Índice de Capítulo

    — Aí, ô elenco de apoio de Naruto… — disse Carol, apontando para Ruby. — Tu tá de saca, né? Tu não tem cacife pra ser uma ninja, nem ferrando!

    A fala antecedeu a devida atenção que a raposa rosa não havia dado à felina.

    Era sabido que a rivalidade que tinha com Lilac havia se transformado em algo mais crítico e fatal, dado a intromissão da ladina.

    Ela deixou as coisas bem mais claras.

    — Vejo que você não perdeu seu gênio, Carol Tea… — a ninja caminhou até o outro lado. — E não, não se trata de uma intimidação.

    De fato, ela estava demonstrando mais centralidade. Por isso se dirigiu até Viktor.

    — Pelo visto você está no grupo certo, sabia? — ela disse, olhando para o jovem. — Você é um estrangeiro no meio da confusão, Viktor, hehe. Que miséria.

    — Hã? Como sabe meu nome? — seu rosto esboçava surpresa.

    Ruby tornou a gargalhar após as palavras do humano. Seu deboche ficou mais evidente.

    — Eu o vi sendo humilhado e massacrado no torneio de artes marciais de Shang Tu. Patético. Você não tinha a menor chance, fracassado.

    Lilac, dessa vez mais irritada que de costume, tomou a frente de Viktor, dizendo:

    — Como ousa dizer isso do Viktor bem na nossa frente? Ruby, o que você quer?

    — Só estou aqui para avisá-la: você terá seu fim hoje.

    — Isso veremos… — a dragão interveio, com mais vontade dessa vez. — Onde está Spade? Responda! Você não me interessa.

    — Ninguém sabe, Lilac… Ninguém sabe… Então estou tomando conta do nosso clã. Acho melhor você se preparar, porque a festa vai começar a qualquer momento.

    — O que você quer dizer com isso? — Lilac perguntou, dessa vez olhando de forma temerosa.

    — Hehehe… Comecem! – disse Ruby, falando em um ponto eletrônico preso em uma de suas orelhas enquanto sorria.

    Duas fortíssimas explosões ocorrem em lados opostos na cidade logo após sua ordem.

    Sim, Ruby ordenou um ataque contra a cidade de Shuigang, o que causou ainda mais indignação por parte de Lilac e Carol, que gritou forte:

    — TU PERDEU O JUÍZO, RUBY?! Tá locona?

    — Tenho total ciência do que estou fazendo — a raposa falou, enquanto caminhava para longe do grupo. — Eu irei achá-los, Sash Lilac. Todos os resquícios e fragmentos da pedra do reino serão dos Red Scarves!

    — Não mesmo! — gritou Lilac, já emanando sua aura sônica.

    Ruby mostrava muita confiança em suas atitudes. Tanto que manteve sua calma e foi além, desafiando Lilac.

    — Você agora tem muito a proteger, eu sei. Tenho certeza de que fará de tudo para bancar a heroína.

    Vários ninjas surgiram em toda a praça, causando confusão e desordem. A fuga dos habitantes havia começado, criando um clima de puro pavor e terror.

    — Bem, ataquem, rapazes. Sem misericórdia… Ataquem a todos.

    A ordem da kunoichi era de fato o que ficou entendido: ela ordenou que os membros do clã ninja Red Scarves atacassem Lilac e seus amigos.

    Eles, já munidos com espadas, bastões, garras e kunais, partiram contra os jovens, com Viktor dizendo:

    — Lilac, isso é sério mesmo?! Eles vão tentar nos matar? — disse, enquanto observava a aproximação dos ninjas.

    — Sim, Viktor! Não saia de perto da gente! — Lilac tomou a frente dele, sem tirar os olhos dos ladinos.

    Entretanto, Ruby parecia querer mesmo deixá-las desesperadas.

    A bela kunoichi raposa logo disse:

    — Bem, e como ficam as explosões, Sash Lilac? Não se preocupa com as pessoas? — disse Ruby, desaparecendo em seguida. No seu lugar surgiu um lenço rosa com dizeres.

    “Vocês todos cairão”

    Isso pegou a todos de surpresa, principalmente Lilac.

    — Hã? Do que ela está falando?!

    Uma forte explosão ocorreu nos arredores do centro da cidade.

    Lilac estava mais aflita que antes, enquanto Ruby tripudiou.

    O momento era de total aflição. O perigo era real.

    A cidade estava prestes a ser atacada por membros dos Red Scarves.

    Os danos iniciais podem ter sido graves, talvez até com feridos.

    Lilac olhava para todos os lados, tentando pensar em uma estratégia.

    — “Nossa! Eu preciso pensar em algo rápido. As pessoas devem estar em perigo, mas nós também estamos em perigo. Viktor precisa de nós aqui mais do que antes. Contudo, as pessoas da cidade precisam de ajuda também!”

    O olhar de Viktor não podia ser outro: estavam prestes a entrar em combate contra oponentes perigosos.

    O jovem até mesmo iria se colocar em base de luta, mas recuou em se lembrar da promessa que havia feito a Neera Li no castelo do reino de Shang Tu.

    Ele lembrou exatamente das palavras da panda:

    — Prometa que não irá se meter em encrencas nem pensar em fazer coisas inconsequentes como as que você fez hoje (no torneio de artes marciais de Shang Tu) no coliseu.

    Viktor foi tomado por dilemas.

    Por esse motivo, pensou:

    — “Eu não posso quebrar a promessa que fiz à senhorita Neera Li. Mas se eu não fizer algo, as pessoas podem se machucar. O que está acontecendo aqui não é normal. Esses ninjas estão mesmo dispostos a fazer coisas ruins. Eu como mestre não posso ficar parado. Como Ying me disse, eu preciso agir como tal…”

    O jovem humano, se colocando à frente de Lilac, fez sua escolha. A dragão não entendeu, a princípio, a atitude do rapaz.

    — Vá, Lilac! — disse, fitando aos ninjas. — Deixa isso comigo!

    — Hã? O que? — ela ficou surpresa com a atitude do humano.

    — Vai lá e salve as pessoas. Eu vou lutar contra eles.

    — O que? Você está louco? Você acabou de lutar contra a Neera e não está em condi… — ela foi interrompida.

    — Estou em condições sim. São só ninjas. Eu sei lutar, mas não tenho a sua velocidade.

    — Ei, piá… Não esquece de mim não, tá? — disse Carol, já em base de luta, com suas garras à mostra.

    — Não esqueci, Carol. Você precisa ajudar a Lilac — Disse Viktor, decidido a lutar.

    Tudo estava acontecendo rápido demais.

    O pouco tempo que tinham para pensar em algo era um desafio, mas a proposta que Viktor estava mostrando era insana, no ponto de vista de Lilac e Carol, que disse:

    — Como é? Se a gente te deixar aqui, tu vai levar outro piau bunito! Sem chances!

    — Só você e Lilac podem chegar aos extremos da cidade com rapidez! — ele respondeu, usando a razão. — Não temos tempo a perder! Vão logo!

    Lilac tinha o mesmo pensamento de Carol, não aceitando a situação imposta.

    Mas ela sabia que em outras partes da cidade havia mais pessoas precisando de ajuda, mais do que nunca.

    Por isso, após refletir e analisar o tamanho dos riscos, tentou um diálogo mais ponderado, dentro de uma margem de riscos.

    — Mas, Viktor, e você? – disse a dragão, um pouco receosa. — Você não tem ideia do que esse clã é capaz.

    — Não se preocupem comigo. Eu sei me defender. Vocês viram no torneio.

    — Mas aqui não tem regras! Eles não terão pena de você!

    — Eu sei… — disse, já pronto para lutar. — Agora vão! Só vocês podem ajudar aquelas pessoas.

    Lilac estava prestes a elaborar outra linha de raciocínio, mas Milla saltou para frente, ficando a seu lado.

    Ela se voluntariou, na verdade.

    — Lilac, Carol… Eu vou ficar e lutar junto com o Viktorius. Podem contar comigo! — disse a canina, já emanando seus poderes de feixes verdes.

    — Milla?! Você tem certeza disso?

    — Eu e o Viktorius podemos, sim! Agora vão e salvem a todos!

    A dragão púrpura ficou um pouco mais aliviada, sabendo que Milla iria lutar.

    Havia um motivo muito forte para este plano ter sido aceito, como Lilac deixou lúcido em seus pensamentos.

    — “Se ela disse que irá lutar, então posso mesmo confiar. Milla, quando está focada, é quase invencível”.

    Com esse espírito, Lilac começou a emanar uma aura púrpura, tomando uma posição de impulso.

    — Tudo bem, então. Eu deixo nas mãos de vocês. Vamos, Carol!.Precisamos ir! — disse, sumindo como um raio em seguida.

    — Ah legal… Ela já foi… — Carol não teve tempo de falar com sua amiga, mas o fez com a dupla. — Piá, toma cuidado, tá? Você também, kawaiizinha!

    Sem perder tempo, a gata selvagem se preparou para correr.

    Mas, antes que a felina saísse, foi até próximo a Milla, cochichando em seu ouvido.

    — Milla-nesa, proteja o piá Full Time! Ele não tem poder algum e esses ninjitas Red Scarves jogam muito sujo. Fica ligada se ele correr algum risco, tá?

    — Tudo bem, mas o Viktorius sabe lutar. Ele é forte.

    — Tá, mas fica ligada. Tu viu o que a pandurona fez com o piá.

    — Tá bom! Vou lutar com vontade! Agora vai ajudar aquelas pessoas!

    Ao mesmo tempo da conversa e do trato, os Red Scarves se aproximavam rapidamente.

    Restaram Milla e Viktor para a luta.

    A canina, já em base de luta, mostrou-se decidida.

    — Viktorius, agora é com a gente! Eu vou lutar com você!

    — Muito bem, Milla. Vamos nessa!

    Enfim, a luta estava prestes a começar.

    Longe dos olhares de todos, Ruby, que estava no alto de um dos grandes prédios da cidade, olhava a movimentação de seus comandados.

    Com um sorriso no rosto, a raposa rosa parecia confiante demais.

    — O plano está saindo conforme o combinado. Em breve conseguiremos nossos objetivos. Acharemos mais resquícios e a cereja do bolo: o fim de Sash Lilac. Hehe, o que mais poderia querer? Tudo está perfeito.

    Lilac foi para a ala leste de Shuigang, enquanto Carol foi para o oeste. Milla e Viktor ficaram na praça, tomada por vários membros dos Red Scarves, que seguiram para o ataque.

    E é chegada a hora da ação. O ataque começou!

    INÍCIO DA MISSÃO
    Etapa 1 | Praça Ornamental de Shuigang

    Um grupo de mais de vinte ninjas estavam no encalço de Viktor e Milla.

    O bando mal intencionado se dividiu em quatro, para atacá-los por todos os lados.

    Os dois, então, se colocaram um de costas para o outro, a fim de conseguirem uma melhor posição para, enfim, lutarem com mais cuidado seus agressores.

    Era uma situação completamente diferente da habitual, já que Viktor não tinha a menor noção do que Milla, gentil e meiga como só ela era, poderia fazer em combate direto.

    Ele estava a postos para a luta, mas percebeu, após olhar para seu lado, que a pequena estava de olhos fechados, mas ainda em sua base de luta.

    Além disso, Milla mostrava-se com um dos joelhos levantados e com uma das mãos para cima, como se estivesse meditando.

    Viktor tinha entendimento de artes marciais. Talvez essa fosse uma característica única dele, como estamos claro em seu pensamento.

    — “Milla, estou mesmo preocupado com você… Você disse uma vez que a senhorita Neera Li é sua mestra e te ensinou Kung Fu. Espero que ela tenha mesmo te ensinado o suficiente.”

    Contudo, essa constatação veio logo em seguida.

    Um grupo de cinco ninjas, depois de circundarem os jovens, partiu para o ataque de frente.

    Munidos com kunais afiadíssimas, seguiram em direção a Milla.

    Viktor percebeu essa aproximação, dizendo:

    — Milla, eles irão te atacar pri… — ele interrompeu suas palavras.

    Mas, antes que o jovem humano pudesse terminar de dizer, um enorme feixe verde de energia é arremessado por Milla contra todos eles, os acertando em cheio.

    Imediatamente, todos vão ao chão, desacordados.

    Com apenas um golpe, a canina neutralizou cinco adversários, para espanto de Viktor, que chegou a arregalar os olhos.

    — MAS COMO?! Milla, caramba… — ele estava pasmo, quase surtando. — Não sabia que era tão forte assim! O que foi isso que você fez?

    — Obrigada, Viktorius. Mas acho que a gente precisa se concentrar porque ainda temos problemas. Logo te digo sobre meu poder, tudo bem?

    — Ah, sim, sim… Concordo… – disse Viktor, ainda sem jeito depois de ver os poderes de Milla. — Isso foi mesmo impressionante.

    E, de fato, estava longe de terem paz. Pelo contrário.

    Os outros ninjas os flanqueavam, esperando o melhor momento para um ataque efetivo.

    E não demorou muito para um grupo com quatro ninjas seguirem até Viktor, com um deles de longe, observando o avanço de seus companheiros.

    O jovem tinha percebido isso, mas não haveria tempo para uma análise mais apurada para lidar melhor com a iminente agressão.

    O grupo, com a vantagem em mãos, tentou acertar o jovem com violentos chutes, sendo enviados por Viktor, que se esquivou para um dos lados.

    O movimento categórico do jovem permitiu um contra-ataque: desferiu um chute, acertando um deles em seu dorso.

    O golpe de Viktor não foi o suficiente para fazer o ninja sofrer danos, como ele também percebeu.

    Milla, no mesmo instante, chamou atenção do humano:

    — Viktorius, o que está fazendo?! — Milla esboçou um olhar irritado, sabendo dos perigos que estavam.

    — Lutando, ora! Mas meu golpe parece não ter surtido efeito.

    — Eles estão aqui pra machucar a gente e vão te bater forte se você não se proteger!

    — Tem algo errado aqui — disse Viktor, pensando em seguida. — “Meu golpe não foi fraco. O que está acontecendo?!”

    Milla havia entendido exatamente esse detalhe no último movimento que Viktor executou.

    — Você tem que bater forte também!

    Nesse tempo de conversa entre os dois, foi somente Viktor perder sua concentração por alguns segundos que os três ninjas restantes já iriam acertá-lo em cheio em seu dorso.

    Mas, quando estava prestes a ser acertado, Milla novamente usou seu poder: com um salto, ela foi ao encontro dos Red Scarves e, com três feixes verdes, acertou cada um deles no peito, fazendo-os cair inertes.

    A canina havia derrotado mais três, num movimento perfeito.

    Viktor ficou impressionado com tamanha desenvoltura por parte da pequena.

    — Minha nossa! Milla, isso que você fez foi incrível!

    — Pronto! Menos três! Vamos, Viktorius! Faz o seu melhor!

    Os votos que Milla lhe deu foram recebidos, visíveis em mais um de seus pensamentos.

    — “Cara, eu não consigo entender o que está acontecendo. A Milla é muito forte! Esses caras não estão brincando. Bem, não tem outro jeito. Preciso mudar meu estilo de karatê…”

    Essa mudança veio justamente quando era necessário: aquele ninja que ficou olhando seus companheiros o atacarem estava somente esperando um momento apropriado para se aproveitar.

    Percebendo que Viktor estava desatento, arremessou contra o jovem uma saraivada de shurikens flamejantes.

    Milla havia pressentido o ataque e, sabendo que Viktor nunca conseguiria desviar de todos os projéteis, executou um novo salto, se colocando na frente do jovem.

    Ele se assustou, inclusive.

    — Milla, o que está fazendo?! — disse, arregalando seus olhos. — Ah… O que aconteceu aqui?! Minha nossa!

    O movimento da canina foi ligeiro e preciso: ela criou um escudo de proteção, que foi atingido pelos shurikens flamejantes do ninja.

    Ao mesmo tempo, emendou com um contra ataque destruidor: ela os mandou de volta, acertando o ninja que as arremessou, como mais três que estavam próximos.

    Ao atingi-los, uma pequena explosão ocorreu, fazendo que fossem ao chão instantaneamente, desacordados por causa da intensidade da propagação. O raio da ação foi suficiente para isso.

    Viktor então pôde ver que, sozinha, Milla foi capaz de derrotar doze ninjas com facilidade.

    O jovem, ainda mais surpreso, pensou:

    — “Ela, a Milla… Ela nem está cansada! Bastou dois movimentos para atacá-los. E ela fez isso e se colocou novamente em base de luta, como se nada tivesse acontecido. E essa base… uma perna levantada e suas mãos uma para cima e outra apontada para frente. É o estilo garça1!

    Enfim, a constatação do jovem veio.

    Milla era dominadora do estilo de Kung Fu mais difícil.

    Como sua mestra era ninguém menos que Neera Li, foi nesse momento que ele percebeu que estava diante de uma artista marcial prodígio e, além disso, possuía um poder absurdo em seu corpo: seus feixes verdes.

    Eles eram usados com versatilidade, seja para ataque ou defesa.

    E isso foi um dos pontos que Viktor mais ficou impressionado.

    — “As pessoas desse planeta são diferentes, e não me refiro a serem felinos, caninos, pandas ou até mesmo dragões! Essa habilidade que Milla me mostrou é insana! O que está acontecendo aqui?! Até a senhorita Neera congelou minha máscara… Devo mesmo tomar cuidado! Não estou em um lugar comum, não mesmo!”

    E esse era só o começo.

    Shuigang estava sob ataque.

    Ações estavam sendo tomadas pelo time por toda a cidade.

    1. nota: O Kung Fu Garça Branca é conhecido como a Arte Imperial, durante a dinastia Ching (1644 – 1912), porque os guarda reais treinaram o Kung Fu Garça Branca para proteger a família real. Também é considerado como um dos mais elegantes e bonitos estilos de Kung Fu Chinês. As técnicas do estilo garça são caracterizadas por movimentos que desenvolvem a leveza, agilidade e harmonia, e que utilizam principalmente o peito do pé, as canelas, os joelhos, os cotovelos, os antebraços e as mãos em forma de bico. Sua doutrina também é oriunda do Tai Chi Chuan mas também inclui movimentos de outros animais, como o dragão, a serpente, o tigre, o leopardo, o leão, o elefante, o macaco, o cavalo e a raposa.[]

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