Índice de Capítulo

    Minutos depois da entrada triunfante de Theo Monsenhor Sesto, o leonino deixou o local cercado de muita pompa, como em um desfile de moda.

    Os burburinhos continuaram — Havia uma celebridade entre os lutadores e isso foi um evento midiático inesperado.

    Após o trâmite caótico, Lilac chamou seu grupo.

    — Hora de uma saída estratégica.

    Ela os levou para outro corredor, se abrigando atrás de dois dos grandes pilares de sustentação da Arena Shang Mu.

    Afastados o suficiente para uma conversa mais reservada e longe de olhares, principalmente os preconceituosos contra Viktor, o time de Lilac discutiu no reservado qual passo a seguir.

    Durante a caminhada, o mais impressionado com tudo era Viktor:

    — “O Theo luta Kenjutsu!” — Seu entusiasmo era visível. — “O nível desse torneio é altíssimo, e nunca na vida participei de uma competição assim. É incrível… e tenso!”

    Ele também se lembrou de Flórr.

    — “Aquele outro panda… Não consegui identificar qual luta, mas ele parece ser um lutador de corpo a corpo…”

    Seus pensamentos refletiram seu nervosismo.

    Viktor sabia que estava diante de um desafio imenso.

    Ele estava rodeado de vários caminhos; doutrinas diversas, ideologias ímpar, templos sortidos — artes marciais e filosofia rica de Avalice.

    Entre luz… e trevas.

    Com o grupo no lugar mais tranquilo e longe de olhares, Noah levantou o assunto.

    — Você também percebeu, Lilac? Aquele panda usou uma técnica avançada. Sabe o que isso significa, não?

    — Sim… — sussurrou, para expressar melhor. — Flórr não é só um incômodo. A Dobra do Nirvana é algo muito acima da média. E se isso foi mesmo verdade, ele não é qualquer um.

    De braços cruzados e encostado em um dos pilares, Santino também somou:

    — Nem aquele leonino é qualquer um. O cara pode ter boa aparência e todo um linguajar de moda, mas é um lutador digno, talvez no mesmo nível do panda marrento.

    Viktor, sobrando no assunto, tinha dúvidas:

    — O que seria Dobra do Nirvana?

    Carol foi rápida, porém ela falou com seriedade.

    — O cara esconde o Chi, piá. E, do nada, deixa ele sair, sem mostrar a mamona. O Nirvana dele é “dobrado”, passou por cima das regras! Mó Zé ruela esconde jogo… Tipinho traiçoeiro, nadica confiável.

    Rebuscada, a explicação de Carol ficou um pouco (para não dizer bastante) confusa.

    — Eu não entendi muito bem… — Viktor tinha dúvidas. — Acho que é algo que foge do caminho do Estudo do Nirvana, não é?

    Noah elucidou melhor a definição:

    — O caminho do Estudo do Nirvana que te expliquei nasce naturalmente. Mas Flórr parece ter quebrado a essência: é como se ele selecionasse as fases do Nirvana, usando só o que lhe é útil.

    Esse comentário trouxe a Lilac uma lembrança recente, desde o primeiro encontro dela com o panda na Zona Norte.

    — Seu dever? Baseia deveres como algo que só você é a predestinada a tê-lo? Tolice…

    Visto esse lapso, a dragão disse:

    — Flórr é um lutador de vários caminhos.

    Todos olharam, lhe dando ouvidos.

    Ela continuou:

    — Ele não tem respeito algum por disciplina, respeito, apreço às artes marciais. Tem alguma coisa nele muito ruim… longe do normal, mesmo para alguém arrogante como ele.

    — A que se refere? — perguntou Noah.

    — Ele parece saber mais do que eu imagino. Flórr falou de “eu não manter um legado”… e de outras coisas mais íntimas.

    — Ele é do mundo da luta, diva linda — a tagarela explicou. — Papo de cuíca multiplica fácil. Já tamo calejada, quase veteranas desde cedo, nyah!

    Esse foi um ponto, como a dragão concordou.

    Mas o albino também tinha algo relacionado:

    — Ele me identificou como um bibliotecário — o albino colocou a mão no queixo. — Eu nunca o vi. Dificilmente me esqueceria de pessoas que tenham visitado a biblioteca.

    Evidências trouxeram um horizonte de dúvidas e desconfianças.

    Flórr possuía alguma fonte…?

    Milla, que estava acompanhando a conversa, levantou uma questão:

    — Ele olhou para todo mundo como se conhecesse a gente. Será que alguém contou pra ele sobre nós?

    O time inteiro trocou olhares.

    O panda veio com informações íntimas, mesmo que isso não significasse muito.

    Mas tinham entrelinhas.

    Santino Rock não deixou o time perder o fio:

    — Vamos um pouco além, mas onde nos interessa mais: Flórr mostrou valores como lutador, mas também vimos a Amy, agora Theo… todos habilidosos.

    — De novo isso, doggo? — Carol falava. —Que tem essa parada de mais? Nosso time também é responsa, ué.

    — Kiddo, será que você não percebeu o detalhe? Eu disse “Amy, Theo, Flórr” e não eles como “o time”. Eles estavam sozinhos…

    Uma flecha de entendimento atingiu a mente de todo o time, até de Viktor.

    Lilac deixou claro essa visão:

    — Eles não estão juntos… por estratégia!

    —Isso mesmo! — o humano falava. — Estão escondendo o restante para não criar expectativas. Isso é muito engenhoso e inteligente!

    — Droga! Eu deveria ter pensado nisso, e comprometi todos nós!

    Ela fechou os dois punhos, sinal de sua frustração.

    O peso da culpa a tomou, sendo amparada por Carol.

    — Aí, calma, tá? Tamos na desvantagem, mas nada mudou, diva linda. Nada tá perdido…

    Por um erro de percurso, o time de Lilac se expôs mais do que deveria.

    Havia um bom motivo para que esse obstáculo chegasse: o cuidado que a dragão púrpura e todo seu time tinha com relação a Viktor.

    Ela o olhou, enquanto o humano olhava para os corredores.

    Ele nunca poderia ficar sozinho — seu Karma já estava gravado em alguns dos lutadores do torneio.

    Alvo fácil, coisas ruins poderiam ter ocorrido.

    Entretanto, alguém teve uma ideia.

    — Aí, gente… — a tagarela. — Bem que podíamos dividir o time um tiquinho, sabe?

    — Do que está falando, Carol? — perguntou Lilac.

    — Pô, tu ouviu o trevoso aí, né?

    — Não chama ele assim! — esbravejou.

    — Oxe… tá, foi mal! Mas o que tu acha?

    — Por que separar o time agora, Carol? O estrago já foi feito e…

    Santino tinha uma opinião diferente.

    — Mocinha, a kiddo teve uma boa ideia. Claro, já estamos prejudicados, mas podemos diminuí-lo nos separando.

    — Eu concordo com Carol… — disse Noah. — A Arena Shang Mu possui quatro cantos. Estamos em um deles. Se nós nos dividirmos, diminuiremos a exposição até o início do torneio.

    Lilac pensou bem, já que a decisão dependia dela.

    Como líder, concluiu que aquela era uma boa estratégia.

    — Muito bem, façamos assim: eu, Carol e Viktor. Noah, Santino e Milla. Essa divisão deixa todos mais anônimos. Podem me conhecer ou a Carol, mas não Viktor. E o Santino é o mais conhecido no outro trio.

    — Ótimo… — falou o albino, tomando a frente. — Façamos isso o mais rápido possível. Vamos!

    Enquanto Noah levava a metade do time, Lilac, fazendo o mesmo com o restante, disse:

    — Noah, mantenha cautela. Além de tudo relacionado ao torneio, os Vaidels podem estar por aí também.

    Ele trocou olhares com a dragão, sinalizando positivamente com a cabeça.

    E assim o time se separou, a poucos minutos do começo do torneio.

    A prudência falou mais alto, víde os eventos que acabaram de acontecer.

    Porém, durante o caminhar do time liderado por Noah, no meio da multidão um brilho singelo surgiu, invisível ao albino.

    A silhueta feminina, desde a zona Sul, se fez perceber.

    Ele olhou, pressentindo que estava sendo observado, mas em vão.

    Olhou em volta, várias pessoas indo e vindo, perdendo o rastro.

    Seu olhar frustrado se misturou ao mistério.

    Mas ela estava lá.

    Anônima.

    Minutos depois…

    Na Ala Quatro, em um dos salões que eram alimentados pelos corredores dos bastidores da arena, o trio formado por Lilac, Carol e Viktor caminhavam juntos.

    Lógico, os olhares para o humano se mantiveram, com o mesmo peso discriminador, mas silenciosos.

    Era visível o incômodo que os demais lutadores tinham com a presença de Viktor, mas todos preferiram se resguardar de reações maiores, já que havia do que se preocuparem mais no momento.

    Mesmo assim, a dragão também sentiu a inimizade pelo humano.

    — “Todos olham para o Viktor como se ele fosse um inimigo ou coisa pior. Nunca pensei que eles odiassem tanto assim Naturais de lutarem…”

    Até Carol tinha sua opinião:

    — Esses manés aí tão olhando o que? — ela falou, sem filtros. — Até parece que nunca viram um lutador Natural. O cara quer lutar, qual o problema? Tudo bando de enjoado… que tão querendo levar um murro e não tão sabendo pedir.

    Alguns ouviram, para desespero de Lilac, mas se limitaram a ficarem ainda mais furiosos e irritados.

    A tagarela ajudou… a deixar tudo pior.

    — Carol, cala a boca! — a dragão púrpura cochichou. — Eu também não concordo com o que estão fazendo, mas falar o que pensa no momento só aumenta o problema!

    — Ih, ah… Tá, foi mal. Errei, fui moleca…

    Ela fechou a boca, ressentida pelo momento.

    Na verdade, esse sentimento era pelo Viktor.

    Carol o apoiou, o empurrando de propósito, em uma brincadeira sadia.

    Ela sorriu, coçando o próprio nariz… e ele fez o mesmo, levando na esportiva.

    Tudo para quebrar o clima tenso e intimidador dos olhares preconceituosos que estavam pelos corredores.

    Mas mesmo diante de uma tempestade de maus fluidos havia uma voz que mudaria um pouco as coisas.

    — Viktor, então você veio mesmo! Oi! Eu estou aqui!

    As súplicas foram seguidas pelos ouvidos do humano, que procurou por todos os lados.

    A própria pessoa foi até ele, pulando em sua direção e o abraçando com força.

    Ele a recebeu, reconhecendo o mesmo instante.

    — S-senhorita Tats?! — falou, a abraçando também. — Olá, que bela surpresa!

    — E aí, como você está? — falava, trocando olhares dessa vez. — Estou aqui desde a abertura dos portões para os lutadores e não tinha te visto e…

    Enquanto a conversa continuava entre os dois “bons amigos” (e eram amigos!), Lilac e Carol observavam a interação… um pouco “fora da curva”…?

    — Ah, tipo… — a tagarela, cutucando a amiga, divagou. — Que tá acontecendo, Lilac?

    — Uh… E-eu não estou certa, mas… Ela é aquela que ele conheceu enquanto esperava por nós na frente da arena, não é?

    Entre Viktor e Tats a conversa prosseguiu.

    E Carol… Bem, fez o que sempre faz.

    — Tá… Abraço forte, giro dramático, troca de olhares, sorrisão maroto “entre amigos”… Cadê o ciuminho, diva linda? — ela provocou a dragão.

    — Hã? Do que está falando, Carol?

    — Você não é lenta, tá? Olha melhor, olha pra eles!

    — O que eu tenho que olh… — ela olhou para eles.

    E, ao olhar, viu a interações “entre amigos” deles: Viktor elogiou os cabelos de Tats, assim como ela falou super bem de seu físico e saúde, ela retribuiu falando melhor ainda do seu sorriso, ela devolveu a gentileza elogiando olhos…

    Lilac não tinha motivo algum para se preocupar… ou tinha?

    — “Mas que negócio é esse?” — ela pensava, com a testa franzida cheia de dúvidas e algo mais. — “Desde quando o Viktor é tão íntimo assim com alguém dessa forma?! Nem comigo ele é assim…”

    Quebrando o clima com classe, Viktor levou Tats até Carol.

    — Essa é Tats, Carol.

    — Ah, e aí, gente fina? — apertou a mão da outra felina. — Tudo de boa?

    — Estou muito bem, hehe! — sorriu Tats. — Você está muito bem de saúde.

    — Hã? Como que tu sabe disso?!

    — Pelo brilhante, olhos verdes bem vivos… e seu físico está muito bem desenvolvido!

    — Pô, tu tá falando do meu tanquinho? — passou a mão na barriga. — Consigo ralar queijo dela, nyah!

    — Haha! — gargalhou, cutucando com um dos dedos a região da tagarela. — Gata fitness, forte e cheia de gás!

    A divertida conversa contrastou com uma nuvem baixa com raios, trovões e chuva que estava logo atrás de Carol.

    Ela Lilac, que exalava irritação, inimizade e muita, mas muita raiva invisível.

    — “Quem essa aí pensa que é para sequestrar meus amigos?”

    Tensão atmosférica, cuja previsão era de “tempo bem fechado, com temperatura altíssima”.

    — E essa aqui é a nossa líder Lilac, senhorita Tats! — apresentou Viktor, apontando para Lilac.

    Até nesse detalhe a dragão púrpura se incomodou:

    — “Ah, pra ela é senhorita Tats… e pra mim não?”

    A felina de pelagem acinzentada, sorrindo, falou:

    — Olá, honorável drag… — assim que apertou a mão de Lilac ela sentiu a animosidade. — “Uh, o que?!”

    Descargas elétricas visíveis e táctil só entre as duas mostraram a alta tensão durante a apresentação.

    Lilac não recuou nem um pouco.

    — Prazer, “senhorita” Tats, hehe… — o sorriso forçado veio com brilho. — Viktor me disse muito de você, que sua “amizade” é algo que o agrada!

    Tats entendeu o joguinho.

    E entrou nele.

    — Ah, sim… hehe… — seu sorriso também era como o da dragão. — Sei, sei… Eu só não sabia que ele tinha uma “amiga” tão bonita e com físico invejável…

    O tempo fechou, mas estava aberto.

    Entre as duas, só o mesmo sorriso forçado e as alfinetadas e cutucões, que continuaram.

    — Eu conheço seu histórico de lutas, Lilac… — Tats falava.

    — Que bom que sabe. A propósito, eu não sabia que você era tão bela também… e “talvez” seja o motivo do Viktor ter se aproximado. Não é, Viktor?

    Ela olhou para o jovem com o mesmo rosto, jogando para ele uma indireta.

    Carol não deixou por menos.

    — Ih, piá. Indiretinha e tudo… Que tu vai dizer?

    — Eu não estou entendendo nada aqui… — ele estava mais confuso ainda. — “A Lilac me olhando assim até parece que vai me dar um soco ou coisa do tipo, mas porquê?!”

    A conversa prosseguiu.

    Previsão de mais rajadas.

    — Acho que o estrangeiro gosta da presença de mulheres mais velhas e com “bagagem”, se me entende… — as indiretas diretas vieram.

    — Não… Acho que ele prefere a companhia de quem está sempre com ele o tempo inteiro, pra ele cozinhar comidas deliciosas. Não é para qualquer uma essa honra, sabe?

    Tats riu um pouco.

    Ela já tinha um contra ataque.

    — Ah, verdade. Por isso que ele disse que um dia vai me fazer algo para comer… — o sorriso forçado veio com força. Ela olhou para o humano. — Não é, Viktor?

    As duas olharam para ele, principalmente Lilac, possessa por uma aura púrpura, mas com um “tempo encoberto e com trovoadas” sobre sua cabeça — uma tempestade iminente.

    Ela, com um olhar penetrante, quase como o de um assassino, fez Viktor gelar, que se escondeu atrás da gata tagarela.

    — S-socorro… — acuado, tremia também. — O que está acontecendo com a senhorita Lilac, Carol?

    A felina estava comendo pipoca (seja lá de onde isso apareceu), mas respondeu:

    — Tá na cara: vontade de te esfolar, talarico — disse, se falando da guloseima. — Hum… capricharam no sal. Tá bom pra chuchu, nyah!

    — Hã?! Mas o que foi que eu fiz?! E o que é isso?

    — Ih… inocente. Tu tá mei ferradin…

    A cena, cômica e cheia de sutilezas, deixou claro que haviam sentimentos ocultos, mas todos levando a uma mescla entre zelo, respeito e amizade (e um pouco de cuidado excessivo, possessividade etc), mas de forma leve e genuína.

    Contudo, a comédia deu lugar a outro estado.

    E isso ficou ilustrado na mudança de semblante de Carol: foi abrupto, mas ela percebeu que todos os lutadores que estavam em volta do espaço onde se encontravam reagiram com a presença de Tats.

    Eles estavam com um olhar temeroso, muitos até saíram de perto e outros não paravam de encará-la, embora a felina médica sequer lhes desse a atenção devida.

    — “Caraca, que parada sinistra é essa? Por que tão olhando pra simpática assim?”

    O pensamento de Carol veio segundos antes das reações atingirem um patamar ainda maior: os demais abriram um tipo de caminho, com seus rostos acompanhando a aproximação de alguém.

    Os burburinhos ocorreram… e cessaram.

    Passos firmes, pesados, com barulho de metal arranhando e batendo nas pilastras.

    Não demorou muito, a figura imponente apareceu.

    Fincando seu escudo no chão, era o lobo branco Joshy.

    Sua presença trouxe consigo um silêncio aterrador, onde era possível ouvir a respiração e o bater do coração.

    Lilac o viu, cessando sua repentina reação tempestuosa.

    — “Quem é esse lobo… e o que quer aqui?”

    Ostentando o chifre sobre sua testa, ele falou:

    — Tats, vamos. Ela chegou.

    A médica reagiu, o olhar fechou e se tornou sério.

    Alguém bem importante estava por vir.

    Enquanto isso…

    No outro extremo da arena, o time liderado por Noah caminhava pelos corredores.

    Livres de olhares e suspeitas, o plano de separar o time de Lilac estava funcionando.

    Mas, por ver uma fonte de água limpa, um bebedouro, o albino falou:

    — Santino, Milla, continuem. Eu alcanço vocês.

    — O que houve, garoto? — perguntou o canino amarronzado.

    — Nada… Só quero me hidratar. Estou com sede.

    — Ah, tudo bem. Mas não se atrase.

    Ele foi até lá, aguardando em uma fila.

    Não demorou, e adentrou suas duas mãos embaixo da queda d’água límpida.

    Como quase tudo nos bastidores eram milenares, não havia os bebedouros modernos: era uma fonte caindo em uma cuba para aparar a água.

    Era necessário usar as duas mãos para reter um punhado — Noah o fez, como os milenares.

    Pensamentos vieram nesse momento íntimo.

    — “Aquela mangusto… ela viu além? Mas… como ela conseguiu sentir sobre aquilo? Eu sabia, ela está em um nível alto…”

    Mas, o surpreendendo, ouviu uma voz feminina firme e tenra.

    — Aqui, pegue…

    Noah se virou… e o olhar o tomou de espanto: era uma felina mais velha, ainda jovem, que ostentava uma pelagem listrada em três tons, preto, branco e cobalto.

    Ela segurava uma toalha de papel, a oferecendo ao albino.

    Usava um vestido oriental próprio para lutas — bermuda de compressão e uma blusa preta presa em transversal — calçando sapatilhas com detalhes metalizados no solado.

    Uma longa cauda se movia logo atrás de seu dorso curvilíneo e trabalhado. A boa forma de seu físico era evidente.

    Usava óculos redondos estilosos de cor laranja, típicos de observadores.

    Seus olhos cor de abóbora se uniam simetricamente aos seus cabelos em três tons, laranja, preto e branco, eram curtos e bagunçados intencionalmente — um charme natural.

    Ela esboçou um sorriso, enquanto Noah, atônito, falou:

    — Você…? — seu olhar ficou distante. — “Eu… a conheço!”

    Essa alguém trouxe instabilidade ao ambiente.

    Igual a Joshy e Tats, o mundo da luta em Shang Mu se comportou na defensiva.

    O que estava por vir?

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