Notas de Aviso
Anteriormente em MNVJ: Após o evento de Halloween, Victor e Aki têm um momento intenso, desencadeado por uma simples pergunta: \"Doces ou travessuras?\".
Capítulo 34: "O tempo voou"
07 de novembro de 2023, terça-feira.
Uma semana havia se passado desde o dia do Halloween. Victor e Aki decidiram evitar falar disso. Para qualquer um deles, aquele momento havia sido muito intenso. Não queria ficar tocando nesse assunto.
Fosse por vergonha ou por medo do que se desenrolaria a partir disso, evitaram esse diálogo. Mas era inevitável que esse assunto não fosse comentado. Em uma hora ou outra, sempre faziam comentários do dia em questão, por mais que evitassem falar daquele momento.
— Já faz uma semana desde o Halloween… — Aki comenta. — O tempo voou.
— Nossa agenda anda muito cheia. Deve ser por isso. — Victor respondeu, casualmente.
Ele percebeu que, ultimamente, tem reparado mais em Aki. Seus trejeitos, sua vestimenta, até seu perfume e seu cabelo, sua maquiagem e suas unhas. Ele começara a perceber detalhes que antes passavam despercebidos.
“Mantenha a calma…”, ele sempre repetia para si, em momentos de reflexão.
— A previsão para o próximo mês é ainda mais apertada. — Ela responde, abrindo o calendário da empresa.
Quase todos os dias dali até o final de dezembro estavam marcados com compromissos. Aki suspirou.
— Temos um longo trabalho até o ano novo.
Victor concordou.
Ele se pegava pensando em como deveria melhorar, em quais questões deveria prestar mais atenção. E tem percebido resultados satisfatórios.
Os dias seguiram sem muitas novidades.
17 de novembro de 2023, sexta-feira.
Mais alguns dias havia se passado, mas a dúvida e os pensamentos continuavam impregnados, tanto na cabeça de Aki quanto de Victor. Ela se pegava imaginando cenários possíveis se ela tivesse conseguido manter a brincadeira naquele dia, naquela noite.
Aki tentava não pensar nisso. Ela se perguntava se conseguiria ver Victor agindo daquela forma novamente. Não atuando exatamente, mas demonstrando com clareza suas emoções ou intensões, ou pelo menos foi como ela interpretou do ocorrido.
Victor estava no mesmo dilema. Evitava alimentar esse sentimento que ele sentia crescer. Toda a sua experiência com relacionamentos, fossem bons ou ruins, não lhe ajudavam tanto, em sua perspectiva, sobre seu relacionamento com Aki.
O medo de se machucar o corrompia, o atormentava. Por mais que ele sentisse que estava se saindo bem em superar esse trauma, não podia evitar imaginar passando por tudo novamente. Mesmo com pensamentos sempre positivos e imaginando os melhores cenários, a incerteza lhe dominava.
Quando parava para pensar sobre, no fundo, Victor sabia que seus sentimentos por Aki não era somente de amizade. O desejo de ficar próximo, de conversar, de ter contato, tudo era tão constante e intenso, que era difícil para ele evitar certas situações e isso lhe dava a certeza de que não a via somente como uma amiga, mas estava vendo-a como uma mulher.
Desde que viajaram para Nagano, ele começou a reparar nela com mais frequência e intensidade. Não era diferente para ele quando o assunto era trazer a memória o dia do Halloween, onde começava a imaginar possíveis cenários se não tivesse se contido com a reação dela e ido embora.
Se arrependeu, em alguns momentos, de não ter seguido com o que pensou e sentiu na hora. Ele evitava imaginar isso, mas em momentos de devaneio, sua imaginação o levava a cenários quase fantasiosos. Victor sempre repreendia a si, querendo interromper essa crescente emoção.
Victor, mesmo sentindo isso tudo, tentava não demonstrar no dia a dia para Aki. Embora trabalhasse suas expressões para se comunicar melhor, mantinha uma postura mais séria possível. Ainda assim, Aki conseguia lhe arrancar sorrisos e risadas em alguns momentos específicos, e isso o incomodava de certa forma.
Isso tudo se juntava ao fato dele sempre ter imagens do seu passado visitando e se misturando com seus pensamentos. Isso era algo recorrente e que o incomodava em um nível muito alto. Era uma ferida que ainda não havia cicatrizado completamente e, metaforicamente, Victor se pegava pensando que Aki era como um remédio que cicatrizava aquela ferida.
Toda vez que ela sorri, ri, ou até mesmo sua seriedade no trabalho, fazia Victor se agarrar à realidade presente – ainda que de forma inconsciente. Quando ele fazia essa comparação, se incomodava com o fato, mas era inevitável. A verdade é que realmente Aki estava se tornando alguém muito especial para Victor.
Aki, embora soubesse que gostava muito de Victor, não sabia explicar o que sentia exatamente. O fato de nunca ter tido uma experiência amorosa, nem ter ligado muito para isso, dificultavam seu entendimento. A única coisa que ela tinha certeza é que, Victor, para ela, era um homem interessante.
Ela não sabia explicar o que fazia sentir-se atraída, mas tinha certeza de que queria passar tempo ao lado dele. E por mais que ela tentasse, não sabia como demonstrar isso e nem sabia se era algo recíproco, ou o quê exatamente significava isso. Mesmo com comentários não muito raros sobre eles formarem um belo casal, não era motivo o suficiente para interpretar isso como verdade – e a timidez e a inexperiência a deixavam receosa de confirmar isso.
De um lado, Victor tentava reprimir seus sentimentos que eram bem claros para ele, enquanto Aki tentava compreender esses sentimentos que eram novidades para ela…
— Ainda bem que amanhã é sábado e não temos nenhum evento extra. — Aki espreguiça na cadeira do escritório, após concluir uma revisão de relatório.
— Essa semana foi mesmo corrida. — Ele já havia terminado seu serviço e vira a cadeira para ela. — Já estamos quase em dezembro e esse ano vai ser bem trabalhoso.
Aki suspira, enquanto girava a cadeira.
— O calendário está lotado. Principalmente no natal e ano novo. Não vamos ter nenhuma folga na última quinzena.
— Eu ouvi dizer que vamos ter uma quinzena de férias na primeira semana de janeiro.
— O chefe Akashi sempre faz isso. Sempre temos essa quinzena de férias em janeiro todo ano.
Aki então se lembra que era o primeiro ano de Victor na empresa. Então explica para ele como funcionava.
Na Elegance Affairs, na última quinzena de dezembro, todos os funcionários trabalhavam sem folga até o dia trinta e um. Mas como recompensa, ganhavam a primeira quinzena de janeiro como férias.
Os dias seguiram sem muitas novidades. Victor e Aki participaram de alguns eventos que tinham como representantes, mas não houve nada além do normal neles.
O mês de novembro, apesar de ter sido cheio, foi calmo em relação ao mês anterior, sem grandes novidades, exceto por assinarem um grande contrato com a “Prestige Events” graças ao desempenho de Victor e Aki na reunião do dia trinta e um. Além disso, numa reunião interna, algumas empresas foram cortadas da lista de parceiras e prestadoras de serviços, devido ao mal desempenho no último trimestre.
Dentre as empresas cortadas estavam a “Buffets Komora” e “Decor Love”. A “Tóquio Decorações” ficou por um fio de ser cortada, mas acabaram optando em manter o contrato pelo desempenho positivo nos demais eventos, apesar da falha no evento da Neospace.
Nessa reunião também foi informado sobre o desempenho positivo de algumas parcerias e como isso estava alavancando a Elegance Affairs. Todo o calendário até março já estava quase cheio, com poucas vagas de eventos disponíveis. Akashi chegou a fazer um gráfico com suas projeções de crescimento para o próximo ano. Se tudo ocorresse conforme planejado, precisariam expandir o escritório.
Também foi informado de uma novidade que seria anunciada nos próximos meses, que provavelmente seria um dos grandes fatores de alavancagem da empresa. Victor arqueou a sobrancelha nesse momento, já tendo uma ideia do que se tratava.
O chefe da empresa também agradeceu a todos os funcionários pelo desempenho que haviam apresentado, especialmente Victor e Aki, que, direta ou indiretamente, conseguiram pelo menos três contratos importantes no último trimestre. Também elogiou Koda pelo seu empenho nas suas funções, sendo muito importante para tomada de algumas decisões do chefe.
Apesar desses agradecimentos especiais, não deixou de agradecer a cada um dos funcionários individualmente, pontuando suas habilidades e pontos positivos.
— Victor! Aki! Vamos beber com a gente? — Yumi convidou, animada.
— Só por ser sexta-feira, temos que beber? — Aki ri.
— Não… Todos nós vamos nos reunir num bar. A reunião hoje foi muito maneira! — Yumi continua, após ajeitar um lado de seu cabelo. — Estamos felizes e vamos comemorar pelo nosso bom desempenho… antes que o mês de dezembro comece. Esse ano vai ser bem agitado…
Era verdade. O calendário estava cheio. Os funcionários da Elegance Affairs, pelo menos a maioria deles, queriam se divertir, aproveitando os elogios do chefe Akashi.
— Por mim tudo bem. — Aki concorda. — E você, Victor?
O olhar de Aki encontrou os olhos de Victor, como se implorasse por uma resposta positiva.
— Certo, eu vou! — Ele concordou, finalmente.
Todos eles se encontram no local combinado: O bar flor-da-noite.
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