Capítulo 38 - Sabor Amargo
Havia um cheiro suave de carne com batatas no ar, quente e acolhedor. Saía da cozinha como uma névoa mágica, atravessando portas e frestas até alcançar o salão principal da pousada de Randolf.
Hazan estava ali desde o início da manhã, usando uma camisa de linho marrom com as mangas arregaçadas, e o suor escorrendo pelas têmporas. Diante do grande caldeirão de ferro, mexia a sopa com uma dedicação quase religiosa, como se cada volta da concha fosse uma oferenda a uma divindade culinária que só existia na cabeça dele.
O vapor o envolvia, onde cheiro de lenha, cebola e alho se misturavam com a suculência da carne e o caldo das batatas, criando um sabor único.
Ao lado, Alice cortava cebolas com golpes decididos. Usava um avental florido, emprestado por Randolf, que destoava completamente da maneira prática e um pouco impaciente com que manuseava a faca.
O vestido branco, já manchado de molho, colava nas pernas. O rabo de cavalo alto balançava conforme ela movia a cabeça, e o rosto sardento estava levemente avermelhado.
Bufava de tempos em tempos. E embora os olhos lacrimejassem pela cebola, estava claro que havia outro motivo.
Hazan fingia não perceber, mas havia um climão ali.
— O que aconteceu com a sua bochecha? — Alice indagou como quem não queria nada.
Havia um corte superficial, quase cicatrizado, no canto da bochecha.
— A maluca da Aurora fez isso depois que eu chutei ela. — Um sorriso quase diabólico surgiu no rosto. — Um pequeno preço a se pagar, foi satisfatório.
Alice soltou uma risadinha contra a vontade, cobrindo a boca com o antebraço.
Mas logo pegou outra cebola com um suspiro dramático e começou a descascar como se ela fosse culpada de todos os males do mundo.
— Você devia tomar mais cuidado… Te vi todo quebrado da última vez, e agora está me dizendo que valeu a pena se ferir?
Hazan lançou um olhar breve para as mãos dela.
— Você anda treinando bastante, né? — comentou, com a voz mais baixa. — Essas pequenas cicatrizes… são novas. Você também devia tomar cuidado.
Alice parou por um segundo, a faca suspensa no ar. Seus dedos finos estavam mesmo marcados com pequenos cortes e calos recentes.
— Só toma cuidado. As mãos de uma mulher bonita deviam continuar bonitas.
Ela travou. Largou a faca com um barulho seco e cruzou os braços, encarando Hazan com aquele olhar que era metade raiva, metade… algo que ela mesma não sabia definir.
— Você e a Aurora parecem bem… próximos.
Hazan piscou, confuso com a curva repentina do assunto. Enxugou a testa com a manga.
— Somos companheiros. Eu ajudo ela, ela tenta me matar. Temos os nossos motivos.
— Hm. Parece intenso.
Ele inclinou o rosto pra ela, sem perder o tom leve. — Ela tenta me matar por instinto. Você, quando tá de mau humor, parece mais intencional. Apesar disso, as duas são bem parecidas.
Alice o encarou por dois segundos — depois sorriu, de canto.
— Eu? Parecida com ela? Corta logo a porcaria das batatas antes que eu tenha uma intenção real.
Hazan riu. Pegou as batatas e se dirigiu ao balcão, lavando rapidamente as mãos antes de começar a descascar.
Alice observou por um instante, depois retomou as cebolas — agora com movimentos menos agressivos.
— Você não é bom em esconder quando tá preocupado — comentou ela, sem olhar.
Hazan parou por um instante, faca na mão.
— E você não é boa em esconder quando tá chateada.
O silêncio que se seguiu foi mais denso que o cheiro do caldo fervente. Apenas o som da faca contra a tábua preenchia o espaço.
Alice mordeu o lábio, hesitou. Depois falou, com a voz mais baixa:
— Você ajudou muito aqui.
Hazan virou o rosto, surpreso. Ela não o encarava diretamente, mas seu tom era sincero.
— As mudanças que você fez no cardápio… estão atraindo gente nova. A última vez que vi meu pai tão feliz assim… foi quando minha mãe ainda estava viva.
Hazan largou a batata por um segundo. A expressão dele suavizou.
— Eu sinto muito.
— Não tinha como você saber. — Alice balançou a cabeça. — Faz tempo. Mas ela cozinhava com tanto amor que era como se a comida abraçasse a gente. Eu achava que nunca mais sentiria isso aqui dentro.
Ela o olhou de canto, as sardas se destacando no rosto corado.
— E então você apareceu… todo meticuloso e determinado, mexendo na sopa como se estivesse invocando um deus do tempero… e trouxe esse sentimento de volta. Mesmo quando me tira do sério.
Hazan sorriu, genuinamente tocado. Ainda com um brilho de humor nos olhos, respondeu:
— Também gosto da sua companhia. Mesmo depois de afundar uma frigideira na minha cabeça.
Alice cruzou os braços e olhou de lado, mas não conteve o riso.
— E-ei, você provocou! Aquela receita flamejante me fez arrotar por vários dias!
— Tá vendo? Eu te deixo sem ar até quando cozinho.
Ela balançou a cabeça, fingindo reprovação. Mas o sorriso persistia — pequeno, sincero e impossível de esconder.
Por um momento, os dois trabalharam em silêncio, e o barulho dos pratos lá fora e das risadas dos clientes invadiu a cozinha como um lembrete de que o mundo ainda estava girando. A pequena pousada de Randolf, antes quase esquecida pelos desbravadores da região, agora fervilhava de gente — tudo por causa da sopa de Hazan.
Randolf, com seu avental manchado e testa suada, entrou na cozinha com um grande sorriso.
— Pelo amor de Unitas, nunca vi essa pousada tão cheia! Estamos ficando sem bancos!
— É o poder da sopa — respondeu Hazan, erguendo a concha como se fosse um cetro.
Randolf limpou a testa com o mesmo pano que secava pratos e encarou Hazan com um sorriso grato.
— Você já pode descansar. Eu e a Alice damos conta do resto.
— Tem certeza? — Hazan hesitou, olhando para a panela ainda borbulhante.
— Se eu não deixar você descansar agora, vai desmaiar em cima da sopa e isso, sim, vai espantar os fregueses. — Randolf riu. — Descanse, rapaz.
Hazan assentiu com relutância, tirou as luvas de pano e se esticou como um gato cansado.
— E Hazan, por favor… Não arrume confusão hoje — disse Randolf, coçando a cabeça com um sorriso sem graça. — Sei que alguns clientes costumam não ter muita educação, mas seria bom se você aprendesse a ser mais gentil.
Hazan parou, avaliando o pedido de Randolf.
— Eu vou pensar nisso — assentiu, observando o rosto esperançoso do homem barbudo. — Eu vou aproveitar e pedir algo pra comer. — Encarou Alice com um sorriso provocante. — É melhor não me deixar esperando, se não eu vou espalhar rumores do péssimo atendimento ao cliente.
Alice revirou os olhos, sorrindo e voltando a trabalhar.
Com passos lentos, atravessou o salão lotado, sentindo olhares curiosos se voltarem na sua direção. A touca de cozinha ainda estava na cabeça e o avental branco amarrado na cintura. Ele sequer percebeu. Apenas avistou uma mesa no canto, recém-desocupada por um grupo de desbravadores satisfeitos, e caminhou até lá carregando sua maior herança culinária: uma panela inteira da sopa feita por ele mesmo.
Sentou-se pesadamente, serviu-se direto da panela — sem cerimônias — e começou a comer como se não houvesse amanhã.
Os clientes ao redor o observaram com surpresa, alguns cochichando, outros rindo discretamente. Um garotinho apontou animado.
— Mãe, o cozinheiro tá comendo tudo sozinho!
— Shhh, querido. Ele deve estar faminto.
Hazan não se importava. Sorvia a sopa com prazer bruto, quase selvagem, enquanto os sabores ricos dançavam na língua. Carne macia, batatas que derretiam, um toque sutil de ervas que havia experimentado naquela manhã.
Um homem de cabelos grisalhos, sentado a duas mesas de distância, levantou o copo e gritou:
— Viva o cozinheiro maluco!
Todos riram. Hazan levantou a colher num brinde silencioso e seguiu comendo.
Alice apareceu na entrada da cozinha, encostada na parede. Viu Hazan ali, despenteado, suado, com o rosto quase enfiado dentro da panela, completamente alheio ao resto do mundo.
Ela balançou a cabeça, riu sozinha e murmurou baixinho:
— Idiota…
Quando voltou, carregava uma tigela de cerâmica simples com um guisado escuro e perfumado. Aproximou-se da mesa e a colocou diante dele com um cuidado quase cerimonial.
— Por que você sempre come como se estivesse passando fome?
— Desculpa, tô em transe. Essa sopa tá boa demais. Quem será que fez?
— Um idiota presunçoso, provavelmente.
Ele riu, ainda de boca cheia.
— Hazan…
— Hm? — respondeu sem tirar os olhos da sopa.
— Isso aqui… — Ela empurrou levemente a tigela em sua direção. — É só uma receita que tentei fazer sozinha. Pode não ser tão boa quanto a sua, mas… eu tô confiante, pra minha primeira vez.
Hazan parou. A colher ficou suspensa no ar. Ele olhou para a tigela, depois para as mãos dela.
Então é por isso que os dedos dela estão cheios de cortes.
— Você que fez isso? — perguntou, mais sério do que pretendia.
— Sim. Por quê? — Alice hesitou, desconfortável com a atenção repentina. — Tá com uma cara ruim?
Hazan se inclinou para mais perto da tigela. Inspirou o aroma.
— Não… só tô tentando entender por que você faria isso.
— Porque eu… — Ela abaixou um pouco o olhar, buscando a melhor forma de dizer. — Percebi que você só parece satisfeito quando come a própria comida. Sempre experimenta, mexe, corrige. Nunca só aceita.
Ela deu um passo para trás e cruzou os braços na defensiva.
— E eu queria provar para mim mesma que consigo fazer algo que realmente alegre o paladar das pessoas, não tem nada a ver com você.
O silêncio entre os dois durou alguns segundos. Hazan desviou o olhar, mas o sorriso apareceu no canto da boca.
— Você se cortou cozinhando?
— É… a faca escorregou. Umas três vezes. — Ela sorriu, envergonhada. — Mas eu segui aquela dica que você deu: refogar a carne antes de adicionar os temperos.
— Hm. Técnica avançada.
— Eu prestei atenção.
Hazan ficou encarando a tigela, mais tocado do que queria demonstrar.
— Sabe, algumas comidas são mais gostosas quando feitas por pessoas que se importam com a gente — disse Alice, num tom casual, levando uma mecha do cabelo atrás da orelha.
Ele demorou um segundo para responder. Depois pegou a tigela dela e a aproximou da panela.
— Então acho que vou deixar o melhor pro final.
— É a melhor decisão que vai tomar hoje. — Alice deu um empurrãozinho no ombro dele, rindo.
Por um instante, o barulho da cozinha, das conversas ao fundo, tudo sumiu. Só havia sopa quente, risadas, e um sentimento ainda em fogo brando — daqueles que ninguém tem pressa pra nomear.
Hazan, ainda vestindo sua touca e avental, saboreava sua refeição com entusiasmo, alheio ao movimento ao seu redor. Alice continuou a servir os clientes, atenta aos detalhes e sempre sendo atenciosa no atendimento.
De repente, a porta se abriu com um estrondo. O som das conversas cessou abruptamente, e todos os olhos se voltaram para a entrada. Um jovem de estatura baixa, mas com um corpo robusto, adentrou o local.
Seus cabelos alaranjados lembravam chamas, e ele vestia uma camisa vermelho-vinho com o símbolo de uma fagulha de fogo no peito. Os olhos, confiantes, traziam a intensidade e a cor do fogo. Atrás dele, dois guardas em armaduras reluzentes e dois rostos familiares para Hazan: Darius e Mirielle.
O silêncio pairou no ar, e alguns clientes sussurraram entre si:
— Porcaria, ele voltou…
Um cliente deixou o copo cair no chão, e um senhor saiu na surdina.
Alice se aproximou de Hazan, sussurrando:
— Aquele é Flint, um dos herdeiros da Casa Ignis. Toma cuidado com ele, o cara é puro problema…
Hazan arqueou uma sobrancelha, observando o grupo se aproximar. Darius foi o primeiro a falar, com um sorriso cínico:
— Ora, ora, veja quem encontramos aqui. Sentimos muito por não termos ajudado com o Korgar da última vez. Outras prioridades, sabe como é.
Mirielle, com um olhar curioso, acrescentou:
— Mas fico feliz que tenha sobrevivido. Eu, sinceramente, não esperava.
Hazan deu de ombros, respondendo com desdém:
— Que bom. Não precisei de ajuda mesmo. Mas vou fazer bom uso das escamas daquele predador.
Darius franziu o cenho, visivelmente irritado, e se afastou. Flint, por sua vez, ordenou que seus guardas liberassem uma mesa central, expulsando um grupo de desbravadores que ali estavam. Outras pessoas se aproximaram sorrateiramente de Filnt, sempre com bajulações fajutas que deixavam o jovem ainda mais confiante e barulhento.
A pousada estava cheia, mas aos poucos, as vozes foram diminuindo conforme mais barulho a mesa de Flint fazia.
Hazan continuava comendo, alheio à tensão crescente.
— Lembra do que meu pai disse, né? — murmurou Alice, tensa ao lado dele. — Nada de confusão. Principalmente com aquele cara.
Ela olhava para a mesa de Flint, percebendo o olhar vidrado de quem já passou dos limites na bebida. As pessoas mais próximas se afastaram discretamente, como se a simples presença dele pudesse queimar.
— Eu só quero comer e dormir. — Hazan deu de ombros. — Não tem por que eu arranjar problema.
Alice encarou a mesa traiçoeira por um breve momento apenas para se certificar que as coisas estavam sob controle. Foi quando viu uma mulher de cabelos pretos e olhos vermelhos — Mirielle — cochichar algo no ouvido de Flint, com um sorriso venenoso.
Flint riu alto. Sua risada soou deslocada, quase agressiva. Então, cambaleando com um ar teatral, se dirigiu à mesa de Hazan, com os ombros largados como se fosse dono do lugar.
— Ei, você. O da sopa.
Hazan ergueu os olhos, mas não respondeu.
— Você é um funcionário, não é? Funcionários deviam comer nos fundos. Olha essa sujeira. — Apontou para um pouco de molho na mesa, como se fosse prova de um crime. — Não tem vergonha?
Alguns olhares nervosos se voltaram para o balcão. Randolf parou de polir o copo, as mãos suspensas no ar. Um garçom ao fundo fingia reorganizar potes, ouvindo tudo com o rosto tenso.
— E você, Alice? — continuou Flint, virando-se com falsa indignação. — Faz tempo que trabalha aqui, e não consegue ensinar um novato direito?
Hazan mastigou devagar e levantou os olhos com uma expressão relaxada.
— Seja direto, chama de vela. Você não veio até aqui só pra isso, veio?
Um suspiro coletivo percorreu a taverna. Uma mulher ao fundo derrubou sem querer uma colher.
Flint parou. O sorriso sumiu por um momento, substituído por uma expressão irritada. Se aproximou mais e agarrou o cabelo de Hazan, puxando-o com força suficiente para tensionar o pescoço.
— Repete isso, e eu te destruo na frente de todo mundo aqui — sussurrou com os dentes cerrados. — É melhor abaixar a cabeça e aceitar. Você sabe com quem tá lidando?
Hazan não respondeu. Simplesmente levou a última colher à boca e mastigou. Com calma, pegou um pano do balcão e limpou os lábios, como se estivesse jantando num restaurante chique.
Com um sorriso travesso, ergueu a voz:
— Chama. De. Vela.
O ar pareceu sumir da taverna.
— Faz o seguinte — continuou Hazan, virando-se para encarar Flint — me deixa em paz e eu não quebro o seu nariz.
Alice travou, segurando a bandeja de metal contra o peito como se ela fosse proteção contra o inevitável.
Flint ficou imóvel por um segundo. Então riu, mas seus olhos estavam frios.
— Você é mesmo um imbecil. Um cachorro faminto que só pensa em comida.
O olhar deslizou para a tigela de cerâmica recém-chegada — a mesma que Alice havia preparado com tanto cuidado.
— Vamos ver se isso aqui sacia sua fome.
Antes que Hazan pudesse se mover, Flint agarrou a tigela e a virou sobre sua cabeça.
O guisado quente escorreu pelos cabelos e rosto, manchando sua camisa e a mesa. A colher ainda permanecia entre seus dedos.
— E aí? Tá satisfeito agora? — zombou Flint, deixando a tigela cair no chão com um estalo seco e girando nos calcanhares, como se tivesse encerrado um espetáculo.
Randolf congelou atrás do balcão, fazendo um sinal de súplica para os deuses.
Mirielle riu discretamente com a mão na boca, os olhos brilhando de prazer com o caos.
— Que desastre, senhor Flint! — disse Alice, ajoelhando-se apressada para limpar o chão com um pano úmido. A voz tentava soar leve, mas havia um tremor sutil, uma nota de medo camuflada. — Eu entendo que acidentes como esse acontecem, mas… poxa, não podia tomar mais cuidado?
Ela estava claramente nervosa, os movimentos aflitos. Era uma tentativa de conter o incêndio antes que se alastrasse.
Uma mão interrompeu o esfregar apressado de Alice. Ela ergueu o olhar — e deu de cara com Hazan, agachado junto a ela. Havia molho em sua testa, respingado até o queixo, mas sua expressão não era de fúria.
Ele raspou o indicador numa pequena poça de guisado no chão e provou, pensativo.
— Tá um pouco salgado… mas deve ser por causa do excesso de areia nesse chão.
O sorriso gentil que acompanhava a frase contrastava com o estado em que estava. A voz era tranquila, quase solene, como se nada demais tivesse acontecido.
— Você vai repetir essa receita pra mim da próxima vez.
Alice assentiu, com os olhos marejando de vergonha e alívio misturados.
Então Hazan se levantou.
Flint ergueu os olhos para ele — e notou, pela primeira vez, como a diferença de altura era clara como a luz do dia. A sopa ainda pingava lentamente do cabelo de Hazan, e a tigela, rachada, jazia aos seus pés.
O que restava do sorriso dado à Alice desapareceu.
Em seu lugar, uma expressão neutra tomou conta do rosto — fria, contida. Uma veia pulsava do pescoço até a bochecha. As mãos estavam soltas, mas os dedos se curvavam sutilmente, como se a tensão pedisse espaço para se mover.
— Eu mal consegui experimentar… — comentou, com um brilho perigoso no olhar.
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