão até bater contra a barreira da arena. Tossiu forte, cuspindo sangue.
— Tsc… maldito… não dá pra chegar perto… — gemeu, tentando se levantar, mas as pernas simplesmente não obedeciam.
Ryuji sabia que não podia mais brincar com o tempo. Ele respirou fundo e deixou seu Sen vibrar mais rápido, mais intenso, até que o chão sob seus pés se trincou.
— Nível Dois.
No ar, partículas de luz se juntaram, formando… outro Ryuji. Mesmo rosto, mesma postura. A diferença? Aquele clone não emitia aura, não tinha Sen — e, portanto, não sofria com a Área Destruidora.
San ergueu a sobrancelha, intrigado.
— Interessante. Vamos ver o que você pretende…
O clone disparou correndo, avançando pelo campo destrutivo como se ele simplesmente não existisse. Ryuji, o verdadeiro, moveu-se para o lado, ficando na zona segura, preparando algo.
— Bola de Neblina. — disse baixinho.
Uma esfera de energia cinza foi arremessada no centro da arena e explodiu num manto espesso de fumaça. Em segundos, todo o campo de visão foi tomado por névoa — densa, sufocante, quase viva.
San franziu o cenho. Seu instinto gritou. Ele avançou contra o clone, acreditando ser o verdadeiro Ryuji. Em um golpe seco, sua palma atravessou o peito do duplicado — que se desfez em partículas de luz.
Do outro lado, Ryuji já tinha o golpe pronto. Um raio de pura eletricidade, condensado até o limite, cobria seu braço como um chicote de trovões. Ele saltou da névoa como um predador.
— Raijin Impact!
O clarão foi instantâneo. O trovão engoliu o som de tudo por um momento. San ergueu o braço para bloquear, mas a descarga queimou a carne, deixando marcas negras e fumaça saindo do antebraço.
San deu dois passos para trás, olhando para o ferimento com um sorriso quase divertido.
— Então… você também sabe morder.
Mas nos olhos dele… a promessa de que aquilo era só o começo.
O ar na Arena do Senzoku já estava pesado, saturado de poeira, fumaça e tensão. Cada respirada queimava os pulmões, e o público mal piscava, preso na sequência insana que se desenrolava.
Ryuji estava agachado, respiração firme, olhos fixos no adversário. No centro das suas mãos, duas esferas começaram a nascer — uma, incandescente, dançava com chamas vivas que se contorciam como serpentes; a outra, translúcida, pulsava com cristais de gelo que rodopiavam num frio cortante.
— Fusão elemental… — murmurou, enquanto as auras opostas se aproximavam.
Quando se tocaram, o som foi de vidro quebrando e metal se retorcendo ao mesmo tempo. Uma onda de energia distorceu o ar ao redor, criando uma esfera bicolor. Dentro dela, o impossível acontecia: gelo que queimava e fogo que congelava se misturavam, girando em um redemoinho de paradoxos elementais.
San estreitou os olhos.
— Você está tentando me surpreender outra vez…
Ryuji fechou a esfera na mão como quem segura o coração do próprio mundo e a arremessou. No ar, ela se expandiu como uma granada viva, até atingir o ponto de explosão.
BOOM!
O impacto não foi só som. Uma onda de choque varreu a arena, fragmentos de gelo em chamas e fagulhas congeladas voando como estilhaços de outro planeta. San, com reflexos sobrenaturais, saltou para o lado, evitando o centro da explosão. Ainda assim, o impacto o atingiu de raspão, lançando faíscas contra seu uniforme e forçando-o a cravar os pés no chão para não ser arrastado.
Ele respirou mais fundo, o olhar ficando mais sério.
— Hmph… isso realmente doeu.
Ryuji não perdeu tempo. Sua mão direita começou a vibrar, e pequenos arcos de eletricidade surgiram, estalando como chicotes. Em segundos, a energia cresceu até formar uma esfera densa de raios, girando sobre si mesma, emitindo um zumbido ensurdecedor. O brilho iluminava metade da arena, refletindo nos olhos do público.
Do outro lado, San curvou o corpo, preparando-se. Sua aura dourada e negra girava como um furacão, concentrando-se no punho direito.
— Soco Destruidor… — disse, a voz grave como trovão distante.
O mundo pareceu diminuir. O chão rangia sob a pressão das duas forças prontas para colidir. E então, como se obedecessem a um disparo invisível…
Eles avançaram.
As linhas no chão ficaram borradas. O público não conseguia acompanhar. Só havia dois clarões se aproximando em trajetória fatal.
Mas no último instante, algo brilhou no olhar de Ryuji — Meta-Visão.
O tempo desacelerou para ele. O movimento de San ficou cristalino, previsível, como se cada músculo gritasse qual seria o próximo passo. Em um deslocamento mínimo, calculado ao milímetro, Ryuji desviou para o lado, sentindo a ventania cortante do Soco Destruidor passar a centímetros do rosto.
E antes que San percebesse o erro…
— Raiton… Smash! —
O soco elétrico atingiu o lado do rosto de San como um raio atingindo o topo de uma montanha. O clarão cegou por um segundo, a descarga elétrica percorreu o corpo inteiro do oponente, e o som do impacto ecoou como trovão no vale.
San foi lançado para trás, girando no ar, antes de cair pesadamente no chão, deixando uma marca no piso da arena. Sua mão apoiou no chão para tentar levantar, mas os músculos não respondiam — o choque havia neutralizado seu corpo por segundos preciosos.
Silêncio.
E então, explosão de gritos.
— É ISSO! — Naki urrava, socando o ar, ainda com sangue no canto da boca.
— Belo trabalho, parceiro! — Renji ria, o punho erguido, os olhos brilhando de orgulho.
O juiz ergueu a bandeira branca.
— Ponto para o Time Branco!
Placar: 1 – 0.
Ryuji respirava fundo, o braço ainda tremendo pela energia que havia canalizado. Seus olhos encaravam San, que, mesmo caído, sorria de canto. Não era um sorriso de derrota, mas de reconhecimento.
O round estava encerrado, mas a guerra… estava só começando.
O apito final da primeira rodada ecoou como um trovão abafado dentro da Arena do Senzoku.
O placar flutuava no holograma suspenso no ar: 1 – 0 para o Time Branco.
San Ryoshi ainda estava de pé no centro, mas com a marca roxa no rosto e um filete de fumaça escapando do ombro queimado. O silêncio dele não era fraqueza — era a tempestade se preparando para rasgar o céu.
“Graças ao sistema Senzoku, todos os ferimentos serão curados instantaneamente.”
Karaku Sabito aproximou-se dele, os olhos estreitos, a postura inclinada para frente.
— San… você deixou ele encostar. — o tom dele era quase um rosnado, não de reprovação, mas de provocação.
San não desviou o olhar de Ryuji. — Foi um acidente.
Sander Shimo, mais atrás, cruzou os braços e falou baixo:
— Acidente ou não, isso não pode acontecer de novo.
San deu um passo à frente, erguendo levemente o queixo. Sua aura vermelha — intensa, quase líquida — começou a vazar pelos poros, ondulando ao redor dele como fumaça pegando fogo.
Do outro lado, no banco do Time Branco, Ryuji limpava o suor da testa, o peito arfando.
Renji deu um tapa amistoso no ombro dele. — Mano, você foi um monstro lá. Esse soco elétrico foi perfeito.
Naki, sentado, analisava friamente: — Não comemora muito. San não é do tipo que aceita derrota de boa.
Ryuji deu um meio sorriso.
— Ótimo. Eu também não sou do tipo que recua.
O árbitro anunciou o início da Segunda Rodada. O rugido da plateia voltou, multiplicado.
O campo virtual da arena se ajustou, reconfigurando o terreno com hologramas de rochas e colunas. Luzes vermelhas pulsavam pelo chão — como se a própria arena estivesse avisando que algo perigoso estava prestes a acontecer.
Ryuji deu dois passos à frente e ergueu a mão, começando a concentrar o Sen para formar sua primeira criação. As partículas azuis começaram a girar, mas não chegaram a se condensar.
Um impacto seco explodiu na lateral do rosto dele.
O mundo girou.
O golpe foi tão rápido que nem a plateia entendeu o que aconteceu até ver Ryuji deslizando pelo chão, deixando um rastro de faíscas.
Renji se levantou de imediato. — Ryuji!
Ryuji parou a poucos metros de uma das colunas virtuais, respirando com dificuldade. Sangue escorria do canto da boca.
San estava parado onde o golpe começou, punho ainda levemente erguido, a aura vermelha fervendo ao redor dele.
Ryuji cuspiu o gosto metálico e encarou o adversário.
— …Por que você luta, San? — a voz saiu firme, mas carregada de curiosidade real.
San piscou lentamente.
O rugido da plateia sumiu na percepção dele, como se o mundo inteiro tivesse diminuído o volume.
— Eu luto… — deu um passo, o chão sob seus pés queimou.
— …para ser o melhor do mundo. — mais um passo, a pressão de sua aura dobrando.
— E para destruir Saey Ryoshi.
O nome ecoou pelo campo como um trovão silencioso.
Ryuji estreitou os olhos. — Saey… seu irmão?
San fechou o punho.
— Meu sangue. Minha maldição.
E antes que Ryuji pudesse reagir, San desapareceu.
Não era só velocidade — era brutalidade concentrada.
A visão de Ryuji se encheu de vermelho. O segundo golpe atingiu seu abdômen como se fosse uma marreta gigante. Ele sentiu as costelas vibrando, o ar sendo arrancado dos pulmões.
O terceiro golpe veio antes que ele tocasse o chão — um gancho ascendente que explodiu seu campo de visão em clarões brancos.
O corpo de Ryuji voou. A gravidade parecia distante. O impacto final o jogou contra o piso da arena, rachando a projeção sólida com o estrondo.
Renji gritou seu nome, mas o árbitro já levantava a bandeira:
— Ryuji Arata, incapacitado!
Ryuji ficou imóvel, o rosto virado para o lado, respiração irregular. Não havia desmaio completo — mas ele não tinha forças para levantar.
San virou de costas, a expressão neutra, como se tivesse apenas cumprido um passo inevitável.
Karaku esboçou um sorriso satisfeito. Sander apenas assentiu.
Do lado do Time Branco, o clima mudou. A empolgação virou choque. Naki apertou os punhos.
Renji olhou para o centro da arena e murmurou, quase como uma promessa:
— Se ele acha que vai passar por cima da gente assim… tá muito enganado.
E a plateia, mesmo dividida entre vaias e aplausos, sabia: a guerra tinha acabado de começar.
O chão ainda tremia com o rastro da queda de Ryuji. O público, antes em êxtase pela vitória anterior do Time Branco, agora segurava o fôlego. O rosto de San carregava um sorriso frio, o tipo de sorriso que só alguém confiante demais para sentir medo ostenta.
Renji, ofegante, fechou os punhos. A respiração pesada não vinha apenas do desgaste físico, mas da pressão mental que aquela luta colocava sobre ele. Os olhos de Naki, no entanto, estavam fixos no oponente, como se pudesse encontrar uma falha mínima no jogo de pés de San ou Karaku.
— Se a gente ficar nesse ritmo, a gente perde antes da metade do combate… — pensou Renji.
E então… ele tomou a decisão.
O ar ao redor de Renji começou a ficar mais pesado, quase viscoso. Pequenas partículas negras surgiram flutuando do nada. Não eram simples partículas de aura — tinham asas translúcidas e movimentos próprios.
Naki olhou de lado, surpreso:
— Isso é…?
Renji ergueu a cabeça, um brilho quase febril no olhar.
— Meu Sen Verdadeiro… — sua voz saiu baixa, mas carregada de algo primitivo. — O Enxame.
As partículas se multiplicaram rapidamente, formando dezenas, depois centenas de pequenos corpos. O zunido crescente tomou conta do ambiente. Eram vespas de Sen — carapaças negras, olhos rubros e ferrões afiados que brilhavam como lâminas embebidas em energia pura.
O público reagiu com um misto de fascínio e repulsa. O narrador oficial do torneio gritou nos alto-falantes:
— RENJI ASAKURA LIBERA SEU SEN VERDADEIRO!
— “INSETOS DE SEN” — um poder raro, capaz de gerar organismos de pura energia com vontade própria!
Vespas avançaram em enxames compactos, primeiro sobre Karaku. Ele tentou golpear o ar com chutes giratórios, mas os insetos se dispersavam e voltavam por ângulos cegos. Em segundos, cortes finos apareceram nos braços e pernas dele, cada um queimando com a energia do ferrão.
— Tsc… malditas pragas! — Karaku girou, mas o som do zumbido o cercava de todos os lados.
San, ao lado, deu dois passos para trás. Não parecia surpreso… parecia analisar.
Renji deu um passo à frente, braço estendido, comandando as vespas como um maestro de guerra:
— Cortem! Ataquem os pontos vitais!
O enxame se dividiu em dois — uma nuvem focada em Karaku, outra mergulhando direto em San. Ferrões se chocaram contra a pele do top, cada impacto com um estalo seco.
Por alguns segundos, parecia que a maré viraria.
Mas San não se moveu para se defender. Ele fechou os olhos. Um único suspiro. E então, sua voz cortou o ar:
— Área de Destruição.
O chão rachou sob seus pés. Uma pressão absurda explodiu para fora, como se toda a atmosfera na volta fosse esmagada ao mesmo tempo. A cor ao redor dele se distorceu, como vidro líquido em chamas.
O resultado foi instantâneo: todas as vespas de Sen dentro daquele raio… implodiram. Não sobraram carcaças, só faíscas que se dissiparam no ar.
Renji arregalou os olhos.
— Não… não pode ser…
San abriu um sorriso torto, como quem fala com uma criança que acabou de tentar brincar de igual para igual:
— Seus bichinhos… bonitinhos, mas frágeis.
San não perdeu tempo. Deu um passo à frente — e o chão se quebrou como vidro sob seu avanço. Ao mesmo tempo, duas figuras idênticas a ele surgiram de cada lado.
— Clones do Destino.
Naki recuou instintivamente. Renji ergueu os punhos, mas percebeu rápido que a movimentação deles não era só força bruta — cada clone tinha uma postura levemente diferente, como se carregassem especializações próprias.
San olhou para ambos, os dois clones sorrindo ao mesmo tempo.
— Finalização Dupla.
Eles se moveram como disparos de canhão. O primeiro clone girou no ar, pé aberto em arco, mirando o pescoço de Naki. O segundo veio por baixo, em chute ascendente no abdômen de Renji. E o verdadeiro San… simplesmente ajustou o ângulo para o golpe perfeito.
O impacto foi seco, quase sem som. Mas o efeito foi devastador.
Naki foi arremessado contra o limite da arena, o corpo deslizando pelo chão até parar inconsciente. Renji tombou de lado, cuspindo sangue, os olhos semicerrados.
O juiz correu até os dois, verificou rapidamente e ergueu os braços.
— Ambos fora de combate! Vitória do Time Vermelho no segundo round!
As arquibancadas explodiram em gritos e vaias misturados. Parte do público vibrava com o massacre técnico de San. Outra parte parecia chocada com a forma impiedosa com que ele finalizara a dupla.
Ryuji, ainda no canto de recuperação, levantou o olhar com dificuldade. Ele não via apenas derrota… via a mensagem clara que San estava mandando: “Esse jogo não é seu.”
No placar eletrônico gigante acima da arena, os números trocaram.
Placar Geral: 1 – 1.
Tudo empatado.
San olhou para Ryuji por cima do ombro, um leve sorriso no canto da boca.
— No próximo, prodígio… eu não vou só te derrubar. Vou acabar com você.
O clima na arena mudou. O hype do início deu lugar a uma tensão sufocante. E todos sabiam: o terceiro round não seria só uma disputa de pontos… seria uma guerra pessoal.
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