Índice de Capítulo

    A noite envolvia a cidade em um manto silencioso. As luzes dos postes piscavam de tempos em tempos, enquanto o vento carregava o frio do outono. Yoru caminhava pelas ruas escuras, chutando pedras distraidamente, com a mente longe, muito longe.

    Desde a conversa com Eyvina, ele não conseguia parar de pensar no que ela disse. Suas memórias de infância eram um borrão. Não lembrava de momentos importantes, pessoas que supostamente foram parte da sua vida. Por quê? Ele simplesmente esqueceu ou foi algo mais profundo?

    Quando chegou em casa, suspirou pesadamente e abriu a porta. A sala estava silenciosa, ele olhou ao redor do antigo salão de beleza de sua mãe e deu um leve sorriso, e começou a imaginar ele brincando sozinho enquanto sua mãe fazia os cabelos de suas clientes

    O Yoru deu um leve sorriso

    — Tenho que tentar lembrar mais do meu passado com minha mãe com as pessoas que já estiveram nele…

    Yoru subiu as escadas devagar, cada passo pesado como se estivesse afundando em areia movediça. Assim que entrou no quarto, jogou a mochila no canto e caiu de costas na cama.

    Ele fechou os olhos, mas tudo o que via era um vazio. Memórias que deviam estar ali… mas simplesmente não estavam.

    O Outro Lado da Cidade — Escola 27, Área Central

    Enquanto Yoru tentava lidar com seu passado apagado, do outro lado da cidade, um cenário bem diferente se desenrolava.

    Um karaokê bar na área da Escola 27. O ambiente era agitado, as luzes neon piscavam, e o cheiro de cigarro misturado com álcool impregnava o ar.

    Hiroshi estava ali, sentado confortavelmente em um sofá de couro vermelho, com uma garota aleatória ao seu lado. O cabelo dele estava um pouco bagunçado, os olhos semicerrados, e um sorriso preguiçoso pairava em seu rosto enquanto segurava um copo de saquê.

    A garota ao lado dele ria alto, visivelmente embriagada, encostando-se em seu ombro.

    — Hiroshi, você realmente é perigoso… Sabe que esse seu olhar mata qualquer uma, né? — Ela disse, passando os dedos pelo braço dele.

    Hiroshi apenas riu de canto, sem dar muita atenção.

    Foi quando um dos seus subordinados entrou no karaokê, caminhando em passos apressados até ele.

    — Chefe, os preparativos estão prontos.

    Hiroshi ergueu uma sobrancelha e pousou o copo na mesa.

    — Hm? Que rápido.

    O delinquente assentiu.

    — Sim. Tudo está preparado para a primeira investida contra a Escola 25. Podemos agir a qualquer momento.

    A garota ao lado de Hiroshi olhou confusa.

    — Investida? Do que vocês estão falando?

    Hiroshi a ignorou completamente e se levantou, pegando o casaco de couro e vestindo-o com calma. Ele passou os dedos pelos cabelos, ajeitando-os casualmente.

    — Então, é hora de ver o que esses vermes da Escola 25 têm a oferecer.

    — Devo mandar a tropa agora? — Perguntou o subordinado.

    Hiroshi deu um sorriso divertido e cruel.

    — Sim. Mas não quero um ataque completo… ainda. Apenas um teste. Mandem uma tropa de ataque e vejam como eles reagem. Quero medir a força deles antes de pisarmos com tudo.

    O subordinado assentiu e saiu do karaokê rapidamente.

    Hiroshi pegou um cigarro e acendeu, soltando a fumaça devagar enquanto olhava para o céu noturno pela janela do estabelecimento.

    — Vamos ver se a lenda do Yoru e sua escola tem alguma substância… ou se não passam de um bando de crianças brincando de ser delinquentes.

    A noite estava calma, mas uma tensão invisível pairava no ar. As ruas vazias da área da Escola 25 estavam iluminadas apenas pelos postes amarelados, criando sombras alongadas nos becos e vielas.

    Pelos telhados e ruelas, quatro figuras se moviam silenciosamente.

    Iam, Froch, Paulo e Dialó.

    Eles eram os números 16, 15, 14 e 13 da Escola 27, homens de alto escalão diretamente sob o comando de Hiroshi. Seu objetivo era simples: medir a força atual da Escola 25.

    A missão parecia fácil. Eles eram veteranos em lutas de rua, cada um com habilidades refinadas ao longo dos anos. Mas o que eles não esperavam era encontrar alguém já os esperando.

    No meio da rua, como uma estátua de mármore, parado sob um poste de luz, estava um único homem.

    Nathan Rayna.

    O número 4 da Escola 25.

    Ele parecia desinteressado, como se tudo aquilo fosse apenas um incômodo passageiro.

    — Tsc… não acredito que mandaram um bando de figurantes para testar a gente. — Nathan suspirou, olhando para os quatro sem emoção. — Vocês podiam pelo menos tentar ser mais discretos.

    Os quatro pararam a uma certa distância, encarando Nathan.

    Dialó, o número 13, deu um passo à frente. Ele era o maior dos quatro, com um físico robusto e cicatrizes nos braços.

    — Heh… Então você já sabia que a gente vinha, huh?

    Nathan deu um sorriso torto.

    — Não preciso ser um gênio para saber que Hiroshi faria algo assim. Só estou surpreso por ele ter mandado vocês.

    Paulo, o número 14, cruzou os braços e estalou a língua.

    — E por que diabos isso seria uma surpresa?

    Nathan ergueu a cabeça, olhando diretamente para eles.

    — Porque vocês não têm a menor chance contra mim.

    O silêncio reinou por alguns segundos.

    Então, Froch, o número 15, começou a rir.

    — Ahahah! Esse cara é engraçado! Vocês ouviram isso? Ele acha que pode com os quatro ao mesmo tempo!

    Nathan não riu. Apenas tirou as mãos dos bolsos e esticou os braços, relaxando os ombros.

    — Então… vamos acabar logo com isso?

    Os quatro avançaram ao mesmo tempo.

    Dialó foi o primeiro a atacar. Com seu corpo musculoso, ele girou os ombros e lançou um soco devastador na direção do rosto de Nathan.

    Aquele golpe tinha força suficiente para quebrar um osso, mas…

    Nathan desviou com um simples movimento de pescoço.

    O punho passou pelo vento, errando completamente.

    Antes que Dialó pudesse entender o que aconteceu, Nathan girou o corpo levemente e enfiou um soco seco na boca do estômago dele.

    — Guh…!

    O impacto foi tão grande que Dialó cuspia saliva e seu corpo dobrava para frente.

    Nathan então agarrou seu rosto e jogou-o para o lado como se fosse um saco de lixo.

    CRASH!

    O corpo de Dialó voou alguns metros e bateu em cheio contra uma lixeira, esmagando-a completamente.

    Paulo e Froch vieram logo atrás, tentando usar a abertura.

    Paulo tentou um chute lateral, mas Nathan simplesmente se abaixou e, num piscar de olhos, girou e chutou a perna de Paulo.

    O impacto quebrou completamente o equilíbrio do delinquente, que caiu de cara no chão.

    Froch, por sua vez, tentou acertar Nathan com um soco giratório.

    Mas Nathan já estava atrás dele antes mesmo do golpe ser completado.

    — Muito lento. — Nathan murmurou.

    Ele agarrou o pescoço de Froch e o ergueu no ar com uma mão só.

    Froch começou a se debater, desesperado, mas a força de Nathan era absurda.

    Então, com um movimento seco, Nathan o jogou no chão de costas.

    THUD!

    O impacto fez o corpo de Froch tremer violentamente antes de ele desmaiar.

    Iam, o número 16, era o último de pé.

    Ele estava suando.

    Nathan o olhou com um sorriso de canto.

    — Ainda quer continuar?

    Iam hesitou. Seu instinto gritava que se avançasse… estaria morto.

    Mas ele não podia simplesmente recuar.

    Gritando, ele avançou com toda sua força e lançou um soco desesperado.

    Nathan apenas suspirou e levantou a mão, bloqueando o golpe com apenas dois dedos.

    O rosto de Iam congelou em choque.

    — Impossível…!

    Antes que pudesse reagir, Nathan acertou um golpe curto no queixo de Iam.

    O impacto foi tão forte que os olhos do delinquente reviraram na hora, e ele caiu no chão desacordado.

    A luta… não durou nem dois minutos.

    Os quatro homens de Hiroshi estavam estendidos no chão como bonecos quebrados.

    Nathan estalou o pescoço e voltou a colocar as mãos nos bolsos, olhando para os corpos no chão.

    — Pff… patéticos.

    Ele se virou e começou a andar para longe.

    Mas antes de desaparecer na noite, murmurou para si mesmo:

    — Se essa é a força da Escola 27… então Hiroshi não passa de um falastrão.

    E com isso, Nathan desapareceu na escuridão.

    Regras dos Comentários:

    • ‣ Seja respeitoso e gentil com os outros leitores.
    • ‣ Evite spoilers do capítulo ou da história.
    • ‣ Comentários ofensivos serão removidos.
    AVALIE ESTE CONTEÚDO
    Avaliação: 100% (1 votos)

    Nota