Capítulo 27 - Conversas paralelas
Já era tarde da noite.
Os jovens se preparavam para dormir.
Lilac, Carol e Milla estavam alojadas nos quartos de hóspedes do segundo andar da casa de Ying.
Como era uma residência grande, havia oito quartos muito bem mobiliados, mesmo o panda não costumando receber visitas. Herança de sua família de tantos cômodos do casarão.
Já com as garotas dormindo, pois foi um dia tumultuado, Viktor seguiu para seu quarto.
Mas, mesmo tão tarde da noite, o jovem ouviu uma movimentação pela casa. Isso fez com que mudasse a direção de sua caminhada para uma boa noite de sono.
Estranhando, seguiu para fora, investigando o que estava acontecendo.
Não demorou muito e avistou Ying, que estava sentado na varanda, em um assento confortável, típico de jardins.

O jovem humano, curioso, se aproximou. Ele não demorou a falar.
— Oi, Ying. Está sem sono?
— Oh! Olá, Viktor — disse o panda, se virando e respondendo ao jovem. — Eu, antes de ir dormir, gosto de meditar um pouco. Ajuda a manter o equilíbrio e a ordem espiritual.
— Opa, desculpa se eu te atrapalhei! — Viktor ficou um pouco sem jeito, recuando em direção da porta por onde saiu.
— Não, tudo bem. Eu já estava terminando.
— Ah, sim. De qualquer forma, peço desculpas.
Após a ação, Viktor se sentou ao lado do panda, que parecia querer conversar. Sua curiosidade o motivou a perguntar.
— Então, você apareceu do nada em Avalice.
— Sim, dessa forma louca. Lilac e as garotas me salvaram, já que eu não tinha ideia do que estava acontecendo.
— Elas são mesmo especiais — Ying fechou seus olhos, sorrindo em seguida.
— Principalmente a Lilac. Milla me disse muitas histórias que ela e Carol salvaram o mundo de um vilão poderoso.
— Brevon… — o panda respondeu, com um tom de voz mais embargado.
— Esse mesmo. Mas porque você falou assim?
Ying se levantou, caminhando até próximo de uma carreira de lindas orquídeas que adornavam seu jardim.
Seu olhar se tornou mais melancólico, coisa que Viktor percebeu.
— O que houve, Ying?
— Esse patife quase destruiu nosso país e o mundo todo. Muitas vidas foram perdidas, famílias destroçadas e centenas de compatriotas perdidos. Sinto por eles todos os dias.
— Ying,.. — Viktor foi até ele, o abraçando pelo ombro. — Eu não sei o que de fato aconteceu aqui nesse mundo, mas acredito que foi algo terrível.
— Muitos superam até hoje suas perdas, caro Viktor — o panda ficou um pouco mais calmo, como sempre foi. — Ah… Desculpe, Viktor. É que sempre que me lembro disso fico desse jeito mais triste.
— Me perdoe em te fazer lembrar de momentos ruins.
— Não, tudo bem. Brevon nos tirou nosso monarca também. Os guardiães não puderam fazer nada. Todos foram mortos por ele… E agora não temos nenhum.
O que Ying queria dizer com isso? Essa foi a pergunta que assolou a mente de Viktor no instante que ouviu tal afirmação.
Ele precisou tirar a prova de que aquilo era mesmo real, já que a missão que estavam tinha total ligação com a informação passada.
— Hã? Mas, como assim?
— Você não sabe. Shuigang tinha vários guardiões que protegiam diretamente o nosso monarca e todo o reino.
— Mas o que houve com eles?
— Todos foram mortos. Bravos guerreiros que deram suas vidas para proteger o monarca. Foram exterminados por Brevon. Os anciãos disseram a toda cidade a dolorosa história.
— Espera, deixa ver se eu entendi bem: não há guardiães no reino?
— Nenhum.
No mesmo instante, Viktor manteve-se calado, pensando e refletindo sobre o assunto.
— “Como assim não há mais guardiões? Porque o Royal Magister pediu para que viéssemos até aqui para encontrar o guardião? Ying mora aqui, tem uma família influente na cidade. Não estaria errado nisso. O que devo fazer?!”
Era certo de que isso mudaria completamente o entendimento e o desenrolar da missão. Viktor sabia que, assim que Lilac ficasse sabendo, os planos provavelmente mudariam.
E, interrompendo os pensamentos de Viktor, Ying o chamou. O panda andrógino, já mais tranquilo, agora estava curioso.
— Ei, porque ficou tão quieto, Viktor? Algo que o incomodou?
— Hã? Não, Ying. Está tudo bem — o rapaz se esquivou, mudando de assunto em seguida. — Só estava pensando em como você tem uma família tão influente nessa cidade. Nossa, você tem muita história. É muito legal.
— Oh! Muito obrigado, Viktor. Você é um amor! — Disse Ying, piscando para o jovem.
— Eh, bem… — ele ficou um pouco envergonhado. — Você tem um enorme carisma, sabia? Devo concordar com a Carol sobre você se parecer com uma garota. Não se ofenda, tudo bem?
— Obrigado mais uma vez. Você sabe mesmo agradar as pessoas com suas palavras gentis. E, como eu já disse, vai me importo que se confundam. Hehe, muitos se abrem comigo por causa disso.
— Ora, eu tenho certeza de que você fará muito sucesso com seus doces. Já tem um talento nato de cativar os clientes.
— Você sabe mesmo agradar a um vendedor de doces, sabia? — novamente, Ying piscou para o humano, sempre sorridente.
— É o básico. Até porque você nos recebeu em sua casa super bem.
— Mesmo assim, é muito amável de sua parte.
Mesmo Viktor tentando esconder, o panda não evitou de insistir.
Havia algo incomodando o jovem humano, com Ying dizendo:
— Viktor, sinto seu karma com tensão. Me diga o que está te deixando assim.
— Co-como você sabe? — a surpresa do rapaz deixou esse sentimento ficar mais visível.
— Estava meditando. Tenho um poder especial de sentir o estado de espírito das pessoas próximas a mim. Pode ser sincero comigo.
— Bem Ying… Tem algo sim.
— Diga, então. Tentarei lhe ajudar.
Os dois caminharam até o meio do jardim, onde havia um pequeno córrego. A lua refletia sobre o espelho d’água, deixando tudo mais belo e agradável.
A conversa entre os novos amigos continuou. Junto a isso, indagações.
— Promete não dizer as garotas?
— Claro. Somos garotos. O que dissemos aqui é assunto somente nosso.
— Eu fiz uma promessa a uma pessoa em Shang Tu.
— E qual seria a sua promessa?
— Não me meter em encrencas. Você sabe o que significa, não?
— E porque isso o incomoda? — Ying foi mais incisivo.
— Estamos nessa missão. Eu não sei o que pode vir pela frente, sabe?
A delimitação que o rapaz deixou claro mostrou a Ying um outro lado de Viktor. Sem entrar em muitos detalhes, o humano já havia elucidado o entendimento do panda na situação.
— Entendo. Você está preocupado em ter de cumprir essa promessa a tal pessoa… Bem, Viktor, eu vejo que você é alguém com um grande senso de honra.
— Sou um mestre de karatê, Ying. Esqueci de te dizer.
— Isso é muito legal, Viktor! — o andrógino mudou um pouco seu olhar, ficando mais serio. — Acredite, significa muito tal título. Desde já, o respeito ainda mais.
— Tenho minha honra como mestre a zelar, então esse dilema me tirou o sono. Eu não queria dizer isso às garotas, mas precisava pôr isso pra fora de alguma forma.
— Hum… Eu entendi melhor agora sua preocupação — o panda tratou de caminhar um pouco mais a frente, olhando para a lua.
Diante o cenário agradabilíssimo daquela noite carregada de emoções, Ying mostrou um semblante desta vez diferente: era a de alguém sério e bastante centrado.
E embora sua aparência andrógina se mantivesse inalterada, havia dessa vez uma atitude mais madura e masculina.
Sua voz aveludada foi ouvida, com sábias palavras.
— Bem, Viktor, acredito que sua doutrina tenha ritos e diretrizes sobre seu zelo ante as pessoas. Então a única coisa que lhe posso dizer é: essa promessa não pode te impedir de ser você mesmo.
Enquanto uma fraca brisa refrescante balançava os longos cabelos do panda, ele não havia terminado de falar. Ele continuou, desta vez a olhar para Viktor profundamente em seus olhos.
— Você nunca irá descumprir essa promessa se seguir seus códigos como mestre. Mesmo se essa pessoa o julgar, ela nunca poderá passar por sobre sua honra.
— Ying?! Nossa… — o rapaz estava impressionado.
— Você que tem o controle do que deve ou não fazer. Mantenha sua promessa, mas tenha ciência até onde ela te impede de fazer por valer sua honra como mestre.
As palavras sinceras e confortantes de Ying eram exatamente o que Viktor estava precisando ouvir.
Era visível para o panda perceber que o brio de seu mais novo amigo tinha se recuperado de uma forma incrível.
Viktor, acometido pela emoção momentânea, apertou uma das mãos de Ying que, um pouco envergonhado, se surpreendeu com a atitude inesperada do jovem humano.
— Viktor, o que houve? Porque está apertando minha não?!
— Você não tem ideia do quanto eu te devo, Ying. Muito obrigado pelo que você disse. Me ajudou muito!
— Viktor… — ele sorriu, retribuindo o aperto de mão. — Você é um mestre honrado. Eu admiro isso. E não gostaria que você ficasse cabisbaixo. Só precisava de uma voz amiga.
— Você tem toda razão. Aliás, acho que nossa amizade aconteceu muito rápido, sabia? É uma honra tê-lo conhecido.
— Me sinto lisonjeado por tamanha consideração — Ying o reverenciou, novamente cobrindo a mão esquerda com a direita. — Você é um amor de pessoa.
— Hehe, digo o mesmo.
A conversa entre os dois durou mais alguns minutos, que antecederam a saída do humano.
— Bem, acho que vou dormir. Foi um dia bem cansativo.
— Concordo. Foi mesmo. Tenha uma boa noite de sono, Viktor.
— Você também, Ying — disse o jovem, bocejando.
Depois da conversa amistosa, o jovem seguiu para seu quarto. O panda ainda se manteve no jardim, admirando a uma das luas, que estava prestes a se esconder atrás de uma montanha no horizonte de Shuigang.
A noite prosseguiu tranquilamente.
Horas depois…
Casa da Família Li | Início da manhã
O ruído da fauna regional dava a entender que mais um dia havia começado
O orvalho hidratava a vegetação local, trazendo um ambiente fresco e revigorante.
Logo após os primeiros raios do sol darem a luz do dia, todos se levantaram e se arrumaram. Como estavam em uma missão importante, não era o ideal atrasarem com o dever.
Mas, antes de saírem para seguir com o plano, Ying lhes ofereceu um belo café da manhã.
Diferente do que Viktor costumava fazer, Ying logo trouxe à mesa o que mais fazia de melhor, que eram doces.
— Moti1?! Eu adoro esse bolinho! — Lilac tinha um ótimo gosto por guloseimas matutinas.
E não era só esse.
— O que? Bolo da lua2?! — desta vez era Milla a vislumbrada. — Melhor café da manhã do mundo!
Nem é preciso dizer que as garotas adoraram.
— Esses guri tá querendo me matar mesmo. Caraca, que coisa boa! — disse Carol, devorando vários bolos.
— Sim! Ying, está delicioso! — Lilac foi categórica.
— Esse doce está mesmo uma delícia, Ying! — disse Milla, repetindo uma fatia.
Até mesmo Viktor ficou impressionado com tamanha delicia, pegando mais um pedaço.
— Preciso mesmo aprender a fazer doces assim! Caro Ying, você é incrível!
— Ora, como disse antes, fique à vontade. Lhe ensinarei com todo prazer.
Depois do café da manhã, os jovens planejaram seguir para o centro da cidade.
Claro, houve a despedida e os agradecimentos ao panda pena hospitalidade.
— Muito obrigado por tudo! — as três garotas falaram ao mesmo tempo.
— Vocês combinaram, não foi? — disse Ying, realizando uma piscadela, sua marca registrada. — Vocês sempre serão bem-vindos aqui.
Viktor também o agradeceu.
— Obrigado pela ajuda. De verdade.
— Não há de quê, mestre. E espero que consiga voltar para seu mundo.
Após a despedida, o time de Lilac seguiu para o centro da cidade.
Ying, já pronto para vender seus doces, se despede de seus novos amigos e seguiu então para mais um dia de vendas.
Foi mesmo uma noite emocionante e inesquecível..
Minutos depois…
Centro da cidade de Shuigang | Meio da manhã
Como agora tinham um dia inteiro para se dedicarem, era certo de que o grupo teria de traçar uma nova abordagem para, enfim, encontrar o guardião.
O destino? Não poderia ser outro a não ser a:
Praça Rubrantina | Meio da manhã
A praça em questão era bastante bonita, com várias fontes chinesas e bancos de praça estilosos da cor vermelha. Muitas árvores banzai decoravam e deixavam o lugar ainda mais sortido, assim como girassóis e parreiras.
Aproveitando um enorme campo gramado, que alguns habitantes faziam piquenique, Lilac e os outros se sentaram na grama.
A dragão começou a improvisada reunião.
— Ontem foi um dia perdido. Se não fosse Ying ter nos ajudado, a missão poderia sofrer com isso. Temos que ser discretos.
Porém, alguém precisou falar algo. Viktor se lembrou do que ouviu de Ying na noite passada.
— Lilac, tenho algo a dizer — dsse o jovem, pedindo a palavra.
— Hã? O que foi, Viktor?
— Sobre o guardião mesmo que queria falar. Bem, Ying me disse que… — ele foi interrompido.
Mas, assim como outros momentos de revelações importantes (como Carol já disse uma vez), a presença de uma pessoa entre os jovens logo fez com que o grupo ficasse mudo.
Uma raposa, com pelugem rosada e cabelos de cor escarlate, havia surgido no meio do time sem uma explicação racional.
Ela trajava uma roupa de kunoichi, cujas vestimentas tinham cores como a de seu cabelo, com um short colante de cor preta, equipada com ombreiras de mesma cor e tornozeleiras escarlates também.
Usando uma máscara que lhe cobria a boca, ela observava a todos, que ficaram surpresos com sua presença.
A raposa, com uma voz provocante, disse:
— A muito tempo não nos vemos, Sash Lilac. E vejo que não se lembra de mim.
— Quem é você? — Lilac falou alto, quase gritando.
— Não grite, dragão púrpura. Hehe, você sempre teve uma beleza estonteante, sabe? Pode dizer que tenho inveja, eu lhe dou essa liberdade.
Lilac olhou melhor e percebeu que ela usava em seu pescoço um lenço vermelho. Só isso já era uma constatação de que ela era:
— Uma ninja dos Red Scarves!
— Na verdade, uma kunoichi, Sash Lilac. Sabe o que significa?
— Você nunca chegaria a essa hierarquia, mesmo na Red Scarves. Spade, ainda que eu condene tudo que fez no passado, jamais lhe daria essa “honra” a alguém.
— Ah, mas ele fez. Hehe… Ou você acha que somente nosso benfeitor tem a voz ativa por lá?
A dragão estava quase perdendo a paciência. Do jeito que ela trocava olhares com a kunoichi, era perceptível que uma antiga rivalidade evoluiu para ranço ou rancor, principalmente por parte da raposa.
Mas a vulpina não havia terminado.
— Você está me olhando, dragão. E eu sei que quer lutar.
— Quando e onde quiser — Lilac não tirava seus olhos dela. — Seja quem você for, será derrotada!
— Que presunçosa essa dragão púrpura! Mas, sabe, eu não estou sozinha aqui.
E, de fato, ela disse a verdade.
Por toda a praça era possível ver membros do clã Red Scarves passeando pelos bosques, observando a todos.
Eles não passaram despercebidos, ao mesmo tempo que os demais transeuntes já pressentiam um mal vindouro.
Lilac, irritada e temerosa pelo o que viria a seguir, repetiu sua pergunta.
— Quem é você? Acho melhor responder, antes que eu tome a dianteira. Vocês da Red Scarves não merecem meu respeito!
— Melhorou sua presença de palco, dragão? Hehe. Diante sua ameaça, acho que devo mostrar meu rosto.
Ela então retirou a máscara, mostrando seu belo rosto.
Seus olhos azuis contrastavam bastante com sua pelugem rosa e seu rosto tinha traços suaves de raposa.
Foi nesse momento que Lilac foi tomada por uma forte lembrança, mas do pior jeito possível.
Seu rosto mostrou irritação, mais do que o normal, ao reconhecer sua algoz.
— Ruby Scarlett?!
— Ora, lembrou de mim? Gostei de saber que não se esqueceu de quem eu sou — ela sorriu maliciosamente, enquanto olhava para Lilac. — E então, vamos começar os festejos?
— O que você quer aqui? — Lilac estava muito mais irritada que antes, já com seus punhos serrados. — Da última vez que nos vimos, você queria lutar contra mim a qualquer custo. É algo pessoal, não é? Você não resistiu esse tempo todo e veio até mim. Desista dessa vida de crimes!
— Você sabe que isso não vai rolar, dragão púrpura — Ruby disse, retirando sua katana da bainha em suas costas. — Você a conhece? Sim, é a Lâmina Rosa da Raposa Ancestral. Eu a roubei um tempo atrás, um pouco depois que vocês duas desertaram do clã.
Depois de Lilac tomar a palavra, uma tagarela queria desta vez ter a sua.
— Aí, Rubéola! Tu ouviu a Lilac. Então mete o pé antes que a gente dê uma bicuda na sua bunda!
Ruby Scarlett sequer deu ouvidos ao que as duas disseram.
Ao fundo, Viktor e Milla assistiam ao diálogo nada amistoso. Os dois sabiam que algo de muito ruim estava prestes a acontecer.
Isso se deu ao perceberem que os ninjas se tornaram mais numerosos, o que levou todo o time a tomar uma postura de luta.
— Nada de conversas paralelas desta vez. Hoje você terá o seu fim, dragão! Seus aliados cairão junto com você, definitivamente!
Uma luta estava por vir
Não era uma simples rivalidade afinal.
Ruby Scarlett estava disposta a tudo, até mesmo ameaçar a vida dos habitantes de Shuigang.
O grupo teria um desafio muito maior desta vez.
- nota: Moti é um tipo de bolinho de arroz, oriundo da cozinha chinesa, assado no vapor, recheado com pasta de feijão vermelho, gergelim, castanhas, pinhões ou nozes.[↩]
- nota: Bolo da luta, ou bolo lunar, é uma iguaria apreciada pelos chineses durante os festivais de outono no país asiático. São redondos ou retangulares e possuem uma casca relativamente fina que envolve um recheio rico e espesso, geralmente feito de feijão vermelho ou semente de lótus,[↩]
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