— CAPÍTULO DEZESSETE —

    Caveiras e pérola

    A caveira avançou com uma risada sinistra, desferindo um golpe inclinado que visava a cabeça de Lótus, a mais próxima.

    Kael reagiu imediatamente. Com sua espada, interceptou o ataque da criatura, desviando a lâmina para cima. O esqueleto recuou, movendo-se de forma desajeitada e anormal, como se estivesse bêbado. Kael segurou a espada com firmeza e, com um corte violento e rápido, tentou atingir sua cabeça. No entanto, a criatura inclinou o corpo a um ângulo que quebraria a coluna de qualquer humano, executando mortais para trás enquanto recuava para fora da cabine. Tudo isso acompanhado de uma risada estridente, como se estivesse se divertindo.

    — Mas que merda está acontecendo? — gritou Hassini, lançando um olhar rápido para o caos que reinava lá fora.

    O barco estava completamente tomado pelos esqueletos. Do lado de fora, o mar se tornava mais violento a cada instante. Vários esqueletos cercavam Churra, indefeso, enquanto o capitão lutava bravamente contra um grupo para proteger Mateo. Outros estavam avançando em direção à cabine.

    Lótus, que estava olhando diretamente para as costas de Kael, com ele na frente da porta, piscou os olhos, percebeu que ele já não estava mais ali e Hassini também havia sumido. Quando olhou para fora, viu diversas caveiras sendo lançadas para fora do barco. Ele correu até a porta da cabine e avistou Hassini esmagando o crânio de um dos esqueletos que ameaçava Churra.

    Kael lutava para proteger o barco, o capitão e Mateo. Os esqueletos riam enquanto um deles atacava Kael com um corte vertical. Kael recuou o mínimo possível, evitando o golpe e fazendo com que a espada do esqueleto ficasse cravada no chão do barco. Com um movimento ágil, ele cortou a ligação dos ossos do esqueleto, deixando apenas o braço segurando a espada. Kael pegou a lâmina e a atirou certeiramente na testa do esqueleto, que estava caindo em sua direção. O impacto fez com que o esqueleto voasse para o mar.

    Outro esqueleto atacou pelas costas, mas Kael se defendeu com sua espada, movendo-a até as costas e girando seu corpo. Ele conseguiu desarmar o esqueleto e chutou-o para fora do barco.

    De repente, um arpão vindo do enorme navio inimigo foi disparado, cravando-se no meio do Lamart. As correntes se esticaram, inclinando o pequeno navio violentamente, antes que Mateo caísse, Kael o segurou, o barco ficou suspenso no ar, à mercê do inimigo.

    Hassini puxou Churra, enquanto Kael pegou Mateo e o capitão, levando-os para dentro da cabine. Agora, todos estavam amontoados lá dentro, enquanto o Lamart era arrastado contra sua vontade.

    O grande navio, três vezes maior que o Lamart, parecia cortar as ondas com facilidade, avançando com uma velocidade impressionante. 

    — Um barco fantasma, quem diria que hoje seria um dia de sorte — disse Hassini, estalando os dedos.

    — Lembre-se de que o importante é proteger o navio, senão vamos ter que achar uma ilha andando — informou Kael.

    — Então você protege o barco e eu vou atrás do problema.

    — Combinado.

    A confiança deles influenciou as crianças que ficaram com a ainda mais vontade de lutar.

    De repente, um clarão e um forte puxão do arpão lançaram todos dentro da cabine ao chão, exceto Kael e Hassini, que se mantiveram ajoelhados. A chuva cessou abruptamente, e um céu claro tomou o lugar da tempestade. O barco estava levemente inclinado, tanto Kael quanto Hassini ajudaram todos a saírem da cabine e do barco, ficando à frente de todos aqueles inimigos.

    — Por que simplesmente não fugimos? — perguntou o capitão.

    — Seu barco conseguiu? Eu acho que não vai dar.

    Caraca, pai, pensou Luca.

    — Vocês! Fiquem atrás dos meus garotos! — ordenou Kael. — Luca, Karl, Lótus… cada um protege um.

    Os meninos sacaram suas espadas e entenderam perfeitamente a ideia de Kael.

    — Certo! — falaram sincronizadamente.

    Os sons das risadas ecoavam de forma perturbadora. Aos olhos dos meninos, Hassini desapareceu. Logo em seguida, várias caveiras voaram pelo caminho da entrada do navio.

    — Defendam-se como puderem.

    Não tive tempo de pegar minha espada, droga! pensava o capitão.

    Anna, Churra e Mateo estavam claramente assustados com toda essa situação que aconteceu de repente, mas, como ordenado, se mantiveram atrás dos três meninos, que não demonstraram medo em nenhum momento e se mantiveram firmes.

    Diversos esqueletos começaram a avançar em direção a eles, com as espadas nas mãos.

    Kael avançou na direção deles, correndo. Sua espada brilhou por um momento, e um corte de energia foi lançado, como uma espécie de feixe, cortando várias cabeças de esqueletos.

    Os que passaram seguiram em direção aos três, cinco deles vieram correndo, e Karl foi o primeiro a atacar. Tentou um golpe na diagonal contra um dos esqueletos. O esqueleto se defendeu com sua espada, e houve um choque de espadas, uma disputa de força. O esqueleto aproximou sua espada do rosto de Karl e, com aquela voz maliciosa, perguntou:
    — Não vai desistir, não, moleque? — riu sarcasticamente — Vou rir da sua cara quando você morrer!!!
    — Então vai ter que esperar sentado! — Karl respondeu, vencendo a disputa. Sua espada atravessou os ligamentos articulares da caveira, cortando sua cabeça.

    Lótus enfrentava dois ao mesmo tempo. Um viera pela frente, e o outro por trás. Os esqueletos tentaram cortar, mirando acima do quadril; rapidamente, Lótus pulou, suas pernas suspensas no ar. Chutou-os, desequilibrando ambos, e, para completar, antes de cair, arremessou suas adagas, acertando os dois.

    Vendo dois vindo em sua direção, Luca deslizou rapidamente e chutou um no joelho, deixando o esqueleto sem uma das partes da perna. Levantou-se, girou com a katana firme nas duas mãos e cortou o pescoço do outro. O barco explodiu em um dos seus andares inferiores, fazendo-o tremer e começar a se inclinar, como se estivesse afundando.

    — Subam no barco! — ordenou Kael enquanto se livrava de um dos esqueletos, chutando-o.

    Os meninos subiram primeiro, ajudaram os outros a subir e esperaram Kael. Equiparam suas armas em seus respectivos lugares enquanto observavam o pai, que brilhava com sua espada empunhada em uma só mão, com o braço fechado e a espada posicionada atrás do pescoço. Ele então pulou de costas em direção ao barco.

    — Grande Azul. — Kael enviou um corte contra o convés do grande navio. Era um corte brilhante, azul, que cortou perfeitamente aquele enorme navio horizontalmente, separando-o daquela parte inteira do navio. Enquanto caía, Lamart e a parte cortada do grande navio afundavam juntos, mas a parte submergiu, enquanto Lamart flutuou, e Kael caiu sobre ele perfeitamente.

    — Ei!!! — ouviu-se um grito.

    Todos olharam para cima e viram Hassini pulando do enorme navio enquanto ele explodia por dentro. Ele segurava a cabeça de um esqueleto grande, com uma pérola na testa. Ao cair, não conseguiu alcançar o navio por pouco, e quando estava prestes a cair na água, Kael o agarrou pelo braço e o levou para dentro do navio. Quando a embarcação explodiu por completo, as ondas levaram o Lamart para longe.

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