Índice de Capítulo
    Notas de Aviso

    Olá, queridos leitores! Devido há alguns problemas técnicos, não postei capítulos essa semana que passou. Mas, estamos de volta. Até o capítulo 50 estava com a meta de postar 2 capítulos por dia. Agora, irei iniciar com 2 por semana, mas vou tentar expandir para 3. Peço um pouco de compreensão e agradeço a todos por estarem lendo. ANTERIORMENTE EM MNVJ: Victor e Aki finalmente chegam na porta da Pacca Consortium.

    05 de janeiro de 2024, sexta-feira.

    Eles caminham até à entrada, que ficava debaixo de um arco central azul, destacando-se de todo o entorno, como se convidasse as pessoas a irem por ali, contrastando com todo o acabamento metálico e linhas retas do local externo. 

    A recepção era um local amplo, com um piso branco polido, refletindo os halos criados pelas luminárias presas no teto, que iluminavam o ambiente. As paredes eram painéis de vidro fumê com a estrutura metálica de tom grafite.  

    A decoração quase monocromática era quebrada pelas cores de flores que ficavam em pequenos vasos em mesas de canto, dispostas estrategicamente em cantos dali, próximas a sofás e poltronas de couro preto.  

    Detrás do balcão, uma estrutura de metal com vidro, de forma alongada, uma recepcionista com um uniforme cinza sorriu de forma profissional, mas não calorosa. 

    — Bom dia, senhor. Como posso ajudá-lo? — Perguntou a mulher, que aparentava ter por volta de cinquenta anos, com cabelos lisos de tamanho médio e castanhos, usando uma maquiagem discreta. 

    Aki não entendeu de imediato, exceto pelo “bom dia”, que já ouvira Victor falando antes. Ela tenta repetir, educadamente, sabendo que era um cumprimento. 

    — “Boum día”. — Sentiu um nervosismo crescente, tentando pensar em como lidar com a situação. Deveria dizer que não falava português? Esses pensamentos tomavam conta de seu raciocínio. 

    — Você nunca muda, não é? — Victor disse casualmente, apertando a mão da senhora a sua frente, com um sorriso discreto. — Há quanto tempo, Sineide. 

    — E o senhor está como sempre. — Ela responde, com seu sorriso tornando-se caloroso e receptivo.  

    Aki piscou, tentando entender a situação. Mas antes de qualquer entendimento, um rapaz de cabelos curtos e anelados, de baixa estatura, surgiu saindo de uma das portas próximas à recepção, quase saltando para trás ao ver aquela cena. 

    — Victor! — Exclamou, apertando-lhe a mão. — Não sabia que o senhor tinha voltado ao Brasil. 

    — Que bom te ver, Daniel. — Victor responde. — Eu precisei vir para a reunião que vamos ter mais tarde. 

    — Não sabia que o senhor participaria. — Comentou Daniel, agora sentando-se na sua cadeira atrás do balcão e mexendo no computador. — Não está na agenda essa graciosa visita. 

    — Não exagera. O Matheus está na sala dele? — A voz de Victor era casual, e seu semblante era leve. 

    Aki sentiu-se ligeiramente incomodada com a situação. “Fazia tanto tempo que ele não sorria mesmo? Ele parece tão… à vontade com eles.” Os pensamentos da garota a bombardeavam, ainda mais por não estar entendendo o conteúdo da conversa.  

    — Está sim. E… — Sineide comenta, parando os olhos em Aki. — Quem é essa moça linda? — Victor sentiu um pequeno tom de provocação em sua voz, e a japonesa sentiu um arrepio.  

    — Bem, essa é a Aki, uma amiga do Japão. Ela queria conhecer o Brasil e juntamos o útil ao agradável. — Victor respondeu casualmente, em seguida, apresentando-os. Para Aki ele falou em japonês, enquanto para os recepcionistas em seu idioma. 

    Após mais um breve diálogo, Victor e Aki foram até um dos elevadores, indo para o oitavo e último andar do prédio. Assim que as portas se abriram, foram recebidos por um ambiente quase idêntico à recepção, exceto pela quantidade de alas, portas e corredores. Ainda assim, um balcão há alguns metros era uma espécie de recepção. 

    — Bom dia, senhor… — cumprimentou a recepcionista, uma mulher na casa dos trinta anos, parda e cabelos lisos, médios e escuros.  

    O cumprimento foi quase automático, já que era comum receber várias pessoas ali diariamente, sendo a secretária daquele andar.  

    — Senhor Victor?! — Exclamou, ao finalmente perceber quem adentrara no andar. 

    — Bom dia, Samanta. — Victor respondeu, educadamente, apertando-lhe a mão. Após uma breve conversa, onde ele apresentou Aki para Samanta e vice-versa.  

    A secretária realizou uma chamada, e logo indicou em qual sala Victor deveria ir. Seguindo pelo corredor, várias pessoas, algumas desconhecidas para Victor, e outras muito familiares, apareciam e o cumprimentavam, às vezes, com pequenos diálogos se iniciando. 

    Poucos ousavam perguntar sobre Aki, já que Victor era respeitado na empresa. Somente alguns mais próximos como Samanta ou a Sineide falavam disso. 

    Victor finalmente chegou numa outra área do andar, como um salão, de espaço amplo e algumas cadeiras organizadas. Uma grande porta de vidro que refletia o exterior, impossibilitando ver do outro lado.  

    Durante todo esse período no andar, Aki estava sentindo-se nervosa, apesar dos momentos em que Victor a tranquilizava. Ela estava acostumada a conversas de negócios, mas com todo o contexto envolvendo ela e Victor, seu coração não se acalmava. 

    Ela apertava a alça da bolsa preta que carregava, involuntariamente.  

    Victor apenas para, a algum espaço da porta, até que ela se abre, horizontalmente.  

    Detrás da porta, surge um homem que deixa Aki em choque. Ele não era muito alto, sua pele era levemente parda, seus cabelos e olhos pretos e, mesmo usando roupa social, era perceptível seu físico. 

    Seus braços estavam marcados nas mangas da camisa branca. Era uma cópia de Victor, porém, para Aki, ele tinha um ar diferente.  

    Em seu pulso direito um relógio, aparentemente caro, se destacava, além de uma aliança de ouro na mão direita. Aki também percebeu uma tatuagem nas costas desse mesmo membro. 

    Embora tivesse uma aura de marra, seu semblante mudou ao se aproximar de Victor, com um sorriso genuíno.  

    Ele abraça Victor, que retribui o abraço, com várias palavras que Aki não compreendeu, exceto uma: 

    Era um costume dos irmãos de se chamarem de “brother”. E apenas isso Aki entendeu.  

    Presenciar aquela cena trazia sentimentos conflitosos para Aki. “Eu estou sendo egoísta em querer que ele fique no Japão? Não seria melhor ele ficar perto de sua família?”, ela estava sendo bombardeada pelos seus pensamentos.  

    Aki observa a mulher atrás de Matheus, com seus olhos verdes muito bonitos e o cabelo loiro, de tamanho médio. Ela era relativamente alta, com um corpo curvilíneo. Ela se aproxima de Victor, cumprimentando-o com um aperto de mãos.  

    — Essa é a Aki. É uma amiga do Japão que veio comigo. — Victor a apresenta.  

    Mesmo ela não entendendo as palavras que Victor usou, ela compreendeu que estava lhe apresentando. O nervosismo crescente dentro dela faz suas bochechas ficarem levemente coradas, enquanto eles apertavam as mãos. 

    — Aki, esse é o Matheus, meu irmão. E essa é a Carla, noiva do Matheus. 

    “Ela é muito linda! Combina com ele”, Aki pensou brevemente, afastando os pensamentos logo em seguida. 

    — É um prazer conhecê-los. — Aki cumprimenta, em japonês, mesmo sabendo que eles provavelmente não entenderiam.  

    Victor intercedia, sempre sendo um tradutor para ambos os lados. Eles conversam brevemente, antes de Matheus dizer: 

    — Apenas uma amiga, hein? Sei. Eu te conheço bem, senhor Victor. Essa mulher linda aí te acompanha até o outro lado do mundo e você vai insistir que não tem segundas intenções? — Seu tom de voz debochado faz Victor sentir uma breve raiva. 

    — Não sou esse tipo de pessoa, você sabe. — Responde, ríspido. — Ainda é difícil para mim… — Ele para, com sua voz levemente alterada. 

    — Certo, certo. Me desculpe. Eu não deveria ter dito isso. — Matheus se desculpa, sentindo-se culpado por reviver tais memórias, embora pensasse realmente que Victor deveria se recompor e se erguer novamente, mesmo sabendo que não era uma tarefa fácil. 

    — Deixem esse assunto para depois. Vamos nos empolgar. É um reencontro entre a gente, deveria ser um momento mais festivo. — Carla fala alegremente, agarrando-se ao braço de Matheus. 

    Victor sente-se aliviado pela intervenção de Carla, podendo respirar fundo, recompondo-se.  

    Aki percebeu que o clima havia ficado pesado repentinamente e se perguntou o que estava acontecendo. “Por que eu não sei falar português?!”, pensava, desapontada por não conhecer aquele idioma.  

    Eles adentram a sala de Matheus, que era um grande espaço, com as janelas fumês sendo as paredes. A vidraça inferior tinha uma sombra mais escura, sendo por causa das faixas ondulantes de tom vermelho, que faziam o detalhe horizontal do prédio.  

    Luminárias de led iluminavam o local, além da luz natural que podia entrar quando se abria as janelas. Uma mesa ficava próximo à parede de frente à porta, enquanto haviam dois sofás de couro preto de frente um para o outro e algumas cadeiras. 

    Todos se acomodam e conversam brevemente, com Aki ficando mais calada e apenas observando, enquanto eles conversavam no idioma do Brasil.  

    — E essas fita e pulseirinhas no seu braço? — Indaga Matheus, indicando o próprio pulso como referência. 

    — Foi um presente. É importante para mim. — Victor falou com certo desdém, sabendo que o irmão achava aquilo brega. 

    — Você não muda… — Sem querer se estender no assunto para não criar outro clima desagradável, Matheus muda o foco da conversa.  

    Carla também estava como uma espectadora, não tendo muitas brechas para comentar. Os irmãos pareciam empolgados conversando, mesmo que em alguns momentos havia algum tipo de “desentendimento”. 

    Vendo Aki também “de fora”, Carla se aproxima dela, sentando-se ao seu lado.  

    — Você conversa em inglês? — Perguntou a mulher loira para a japonesa, usando aquele idioma. 

    — Sim. Eu sei falar em inglês. Você também? — Aki responde, quase assustada. Foi pega de surpresa. 

    — Claro. Todos aqui nessa sala sabem. — Ela aponta para Matheus e Victor. 

    Aki já sabia que Victor tinha esse conhecimento, pois, como supervisores de eventos, já tiveram que lidar com alguns assuntos internacionais e era usado o inglês. 

    — Me perdoe. Deveria ter pensado nisso antes. — Carla sorri. — Me conte, como é morar no Japão? 

    As duas começam um diálogo à parte do que os irmãos falavam e eles nem se deram conta. Quando perceberam, foi um choque. 

    — Elas estão conversando há quanto tempo? — Matheus indaga, surpreso. 

    — Por que não pensei nisso antes? — Victor comenta, se repreendendo.  

    “Era só a gente usar o inglês para se comunicar. Que mancada. Deve ter sido difícil para a Aki todo esse tempo.”. 

    Eles não quiseram interferir na conversa das duas, pareciam estar se dando muito bem. Então, continuaram a própria conversa, até dar a hora que Matheus tinha um compromisso.  

    Eles marcam de se reencontrar na reunião da parte da tarde. Victor e Aki voltam para o hotel, para esperarem.  

    No caminho para a saída do prédio, conseguiram ir quase despercebidos, onde poucos funcionários os viram ou os pararam.  

    Mas, para a surpresa de Aki, eles não vão para a saída convencional, de onde chegaram, mas para um andar subterrâneo. Uma garagem. 

    — O que estamos fazendo aqui? — Aki perguntou, surpresa. 

    — Vamos voltar para o hotel de carro, mas eu vou dirigindo. 

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