Índice de Capítulo

    Primeiramente, me desculpem! Tive vários problemas recentemente e não estava conseguindo postar os capítulos. Mas, vou tentar normalizar o mais breve possível. Dede já, agradeço a todos que acompanham a obra.

    05 de janeiro de 2024, sexta-feira.

    FLASHBACK: DENTRO DA SALA DE MATHEUS.

    — Finalmente vamos poder falar da “Event Link” pessoalmente. — Matheus suspira, abrindo, em seu computador, alguns arquivos e programas, com Victor tendo a tela espelhada para ele em um tablet para acompanhar.

    — E como está o andamento do projeto? — Victor pergunta. Ele já sabia de muitas coisas sobre o desenvolvimento daquela plataforma, sendo que ele ajudou Matheus a planejar vários detalhes, mas fazia muito tempo que não falava disso pessoalmente.

    — Estamos quase entrando na fase beta de testes. — Matheus anuncia, surpreendendo Victor. — Creio que em uns dois meses já vamos conseguir iniciar as primeiras experiências.

    — Já?! — Exclama, surpreso. — Por que não me falou isso antes?

    — Queria fazer uma surpresa… presencialmente. — Ele dá uma risada satisfeita.

    — Nessa versão já terá todas as ferramentas?

    Victor, realmente, estava surpreso pelo anúncio. Pensou que levaria pelo menos mais alguns meses para ter as fases de teste, tendo em vista o tamanho do projeto. Ele sabia que não era algo fácil de conseguir.

    — Pelo menos as principais. “Viva o ambiente”, “experimente”, “contatos” e “parcerias” já estarão disponíveis.

    Esses eram os nomes provisórios de algumas ferramentas disponíveis.

    — “Viva o ambiente” talvez seja o mais desafiador por conta da dependência de inteligência artificial e realidade virtual ao mesmo tempo.

    Victor concorda, acenando, antes de falar:

    — “Escanear” o ambiente e recriá-lo digitalmente com as decorações escolhidas para o cliente ter uma boa ideia de como estão suas escolhas e poder ajustar detalhes… só de pensar no trabalho que dá fazer algo assim, a cabeça já dói. — Victor comentou com certo tom de brincadeira.

    — Nossas empresas parceiras, até o momento, estão fazendo um trabalho surreal. Mesmo o “experimente”, que seria mais fácil dentre os dois, tem seus desafios. — Matheus faz uma pausa, analisando algumas informações na tela. — “Só mudar” a roupa da pessoa exige muito.

    — Mas será algo revolucionário! — Victor responde, empolgado. — Só de imaginar a satisfação dos clientes me deixa muito animado. Imagine uma noiva poder experimentar como ela ficará no vestido escolhido antes de fechar o contrato? E isso vai aumentar a demanda de todas as empresas envolvidas.

    — Outro motivo para você estar na reunião, é como representante da Elegance Affairs, como você bem sabe. Vamos conseguir mais investidores, patrocinadores e parcerias nessa reunião de hoje! — Matheus declara, confiante.

    — Claro! Vamos fazer o nosso melhor!

    Na garagem, Aki se surpreende com alguns veículos estacionados. Ela conhecia pouco, quando se tratava de carros, mas pareciam ter alguns modelos bem caros ali.

    Victor caminha e para ao lado de um SUV esportivo, de cor preta, que refletia as luzes do ambiente. Uma grade frontal imponente e linhas agressivas e aerodinâmicas davam uma aparência intimidadora ao veículo.

    Suas rodas de liga leve pretas traziam um ar de esportividade, além da logomarca, que se destacava sob o capô polido. Um círculo com quatro quadriculados, dois azuis e dois brancos, envolvidos por um anel preto, com três letras cravadas: “B, M e W”.

    Victor destrava a X6 M, usando a chave, que faz o barulho do alarme ecoar pelo lugar.

    — Esse carro é seu? — Aki perguntou, surpresa. Em sua visão, parecia um carro futurista. Nunca esteve tão perto de um veículo tão luxuoso assim antes.

    Por mais que, em determinados eventos no Japão, houvesse carros de luxos dos empresários, ela nunca ia até o estacionamento, geralmente se mantendo somente em suas funções. 

    — Na verdade… é da empresa. — Victor respondeu, dando a volta e abrindo a porta do passageiro. — Entre, vamos voltar para o hotel.

    A primeira impressão de Aki ao se sentar foi de um luxo exagerado para um carro. Os bancos extremamente confortáveis pareciam lhe abraçar, obrigando-lhe a ficar sentada. O painel parece futurista, com aquele designer incrível.

    O interior era predominantemente em tons escuros, como preto ou grafite, com alguns poucos detalhes vermelhos, além da logomarca que se destacava no meio do volante.

    — Esse carro é muito bonito, não é? — Victor deixa escapar, ligando-o. O ronco do motor era como uma música agradável aos ouvidos dele. Ele passa a mão no volante, como se o acariciasse.

    Victor sempre foi um grande fã daquela marca e sempre quis ter um carro deles. Em sua primeira oportunidade, obteve, mas quando largou tudo e foi para o Japão, vendeu a maioria de seus bens.

    Porém, Matheus também era um grande fã daquela empresa e sempre adquiria veículos deles para a Pacca Consortium.

    Aki ainda estava encantada com o interior do carro, fazendo vários comentários com Victor, que sorriu ao ver a empolgação dela.

    — Parece um daqueles carros de filmes… — Comentava, passando a mão no painel.

    — Eu sempre gostei desse modelo, desde que me lembre sempre quis ter um. E eu tive. — Comentou, casualmente, enquanto sua atenção se mantinha no trânsito.

    Aki entendeu o que ele queria dizer com “tive”, imaginando o que havia acontecido, e estava certa em suas suposições. Mesmo assim, ela continuou a conversa. De repente, ela teve uma dúvida.

    — Espera… Se esse carro é da empresa, não seria errado você dirigir ele? Isso não é uma coisa que somente os sócios poderiam fazer?

    — Bem… eu acho que não te contei essa parte ainda. — Victor responde, com uma certa pausa. Aki olhou para ele, com um olhar de curiosidade e desconfiada. — Bem… eu e o Matheus somos os atuais donos da Pacca Consortium.

    Aki quase se engasga ao receber a notícia, olhando para Victor com incredulidade.

    — Como assim?! — Estava tão surpresa que não pensou em nada mais para falar.

    — A Pacca Consortium foi criada pelos meus pais. Mesmo tendo os acionistas, ainda somos os “CEO” dela. — Ele começa a explicar. — Quando aconteceu o acidente, a empresa passou para nós dois. Porém, eu fiquei abalado demais para cuidar disso, mal conseguia viver. Matheus foi muito generoso comigo.

    Victor faz um pequeno intervalo, como se lembrasse orgulhosamente de algo.

    — Mesmo em todo esse tempo, nunca deixou de me apoiar. Quando eu estava minimamente com a cabeça no lugar, eu comecei ajudá-lo de todas as formas que eu podia. Até que eu me mudei para o Japão. O senhor Akashi era amigo do meu pai e ele me deu essa oportunidade de ficar lá.

    Aki estava estupefata com tanta informação.

    — Eu faço tudo que eu posso de lá do Japão. Tudo que eu posso resolver online, eu faço. Mas não gosto de holofotes, principalmente depois do ocorrido. Então, fico nas “sombras”, enquanto o Matheus geralmente assume todas as responsabilidades públicas. E hoje eu serei mais um representante da Elegance Affairs do que um “presidente da Pacca Consortium”.

    Um silêncio pairou, com Aki processando tudo que acabara de ouvir. Foi somente então que outro “estalo” a despertou.

    — Como assim eu não entendi antes?! — Disse, revoltada consigo mesmo. — Estávamos dentro da sede da Pacca Consortium e eu sequer percebi. Estava muito nervosa com tudo isso para perceber.

    Ela falava desesperadamente, fazendo Victor a encarar de soslaio e soltar uma risada.

    — É raro ver esse seu lado dramática.

    — Não é drama! Eu não percebi que estávamos na sede da… Espera… Se você é um dos presidentes da Pacca Consortium, então… — Ela faz uma pausa, analisando tudo que sabia. — Você é basicamente meu chefe?!

    A Elegance Affairs era uma empresa diretamente ligada à Pacca Consortium. Pela forma de trabalhar do grupo e pela hierarquia combinada, a empresa japonesa era quase subordinada à empresa brasileira, embora tivesse a sua própria autonomia.

    — Algo assim… — Victor comenta, tentando achar uma forma de não parecer tudo muito estranho.

    “Eu deveria ter falado com ela antes sobre isso.” Pensava Victor, se repreendendo pelo vacilo.  “E se nossa relação mudar por causa disso?”

    Um sentimento de medo rodeou o coração de ambos, receosos de que aquela descoberta pudesse afetar como viviam.

    O diálogo continuou, principalmente com foco nos assuntos que seriam tratados na reunião, até chegarem ao hotel.

    Victor analisava o que aconteceu, tentando uma maneira de se justificar para Aki. Ele simplesmente a convidou para vir ao outro lado do mundo, explicou que seria uma reunião importante para a Elegante Affairs, que ela não tinha entendido direito, mas concordou em ir. 

    Durante os últimos dias, Aki foi bombardeada de informações sobre Victor. Ele tem um irmão, e ainda gêmeo, além de descobrir que ele é um dos donos da Pacca Consortium, que o tornava praticamente seu chefe. 

    Quanto mais Aki pensava sobre isso, mais ela se surpreendia. Victor nunca havia dado nenhum sinal de que era tão importante, sempre cumprindo seus deveres na Elegante Affairs e sem levantar qualquer suspeita.

    Ela se lembrou do dia que havia alguma mensagem com uma cifra de valores em seu telefone, e parando para pensar, agora fazia sentido ser a conta bancária dele. 

    Embora ela não soubesse o poder de compra e nem quão expressivo era aquele valor, apenas ignorou esses pensamentos. Ainda pensando no quão misterioso, Victor, ainda poderia ser. 

    Com esses pensamentos martelando sua cabeça, ela tentava descansar, enquanto estava deitada em sua cama, no hotel, esperando a hora da reunião.  

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