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    Notas de Aviso

    Anteriormente em MNVJ: Victor e Aki chegam ao evento quatro estações e passeiam pelo local.

    24 de dezembro de 2023, domingo.

    Aki e Victor começaram a caminhar naquela espécie de passarela, enquanto vários olhares se atentaram para eles. O evento estava muito cheio e o espaço entre as “quatro estações” era relativamente grande.  

    Os dois precisavam escolher, sem combinar antes, uma estação cada e chegando no ponto definido, pegarem um adesivo respectivo. 

    Eles queriam participar da brincadeira genuinamente, então, não falaram nada sobre qual parte escolheriam.  

    “Qual estação ele vai escolher?”, Aki pensava, sentindo suas mãos tremerem. Sentiu um misto de ansiedade e nervosismo.  

    “Tantos olhares… Há quanto tempo não sei o que é ser o centro das atenções…”, Victor analisava, enquanto olhou sorrateiramente para Aki. “Será que ela está nervosa? Ela não gosta muito desse tipo de situação. Para qual estação ela vai?” 

    Não havia tempo para pensar demais, já haviam passado da entrada de duas estações e a que Victor escolheria seria a próxima. Sentiu seu coração acelerando conforme se aproximavam. 

    Victor então vira para a entrada da estação que escolhera e sente seu coração batendo num ritmo diferente quando percebe Aki logo um passo atrás dele. 

    “Então ela também escolheu aqui.” 

    “Então ele também escolheu aqui.” 

    Eles pensaram, enquanto caminhavam. 

    “Seria apenas coincidência? Quantas coincidências já aconteceram com a gente?” Aki pensava, com um misto de nervosismo e entusiasmo.

    Victor também pensava coisas semelhantes. “Se bem que, acho que era meio óbvio ela escolher essa, pensando agora”. 

    … 

    Enquanto outros casais escolhiam as estações, Victor finalmente perguntou: 

    — Aki, por que você escolheu o “outono”? 

    — Pensei que era óbvio. — Ela sorri, enrolando uma mecha de cabelo no indicador. — É o meu próprio nome.  

    Apesar de hesitante, após um breve silêncio, ela pergunta: 

    — E você? Por que escolheu o outono? 

    — “Pensei que era óbvio”. — Victor faz sinal de entre aspas com os dedos. — Eu já disse, o outono é minha estação favorita. E também… — Ele faz uma pausa, pensando no que falaria.  

    Ele hesita, pensando se deveria dizer ou não. “Já que estou aqui…”, pensava.

    — O “Outono” foi como uma luz no fim do túnel para mim. — Victor fala determinado, encarando seus olhos âmbar. — O “Outono” fez eu conseguir me esforçar em várias coisas que eu tinha desistido. E o “Outono” me deu um novo propósito… o “Outono” está me dando uma nova vida no Japão. 

    Aki sente seu estômago borbulhando e tampa seu rosto com as mãos, respirando fundo: 

    — Você sabe que me deixa com vergonha falando assim… — Balbucia. 

    — Sim, eu sei. — Victor sorri e ela se sente ainda mais tensa. 

    “Calma! Se controla! Eu não deveria falar desse jeito… embora seja a mais pura verdade”, Victor estava com pensamentos acelerados.

    — YAIM! — Ela dá um toque na testa dele com o indicador. — Bobo. Esse é seu castigo.

    Victor coloca a mão na testa, com um sorriso ainda no rosto. Sem falar mais sobre isso, eles continuam comentando sobre o evento. Apesar disso, os pensamentos dele não se acalmaram.

    “Essa brincadeira… é tão fofa… Mas não posso deixar isso me afetar tanto. Ah, o que eu faço? Aki, você me deixa perdido…”

    … 

    Após o fim do desfile, o senhor Ryota faz um discurso. Foi quando ele anunciou o casal vencedor do desfile. Victor e Aki ganharam o evento. Eles ficaram surpresos quando ouviram seus nomes. 

    A princípio, nem iriam participar. E agora, foram anunciados como vencedores. A expressão de surpresa era visível em seus rostos. Eles sobem no palco para receber um prêmio: um par de medalhas douradas. Era apenas um prêmio simbólico. 

    Já era uma característica do festival premiar o casal com esse par de medalhas. Elas se encaixavam, formando um coração no desenho. Ao receberem o prêmio, Aki sente suas bochechas arderem.

    “Se eu pudesse, enfiava a cabeça num buraco!”, exclama, para si.

    Victor também ficou desconcertado, embora continuasse com sua postura séria. 

    Depois de mais um discurso, o evento se encerra e já era próximo de meia-noite. 

    … 

    — Obrigada por tudo hoje. — Aki agradece, já na porta de sua casa. 

    — Eu quem deveria agradecer. Foi uma noite bem divertida. 

    Foi quando perceberam algo: Estava começando a nevar. 

    — Natal sem neve nem parece natal. — Aki comenta, sorrindo, olhando para o céu. 

    — No Brasil não neva, então é minha primeira vez num natal com neve. 

    — É mesmo?! — Aki se surpreende. — O natal é mais divertido com neve! 

    — Para mim foi mais divertido por estar com você. — Victor a provoca, sorrindo. 

    — Para com isso! — Aki diz, envergonhada, virando-se de costas. 

    — Qual o problema? Fomos até o melhor casal da noite. — Victor mostra a medalha, ostensivamente. 

    — Deixa de ser bobo. — Aki fala, baixinho. “Não somos um casal de verdade”, ela se lamenta. “Ainda”, a palavra vinha em sua mente quase ressoando, como um grito ecoando por entre montanhas.

    — A temperatura realmente está lá embaixo. Está muito frio. — Victor comenta casualmente, como se nada tivesse acontecido. 

    — É verdade. Eu estou morrendo de frio. Queria estar debaixo do cobertor. — Ela decide não insistir no outro assunto e apenas continua a conversa. 

    “Acho que exagerei mais cedo. Tenho que tomar cuidado com o que eu digo. Droga! O que eu realmente quero?!”, Victor pensava, tentando organizar seus pensamentos. 

    — Então, nos vemos amanhã no trabalho, certo?  

    — Certo. — Ela responde. Ela queria passar mais tempo com ele, principalmente por ser natal, mas já era tarde. — Até amanhã.  

    — Espera, Aki! Lembrei de algo. — Victor exclama, quando ela estava prestes a entrar em casa, fazendo-a se virar para ele. — O Papai Noel me disse que não poderia vir essa noite, então me pediu para trazer isso.  

    Victor tira de dentro do bolso de seu casaco um embrulho. Era em formato quadrado, de aproximadamente quinze centímetros.  

    Aki está surpresa, mas, diferente do dia do Halloween, ela reage, pegando a caixa. 

    — Muito obrigada, Victor! De verdade. — Sua voz estava repleta de felicidade. — Espere aqui, rapidinho. — Ela entra em casa e volta com um embrulho parecido com o dele em tamanho. 

    Victor sente seu coração ser preenchido por um calor reconfortante, enquanto batia mais rápido. 

    — O Papai Noel me disse o mesmo. Mas eu estava com vergonha de te dar. — Ela hesita no final da frase. 

    Victor segura o presente e o abre. 

    — Wagashis? — Victor deixa escapar, surpreso. 

    — Sim. Coincidentemente, preparei doces para você também.  

    Victor havia dado para ela trufas artesanais recheadas. Com essa coincidência, ambos prepararam doces um para o outro. 

    Eles se despedem e, quando Victor se vira para ir embora, ele sente algo quente. Uma sensação de calor e aperto. 

    Os braços de Aki passam por baixo de seus braços e ele sente a cabeça de Aki encostar em suas costas. Ele fica paralisado por um momento. 

    — Feliz Natal, Victor! — Ela fala apressadamente, soltando-o e correndo para dentro de casa.  

    “Mas o que aconteceu?”, Victor continuou parado por uns instantes, antes de conseguir se recompor e continuar o caminho para casa. Temendo que o tempo piorasse antes dele conseguir chegar, ele apressou o passo, também, tentando espairecer, iniciando uma corrida leve. 

    “O que eu fiz?” Aki se perguntava, virando de um lado pro outro na cama. “Eu só segui o impulso que senti. Não posso continuar fazendo isso.” 

    Aki se repreendia, receosa que Victor pudesse acabar repreendendo-a em algum momento por essa atitude. 

    Victor não conseguia dormir. Sua cabeça só imaginava aquela cena novamente, aquela sensação reproduzida em suas memórias. O calor e o aperto dela. 

    “Desse jeito fica ainda mais difícil para lidar com a situação, Aki! Se você continuar me dando essas sensações… essas emoções…” Victor pensava, inquieto. Tentava chegar numa solução, mas não conseguia.

    Enquanto isso, Aki continuava com os pensamentos ecoando na cabeça: “Por que fiz isso? Por que foi tão agradável? Por que senti vontade de continuar o abraçando? Por quê?!” Ela não conseguia se organizar para dormir. 

    O frio daquela noite, com a neve caindo do lado de fora, nem pareceu incomodar tanto. Pelo contrário, aquele cenário estava fazendo tudo parecer algo ainda mais profundo.

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