‘2 de Julho, 8º Ano do Cruzamento

    Explorar uma ilha é ainda mais difícil do que imaginei. Inicialmente, pensei que uma ilha inexplorada estaria, no máximo, ocupada por criaturas poderosas. Mas os eventos de ontem me ensinaram uma lição.

    Os perigos de uma ilha não são apenas físicos; eles são misteriosos e estranhos de maneiras inimagináveis para os humanos. Nunca pensei que encontraria criaturas capazes de mexer com as memórias humanas.

    Mas eu não vou desistir. Não importa as dificuldades, vou ver o sol novamente.

    Felizmente, não estou sozinho nesta jornada de volta para casa—’

    Assim que Charles estava prestes a continuar escrevendo seus pensamentos, um par de pés macios e pálidos pisou em suas costas.

    “Já te disse tantas vezes, não me atrapalhe quando estou escrevendo meu diário.” Charles afastou os pés casualmente.

    “Tsc. Durante as férias de verão, na época da escola, o professor nos obrigava a escrever diários como lição de casa. Você até copiava os meus para entregar a tempo. Agora que estamos presos neste lugar miserável, você decide ser dedicado e estudioso?”

    Charles se virou e olhou, impotente, para a mulher deitada na cama. Era Anna, a médica do navio. Seu corpo bem proporcionado, deitado de lado, apresentava uma visão que era nada menos que cativante. As curvas suaves de seu corpo realçavam seu encanto. A cada movimento, sua maturidade irradiava uma atração que poderia mexer com a imaginação de qualquer homem.

    Mas, para Charles, isso já era uma visão comum.

    “O que você quer agora?” Charles perguntou.

    O sorriso de Anna se tornou mais radiante ao ouvir a pergunta. Com a mão direita, ela puxou levemente a alça de seu vestido, deixando-a cair diagonalmente. Sua mão esquerda deslizou graciosamente pela sua coxa branca.

    “Venha~ Vamos nos divertir~ Temos tempo~ de sobra~” ela murmurou sedutoramente.

    Olhando para sua companheira de outra vida, um sorriso amargo apareceu no rosto de Charles.

    “Você pode me dar uma folga? Acabamos de escapar, e ficamos correndo naquela ilha por tanto tempo. Você não está cansada?”

    A expressão de Anna mudou, e ela deu um leve chute nas costas de Charles. Com um tom cheio de ressentimento, ela reclamou: “Quando chegamos aqui, você mal podia esperar para me levar para o seu quarto sempre que tínhamos um momento livre. E agora? Isso é aquela ‘crise dos sete anos’ que as pessoas falam? Não me acha mais atraente, seu idiota?”

    Charles suspirou e sentou-se ao lado da cama, puxando-a para seus braços. Ele a acariciou gentilmente e disse:
    “Docinho, por favor, me entenda. Não existe terra que não possa ser cultivada, apenas bois cansados que morrem de exaustão.”

    “Se você não satisfizer minhas necessidades hoje à noite, nem pense em chegar perto de mim pelo resto do mês!”

    A lamparina no quarto foi apagada enquanto Anna continuava a resmungar. O diário foi deixado aberto na mesa. Pela inércia, a página anterior virou lentamente, revelando a entrada do dia anterior:
    ‘Eles têm companheiros agora. Mas e eu? Por que tive que atravessar para este mundo sozinho? A solidão é uma companheira agonizante. Se ao menos eu tivesse alguém ao meu lado.’

    No dia seguinte, o relógio biológico de Charles o despertou. Ele naturalmente se inclinou em direção a Anna e plantou um leve beijo em sua bochecha alva.

    “Vou assumir o leme.”

    Meio adormecida, Anna empurrou o rosto de Charles. “Sai daqui! Não me beije sem fazer a barba, está espetando!”

    Charles deu uma risada e beijou sua bochecha novamente antes de sair da cama e se vestir.

    Sentindo-se renovado, Charles chegou à cabine do timoneiro e viu Bandagens dirigindo meticulosamente o navio. Ele deu um tapinha no ombro de Bandagens e perguntou:

    “Como estão as coisas? Alguma anormalidade?”

    Depois de quase morrerem juntos, Charles havia baixado completamente a guarda contra Bandagens. Se ele não tivesse escapado daquela árvore estranha, talvez Charles não tivesse encontrado os outros. Bandagens podia parecer misterioso, mas pelo menos não tinha más intenções.

    “Não…” Bandagens não demonstrou nenhuma reação estranha ao gesto afetuoso de Charles.

    “Ótimo, vá descansar. Eu assumo.” Charles pegou o leme.

    Bandagens seguiu sua rotina habitual, fazendo um gesto respeitoso antes de sair.

    Charles dirigia o navio com uma sensação de contentamento. Apesar da escuridão total lá fora, ele experimentava uma felicidade que não sentia há muito tempo. Seu humor havia melhorado significativamente.

    Bang!

    A porta se abriu com força, e Dipp entrou com uma expressão irritada e frustrada.

    “Capitão! Walter não serve para este navio! Sugiro que o demitamos! Ele era responsável pelos ratos, e agora eles sumiram.”

    “Vale a pena discutir com um colega por causa de alguns ratos? Talvez eles tenham fugido sozinhos,” Charles suspirou, sentindo uma dor de cabeça. Como capitão, ele precisava resolver os conflitos entre os tripulantes.

    “É impossível. Procurei em todos os lugares, e não há como os ratos terem pulado no mar!”

    Naquele momento, Walter, o marinheiro em questão, entrou na sala, bastante agitado, tentando se defender. Ele afirmou que os ratos realmente haviam desaparecido, mas que ele não tinha nada a ver com isso.

    Os dois continuaram discutindo, e Charles se viu no meio do fogo cruzado. No final, ele conseguiu desviar a atenção deles ao mencionar as recompensas prometidas pela viagem.

    Charles achou que o assunto acabaria ali, mas, infelizmente, outro problema surgiu, e dessa vez involvia um membro da tripulação.

    “Capitão! O Walter sumiu!” Dipp reportou.

    Ouvindo suas palavras, A testa de Charles franziu. Membros da tripulação eram uma situação diferente do que ratos. O barco não era tão grande, então como alguém poderia desaparecer sem deixar nenhuma pista?

    O capitão ordenou uma busca em todo o navio, mas Walter não foi encontrado.

    Com o desaparecimento, a atmosfera ficou sombria. Durante o jantar, o clima era pesado. Charles sabia que precisava tomar medidas:

    “A partir de agora, todos devem andar em duplas, até mesmo para ir ao banheiro. E sempre armados.”

    “Aye Capitão.”

    “Entendido Capitão.”

    Com expressões graves, os tripulantes concordaram.

    Enquanto Charles estava com uma expressão tensa comendo seu jantar, uma voz gentil sussurrou em seu ouvido: “Não se preocupe. Passamos por tantas coisas e superamos todas elas. Desta vez não será diferente.”

    O humor ansioso de Charles diminuiu, ele então forçou um sorriso e respondeu:
    “Não se afaste de mim nos próximos dias. Fique ao meu lado.”

    “Tá bom. Só não vá me achar irritante,” Anna respondeu com um toque de provocação em quanto sedutoramente limpava as migalhas de pão que estavam no canto da boca de Charles antes de leva-las até a própria.

    Charles continuou comendo, mas ele não podia deixar de reparar que Anna estava apoiando seu queixo em sua mão, seus olhos fixados nele com um olhar intenso.

    “Por que você não ta comendo?”

    “Eu já comi uns lanchinhos mais cedo, não estou com fome agora.”

    “Onde que você achou lanchinhos no barco? Você não ta tentando perder peso de novo né? Você nem ta acima do peso. Ficar sem comer não faz bem pra sua saúde.”

    “Ta bom, ta bom. Cuida da sua própria vida, Capitão. Eu vou achar algo pra comer se eu ficar com fome.”

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