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    Notas de Aviso

    Anteriormente em MNVJ: Victor e Aki são alvo da mais nova fofoca da empresa: O casal vencedor do evento, enquanto tentam explicar as coisas.

    31 de dezembro de 2023, domingo. 

    Durante a noite do dia trinta e um, Victor e Aki estavam no evento e foram designados para uma barraca, responsável por distribuir bilhetes de sorte para o próximo ano.  

    O local estava muito cheio, enfeitados por lanternas distribuídos por toda a localidade, além de várias bancas organizadas com várias atrações. Havia locais com panfletos com curiosidades locais do santuário, além das comidas tradicionais de festivais que eram vendidas.  

    Na parte do santuário dedicada às orações, fazia-se filas para poderem rezar. O templo estava completamente lotado e aquela multidão estava deixando Aki um pouco apreensiva.  

    — Aqui está muito cheio, embora esteja muito lindo. — Aki comenta, num momento onde não havia ninguém tirando a sorte. 

    — Você não gosta de lugares cheios? — Victor questiona, ao perceber um tom de voz diferente dela. 

    — Não é bem isso, mas estou me sentindo um pouco desconfortável. 

    — Você está bem? — Victor pergunta, preocupado. 

    Ela faz que sim com a cabeça. 

    — Eu estou bem.  

    “Ela definitivamente não está se sentindo muito bem”, Victor pensou, analisando o comportamento dela, apesar de, quem a visse de fora, pensaria que estava tudo muito bem. Seu sorriso estava ainda mais carismático com aquele quimono. 

    Um dos princípios do santuário de Meiji era que todos que estavam “trabalhando” no evento, deveriam estar com roupas tradicionais. Aki vestia um quimono de tons em azul, com detalhes floridos. O Kanzashi era uma flor também de tom azul. 

    “O Victor está muito elegante nessa roupa”, pensou Aki quando viu Victor chegando no evento. Ele vestia Haori de tom escuro, quase preto e uma hakama listrado de tons pretos e brancos.  

    … 

    O evento continuou, com Victor e Aki entregando muitos bilhetes. Quase todas as pessoas presentes passaram por eles em algum momento do evento. 

    Já próximo da meia-noite, as pessoas começaram a se concentrar numa área mais distante de onde os dois estavam, preparando-se para assistirem aos fogos. Sem movimento algum naquela barraca, Victor e Aki decidem tirar a suas próprias sortes. 

    Cada um deles tira um bilhete de dentro da caixa um do outro, e decidem revelá-los juntos.  

    — “Que o sol de cada manhã ilumine os caminhos que se cruzaram e estão entrelaçados”. — Victor leu, seguido por Aki. 

    — “Que as estrelas brilhantes do céu enfeitem nossos destinos”.  

    —  Eu pensava que a “sorte” era algo mais individual. Essas foram bem específicas. — Ele comenta, desviando o olhar, já tendo uma interpretação em sua cabeça do que acabara de ler. 

    — Era para ser. — Aki responde prontamente.  

    “Coincidência de novo? Nossos bilhetes dizem coisas bem semelhantes, e no plural. Isso é coisa do destino?”, esse e outros pensamentos parecidos invadiam a cabeça de Aki. 

    Victor percebe que Aki continua diferente, então, ele decide brincar, tentando distraí-la: 

    — Eu não acredito em coisas do destino, você acredita, não é? — Seu tom desafiador faz Aki o olhar desconfiada.  

    — Eu acredito. Mas… — Antes que ela pudesse terminar, Victor a interrompe. 

    — Você quer que seja o destino ou uma mera coincidência? — Ele fixa seu olhar nela, que desvia seus olhos para a multidão ao longe.  

    Victor sorri, vendo a expressão tímida dela.  

    “Ela está surpreendentemente bonita de quimono”, pensou ele na hora.  

    — Para de me deixar com vergonha assim. Você está fazendo de propósito. — Protestou, em resposta. Suas bochechas estavam visivelmente coradas, em seguida, completando, quase inaudível: — Mas, eu gostaria que fosse o destino.  

    Victor sente um calor em seu peito, reconfortante. Se ele não estivesse se controlando, teria a abraçado instintivamente. Ele então se aproxima um pouco mais dela, fazendo-a sentir um frio na espinha ao perceber a aproximação, embora, não se mexesse. 

    — Mesmo você ficando com vergonha, continua bonita. — Ele tosse levemente, disfarçando. — Vamos procurar um lugar para assistir aos fogos? — Victor propõe, fugindo do assunto que criou.  

    “Se eu me alongar nesse assunto, vou acabar falando algo que não posso”, pensou. “Embora, acho que já tenha feito isso…”

    Aki sentia um misto de felicidade em ouvir as palavras, mas também de ansiedade e uma quase insegurança. O fato deles terem fingindo não ter acontecido nada sobre o abraço ainda martelava em sua cabeça.  

    Por mais que quisesse falar sobre isso, e até repetir o gesto, ela se segurou durante toda a semana. E aquele momento também. Seu coração mandava que ela o abraçasse, mas se conteve.  

    “Não posso fazer isso agora”, ela insistia para si.

    — Vamos. 

    Eles caminham até onde as pessoas se reuniam e conseguem um local bem posicionado, e se acomodam ali. 

    Os fogos começaram. Uma explosão de luzes coloridas tomam conta do céu, criando um espetáculo único e memorável.  Cores diversas tomam formas diferentes no céu escuro. Um verdadeiro espetáculo.

    A cada nova explosão, cores cintilantes tomam conta da paisagem, com os mais diversos tons de cores e formas.

    Enquanto assistiam, um pequeno grupo de pessoas acabam tomando conta do espaço, e Aki e Victor ficam ainda mais próximos. Pela boa localidade, as pessoas acabaram se amontoando ali.

    Victor olha para Aki e entende que ela estava desconfortável ali. Seu semblante denunciava, para ele, estar incomodada com aquela algazarra. 

    — Você está bem? — Victor pergunta, se aproximando bem dela para que ela pudesse ouvir, graças ao barulho ambiente que estava muito alto.  

    — Mais ou menos. Essa multidão está me sufocando. — Ela desabafa, finalmente, suspirando.

    Victor queria ajudá-la, queria poder fazê-la se sentir melhor.  

    — Mas o show está bonito, quero terminar de ver. — Ela completa.

    Então, Victor, reúne coragem que precisava para executar o que pensou. A única coisa que conseguia pensar para fazer ela se sentir menos tensa… ou mais.

    Aki, de repente, sente sua mão esquerda ser envolvida por um calor, por um aperto, com um toque que, apesar de firme, era, ao mesmo tempo, tranquilizador para ela.  

    Victor havia segurado a sua mão, na tentativa dela se sentir melhor. Pelo menos foi o que Victor pensou.

    “O que você está fazendo?!”, exclamou ele, em choque, nos pensamentos. Apesar disso, Aki não relutou, mas devolveu o aperto, segurando como pôde a mão dele. 

    A sensação daquele toque a deixava segura, tranquila. Seus olhos âmbar não ousou olhar para a direção de Victor, então se manteve focada nos fogos, enquanto sentia seu estômago borbulhar e suas bochechas quentes.

    Victor também sentiu aquele toque como algo diferente, uma sensação que ele não sentia há muito tempo. Seu coração, acelerado, denunciava o nervosismo em tomar aquela decisão.  

    — Obrigada. — Balbuciou Aki, aproximando o rosto do ouvido de Victor.  

    Ele sente um arrepio percorrer seu corpo, mas se mantém sem demonstrar isso. 

    — Se você está bem, eu fico feliz.  

    “O que eu estou dizendo?!”. Dentro da cabeça de Victor estava uma confusão de pensamentos e sentimentos. Ele tentava se organizar enquanto assistiam ao espetáculo. 

    “Eu queria… Eu queria poder sentir esse calor de suas mãos mais vezes, Victor…” Aki pensa, já não conseguindo ver os fogos, pois seus pensamentos estavam a levando longe. “Eu acho que finalmente entendi… Eu te amo, Victor”. Os pensamentos explodiam na cabeça de Aki, que sentia seu coração batendo muito mais forte e rápido que o normal.  

    “Mas como vou te falar isso?”, pensamentos melancólicos também a afligiam naquele momento. 

    A única certeza que ela acabara de concluir é que o sentimento que tinha por Victor era amor.  

    Finalmente a jovem mulher que não compreendia seus primeiros sentimentos tão fortes havia acabado de descobrir, de ter a certeza, que era amor. Mas um turbilhão de pensamentos variados a atingiu.  

    O fato da diferença de experiências ainda a incomodava, mais do que gostaria. Mesmo ali, sentindo-se segura e confortável com o aperto de mãos de Victor, os pensamentos não deram trégua. Uma variedade de diferentes sentimentos toma conta dela. Seu coração estava acelerado.

    Victor continuava a pensar no quão confortável era segurar as mãos dela, ele entendia bem aquele sentimento, mas o reprimia. Não queria aceitá-los. Suas decisões não pareciam ser condizentes com esse desejo. Então, Victor tentava organizar o que sentia, principalmente naquela hora.

    “Ainda não é o momento”… Pensava, triste, de certa forma. Victor já havia compreendido o que sentia há muito tempo, e a solução para não se machucar ou machucar a Aki, era suprir esse desejo.  

    Apesar disso, sempre brincava e provocava ela, tentando entender os sentimentos dela, mas ainda tinha medo da resposta. 

    Talvez ele já tivesse percebido, até mesmo antes da própria Aki, o que ela sentia. Victor conhecia bem esse sentimento. Mas o seu medo e insegurança camuflava seu entendimento.  

    Victor se forçava a não descobrir a verdade, a não expor seus verdadeiros sentimentos, com medo do resultado.

    “Eu preciso… preciso enfrentar isso… mas como?”, ele indagava.

    Assim que os fogos cessam, a multidão se dispersa, e Victor solta a mão de Aki. Ele queria falar com ela, queria poder abraçá-la ou segurar sua mão por mais tempo. Ele se esforçava para não fazer isso imprudentemente.

    Já Aki, estava com vergonha, tímida, evitando tocar no assunto, enquanto comentavam sobre como os fogos foram bonitos.

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