Índice de Capítulo

    A reação de Noah ilustrou muito bem seu estado de espírito.

    A felina, de forma gentil, lhe ofereceu uma toalha de papel para que enxugasse suas mãos, e era uma figura conhecida do albino — improvável de estar ali, naquele tipo de ambiente.

    O local, com as mesmas paredes em tom rubro e com a fonte de queda d’água límpida para consumo, tinha um ar úmido e refrescante — mesmo sem brisa ou qualquer climatização.

    A gata, quase tão pálida no rosto que ele, esboçou um leve sorriso, daqueles que escondiam uma seriedade latente.

    Seu olhar, que mesclava um estado jovial e maduro, era amistoso.

    Sua voz firme ia contra sua natureza singular.

    — O que foi? Prefere ficar com a mão molhada? Não faça isso… pode pegar um resfriado.

    Noah relutou, ainda com o olhar fixo ao dela.

    As mãos recuaram, avançou devagar logo em seguida, deixando evidente seu desconforto.

    — “O que está acontecendo aqui? Por que estou sentindo tensão… e por que essa mulher está aqui neste lugar?”

    Surpresas vieram, deixando o albino mais tenso.

    — Sou uma lutadora… — ela dobrava o papel, deixando-o mais utilizável, quase como uma cerimônia. — Essa era sua dúvida? Não perca tempo…

    Noah tomou um susto, um baque imediato.

    As íris verde-esmeralda tremeram, retraindo-se num reflexo involuntário.

    Instintivamente, ele se colocou em prontidão.

    Pronto para uma luta.

    Adaptativo, ele levou a toalha até suas mãos, enxugando-as.

    Durante esse ato, ele não fugiu do olhar da felina, que sorriu de volta.

    — Viu? Mãos secas… e não há de quê.

    Sem pressa, Noah terminava a ação, ainda em silêncio e sob olhar fixo.

    Sua tensão se manteve, sem mudanças.

    Logo após terminar, depositou a folha de celulose úmida à lixeira — mesmo em meio a tensão, o albino teve o cuidado de respeitar o ambiente.

    Já um pouco mais à vontade, tentou falar.

    — Voc… — ele foi pausado, seco.

    O ar pareceu criar um vácuo assim que a gata o interrompeu — uma fuga do som ambiente realçou sua voz.

    — Waaifu Soul Onma. Eu sei que você sabe meu nome, Noah Hibiki.

    Noah deu um leve passo para trás, impactado pela nova surpresa.

    — “Como ela sabia o que eu iria perguntar?!”

    A escalada pela estranheza continuou.

    — Porque essa é a primeira reação de quem está quase em colapso.

    — O q-que?! — gaguejou, dando mais sinais de baque.

    — Perguntar o nome. Atitude natural de quem quer agir na defensiva… — fechou os olhos, os abrindo logo a seguir. — Não fique assustado, são só probabilidades. Elas me ajudam a entender as pessoas… e a lê-las também.

    Sua postura e expressões eram calculadas e tão naturais… — estudo clínico ou empatia?

    Cada palavra dela soava como um enigma — nuances ocultas, entrelinhas não escritas e subtexto impossível de decifrar.

    Noah não estava em colapso.

    Era insegurança.

    — “Antes que eu termine de raciocinar, ela já está um passo à minha frente. Eu tenho dúvidas… e ela já tem uma resposta antes mesmo da pergunta.”

    Ela foi um pouco além.

    — Um agradecimento — sussurrou, quase musical.

    — Hã? Do que está falando?

    Ela lhe deu as costas, sua cauda se moveu de um lado para o outro.

    Seus olhos fecharam, voltando a abri-los.

    A gata, olhando para Noah, com seu corpo direcionado para um dos corredores, falou:

    — “O Conto do Velejador das Águas Tempestuosas: Volume Um – Tesla”. Você me indicou este livro maravilhoso a quatro semanas atrás. Li-o no mesmo dia…

    Noah se lembrou, os olhos voltaram a tremer.

    Ela continuou:

    — Página 189, parágrafo 7: “Tomei-os ao vento, o timão, pesado, foi um oponente digno, mas o subjuguei com brutalidade… e o dobrei”. Esse trecho marca a mudança de Volgue, o velejador das águas tempestuosas.

    O albino, ainda mergulhado em questões, desta vez foi espontâneo.

    — Por que está citando essa passagem?

    — Ora… — virou o rosto, caminhando em seguida. — Você o indicou. O livro é estupendo, Noah Hibiki. E eu tenho certeza de que você sabe do significado… ou está usando de retórica?

    Tudo que Waaifu falava jogava contra Noah uma insegurança perpétua; ele agia, ela não só reagia como trazia vários tipos de reações.

    Ela caminhou pelo corredor, quase sumindo.

    Mas:

    — “Os mares de revolta atacaram, destruindo cada centímetro da proa, segundo a segundo. No fim, a minha vida foi diminuída a uma mera história que a água gelada levou consigo. O fim da vida ou o começo de contos? Era real ou mentira?”

    Noah surgiu um pouco atrás de onde ela andava — ele falou a citação, um contra ataque feroz e inteligente.

    A felina se virou, mas não com o sorriso: seu rosto mostrava seriedade latente genuína, de alguém que recebera um desafio.

    Noah foi muito ousado.

    Com uma simples passagem de texto, o albino se impôs, deixando uma mensagem naquela passagem citada.

    — Nos veremos no torneio, Noah Hibiki… — falou Waaifu, sem desviar o olhar. — Lá, não serei gentil… e tenho planos para você.

    O albino sabia que reagir sem pensar era dar a ela toda a vantagem.

    Se limitou a fita-la, mas pensou:

    — “Planos?! Mas do que…” — ele se reequilibrou. — “Não… Devo me manter neutro. No momento, eu que estou na ofensiva. Já entendi o padrão dos movimentos dela…”

    Waaifu voltou a caminhar, firme como sua voz… e enigmática como sua pessoa.

    Noah, ao contrário, guardou uma das peças do quebra-cabeça… mas faltam as outras.

    — “O que ela deseja, afinal? E qual o porquê de vir até mim? Ela é do Monastério Omna…”

    O jovem mestiço começou a caminhar, indo em direção ao outro lado da arena.

    Ele rumava a encontro com Milla e Santino Rock, que estavam na frente, como Noah propôs.

    Entretanto, seu caminho até lá pareceu uma tortura — o assunto era um só, que martelava a cada segundo.

    — “Foi por causa dela… que eu descobri sua dinastia” — um fato que o consumia. — “Isso não explica nada. Ela pediu uma recomendação como qualquer outra pessoa e… ela usou contra mim uma passagem do livro…”

    Waaifu já estava fora de cena a alguns minutos, mas sua presença na mente de Noah permaneceu.

    O jovem estava mergulhado em águas profundas da incerteza esplêndida… mas sabia como ninguém nadar em mares revoltos.

    Enquanto isso…

    Voltando à área onde Lilac, Carol e Viktor estavam, os eventos ocorreram ao mesmo tempo.

    — Tats, vamos. Ela chegou.

    A felina fechou seu olhar, tomando uma fisionomia muito mais séria e centrada que o normal.

    Era possível dizer que até parecia outra pessoa, como Viktor percebeu:

    — “O que está acontecendo? Por que a senhorita Tats está diferente? É como se o assunto fosse tão sério que a fez tomar uma atitude extrema…”

    A exposição de Viktor foi aberta, mostrando o quanto a mudança foi abrupta.

    Joshy, o lobo branco com o chifre no alto de sua testa, ficou à frente da gata acinzentada com seu escudo ao chão, aguardando a membra de seu time.

    Tats até faria isso, mas Lilac, também alterada, se colocou entre os dois: o olhar era também fechado, mas ofensivo.

    A dragão encarou o lobo.

    Ele, mais alto, a cobria; Lilac ignorava esse detalhe com palavras.

    — Então você é da tão falado Monastério Omna… Sendo sincera, nunca havia ouvido falar de vocês antes deste torneio.

    — Isso faz alguma diferença, garota? — disse, com sua voz gutural ecoando.

    — Pessoas se sentem intimidadas com vocês, mas não meu time.

    — Hm… Isso seria um tipo de provocação? Lhe darei uma nova chance se sim…

    A pausa na conversa veio, trocas de olhares se mantiveram por dez segundos, assim como o silêncio dos demais.

    Lilac não arredou:

    — Eu ouvi histórias do seu monastério que me incomodaram.

    — Existem vários contos sobre nós… — Joshy não desviou o olhar. — A imensa maioria são de lendas.

    — Sim, mas me referia a um em específico.

    — E qual seria, dragão?

    — Sobre subjugar outras doutrinas.

    O lobo bateu o escudo no chão.

    Só isso foi o suficiente para um deslocamento de ar proveniente do chão subisse e levantasse um pouco de poeira — o local era tão limpo que não restou muitos fragmentos.

    O impacto nos demais foi grande, que saíram de perto para evitar fazerem parte da discussão.

    Joshy, ainda sereno no semblante, falou:

    — Isso é uma verdade… que eu não posso esconder.

    Lilac arregalou seus olhos, assim como Carol.

    — “Isso só pode ser uma brincadeira! A senhorita Lilac o está encarando…?”

    Viktor percebeu que a escala de um conflito era maior que antes.

    O humano deu um passo para frente, em direção aos quatro.

    Contudo, uma mão em seu ombro o desarmou.

    Ele virou para trás.

    Uma voz veio ao mesmo tempo.

    — Carinha, nem pense nisso.

    Era Sheng.

    Viktor esqueceu completamente do embate de egos envolvendo suas amigas e o Time Omna.

    Seu foco se tornou o felino alaranjado.

    E, junto a isso, sua irritação cresceu.

    A tensão já era alta; agora bateu no teto da Arena Shang Mu.

    Enquanto isso…

    Extremo das dependências da arena

    Parados conversando, lá estavam Milla e Santino Rock.

    Os dois aguardavam Noah, em frente a um imenso portão.

    Nele, tinha o nome da arena escrito em ideogramas orientais, deixando claro que o lugar manteve as raízes milenares.

    Olhando para os lados, a pequena falou:

    — O Noah está demorando, né?

    — Sim, um pouco… — o canino encarava boa parte dos lutadores. — Hm… tem rostos conhecidos por aqui, outros não. O torneio trouxe caras novas.

    — Isso é bom ou ruim?

    — É ótimo… — comentou, olhando para a palma da mão. — É, não será dessa vez que irei usar meus novos golpes.

    — Novos golpes? Você treinou muito esse tempo, foi?

    — Sim, garotinha. Mas, e você? Aquela moça dragão confia muito em você… Sabe mesmo lutar?

    — Sei sim! Minha mestra me ensinou muita coisa… e eu quero ajudar o time!

    — Mestra?! — sua dúvida veio sem tanto peso. — E quem é sua mestra, garotinha?

    Milla levou sua mão até o bolso, pegando uma foto.

    Ele pegou a foto, sem muito a esperar — minha curiosidade, mas com os pés no chão.

    Mas foi só bater o olhar nela que seu semblante logo mudou: de contemplativo para surpreso ao extremo.

    — Essa é a minha mesma: a lady Neera Li — falou Milla, com um sorriso no rosto. — Ela me ensinou tudo do Kung Fu estilo Garça

    — G-garotinha… N-não p-pode ser… — gaguejava com imenso impacto. — Aquela panda casca grossa do Reino de Shang Tu é sua mestra?! Mas como pode isso?!

    — Ah, o que tem? Alguma coisa errada da lady Neera ter me treinado?

    — N-não, nada errado. Só que… — tomou ar, tentando se acalmar. — Nossa, eu nunca iria imaginar que aquela panda tinha essa proximidade com alguém.

    — Ah, entendi! — sorriu, coçando o nariz. — A lady Neera às vezes é um pouco durona e muita gente tem medo dela… mas ela é legal e muito amável comigo.

    — A Neera Li amável com você?!

    Essa última fala de Santino fez com que a perspectiva fosse levada para quem de Shang Mu, passando por montanhas e lagos da região, indo além dos caminhos que ligavam os reinos, até chegarmos em Shang Tu.

    Lá, no interior do escritório da panda sacerdotisa, ela estava lá, trabalhando.

    Suas anotações pausaram: ela espirrou.

    — Uh… — coçou o nariz. — Nada de resfriado agora!

    Ela reagiu, mesmo a quilômetros de distância, ao comentário vago de Santino.

    Voltando ao interior da arena, onde os dois caninos estavam, a conversa foi paralisada.

    O motivo: burburinhos ensandecidos foram ouvidos, causando estranheza.

    Milla foi a primeira.

    — Hã? O que está acontecendo?

    — Não sei, mas deve ser mais uma “estrela” ou “influenciador” no pedaço. Aquela Kiddo iria gostar de saber…

    — Ah, eu vou lá ver. Só um instantinho, tá?

    — Tudo bem, garotinha… — observou Milla correr. — E o Noah ainda não voltou…

    A pequena, ao ver o amontoado de pessoas, teve dificuldades em avançar.

    Por ter baixa estatura, conseguiu, enfim, chegar até o epicentro da atenção de todos: era um tipo de reunião.

    Havia vários lobos usando tiaras com chifres, segurando, cada um, estandartes de cor azul, com ideogramas.

    Lá estava escrito:

    ゲイザ・オムナ家

    Família Geiza Omna

    O local tinha uma dessas bandeiras penduradas na parede, como um marco.

    Havia dentro da Arena Shang Mu áreas pertencentes a algumas ramificações do Monastério Omna.

    A cena era aterradora: um penoso estava de joelhos e com a cabeça abaixada, mostrando subserviência.

    — Eu segui perfeitamente o que me pediu, senhor! — ele transpirava submissão.

    Ele recebeu uma pisada na cabeça, com força, o levando para ainda mais do chão — seu rosto era forçado por um lobo, mas com as mãos.

    A agressão veio com uma voz:

    — Sua doutrina é insuficiente… e será extinta.

    — Por que está fazendo isso? Meu clã entrou no torneio como o sifu ordenou!

    — Aceite seu destino. Párias como vós não merecem misericórdia — forçou a cabeça da ave monge no chão. — Sejam obedientes ou não, sua doutrina impura mancha o nome da família Geiza.

    As palavras terríveis vieram do lupino com pelagem avermelhada e com detalhes em branco, usando um traje de luta chinês.

    Os demais lutadores viram aquilo com repulsa, mas complacentes com o ocorrido.

    O lobo, incessante na punição, também possuía uma tiara em forma de chifres: um quebrado, de onde um rastro de Nirvana saía.

    Foi naquele instante que Milla se lembrou: ela o conheceu na Ala Oeste da Zona Milenial de Shang Mu.

    — Olha, aquele moço que me ajudou a encontrar a Carol! — ela caminhou até ele.

    A vista dela estava centrada só no lobo, onde ele ainda cobria a visão mais periférica.

    Assim que se aproximou, toda a doçura da pequena foi vista.

    — Oi, moço… dá licença?

    O tal lobo se virou, ainda obstruindo a visão da Milla do que estava fazendo.

    A indiferença estava estampada em seu rosto, assim como uma arrogância exagerada.

    Além disso: prepotência estava instaurada no ato que estava fazendo, chegava a ser cruel.

    Foi Milla se aproximando para ver a cena.

    Ela pôs a mão no rosto, cobrindo a boca — ela não acreditou no que viu.

    Porém, no outro lado, aos gritos, Santino Rock explanou:

    — MILLA, SAIA DE PERTO DELE!

    Seu brado fez abrir um corredor, deixando que o lobo o visse.

    Ele o reconheceu.

    — Santino Rock, o portador da doutrina Punho dos Ventos de Parusa… — ele se virou, chutando o penoso que estava no chão para longe. — A que devo a visita?

    — Grr… — fúria visível no rosto. — Já deveria imaginar que você estivesse aqui… Pawa Geiza Omna.

    Por ironia do destino, uma brisa amarga foi sentida.

    Milla estava no meio dos dois, confusa.

    Mais um membro do Monastério Omna apareceu… e o último deles.

    Enquanto isso…

    Voltando à cena onde Viktor e Sheng interagiam, o contraste do assunto durava o ritmo.

    Seu olhar cheio de irritação veio com força para ver o felino alaranjado o encarando com um sorriso debochado, mas seguro.

    Enquanto o humano era pura irritação, o sorriso cheio de escárnio de Sheng era calmo, seguro e controlador.

    Ele foi direto ao ponto.

    — Vejo que não mudou de ideia… e isso é um erro seu.

    — Achou mesmo que aquela sua conversa na lanchonete iria me convencer?

    — Sim, e eu tinha certeza… — o rodeou, passando uma das mãos no queixo de Viktor. — Mas, pelo visto, você não entendeu a seriedade da situação, estrangeiro. Só desista e volte pra casa.

    O gesto, uma clara provocação, pareceu limar o pouco de paciência que Viktor tinha.

    — ““Isso me irrita muito! Ele acha que pode fazer o que quiser…?”

    O humano explodiu: o pouco foi muito.

    — JAMAIS! — retirou com força a mão. — E pare de tocar em mim!

    No grito, pela força que fez, o humano recebeu um susto: o punho de Sheng veio, a poucos centímetros de seu rosto, onde a potência o congelou até os ossos.

    O golpe só causou a pressão do ar contra seu rosto, mas o fez recuar.

    — “Eu nem vi o soco… e foi tão natural quanto um piscar de olhos!”

    — Você pensa que eu estou brincando? — Sheng falou mais sério. — Ainda está em tempo de desistir e evitar uma vergonha para você e seu time.

    — Não é você quem decide isso! — ele armou sua base de luta. — Talvez o que você procura eu tenha… Não é isso?

    Sheng inclinou sua cabeça para o lado, buscando uma perspectiva diferente.

    Mais uma vez, foi uma provocação.

    Uma breve pausa, de três segundos, na conversa entre os dois deixou clara a mensagem.

    — Você está falando sério mesmo, carinha?

    — Você levantou seu punho para mim. Eu recebi a mensagem!

    — É, levantei… e a mensagem era pra você criar juízo e cair fora daqui!

    O nervosismo de Viktor era coberto pela segurança emocional de Sheng.

    Ambos trocavam olhares, com o humano mostrando os dentes, tamanho era seu desconforto.

    O felino, pelo contrário, ostentava confiança.

    Sua presença se igualava aos demais do seu time.

    — Não me entenda mal, carinha: só quero seu bem. Você, como um Natural, não tem a mínima chance neste torneio.

    — Você fala demais, sabia? — ele deu um passo para frente, punhos cerrados. — NÃO TENHA PENA DE MIM!

    O brado alto ecoou até Sheng, que quase cresceu contra Viktor.

    Contudo, o que o freou foi uma voz.

    — Exactement, cher combattant. Não terr pena dele… As-tu compris?

    Tanto o felino alaranjado quanto o humano olharam para o lado, de onde a voz veio.

    De braços cruzados e com olhar desinteressado, era um outro gato com pelagem toda azul, até mesmo os cabelos sedosos e bagunçados.

    Ele calçava sapatilhas de lutador pretas, calça de pano justa nas pernas, um colete chinês vermelho, deixando sua barriga definida de fora e, sobre o nariz, um curativo recente — seus olhos cor de mel completavam o visual.

    Além disso, possuía um físico trabalhado: mesmo esguio, ele exalava espírito de luta, já que usava luvas pretas.

    Sheng não perdeu tempo:

    — Quem é você… e o que quer aqui?

    Sem muita pompa, e demonstrando descuidado, o felino azulado falou:

    — Terrminar con essa discusson sem lógica… e estou aqui parra encontrarr minha derrota. On peut parler? Bon garçon…

    Uma nova figura surgiu.

    Mas quem era?

    Seu sotaque pitoresco entregou sua natureza: ele veio de longe.

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