Capítulo 26 - Proposta Planejada
A luz suave do fim da tarde entrava pelas janelas altas do escritório de Calista, atravessando as cortinas de tecido vermelho e se espalhando pelos móveis robustos e antigos.
Calista estava afundada na poltrona atrás da mesa, rodeada por uma verdadeira muralha de papéis, relatórios e carimbos.
Seus cotovelos descansavam sobre a madeira polida enquanto a testa ameaçava colidir com os formulários a qualquer momento. Um suspiro longo escapava de seus lábios enquanto franzia as sobrancelhas pela décima vez naquela hora.
Nunca pensei que me tornar mestre de uma guilda me deixaria tão atarefada… Eu quero sair, realizar missões, acabar com monstros poderosos! E não passar o meu dia trancada aqui!
Olhou ao redor, notando os quadros pintados pelas paredes que representavam momentos emocionantes da sua vida. Em um deles, ela estava de frente para o mar ao lado de Agnis e Hadrian, em cima de um enorme monstro marinho.
Se bem que tem todos esses quadros que podem ser apreciados, e essa brisa que refresca ocasionalmente também não é nada mal… Se eu passar toda essa papelada para o Agnis, aposto que ele não teria motivos para reclamar, certo?
A porta se abriu sem pressa, com um rangido discreto. Agnis entrou, carregando um caderno de couro tão grande que parecia abrigar todos os segredos do continente. O contraste entre o tamanho do caderno e a tranquilidade do seu portador era quase cômico.
— Aí está você! — disse Calista, exibindo um sorriso predatório que deu calafrios em Agnis.
— Sua cara não está nada boa… — comentou o curandeiro, pousando o caderno com cuidado sobre a mesa. — Se continuar franzindo as sobrancelhas assim, vai acabar envelhecendo mais rápido.
Calista ergueu os olhos com uma expressão confiante.
— Posso estar perto dos trinta, mas continuo muito bonita, sabia? Vários nobres já cortejaram esta mão cheia de calos! — disse ela, passando os dedos pelos cabelos azul-escuros e jogando-os para o lado com um floreio exagerado.
Agnis ignorou o gesto, exibindo uma face depecionada.
— Você devia mostrar isso para o Hadrian, não pra mim.
O rosto de Calista mudou no ato, ficando ruborizado.
— Agnis!
— O quê? — respondeu ele, cruzando os braços. — Estou apenas sendo honesto.
— Honesto e intrometido! — disse ela, tentando disfarçar o sorriso enquanto pegava uma pena e espetava um dos papéis, como se ele tivesse culpa.
Agnis se sentou na poltrona oposta e puxou uma folha de dentro do enorme caderno, colocando-a na mesa. Sua voz voltou ao tom prático e calmo de sempre.
— O contrato de Hazan e Aurora está pronto para ser assinado.
Calista largou o papel de lado, cruzou as pernas e sorriu com aquele ar travesso. Parecia saborear a lembrança de como os dois tinham limpado uma masmorra inteira sozinhos.
— Ah, esses dois… Nem imaginam o quanto ainda vão ralar.
Agnis soltou um suspiro demorado.
— Você tem um dom para atrair gente fora do comum. Mas vou admitir: eles têm valor. E você vai pagar uma ninharia por isso.
Calista riu baixinho, apoiando o queixo na mão.
— Eles vão trazer de volta cada moeda que investi… Aí eu quero ver você me aplaudir.
Agnis devolveu o olhar com a mesma expressão decepcionada.
— Te elogiar? Estou somente falando a verdade… com um toque de tristeza. Às vezes esqueço o quanto você sabe ser ardilosa — disse ele, com um sorriso de canto.
Calista estreitou os olhos, revelando suas verdadeiras intenções.
— Você é tão perspicaz! Por isso é o meu braço esquerdo… — disse, com um olhar meloso e açucarado. — E se a gente trocasse de lugar por um dia, hein? Você fica aqui no meu trono de papelada, carimba uns relatórios, responde umas cartinhas… diversão garantida! Juro que deixo até um biscoito escondido na gaveta.
— Da última vez que fizemos isso, você sumiu e eu tive trabalho dobrado. — Ele esfregou as têmporas, lembrando-se da primeira vez que fora enganado com uma veia pulsando no rosto. — Além disso, tô ocupado demais com os preparativos para o Festival do Despertar. Principalmente para organizar as identificações depois da Avaliação de Potencial.
Calista apenas piscou, com aquele mesmo sorrisinho vitorioso no canto dos lábios, como se dissesse: “Não custa tentar.”
— Hehe… você tem razão. A cidade cresceu bastante desde o verão. Aposto que vai aparecer o dobro de gente esse ano.
— Um monte de jovens empolgados, querendo novas identificações… Achando que vão mudar o mundo só porque descobriram que têm aura ou mana — resmungou o curandeiro, cansado só de imaginar a fila.
— Não fala assim. Às vezes eles mudam mesmo. Mesmo começando pequenos. Vai dizer que não foi assim com a gente?
Agnis deu de ombros, meio rendido.
— Falando em mudanças…
Abriu o caderno diante de si, revelando várias anotações e tabelas impecáveis. Puxou um marcador de página e virou o caderno com precisão.
— O lucro total da venda das manalitas e das ervas afetadas pela purificação da masmorra: 10.558 moedas de ouro. Juntando com o espólio da fortaleza de William, temos um total de 14.987 moedas.
Calista arregalou os olhos e se inclinou para frente, com um sorriso genuinamente animado.
— Finalmente… Se juntarmos isso ao que temos guardado, podemos dar início à operação nos subúrbios. Já passou da hora de limparmos aquele ninho de urubus.
Agnis, no entanto, não compartilhou do entusiasmo imediato.
— Primeiro, vamos ter que lidar com algumas pendências. Aquela região ainda tem feridas abertas.
O sorriso de Calista murchou um pouco, substituído por uma expressão mais focada.
— Hadrian… Ele já entregou o relatório de patrulha do dia em que salvamos aquela dupla?
Agnis balançou a cabeça negativamente.
— Ele tem ocupado a cabeça com trabalho. Acompanhou todos os dias de mineração das manalitas, e sai em patrulha de madrugada. Hoje mesmo o vi treinando no salão.
Calista ficou em silêncio por alguns segundos, observando a luz do fim da tarde que tingia a sala com tons dourados.
— Tudo bem. Eu falo com ele.
Agnis fechou o caderno com cuidado e se levantou, ajeitando a bainha da camisa. Antes de sair, lançou um último olhar por cima do ombro.
— Se encontrar o maldito do Hazan, diga para ele me procurar o quanto antes. Voltou da masmorra e nem passou por uma checagem.
— Não sabia que você tinha adotado um filho… — disse Calista, com um sorrisinho.
— Cala a boca! — Agnis rebateu, batendo a porta ao sair.
Calista riu sozinha. Depois olhou para a pilha de papéis, então para o contrato de Hazan e Aurora. Um sorriso cresceu nos lábios — afiado, discreto, bem ao estilo dela.
— Bem-vindos à Pena Azul, crianças.
E voltou ao trabalho.
O guerreiro avançou, desferindo os mesmos golpes pesados com seu machado, mas Hazan já tinha entendido o padrão e o alcance dos ataques.
Enquanto esquivava dos ataques, parte de sua atenção pensava em como terminar aquela luta.
Beleza, já me diverti o suficiente. Preciso acabar com isso de uma forma bem chamativa. O suficiente pra enviar uma mensagem.
Depois que tomou certa distância, o desbravador estava ainda mais indignado. — Até quando você vai continuar fugindo feito um covarde!?
Hazan balançou a cabeça, encarando o homem com intensidade. — Cara, você tinha que me perguntar?
O guerreiro estava prestes a se mover, mas Hazan já tinha encurtado a distância.
Um giro. Um estalo de impacto. Um chute alto cruzou o ar. Seu oponente ergueu o cabo do machado na frente de rosto, mas o golpe mudou sua trajetória no meio do caminho, atingindo a lateral da mandíbula.
[Chute Brasileiro!]
O desbravador tombou como uma árvore cortada na raiz.
No fundo, alguém soltou um longo assobio, seguido de uma palma tímida. Depois outra. E outra. Em segundos, a taverna inteira estava em aplausos nervosos — alguns de alívio, outros incrédulos.
Todos os olhos estavam cravados em Hazan. O chute fora rápido, preciso, avassalador. Alguns se perguntavam como aquilo era fisicamente possível, considerando a diferença de altura entre os dois.
Outros começaram a sussurrar, murmurando teorias. Ele era um combatente treinado? Um guerreiro escondendo sua verdadeira identidade? Afinal, ele havia completado uma masmorra.
Mas uma coisa era certa: ninguém ali seria capaz de subestimá-lo.
O grupo do homem se levantou abruptamente. Uma cadeira foi derrubada no processo. Um arqueiro puxou uma flecha e a apontou diretamente para Hazan.
— Acha que vamos deixar isso passar!?
O clima da guilda se transformou num barril de pólvora prestes a explodir. Alguns desbravadores se afastaram, enquanto outros se levantaram, prontos para intervir.
Foi então que a porta se abriu novamente. Um trio entrou, e a atenção de todos foi imediatamente desviada.
Darius, Tannor e Mirielle avançaram pelo salão. Darius exibia uma expressão calma, e seus olhos avaliavam a situação com cuidado.
— Nossa, esse lugar ficou mais agitado desde a última vez que viemos. Parece que Hadrian está perdendo a moral por aqui — disse Tannor, lançando um olhar severo para o grupo do guerreiro caído.
O arqueiro hesitou por um momento, depois abaixou o arco com relutância. O grupo do guerreiro, ainda visivelmente irritado, recuou.
Darius olhou para Hazan e Aurora com um interesse velado.
— Ouvi falar bastante sobre vocês dois.
Aurora demonstrou indiferença.
— Você não é o único.
Darius riu suavemente.
— Ah, eu sei. Mas de qualquer forma, há algo que eu gostaria de conversar com vocês. Parece que algumas pessoas andam dificultando sua vida por aqui.
Hazan cruzou os braços, observando o homem inconsciente no chão.
— Percebi.
Mirna, ainda atrás do balcão, soltou um suspiro de alívio, grata por a situação não ter se tornado um caos total.
— Então… vão querer uma missão ou preferem esperar pela tal requisição?
Aurora trocou um olhar rápido com Hazan antes de responder.
— Vamos ver o que Darius tem a dizer primeiro.
Darius sorriu.
— Ótima escolha. Mirna, pode nos dar a missão que pegamos mais cedo?
Mirna engoliu em seco e assentiu. Abriu uma gaveta organizada com vários folhetos, e puxou um deles que estava carimbado com o símbolo da guilda.
Darius pegou o folheto, assentiu para Mirna, encarou Aurora e Hazan e falou:
— Conheço uma ótima taverna aqui na cidade. O que acham de discutir os detalhes da missão lá?
A dupla assentiu em silêncio, e então, eles partiram.
Minutos depois que o grupo se foi, um gemido baixo ecoou pelo salão. O guerreiro nocauteado piscou algumas vezes, sua visão turva focando no teto antes de se arrastar até sentar. Levou uma das mãos à boca e sentiu um gosto metálico. Quando olhou para o chão, encontrou manchas de sangue e alguns dentes espalhados.
— Droga… — murmurou, cuspindo mais um pouco de sangue.
Ao seu lado, um de seus companheiros observava a cena com os braços cruzados.
— Não esperava que o cara novo fosse tão forte. — Ele sacudiu a cabeça, claramente surpreso. — Mas sério, por que diabos você quis arrumar problema justo aqui? Se Hadrian souber disso, não vamos sair impunes.
O guerreiro ferido limpou a boca com o dorso da mão e soltou uma risada rouca.
— Meu plano era só assustá-lo até Darius aparecer e “salvar” o novato. Mas ele acabou me irritando, e… Não esperava ser nocauteado assim. — Ele cuspiu no chão, franzindo a testa ao sentir o espaço vazio onde antes estavam alguns de seus dentes. — Espero que aquele nobrezinho me compense por isso.
Seu companheiro apenas balançou a cabeça.
— Você sempre foi um idiota.
A taverna estava aquecida por uma lareira robusta no canto esquerdo do salão, enquanto o som ambiente era preenchido por risos, copos tilintando e o ranger das botas sobre o assoalho de madeira gasta.
As luzes das lamparinas lançavam sombras dançantes pelas paredes de pedra. Sentados em uma mesa próxima à janela, Hazan devorava um prato generoso de carne, frango, pão e legumes, enquanto Aurora saboreava sua caneca de cerveja com discrição, apenas molhando os lábios de vez em quando.
A mesa ainda guardava vestígios do grupo que acabara de sair: Darius, Mirielle e Tannor tinham se despedido minutos antes, deixando um ar de estranheza e possibilidades no ar.
Aurora foi a primeira a quebrar o silêncio.
— E então? O que você achou deles? — perguntou, apoiando o queixo sobre a mão.
Hazan mastigou mais uma vez antes de responder, com a boca ainda meio cheia.
— Se eu fosse chutar… Eu diria que é algum tipo de armadilha — disse ele, arrancando o pedaço de uma coxa de frango. — Foi planejado. Aparecem do nada, oferecem uma solução mágica pro nosso problema, como se fossem os salvadores do mundo. E ainda pagaram a nossa comida… Mas dessa parte eu não tô reclamando.
Aurora arqueou uma sobrancelha.
— Estou genuinamente surpresa. Não imaginei que você fosse perceber algo assim… embora pareça óbvio.
Hazan a encarou por um instante, semicerrando os olhos.
— Isso foi uma daquelas ofensas disfarçadas que você adora fazer?
— Foi só uma constatação — respondeu a polariana, levando a caneca aos lábios para um gole breve.
— Pois eu não gosto das suas constatações.
Ela respondeu com um sorriso sarcástico, daqueles que pareciam moldados para provocar. Uma veia pulsou na testa de Hazan. Ele balançou a cabeça e terminou de abocanhar a coxa de frango com um olhar indignado.
— De qualquer forma, não importa se é uma armadilha ou não. A pergunta é: o que a gente vai fazer com essa proposta?
Aurora equilibrou a caneca na ponta do dedo, pensativa.
— Temos a opção de recusar. Mas isso vai atrasar a gente. Teríamos que esperar a guilda finalizar o contrato e, até lá… sem dinheiro, visto que não sobrou nenhuma missão decente.
— A gente não tem esse luxo. — Hazan ficou mais sério, apoiando os cotovelos na mesa. — Descobri um jeito de recuperar minhas memórias. Mas, pra isso, preciso ir até a capital.
Aurora levou a caneca à boca, mas parou no meio do gesto. Tentou disfarçar o leve choque, voltando a beber como se nada tivesse acontecido, embora seus olhos traíssem o pensamento distante. Com calma, pousou a caneca na mesa e encarou Hazan por tempo demais.
— O que você disse?
— Exatamente o que você ouviu. — Hazan arqueou a sobrancelha. — Por que essa cara pálida? Bom… mais pálida que o normal, quero dizer.
Ela levou a mão à testa e soltou um longo suspiro.
— Eu também vou pra lá…
O silêncio entre os dois pareceu pesar por um instante. Hazan, no entanto, abriu um sorriso lento e malicioso, como quem saboreia a ironia da situação.
— É mesmo? Uma situação inesperada, você não acha?
— Nem começa — ela rebateu, apontando o dedo para ele.
— Então… como a gente chega lá?
Aurora cruzou os braços, agora com um ar mais prático.
— Existe um porto de navios ao leste da cidade. Os de carga são os mais rápidos. Mas uma passagem custa cinquenta moedas de ouro.
— Cinquenta? E isso é muito?
— Esse valor seria o suficiente para alimentar uma família por seis meses.
A face do lutador ficou mais determinada.
— Então a gente tem que fazer isso — ele concluiu, firme.
Aurora assentiu, mas logo acrescentou:
— Se as coisas derem errado, vamos ter que escapar. Por sorte, eu conheço bem os Campos Bestiais. Vamos colaborar com eles até que algo suspeito aconteça. Se rolar alguma coisa, escapamos e reportamos para a guilda. Lutar contra eles não é uma boa ideia.
Hazan franziu a testa.
— Por quê? Acha que eles são tudo isso?
Aurora levantou um dedo, quase como uma professora.
— Sou maga. Eu sinto a energia das pessoas. Darius é um pujante. Mirielle é uma maga também. E eles lutam juntos há anos, provavelmente. Já a gente, mal se entende em batalha ainda.
— E sua sugestão é fugir? — Hazan parecia incomodado.
— Se você não me acompanhar, eu fujo sozinha — retrucou, dando de ombros.
Ele riu, balançando a cabeça.
— Não estou surpreso. Isso é bem a sua cara.
Aurora sorriu pela primeira vez desde o início da conversa. E por um momento, mesmo com os ecos do salão ao redor, com o cheiro da fumaça e do álcool misturado à madeira, eles pareceram os únicos dois naquela taverna.
Hazan apoiou os cotovelos na mesa, olhando fixamente para o prato vazio.
— Sabe… — murmurou, passando a mão no peito. — Alguns dias atrás… senti uma dor estranha aqui. Bem no meio do peito. Como se alguém tivesse enfiado a mão e apertado tudo por dentro.
— Você também? — Seus dedos ainda seguravam a caneca, mas ela havia parado de beber. — Acontece em momentos aleatórios. Às vezes, também parece que uma corda está apertando meu pescoço.
— Então não era só impressão minha… — Hazan franziu o cenho. — É a maldição, não é?
Aurora assentiu lentamente, apoiando a caneca sobre a mesa de madeira, agora esquecida. — Talvez a ligação esteja ficando mais… sensível. Ou instável. Mais um motivo pra gente evitar qualquer confronto direto.
— Porque doeria?
— Não só isso. — Aurora encarou-o com seriedade. — A marca reage com mana. Se a gente levar um golpe mágico direto, isso pode piorar nossa condição… ou ativar algum tipo de reação. — Ela fez uma pausa. — E pior… pode revelar o que somos.
— Escondemos essa marca o tempo todo, mas um poderzinho qualquer pode colocar tudo a perder… — Hazan murmurou, irritado. — É como andar desarmado numa sala cheia de espadas.
— Exatamente. Por isso eu insisto que fugir, se necessário, não é covardia. É sobrevivência.
— Tá… tá. — Ele passou a mão nos cabelos, resignado. — E se a gente pedisse ajuda? Aquele cara da guilda… Agnis. Ele parece ser inteligente. Talvez ele descubra algo sobre a maldição.
Aurora franziu as sobrancelhas, analisando a ideia.
— Talvez. Se eles provarem num futuro próximo que podem ser confiáveis. — Ela tomou um último gole da cerveja. — Vamos sobreviver primeiro. Depois a gente resolve o resto.
— Sobreviver primeiro… beleza. Alías, o que acha de pedirmos mais comida?
Aurora revirou os olhos.
— Só se você pagar.
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