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    09 de fevereiro de 2024, sexta-feira.

    Finalmente havia chegado o dia da grande reunião de investidores internacionais em Tóquio. Além da Elegance Affairs, havia outras empresas da área relacionadas a eventos, participando. 

    O principal objetivo delas, era fechar acordos e contratos de parceria para beneficiar todas as empresas envolvidas. Havia, além das firmas regionais, outras quatro, internacionais, sendo uma da Alemanha, chamada Teutonic Finance Partners, sendo representada por Sophia Richter e Karl Muller; outra dos Estados Unidos da América, sendo a Global Intelect, representada por Alison Davies e James Turner.

    Também estavam presentes as empresas Orient Capital Group, da China, representada por Li Wei e Chen Liu; além da Britannia Investments LTD, representada por Alexander Mitchell e Eleanor Scott. 

    Mas, antes de chegarem ao evento, Victor e Aki tiveram uma semana bastante corrida:

    Logo que voltou para a empresa na segunda-feira, dia cinco, Aki foi bombardeada de perguntas por seus colegas de trabalho, assim como alguns mimos e desejo de melhoras. Sentiu-se bastante feliz pelo carinho que recebeu dos outros trabalhadores da Elegance Affairs. 

    Antes mesmo de iniciar o trabalho formalmente, o chefe Akashi convocou tanto Aki quanto Victor para a sua sala. Quando chegaram, Akashi, primeiramente, agradeceu ela pelo esforço, mesmo passando mal. Depois, demonstra alívio por ela estar bem. 

    Também conversaram um pouco sobre os próximos eventos, apesar dela já estar ciente por ter obtido uma planilha de Victor com todas as informações importantes. Inclusive, que na sexta, teriam a reunião internacional. 

    Durante o almoço, muitos colegas se reuniram em volta dela, fazendo perguntas e querendo saber se ela estava bem, além de observarem o novo acessório em seu braço, igual ao de Victor. Então, alguns comentários como: “Vocês estão realmente namorando?” surgiram e, apesar de negarem, as fofocas não puderam ser evitadas.

    “Para de mentir amiga! Quer enganar a gente?” foi algo comum de se ouvir entre as meninas, que encurralaram Aki para tentar tirar alguma informação. 

    Ela insistiu: “Já disse que não…” e até que em certo momento, deixou escapar: “ainda”. Foi a gota d’água que as outras garotas queriam ouvir, e começou uma celeuma por causa do breve e, sem querer, comentário. 

    Aki sentia-se extremamente envergonhada, porém, por sorte, a conversa se manteve somente entre as garotas da empresa. Por outro lado, os homens também tentaram tirar alguma coisa de Victor, que, agora, era bem mais aberto com os colegas e conseguiam conversar bem melhor entre eles. 

    Assim como aconteceu com a japonesa, com o brasileiro não foi diferente, quando deixou escapar um “ainda”, embora mais consciente que o de Aki. 

    A semana continuou correndo normalmente, com alguns imprevistos pequenos acontecendo e cada departamento resolvendo seus respectivos contratempos. Quando uma empresa de bufê informou não poder comparecer a um evento da semana seguinte, Victor irou-se, tanto quanto alguns meses atrás, demonstrando sua incredulidade na incompetência das empresas. 

    Mesmo bravo, conseguiu resolver, e Aki até comentou com ele: “Algumas coisas nunca mudam, né?”, após dar a ele um chá gelado que ela tinha ido buscar. Ele sorriu, explicando o motivo de sua raiva, apesar de toda a Elegance Affairs estar em sintonia nesse quesito. 

    Foi quando, durante o almoço, alguns colegas falaram em tom de brincadeira sobre o quanto Victor levava a sério quando alguém quebrava o compromisso. Ele, diferente de antes, manteve o tom da conversa, explicando seus pontos (que todos concordavam, inclusive). 

    Ao longo do dia, receberam um convite de um dos contratantes anteriores, que eles tiveram contato, mais especificamente, da empresa Wallmart, que estaria promovendo um evento de Dia de São Valentim e os convidaram para participar. 

    Embora relutantes, principalmente pelo fato de não estarem namorando, acabaram aceitando com a insistência dos responsáveis. O próprio chefe Akashi também insistiu para que eles fossem, na próxima quarta, no evento. 

    A conversa entre os dois foi, o restante do dia, sobre quatorze de fevereiro e o que fariam. A notícia, de alguma forma, vazou para os outros colegas de trabalho e isso causou uma verdadeira confusão, de forma amigável. No grupo da empresa, no aplicativo de mensagens, estava rolando a maior algazarra, onde os colegas pressionaram Aki e Victor a oficializarem o namoro. 

    Os dois até evitaram o contato e o olhar, durante essa bagunça, onde estavam sentindo uma espécie de vergonha alheia que os outros trabalhadores estavam causando, mesmo que rissem da situação. Isso, porém, foi uma espécie de gatilho para Victor, que analisava toda a situação, pensando: “E se realmente fizéssemos isso?” — embora, não tenha comentado nada com a garota. 

    Mas a demanda de trabalho acabou afastando os pensamentos, enquanto pouco a pouco, a situação se acalmou e todos estavam focados em suas respectivas funções. Victor ainda sentia algum sentimento estranho, que ele não sabia definir. Como se quisesse gritar para todos que era verdade e estavam namorando. 

    Mesmo que seus sentimentos gritassem isso e ele entendesse bem isso, estava de certa forma nebuloso em sua mente. 

    Tiveram, ainda, algumas reuniões com o chefe Akashi durante o decorrer dos dias, onde ele passava alguns tópicos importantes para serem resolvidos na reunião, como questões de orçamento, planejamento e rendimentos. Os dois estavam muito empolgados para representar a Elegance Affairs nessa grande missão. 

    Quando, finalmente, chegou o grande dia, Victor e Aki estavam no local marcado. Era uma espécie de sítio, ou algo semelhante a isso, com uma farta variedade de petiscos e bebidas. Antes do início oficial da reunião, todos tiveram um tempo livre de uma hora. 

    Apesar da empolgação, Victor estava se sentindo meio desconfortável, pois, há pouco, descobriu que ele iria dirigir uma parte da reunião. Não estava esperando por isso. Seu coração estava inquieto, acelerado e sentia seu corpo levemente trêmulo. 

    “Quanto tempo não sinto essa pressão. Esse peso de responsabilidade.” — Analisava. Se retirou, então, para um dos quartos e Aki o seguiu, não querendo ficar sozinha no meio do evento. 

    — Não se importa se verem a gente juntos aqui? — Victor perguntou casualmente, fechando a porta. 

    — Na verdade, não. Já fizemos isso várias vezes, principalmente no Brasil. — Ela respondeu como quem não ligasse. 

    — Enfim, são dois casos completamente diferentes, né? — Victor riu logo em seguida. 

    — É verdade, mas seria legal botar a cabeça no lugar antes da reunião. Parece que vai ser bem tensa. — Ela logo se jogou na cama, por um momento, esquecendo da maquiagem. 

    Assim que bateu o rosto no travesseiro, como um estalo, lembrou e reposicionou, levantando-se meio rápido demais. O rosto ainda caído sobre o rosto, enquanto ela se ajeitava, fez Victor rir. 

    Depois de revisarem, brevemente, algumas pautas que seriam discutidas, os dois decidiram tirar alguns minutos para relaxar. 

    — Como eu queria uma massagem, estou tão tenso… — Victor brincou, deitando na cama com a barriga para cima. 

    Aki entendeu que era brincadeira, mas decidiu tentar algo diferente, mesmo que estivesse com tamanha vergonha de fazer:

    — Se quiser, posso te dar uma massagem, enquanto não começa. — Balbuciou, sua voz trêmula denunciava o nervosismo, enquanto olhava para os lados. 

    Victor arqueou as sobrancelhas, surpreso, não esperando tal resposta: — Sério? Eu aceito… — Ele se virou de bruços. 

    Aki sentiu seu corpo hesitar, só que não via escolha. Já havia falado, precisava agir. Então, se aproximou e começou a fazer movimentos circulares, com as mãos, nos ombros de Victor, iniciando uma massagem. 

    “Ah, como isso me deixa com vergonha! Socorro!” — Pensava. Sua mão tremia como tamanho nervosismo, embora lutasse contra isso, para soar natural.

    O jovem brasileiro estava ainda muito surpreso pela atitude da japonesa, pensando o que poderia ter acontecido. “O que deu nela?” 

    Não era uma atitude que condizia com o normal da garota, entretanto, Aki sentia que precisava agir de forma diferente. Aquele sentimento estava sufocando ela e queria que Victor percebesse mais do que ela sentia. 

    Após terminar, afastou as mãos ligeiramente, observando como Victor reagiria. Ainda sentia seu rosto quente e as mãos levemente trêmulas, enquanto seu coração ainda batia mais rápido. 

    — Muito obrigado! Me sinto revigorado! — Ele falou, num tom brincalhão. — Depois vou querer uma segunda parte. 

    Aki desviou o olhar, levantando-se rapidamente da cama: — Cl – claro, é s – só pedir. 

    Victor riu e estava estupefato, não deixando transparecer. O que acabou de acontecer? Aki fez uma massagem nos ombros dele. O toque suave com uma pressão precisa para aliviar a tensão da região. Estava realmente confuso. Então, levantou-se também. 

    — Vamos voltar para o salão. 

    Agora, reunidos todos no salão onde aconteceria a reunião, estavam todos os membros reunidos. Era um espaço amplo, com várias cadeiras dispostas, além de um palco elevado, onde alguns teriam a chance de falar. Toda aquela reunião seria dirigida por Diana Farias, uma mulher de cabelos curtos, Chanel, castanhos e alta. Trajava um vestido longo de mangas longas, de cor vinho, parecendo ser de cetim, com detalhes marcantes. Também usava um óculos de armação fina e lentes quadradinhas. 

    Diana Farias é uma gerente de marketing e relações sociais da empresa multinacional Subaru, com sede em Tóquio. Essa empresa iniciou o projeto dessa parceria entre as empresas. O principal trabalho da Subaru é gerenciar relações entre empresas de diferentes ramos. Praticamente, uma mediadora. 

    Havia um clima em comum entre a maioria dos envolvidos: Tensão. Era uma reunião extremamente importante para o desenvolvimento e crescimento entre os participantes. Pode se dizer que essa ocasião decidiria o futuro de algumas empresas. 

    Victor observou todos em volta, alguns retornando dos quartos agora, se acomodaram nas cadeiras, que mais pareciam poltronas. Eram confortáveis e aconchegantes. Além disso, o aquecedor se esforçava para deixar a temperatura interna agradável. 

    Diana começou o discurso. Victor pôde perceber que ela tinha uma comunicação afiada, com palavras bem colocadas, quase persuasiva. Suas frases pareciam extremamente calculadas antes de serem ditas, tudo muito categórico e pontual. Ele não conseguiu conter elogios mentais para a palestra. 

    Ela apresentou a ideia inicial, os projetos e os planos da Subaru nessa parceria ampla, além de citar alguns nomes importantes que teriam a oportunidade de falar. Dentre eles, Victor foi citado. Ele sentiu um frio na espinha, sabendo do tamanho e do peso daquela responsabilidade. Ele não podia deixar essa oportunidade passar para a Elegance Affairs. 

    — Nós vamos conseguir um belo contrato hoje. — Comentou, baixinho, com Aki. . 

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