Índice de Capítulo


    Por quê?

    Como assim?

    Não… não…

    Ela estava matando todos eles? Ela matou todos do meu batalhão?

    Listras estranhas dominavam toda a parte visível de sua pele, enquanto seus olhos estavam completamente vermelhos.

    Ela tinha um sorriso assustador estampado em sua cara.

    Meu corpo não aguentava mais.

    Estava cansado.

    Levantei-me e me preparei para mais um round.

    — Atenas… me empreste mais uma vez sua força.


    [Alerta! Você não vai aguentar utilizar mais uma vez a benção Atenas, tem certeza que deseja continuar?]

    — Sim.


    [Iniciando contador até quebra total.]


    [15:00]

    Podia sentir meus batimentos acelerando e minha força voltando. Estava vivo, dessa vez, mais do que nunca.

    Retirei cada metal de minha armadura, jogando-os para o lado. Eles seriam inúteis no momento.

    Uma nova espada logo foi pintada no ar. Não era feita de metal, e sim de tinta. 


    [Ação reconhece seus passos!]


    [Seus status estão aumentando exponencialmente!]


    『 One

         Guerreiro indomável.

         24 Anos     |        Lvl. 37

         Estatísticas:

           Força: 67

           Velocidade: 26

           Vigor: 52

           Inteligência: 37

           Espírito: 9

         Dádivas:

          ▷ –

         Bênçãos:

          ▷ Ação – Um Momento Inesquecível

             Tudo parte de uma boa luta. Seus status vão progressivamente crescendo conforme uma “boa luta” aparece. Não fuja e nem se desespere, caso faça, saiba que você será marcado como um Covarde. E você não quer ser taxado de covarde, né?

          ▷ Atenas – A Guerreira da Sabedoria

             Você foi reconhecido pessoalmente por ela. Seu fardo agora é gigantesco como pintor das artes e das guerras subsequentes. Ela compreendeu sua dor e irá ajudar em qualquer que seja seus problemas, concedendo a ti o poder de transformar a suas mais profundas ideias em realidade a partir da arte. 』

    Acho que dá para brincar.

    — Pinte.

    Corri até Seven, segurando aquela fina espada em minha mão. Dessa vez, tinha certeza de que daria certo.

    Ela apenas abriu aquele sorriso novamente. Um sorriso que ia de orelha a orelha, cínico e macabro.

    Seven estendeu sua mão, preparando um ataque. Pulei imediatamente, antecipando qualquer tentativa contra mim. 

    — Você é interessante — murmurou Seven.

    Passei para trás das costas dela e impulsionei minha espada em seu peito. 

    — Ferro é ferro… em qualquer dos planos. — Ela olhou para mim com aqueles olhos escarlates.

    A minha espada de tinta tinha virado mais um domínio para ela. Como se nenhum material a ferisse desde que fosse nomeado de “ferro”. Ela controlou toda aquela tinta, a transformando em combustível para aumentar ainda mais suas asas.

    Perdi as esperanças.

    Pensei em fugir, tentar sair daqui o mais rápido possível, mas meu orgulho me impedia.

    Recuei para trás, criando uma nova onda de tinta. 

    Eight já tinha desaparecido da cena, deixando-me lutar a todo vapor.

    Agarrei alguns entulhos que tinham perto e, com fios, os taquei em direção a Seven. Mesmo que não fosse a minha melhor tentativa, ainda assim, tinha que tentar.

    Era uma distração.

    Seven imediatamente repeliu os destroços com o vento, causando mais uma onda de destruição na cidade.

    Com sua pequena distração, foi o momento perfeito para que eu chegasse mais perto. Peguei seu rosto com minha mão e o joguei contra o chão.

    O impacto foi o suficiente para o terreno se deformar junto com meu ataque.


    [14:02]


    [Sua velocidade está aumentando!]

    Arrastei seu corpo até próximo de uma estrutura perto, o tacando em direção a ela. A névoa empoeirada logo dominou todo o local, impedindo que pudesse ver todo o estrago causado.

    Senti a terra tremer.

    Blocos de terra se ergueram ao meu lado, criando uma prisão quase inescapável. Movimentei-me para trás, tentando fugir desse ataque.

    Aqueles pedaços foram jogados contra mim, moldando uma mão para me prender. Ela teve sucesso em seu ataque logo em seguida.

    Fiquei aprisionado. Tudo que pude imaginar foi essa vastidão de bençãos que ela tinha, algo impossível para um Herói que normalmente tem duas.

    E essa benção que ela utilizou agora tinha uma certa similaridade com uma do meu bando. Será que…

    Droga. 

    Essa merda é muito pior do que parece.

    Roubar bençãos… o que garantia que ela era uma Herói de verdade?

    Daquela pequena névoa, surgiu Seven, erguendo sua mão.

    Seu corpo parecia instável — talvez até machucado nesse ponto —, mas eu não me importava. Ela tinha matado um companheiro precioso e eu não iria perdoar ela; nem que fosse um Herói. Minha teoria apenas se confirmava cada vez mais.

    Estava com raiva.


    [10:56]

    E meu tempo estava se esgotando.


    [Força: 67 → 86]


    [Ação se surpreende com sua força de vontade!]

    Quebrei todo aquele lixo.

    Estava com raiva.

    Tinha ódio dessa pessoa na minha frente.

    Mas, tinha uma coisa que ela provavelmente não sabia, essas bençãos tinham consequências muito graves ao portador. Podia apenas esperar que ela iria se autoderrotar, mesmo querendo socar essa cara.

    Escutava meu coração acelerado; mesmo sabendo que ele iria parar em alguns minutos, pude ter certeza de que iria satisfazer minha vontade de lutar como último desejo.

    Comecei a pintar sem parar. Soldados e mais soldados eram criados atrás de mim. Um grande exército estava se formando naquele momento.

    Sem armaduras ou espadas, ao maior estilo bárbaro. Agora a luta iria ser na base da porrada.

    — Avancem… Avancem, queridos companheiros! — apontei para Seven.

    Tropas correram de mãos vazias para cima daquele ser. Um ataque bestial, comparado aos animais predadores. 

    Nada adiantou.

    Após multidões terem se jogado para cima dela, eles foram repelidos facilmente pelo vento, se transformando em tinta no ar.

    Seven continuou andando até mim. Mesmo com seu corpo todo machucado, não agia como se tivesse, ela se mantinha de pé. Uma grande e verdadeira força de vontade. 

    Não via nenhuma saída.

    — Se eu soubesse que iria morrer após vir para cá, eu tinha jogado mais alguns jogos… — Tossi mais sangue.

    — Você é um ser imundo e profano — disse Seven.

    — Agora vem com esse papo? Não enche. Você vai morrer apenas com essas consequências.

    — Só morra em paz.

    Comecei a rir.

    Esse jeito de falar não combinava nenhum pouco com aquela garota atrapalhada que eu vi. 

    Desgraça.

    Mil perdões, Seven. Me desculpe por não ter percebido antes.

    — Qual é o seu nome? — perguntei.


    [Uma habilidade está sendo ativada.]


    [A Balança da Justiça entra em jogo.]

    — Nem pense em mentir. — Continuei.

    — Meu nome? Não devo falar para você, profano.

    — Te peguei.

    Isso vai doer só um pouco, Seven… 

    Essa é a minha última tentativa.


    [A Balança da Justiça identifica uma inverdade ou evitamento da pergunta feita.]


    [O julgamento será iniciado.]

    Uma luz surgiu no céu, indo em direção a ela.


    [O tempo se esgota mais rapidamente.]


    [8:46 → 2:00]

    — Queria que ele estivesse aqui para ver essa cena linda — disse.

    Escutei gemidos de dor vindo de dentro daquele feixe, mas, ainda assim, ignorar era a melhor opção. Só tinha certeza de uma coisa: iria garantir a sobrevivência de Seven.

    Ah… isso não é nada legal. Eu jurei não me envolver muito com as pessoas e agora eu estou aqui, sacrificando minha vida.

    Os feixes de luz foram logo se apagando após alguns segundos. Seven caiu inconsciente. Seu corpo estava normal, sem aquele cabelo ou as faixas de antes.

    Talvez tudo tivesse dado certo no final.


    [Atenas promete que sua morte será indolor.]

    — Você já me prometeu tanto. — Respirei fundo. — Mas essa vai ser a melhor das suas promessas se você cumprir.


    [00:37]

    Senti minha visão se apagar pouco a pouco.

    Minha hora tinha chegado e só me restava aceitar esse fardo.

    Todas as lembranças de minha vida foram passando na frente de meus olhos. Minha infância, época de escola, primeiros namoros e principalmente aquele evento estranho.


    [00:05]

    De nada adiantava.

    Era só uma reprise de um filme que não queria assistir.

    Queria ter comido mais alguns doces, feito mais amigos… entre outras coisas. Acredito que terei de me contentar com o que já fiz em vida.

    Até que o mundo se apagou.


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