Notas de Aviso
Anteriormente em MNVJ: Victor e Aki assistem aos fogos de artifício durante o evento no santuário, com Aki levemente incomodada com a quantidade de pessoas. Victor, para tentar acalmá-la, segura suas mãos.
Capítulo 47: "Eu quero continuar assim..."
1 de janeiro de 2024, segunda-feira.
Já no fim do evento, eles encontram alguns colegas presentes, que trabalhavam na Elegance Affairs, e se despedem no fim, já que se veriam somente após quinze dias.
— Juízo no caminho para casa. — Kazuya brinca.
— Não seja besta. — Victor comenta, revirando os olhos. — Nos vemos dia dezesseis.
Após a despedida, Victor acompanha Aki até sua casa, enquanto conversavam pelo caminho. Falavam do evento e como foi divertido, com ambos escondendo as partes do bilhete e das mãos dadas.
…
— Obrigada por tudo, Victor. Foi um dia incrível! — Aki agradece, já na porta de sua casa.
— Foi um prazer poder estar lá… Com você… — Ele completa após um breve silêncio. — Já programa na sua agenda para o ano que vem voltarmos lá.
— Você gostou tanto assim? — Aki continuou rendendo a conversa.
O frio quase açoitava, castigava. O vento soprava gelado. Mas aquela conversa trazia um calor para o coração.
— É claro, afinal, eu estava com você. — Victor fala casualmente, tentando não parecer muito… ousado? Ele tentava definir esse termo.
Aki sente seu coração ainda acelerado e eles se despedem, com ela virando-se para entrar em sua casa.
Um desejo inquietante de abraçar Victor perdurava, pois sabia que provavelmente só se veriam após os quinze dias.
Aki queria, realmente, tocá-lo novamente, sentir seu calor. Cada passo era difícil de ser executado, parecia que suas pernas relutavam com a decisão de entrar, como se, por vontade própria, quisessem voltar para perto de Victor, que continuava em pé, observando-a se afastando em direção à porta.
Victor também se sentia perdido em meio a tantos sentimentos. Não era mais fácil para ele, simplesmente por saber o que sentia, talvez fosse ainda mais difícil.
— Aki!
Aki parou imediatamente ao ouvir seu nome, virando-se para ele. Victor caminhava em direção a ela, em passos lentos.
Cada passo carregava um peso de indecisão, onde Victor ainda se decidia enquanto caminhava.
“Por que estou me aproximando dela? Eu não posso simplesmente falar tudo agora. Não posso fazer o que eu quero, inconsequentemente…”
Aki sentia um frio percorrer todo seu corpo, e não sabia se era pelo frio que soprava ou se eram suas emoções lhe atingindo. Queria simplesmente correr em direção a Victor e saltar em seus braços, se aconchegando num abraço demorado…
“Calma! Não aja por impulso…” ela repetia mentalmente.
Victor estava a um passo de Aki.
“Por que você está tão perto? Você está dificultando minha resistência!”. Aki resistia ao desejo de abraçá-lo, mas com essa aproximação, parecia algo impossível.
Mesmo após não ter mais espaço para andar, Victor inclina seu corpo, aproximando-se ainda mais dela. Seu rosto tão próximo do dela que era possível sentir seu calor.
Victor desvia a cabeça para o lado, e fala, com a boca muito próximo do ouvido de Aki.
— Feliz ano novo.
Aki sentiu o calor da boca de Victor quando ele falou percorrer por sua orelha e pescoço, fazendo-a arrepiar. Um arrepio que percorreu toda extensão superior de seu corpo.
Mesmo após falar, Victor permaneceu, por um momento, naquela distância.
O perfume de Aki invadindo seu olfato e ela tão próxima, seu corpo gritava para sentir o toque dela.
Aki continuava paralisada, sem saber como reagir. Tentou simplesmente falar: “Feliz ano novo”, mas as palavras não saíram. O perfume de Victor, era como se a convidasse a abraçá-lo.
Ela fecha os olhos tentando se organizar, quando sente que seu corpo foi envolvido pelos braços de Victor, que passou os braços por ela, num abraço “diagonal”.
Devido à proximidade, foi a melhor posição que ele conseguiu para abraçá-la. Nas outras vezes, Aki havia tomado a iniciativa do gesto e ficou surpresa, em choque, quando Victor quem o fez, embora sentisse uma explosão de alegria, felicidade e ansiedade…
Ansiosa pelo quê? Ela se perguntava. Ela queria mais, queria que ele falasse algo, mas o quê? Seus pensamentos estavam completamente desorganizados.
Victor recostou a cabeça na dela, ainda de lado, sussurrando:
— Me desculpa… Estou sendo um pouco egoísta.
Aki se manteve um silêncio, abrindo a boca para falar algo, mas simplesmente não conseguiu. Ela apenas retribuiu o abraço, desejando que durasse muito mais tempo.
“Eu também fui egoísta nas outras vezes, está tudo bem.”, ela pensou. Não conseguia emitir nenhum som. Queria apenas que durasse mais.
Victor se perdeu em pensamentos e sentimentos naquele momento. Lembranças dolorosas e lembranças reconfortantes tomavam sua mente, enquanto seu corpo se negava a se afastar de Aki.
Um turbilhão de emoções, sentimentos, imagens, desejos, sons, tudo se misturava na mente de Victor. Tudo pareceu muito confuso. A única coisa que seu corpo e sua mente conseguia pensar naquele momento era continuar a abraçando.
Os braços de Aki encostados em seu corpo, com as mãos dela em suas costas, trazia uma sensação tão prazerosa que Victor desejou permanecer ali, simplesmente daquela forma. Não conseguia se afastar.
“Eu quero continuar assim, aqui, por mais tempo”, pensaram ambos, cada um da sua forma. O que não mudava, era o desejo de continuarem ali um com o outro.
Um vento forte soprou, fazendo eles despertarem daquele momento. A brisa gélida foi como um arrebatamento, trazendo-os de volta, bruscamente, para a realidade.
Victor se afastou ligeiramente, olhando-a no olho, ainda com os rostos próximos. Aki sentia que iria explodir, como se algo borbulhasse em seu estômago, seu coração batendo forte e emoções que não sabia definir.
Victor também estava com os batimentos acelerados, enquanto se perguntava o motivo de estar fazendo aquilo.
“Eu deveria continuar com isso?” Em seus pensamentos, Victor analisava a situação, tentando não fazer algo irreversível, apesar que julgasse que já tinha iniciado algo que não deveria.
— Eu… — Victor balbuciou.
“Você o quê?!”, Aki exclamava mentalmente, quando Victor se manteve em silêncio após iniciar a frase. “O que ele vai dizer?”. Ela queria ouvir ele falar, mas ela não sabia o quê.
Aki queria, realmente, saber o que ele pensava, e desejava ouvir algo que nem ela sabia definir o que era.
“Eu não posso falar isso agora… Mas que droga! O que eu faço? O que eu estou fazendo?” O silêncio foi devido a esses pensamentos que inundaram a mente de Victor. Tentava raciocinar, pensar em algo para continuar. A confusão em sua mente o impedia de continuar.
— Aki… Boa noite! Nos vemos depois. — Victor se vira, querendo se afastar dali o mais rápido possível.
Aki permanece em pé, observando-o começar a se afastar, enquanto tentava processar tudo que havia acabado de acontecer. Então, instintivamente, ela agarrou sua blusa de frio, pela manga, fazendo-o se virar para ela.
Aki percebeu que o olhar de Victor estava diferente, um olhar carregado de dúvidas, parecia completamente avoado, talvez perdido. Ela agiu por impulso e agora não sabia o que falar, enquanto seus olhares estavam fixos um no outro.
Ela mexe em seu cabelo, ajeitando uma mecha solta que esvoaçava com o vento.
— Realmente, obrigada por hoje. E feliz ano novo! Espero podermos ter mais um ano cheio de alegria… — Ela falou finalmente, quase gaguejando, juntando toda a sua coragem para pronunciar.
— Juntos… — Victor fala como se completasse, antes de balançar a cabeça e dar um tapa em sua própria testa. — Digo o mesmo. — Ele sorriu para ela, enquanto continuou caminhando apressadamente dali.
“Mas… O que aconteceu?”, seus pensamentos estavam uma bagunça e ela não entendia. Ela esperava ouvir algo, mas isso não aconteceu. “Victor, você me deixa perdida!”, exclamava internamente, enquanto entrava em casa.
“O que diabos eu estou fazendo?”, Victor era bombardeado com seus próprios pensamentos enquanto caminhava. “Por que eu fiz isso? Quase que eu faço algo que não deveria… ou será que eu deveria? Eu não sei! Que droga! Organize seus pensamentos, Victor!”
Victor dá um suspiro pesado, emitindo um grito que quase o sufocava, aproveitando o vazio daquela rua.
“Eu preciso me acalmar…”
Victor, de certa forma, queria falar para Aki o que sentia, ao mesmo tempo, em que não queria. Na verdade, sentia que não podia fazer isso.
Ao chegar em casa, foi direto para o banheiro e tomar um banho quente, logo depois se jogou na cama de bruços, imaginando vários cenários.
“Por que estou agindo assim? Nem parece que eu já passei por isso antes…”
Ele continua virando de um lado para o outro, tentando organizar seus pensamentos, até que, pouco a pouco, adormeceu completamente. O acúmulo de cansaço nos outros dias, dessa vez, não o deixou pensando demais.
Aki também passou por algo semelhante. Embora estivesse cheia de dúvidas, incertezas, não conseguiu pensar muito nisso, depois que se deitou.
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