Capítulo 62: Que Droga! Eu Não Queria Que Terminasse Assim!
— “Frenesi”.
Assim que disse isso, meu corpo se transformou em metal. Algo que não poderia fazer, mas a rápida troca entre os estados me possibilitava fazer isso.
Eu não era algo parcial entre o metal e o humano… Era melhor. A junção dos dois mundos em um só lugar.
Todos os meus órgãos e pontos cegos estavam envolvidos pelo ferro. Até mesmo… meu coração. A possibilidade de perda nesse estado é baixa, mas deveria tomar cuidado para não me matar dessa forma.
Uma flecha vinha em minha direção. Dessa vez, conseguia ver toda a trajetória do projétil, algo impossível para meu estado anterior.
Com meus olhos fixos no objeto, desviei dele apenas virando meu pescoço para o lado. Seu alvo era minha cabeça, e isso estava claro.
— Você está muito rapi–
Cheguei perto dele, criando uma grande lâmina com meu braço. Agora era minha vez de atacar.
— Corte — murmurei, olhando para sua perna esquerda.
Aquilo era uma forma de manter minha sanidade. Citar minhas ações me deixava consciente diante de todo esse esforço.
Logo, em menos de segundos, sua perna foi cortada ao meio sem nenhum remorso. O corte foi tão rápido que o mesmo nem teve tempo de reagir.
Todo o seu corpo musculoso não foi o suficiente para resistir.
Seu corpo falhou, o mesmo tossiu sangue.
Estava arfando, mas ainda resistindo para não cair no chão.
— Garanto que não irá sair vivo. Após você, todo esse batalhão cairá — provoquei, dando um leve empurrão nele.
Pensei que fosse desabar no solo, mas havia me enganado sobre sua força de vontade.
— Hahahaha! Você é boa, muito boa! Quem diria que conseguiria cortar minha perna? Admiro sua coragem! Mas não estamos aqui para brincar.
Um zíper apareceu no lugar do corte.
— O que?
Me joguei para trás, recuando do que poderia ser aquilo.
Mas… ele apenas fechou-o.
…
Não.
Espera…
Então, ele não estava usando sua benção até agora?
O ferimento não sangrava mais, como se esse simples instrumento tivesse anulado todo o meu ataque.
O quão longe isso pode ser? É limitado ao seu corpo?
Tentar descobrir isso na marra é loucura. Se isso puder ser aplicado contra outro corpo, imagino o quão difícil seria vencer agora.
As chances são…
Que se dane.
Corri, indo em direção à sua cabeça. Não poderia me deixar abalar por um simples poder! Deveria ser mais forte, mais rápida.
Eu vou ser mais rápida.
Pulei, indo em direção à sua cabeça. Até poderia criar essas coisas, mas poderia fazer o mesmo quando decapitado?
Colocou o braço para se defender, mas logo troquei toda a minha perna por uma grande lâmina.
Uma armadilha, uma pequena armadilha que ele não deveria ter caído.
— Corte limpo — sussurrei, enquanto a lâmina passava como o vento em seu braço e… pescoço.
Recuei, esperando que o mesmo estivesse morto. Sua cabeça estava caindo ao chão, enquanto seu braço já estava ao solo.
Mas…
Era bem pior do que parecia.
Logo, os mesmos zíperes apareceram no lugar dos cortes, fechando-os logo após. A cabeça voltou ao lugar, e o braço parou de sangrar no mesmo instante.
— Nossa. Isso doeu pra cacete! — gritou o homem, balançando seu braço.
Se abaixou, pegando seu membro no chão. E, fazendo o inacreditável, colocou-o no lugar sem esforço algum.
Uma regeneração feita de forma diferente. Qual seria o limite?
— Você pode usar isso em mim? — perguntei. Era algo tosco, não é como se ele fosse me responder ou algo assi–
— Não. Minha benção é só algo que posso usar em mim.
Meu rosto relaxou.
Ele só… revelou seu segredo? Assim, na lata?
Não.
Isso só pode ser uma mentira!
É, é isso!
Não vou me deixar por truques bobos.
…
Talvez tenha caído.
Queria testar o limite de sua habilidade, então me preparei para uma grande corrida. Coloquei minhas mãos no chão, esticando a perna.
Uma posição de atleta que havia aprendido há alguns anos! Não foi tão inútil, afinal.
— Correr, velocidade, som — disse, mudando a forma de minhas pernas para maior velocidade.
Havia chegado nele antes mesmo do barulho. Membros de meu corpo se transformavam em lâminas, cortando partes e mais partes de seu corpo.
Seu sangue se misturava com o da chuva, e o general não tremia nem um milímetro. Continuei fatiando, desde a ponta de seus pés até a cabeça.
Uma velocidade muito anormal. Seria a primeira vez em que alcancei algo tão grandioso quanto isso.
— Você corre bastante — disse o Senhor.
Olhei para ele e vi que seus olhos me acompanhavam de alguma forma. Mesmo estando muito acima do normal, ele conseguia enxergar todos os meus movimentos!
O que diabos? Esse cara é um monstro!
— Cortes.
Seus braços eram decapitados por inteiros, mas… nunca caíam ao chão. Sempre voltavam ao seu local de origem.
Suas roupas se transformaram em trapos, mas ele continuava intacto.
Eu tinha que acabar com isso rápido.
— Flores de metal.
Em alta velocidade, criei pequenas rosas de ferro, que cravaram na pele do gigante. Logo, um grande jardim se espalhou por seu corpo.
Estava pronto.
Me afastei, ainda recuperando-me do grande esforço que havia posto.
— Acabou? — perguntou, ajeitando seu ombro. — Senti apenas cócegas. Confesso que você foi difícil de lidar.
Deu um passo.
— Sabe? Tudo isso foi tão irritante.
Mais um passo.
— E, no final, você concluiu o meu desejo.
Outro passo.
— Muito obrigado.
Ele estava diante de mim, olhando-me como se fosse apenas uma formiga. Mas, dessa vez, havia um pouco de carinho em seus olhos.
Minha guarda desabou como um castelo de areia. Toda a transformação foi desfeita em segundos, voltando ao meu estado normal.
— Que!? Você está desistindo da luta? — disse, muito frustrada com sua decisão.
— Não… eu só precisava disso aqui. Nunca tive a intenção de lutar — murmurou, como se quisesse esconder suas verdadeiras intenções.
Nem mesmo havia usado as flores! As malditas flores! Que diabos!
Argh!
Ele queria morrer, por acaso!?
Recuei mais uma vez, sem entender quais eram suas intenções com tudo aquilo.
Seus olhos fraquejando, boca tremendo e corpo desajeitado…
Ah…
Seu corpo caiu ao chão. Na minha frente, ele caiu ao chão.
Algo muito…
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