Índice de Capítulo

    Todo o repasse de cenários pelo conturbado movimento de resgate a Santino Rock trouxe instabilidade emocional em todos os envolvidos.

    Ninguém foi poupado, o que faz crescer o abalo psicológico.

    Mesmo com todo o contratempo, eles resistiam como podiam, dentro do que esperava de suas personalidades.

    Rachaduras ocorreram em seus brios, mas ainda estavam inteiros.

    Sem perder mais tempo, o momento era de extrema urgência, com o time esfarelado e ramificado, criando uma espiral do caos.

    Sabido disso, continuamos com o evento mais grave da noite que nunca terminava.

    Zona Milenial

    Hora: 09:55 PM

    Zona Leste | Armazém de vasos

    Um ruído agudo da lâmina afiada de uma espada ecoou pelo ambiente noturno no interior do galpão de armazenamento de um dos templos.

    O eco metálico se propagou e ganhou peso, caindo aos ouvidos de Carol como duas estacas morais, empalando seu senso de urgência.

    A fria brisa que ocorreu não só trouxe mais sensação de terror como levou para longe parte da poeira remanescente dos cacos dos vasos quebrados mais cedo, acentuando o atual tormento.

    Guiada pela mão da assassina, a arma ninja foi brandida sob o pescoço de Milla, imobilizada por Hong Se, membro da ramificação Vaidels do clã ninja Red Scarves.

    A ninja utilizou uma técnica chamada Talaske, cujo efeito era paralisar totalmente a vítima. Milla sequer conseguia esboçar emoções.

    Ambas estavam a 3 metros a frente de Carol, distância segura.

    Sob sua liderança, lá estavam os Gêmeos Carmesim, irmãos de corpo e alma, sempre juntos e agindo em perfeita sincronia.

    Eles não falavam, se reservavam a somente receberem ordens e obedecer com o maior grau possível de obediência e eficiência.

    Cada um estava nas laterais da felina, esquerda e direita, como seus olhos visíveis no elmo deles, o que os diferenciava um do outro.

    Estavam mais distantes: 5 metros, por estratégia de campo, já que a gata foi forçada a manter seus braços esticados.

    Eles prendiam Carol com correntes, deixando a felina imóvel e entregue aos caprichos da ninja inescrupulosa.

    A cena, coberta por muita tensão e insegurança, deixou a gata selvagem colapsada por tudo que aconteceu nos poucos minutos que passaram desde que seguiu os irmãos.

    Era uma armadilha desde o início.

    O reencontro do seu passado… no presente.

    Carol tinha a responsabilidade sobre seus ombros, e que marcaria aquele instante como o mais dramático que presenciou.

    Os eventos a seguir se passam no minuto seguinte ao imbróglio maldito.

    — Não faça isso, Hong Se! — Carol gritou, presa nos braços pelas correntes.

    — Como eu disse: vou te atingir… onde te dói mais — sussurrou, tão fria quanto o ambiente e terrível como sua ambição.

    O objetivo da ninja era claro: sua lâmina no pescoço de Milla, para dar fim a uma delas de forma definitiva.

    — Por que você não acaba comigo e deixa a Milla? Pô, eu que sou o alvo aqui, caraca!

    — Tudo que envolve vocês… é meu alvo.

    Hong Se parecia se deliciar ao ver sua rival se desesperar daquela forma.

    Se ainda não tinha dado fim a vida de Milla, esse era o principal motivo.

    Carol tinha ciência disso.

    — “Se eu não pensar em alguma coisa logo, eu nunca vou me perdoar!”

    Seus caninos protuberantes marcaram o canto da boca, expondo seu nervosismo.

    O microssegundo se alongou ao pensar ainda mais:

    — “Mas que titica! O que eu posso fazer?! Eu… tô presa e a Milla também…”

    A gata se viu em um cenário inédito, onde a vida e a morte mais uma vez ousou em ficar entre ela, em uma situação que fugiu da sua forma de pensar.

    — A vida de todos seus aliados… será meu troféu — a ninja, decidida, se posicionou para o golpe fatal.

    A fala sussurrante de Hong Se soava com muito veneno, contaminando o íntimo da jovem felina.

    Carol não era a mais inteligente do grupo, sequer a mais sensata.

    Porém, de longe, era a mais autêntica e sincera, a ponto de envolver Lilac em problemas e, principalmente, falar besteiras inconsequentes.

    Sua lealdade se manteve intacta: ela tinha total interesse em salvar a pequena canina, mesmo que isso custasse sua vida.

    Seu semblante estava fechado, deixando claro o impacto emocional que estava sentindo.

    Ela engoliu seco, o suor escorreu por sua pelagem do rosto e sua vista tremeu conforme o fio da espada brilhava com a pequena luminosidade lunar que iluminava o lugar

    O custo, tão alto que nunca poderia pagar ou até mesmo suportar, escalonou sua angústia até o limite, ou talvez além.

    — “Tô pensando demais, agindo menos…” — enfim, uma reflexão da situação aflorou em sua mente. — “A quem tô enganando… tô nessa encrenca por minha culpa!”

    Carol foi ainda mais fundo, com a visão de que, cedo ou tarde, algo trágico iria acontecer e marcar sua vida para sempre.

    Mas, mesmo nesse cenário desfavorável, sua mente encontrou milissegundos preciosos para, pelo menos, pôr ideias de seu âmago no lugar.

    Milímetros impediam o fim de sua amiga canina, indefesa e imóvel pelo poder de Hong Se, em posse da lâmina.

    Todavia, os pensamentos eram mais lentos, quase que paravam o tempo, ainda que Carol tivesse ciência do presente, seus olhos fixos no perigo.

    Dotes naturais de qualquer gato.

    Aliás, gata selvagem.

    Esse movimento, instintivo, a levou até o passado, onde era uma assídua membro do clã Red Scarves.

    Ela relembrou do primeiro encontro com Lilac, sua melhor amiga.

    O cenário isolado, feixe branco que as separava do restante, preparou a lembrança:

    — Você é a Carol Tea, não é?

    — Essa parada! Só não fala muito meu nome pra não gastar, tá?

    — Hã?! Mas o… — confusão em sua palavra.

    — Hehe, nyah!

    As caras e bocas da felina eram o maior destaque.

    Sua visão aguçada e a noção espacial agiam mesmo nos relatos do passado.

    O ruído seco do ar sendo cortado era como um mantra que a trouxe a realidade em um flash.

    O corte fatal, prestes a ser concretizado, pareceu se estender mais do que devia.

    Esse seria um “Efeito Carol”?

    Era nervosismo somado com ansiedade.

    Isso era parte de sua personalidade: Carol tinha pressa para tudo, ágil como sempre foi e também se orgulhava.

    Lilac sabia disso melhor do que ninguém.

    Tanto que, conforme o tempo passava durante os treinamentos entre os membros dos Red Scarves, o elo entre as duas só ganhou força.

    Era um misto de rivalidade, amizade e, na medida do possível, lealdade genuína.

    Não. Bem lá no fundo de Carol, isso tinha um significado maior.

    Como visto em seu subconsciente, se relembrou:

    — Carol… — chamava Lilac, com uma voz suave.

    — Diga, divalinda. Que foi?

    — Quando estiver agindo diferente, só volte… e seja você mesma. Gosto de você assim, mesmo sendo tagarela… e chata!

    O sorriso de Lilac, com seus olhos fechados, ficou marcado neste instante como um tesouro.

    O sentimento tinha nome: era irmandade.

    Um companheirismo rico e tênue entre ternura e amor como irmãs de longa data.

    Ela se lembrou do dia que conheceu Milla.

    Estavam as três acima do Labirinto das Relíquias, precisamente na Floresta Maze.

    — Meu nome é Lilac.

    — Oh, que nome legal! — disse a pequena.

    — Hehe… E essa é minha amiga Carol.

    — Ah… oi — Milla era muito tímida.

    — E aí? Olha, valeu mesmo por ter me salvado lá no Labirinto, tá?

    A pequena a salvou após uma enorme pedra tê-la atingido. Isso foi durante o imbróglio envolvendo Brevon.

    Foi nesse instante que, em um lapso de tristeza genuína, de rancor aberto e desespero: o retorno à visão soturna, com a canina prestes em perigo.

    Um tic seguido de um tac, um relógio da vida soava o sino.

    Mergulhada em sua mente, Carol expôs uma lágrima que saiu de seus olhos, carregando consigo a essência de estar prestes a perder Milla.

    Seu coração bateu mais ligeiro, taquicardia ocorreu e sua respiração tomou mais profundidade.

    Um chamado ocorreu dentro dela, como se ela mesma estivesse se provocando:

    E aí? Vai deixar passarem por cima de você assim? Reage, pô! Ou tu não é a badgirl número um de Avalice?

    Aquilo a tomou, redefiniu sua atuação de como enfrentar o perigo.

    O medo ainda estava lá, mas sendo combatido com o que tenha de melhor.

    Foi até onde seu devaneio a levou, que lhe deu as respostas que precisava: sua genuinidade.

    Sua maior qualidade, sua fonte de energia inesgotável para lidar com seus maiores temores.

    Aos poucos, isso ficou elucidado em sua mente, lhe recobrando a razão e, principalmente, o foco.

    “O porquê de eu ainda lutar é… eu ser eu mesma!”

    Ela encontrou seu norte. Sua razão. Seu foco.

    “A Milla me salvou… então tá na hora de salvar a kawaiizinha!”

    Ela encontrou o compasso.

    O ponto de ebulição que a movia sempre para frente.

    O seu “Nyah” interior.

    Com o vigor restabelecido e respirando fundo, Carol simplesmente se limitou a rir.

    Mascarando as lágrimas que quase saíram, sua natureza felina de sempre cair de pé a auxiliaram.

    Ela riu tão alto, mas tão alto, que sua gargalhada se misturou ao vento, ao cheiro, até ao gosto, e a toda a algazarra das redondezas.

    O silêncio da tragédia itinerante deu lugar a risadas icônicas e honestas, de quem achava graça do perigo.

    Com Hong Se a alguns metros a frente e os Gêmeos Carmesim a sua direita e esquerda, afastados o suficiente para manter a força das correntes.

    Junto a ninja, tinha Milla de pé, ainda paralisada, mas que deu sinais de que isso não era permanente: ela piscou os olhos.

    — “Você não está sozinha, Carol…” — pensava. — “Eu vou me esforçar ao máximo! Ela não pode vencer!”

    Uma fagulha.

    Talaske podia dominar seu corpo, mas não sua garra.

    Carol notou, deixando claro que a técnica tinha limites, já que Hong Se se afastava da pequena.

    Isso mudava um pouco as coisas. Era como contar os segundos faltantes.

    Havia uma missão a cumprir, mesmo na dificuldade externa que estavam.

    Sua gargalhada foi mantida, causando estranheza.

    E, com isso, a curiosidade foi criada até em quem não se esperava:

    — Por que está rindo… Carol Tea? — sussurrou Hong Se, paralisando o golpe, e inclinando sua cabeça.

    — Putz… haha… — ela estava até chorando, mas de tanto rir. — Haha… Na boa, tu é muito ridícula com esse showzinho de ser a malvadona!

    Essa reação diferente, fora de contexto, pegou Hong Se de surpresa.

    Carol não parou: ela olhou para os dois irmãos também.

    — Vocês, aí… Pergunta marota: vocês tão obedecendo ela por quanto? Curiosidade acadêmica da kid aqui.

    A assassina, em polvorosa, evidenciou sua quebra emocional:

    — Isso que está fazendo… me irrita! — desta vez não foi um sussurro. — Você agindo assim desgraça nosso clã!

    Enquanto ela mostrava esse lado mais irritadiço, os irmãos olharam um para o outro, como se não estivessem entendendo nada.

    A risada os desestabilizou, inclusive Hong Se, entregando a eles um gosto de deboche com indiferença.

    Isso ficou evidente logo em seguida: a ninja abaixou sua espada, se manifestando sem o mesmo controle emocional de antes.

    — Carol Tea, sua louca! — a fala já não era tão baixa. — Acho que sua negação a entorpeceu. Idiota…

    O tom caótico, de quase tragédia inevitável, se transformou em um ar ainda mais caótico, sem sentido, sem noção, quase descontrolado.

    Ficou “Estilo Carol Tea”. Seu sorriso debochado dizia por si só.

    Claro, Hong Se não estava nada satisfeita com a audácia cômica da felina verde, reagindo a seguir: ela, com um pequeno gesto de seu indicador, ordenou com que os Gêmeos Carmesim puxassem os braços de Carol.

    No início veio o desconforto, uma dor bem forte e, para contentamento da ninja, o cessar das risadas da gata.

    Isso só durou cinco segundos: Carol, usando sua força impressionante, não só sustentou a força que os irmãos impuseram a ela como sustentou a puxada, chegando a fazê-los forçar um pouco mais para não deixá-la se soltar.

    — Então… Sentiram a pressão, malandros? Eu também sou força! Não é só marra, não!

    A provocação enfureceu Hong Se.

    Ela, caminhando em direção a Carol, falava:

    — Esse seu jeito de ser e de agir… me irrita, Carol Tea — seu caminhar era quase hipnótico, cheio de cuidados.

    Haviam assuntos pendentes do passado. Hong Se deixou mais claro.

    — Uma das diretrizes do clã era a seriedade acima de tudo, mas você pôs tudo a perder… Eu tinha uma reputação, até você existir, aparecer e estragar tudo!

    Foi nesse instante que Carol fitou Milla: seus olhos se mexeram, deixando claro que estava prestes a fazer algo.

    Uma pequena faísca foi vista pela felina nos pés de Milla, mas invisíveis aos olhos dos irmãos até então, se concentrando atrás dela.

    A gata, astuta, usou seu repertório sem pensar no amanhã:

    — Jura que te irritei? Noffa… Tô até “acorrentada” por causa disso, benhê! E me poupa desse choro, tá? Manda áudio que ouço depois…

    Além da espada, uma kunai surgiu na outra mão da assassina, que caminhava ainda mais ameaçadora.

    Próximo a Carol, que estava presa pelas correntes, aproximou seu rosto ao da gata, que não perdeu tempo:

    — Agora eu sei porque tu usa essa máscara: pro teu bafo fedido não matar “suas vítimas” primeiro! — veio com a piada, mas inseriu provocação.

    Mas havia verdades também:

    — Serião: tu tá me vendo de máscara? É isso: tá se escondendo da vergonha do clã, aspira!

    A provocação não foi ao acaso: Carol já tinha percebido que Milla tinha ciência do espaço que estava e, ao ver Hong Se se afastar, com o uso de sua força de vontade, começou a conjurar um cubo de feixes por trás do próprio corpo.

    A luminosidade dos feixes, fraca, não entregou seu subterfúgio, talvez o único que poderia fazer, que levaria tempo até que estivesse pronto.

    Enquanto isso, a ninja falou:

    — Carol Tea… — ela encostou a kunai no pescoço da gata. — Esse é um dos motivos de odiá-la…

    — Meteu essa, é? Cringe, clichê… o que vem depois disso? Ah, sim: fracasso!

    — BASTA! — sim, Hong Se gritou, irritada. — Entregar uma derrota a você seria pouco perto do que suas provocações infantis sujaram a reputação dos Red Scarves!

    — As provocações foram atualizadas com sucesso! — Carol imitou uma outra voz, com um tom mais robotizado.

    — Do que está falando? — ela, outra vez, inclinou seu pescoço. — Tudo isso é uma piada para você?

    — Mesmo presa, tô alugando um apê nessa sua cachola oca, cabeça de pirulito! Você é capacho, boca de bueiro!

    Quase como uma explosão emocional, Hong Se esmurrou o rosto de Carol, que foi para trás com o solavanco, voltando para frente em seu eixo.

    Pouco a pouco, o cubo de Milla crescia, mas ainda pequeno para que os Gêmeos Carmesim percebessem. Sua estratégia estava indo bem.

    As faíscas ainda eram imperceptíveis, mas por pouco tempo. O cubo estava quase pronto.

    Carol, tentando ganhar tempo, mesmo com um fio de sangue saindo no canto de sua boca, ela não recuou no sarcasmo:

    Carol, sangrando no canto da boca, ergueu o queixo.

    — Olá, tudo bem? Tô de volta, nyah! — ela sorriu. — Esqueceu de pôr força no soco, foi? Fracota!

    Foi possível ouvir Hong Se ranger os dentes por baixo da máscara.

    — Sua idiota! Estou aqui pelo meu clã! Pra limpar essa terra da sua presença repulsiva!

    — Ah, relaxa. Todo mundo já pisou na jaca uma vez na vida… você supera.

    A ninja avançou, já com a lâmina e kunai prontas.

    Era um caminho sem volta:

    — Você é uma mancha no meu clã. Vou apagar seu nome da história!

    Carol sorriu — não grande, mas o bastante pra Hong Se dar um passo atrás.

    O colapso mudou de dono.

    E Carol lhe deu sua melhor versão:

    — Eu só tô sendo eu, ninjita. Você tava ganhando. Mas lembrei de umas coisas… e agora é meu turno!

    Ela inclinou a cabeça, como se imitasse Hong Se. Puro deboche:

    — Pode tirar vidas, mandar nos irmãos vermelhinhos… só tenta melhorar esse vizú brega. Pra usar vermelho tem que ter estilo.

    E, com a língua de fora, mostrou seu slogan:

    — Recadin da kid aqui: a Carol pode ser qualquer um, mas não é qualquer um que pode ser como a Carol, nyah!

    — Veremos então quem você será! — ela levantou sua espada acima da cabeça com as duas mãos.

    Hong Se tinha o interesse de golpear Carol sem remorso algum, pura execução sumária.

    Entretanto, o plano havia se concretizado: um enorme cubo foi erguido sobre Milla que, mesmo imobilizada, jogou com toda força contra a ninja um menor, que saiu de dentro do maior.

    Ela se esquivou, uma finta rápida para o lado esquerdo, mas outro veio; ela fez o mesmo, para a esquerda.

    O terceiro veio frontal, logo após o segundo: Hong Se usou sua espada, desferindo vários cortes e neutralizando a ameaça.

    O quarto e o quinto vieram juntos, atingindo-a na perna, e o outro quase: a assassina o cortou com um movimento de baixo para cima, partindo em dois.

    Embora sua habilidade especial fosse incrível, sem o uso pleno das mãos o poder de Milla estava limitado a metade de suas capacidades.

    Carol observou o entrave, minando um pouco sua concentração.

    O fracasso da parceria teria mesmo ocorrido?

    Hong Se, sabendo que não viria mais investidas, caminhou em direção a Milla.

    Ainda mais furiosa, trilhou até a pequena com sua espada em punho.

    — Reconheço que a menosprezei, criança tola…

    Dessa vez não haveria escapatória.

    A ninja, decidida, apontou a lâmina diretamente no pescoço dela, com uma conversa mais destilada ao ódio.

    — Não as culpo. Como assassina, até eu sei onde as oportunidades de vitória devem ser valorizadas. Você agiu bem… mas não o suficiente!

    Um ferimento direto naquela área seria fatal, mas não imediato.

    Hong Se sabia disso. Ela queria devolver o veneno que Carol a entregou ao fazê-la perder a paciência.

    Restabelecida, sua natureza assassina tomou conta do momento.

    Mas não era uma noite qualquer. Haviam camadas de dramaticidade em cada canto da Zona Milenial.

    Um estrondo distante tremeu as tábuas do armazém. Carol ergueu a cabeça por um segundo — algo vinha.

    Ela voltou a gargalhar até que as risadas dominassem o lugar.

    Hong Se, sob colapso, até tentou dialogar, mas um temor tomou seu ser.

    A felina deixou claro que algo de especial estava para acontecer:

    — Haha! Acho que o “vôo das valquírias” tá vindo e vai fazer um rasante tremendão, nyah!

    A parede explodiu numa nuvem de pó e, por trás dela, uma silhueta envolta por aura púrpura cortou a noite.

    Reluzente e com todas as pompas, essa alguém adentrou o lugar com todo vigor

    Era Lilac, com fúria pura em seu rosto.

    Ela atingiu Hong Se com toda sua força, gritando:

    — Ninguém machuca a Milla!

    Uma mudança de ares!

    O enfrentamento ao terror só estava começando.

    Mas o tempo não parou

    Hora: 09:57 PM.

    Tic tac.

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