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    No entanto, havia algumas coisas que ele precisava confirmar antes de partir.

    — Não é muito confortável.

    A necromante Mary assentiu e lhe entregou uma almofada. Cale colocou outra almofada sob si enquanto olhava para a frente.

    — Mas a vista é incrível.

    “Desde que você não se preocupe com os ossos quebrados embaixo.”

    — Humano! É divertido sentar em cima dos ossos?

    — Sim, é divertido.

    Raon riu baixinho da resposta de Cale. Cale olhou para o esqueleto em que estava sentado. Conseguia ver a floresta através dos ossos e pensou em como morreria se caísse daquela altura.

    Cale estava voando sobre os ossos do monstro voador.

    Mary restaurou todos os 72 corpos dos monstros voadores e moeu as duas Pedras Mágicas de qualidade superior que Cale lhe deu para poder polvilhar o pó mágico sobre os ossos.

    A Brigada de Esqueletos Voadores estava completa.

    — Você pode controlá-los todos de uma vez?

    — Sim, senhor. Estou decepcionada por não poder fazer com que todos voem ao mesmo tempo agora, porque as pessoas podem vê-los.

    Cale estava sendo cauteloso, só por precaução.

    — Humano, o mordomo-adjunto está aqui.

    Cale podia ver Hans acenando para ele. As grandes asas de osso se moviam para baixo e o esqueleto voador em que Cale e Mary voavam descia lentamente em direção ao chão.

    *Bang!*

    — Ah…

    Hans deu um passo para trás por causa das vibrações causadas pela aterrissagem. Então, viu a expressão indiferente de Cale e rapidamente começou a falar.

    — O Conde-nim e o Sr. Mueller entraram em contato com você.

    Cale saiu rapidamente do esqueleto e abriu as mensagens. Ele conseguiu ver rapidamente o conteúdo central delas.

    Tanto as muralhas do castelo quanto o navio que Mueller descreveu com a mentalidade de que “a melhor defesa é um ataque forte” estavam quase concluídos.

    “Veremos Rosalyn em breve, e Witira também chegará em breve.”

    Rosalyn estava pessoalmente cuidando da formação da aliança entre o Reino de Breck e o Reino de Roan. Isso seria concluído em breve. Atualmente, alguns magos do Reino de Breck haviam ido secretamente ver Alberu como parte do acordo.

    A Tribo das Baleias disse que tinha algo para entregar a Cale, já que Cale atrasou sua viagem ao Norte. Witira iria visitá-lo pessoalmente. Cale decidiu se mover agora, pois faltavam alguns dias para Witira chegar.

    — Está tudo embalado?

    — Sim, senhor!

    O mordomo-adjunto Hans respondeu vigorosamente. Cale olhou para o manto negro. Mary, cujo rosto Cale ainda não viu, começou a ficar tensa.

    — É hora de eu ir embora também.

    — Sim. Estou decepcionado por não estarmos indo na mesma direção.

    Cale realmente ficou decepcionado, pois ter Mary com ele acrescentaria outro peão forte.

    Mary não iria viajar pelo continente. Em vez disso, ela retornaria à Cidade Subterrânea mais cedo do que havia dito.

    O manto negro se mexeu um pouco quando Cale disse que estava decepcionado. A voz robótica começou a falar novamente.

    — Com certeza voltarei, então, por favor, cuidem dos meus bebês até eu voltar. Quero visitar este lugar com frequência.

    A expressão de Cale ficou estranha enquanto ele assentiu com uma expressão indiferente.

    — Hum, claro.

    Os bebês sobre os quais Mary falava eram os esqueletos. Mary e Raon encontraram muitos ossos na Floresta das Trevas. Esta floresta, repleta de diversos monstros mutantes, era uma floresta de maravilhas para Mary.

    De qualquer forma, aqueles ossos, aqueles bebês dela, estavam todos armazenados em uma caverna dentro da Floresta das Trevas.

    Mary havia devolvido os aproximadamente 300 esqueletos, seus bebês, a Cale. Cale se afastou do manto negro, cuja linguagem corporal parecia pedir que ele cuidasse bem de seus bebês, e deu uma ordem a Hans.1

    — Vamos imediatamente.

    Cale finalmente estava deixando Vila Harris depois de cerca de 9 meses.

    ***

    — Muito tempo sem se ver.

    Cale recostou-se no sofá e tocou o couro do braço.

    — A qualidade deste couro é realmente boa.

    — Eu troquei por um mais barato.

    — Pare de dizer essas besteiras.

    Cale olhou para o homem que estava usando um lustre brilhante para iluminar seu escritório.

    Odeus Flynn, o velho comerciante que estava no comando do submundo do noroeste do Reino Roan, parecia mais saudável e mais jovem.

    — A vida deve ser boa para você.

    Odeus começou a sorrir enquanto olhava para Cale, que estava emitindo o estereótipo de vilão.

    — Claro. A vida é ótima, já que Venion Stan vai passar a vida inteira na prisão.

    Cale também começou a sorrir.

    O território Stan e o Noroeste passaram por uma quantidade significativa de mudanças nos últimos nove meses.

    Venion Stan estava na prisão. A princípio, Cale foi informado de que não tinham planos de puni-lo tão severamente. No entanto, ele já foi herdeiro não oficial de uma família nobre. Eles tinham que fazer dele um exemplo. É claro que a família Stan provavelmente o mataria em segredo.

    Odeus sorria enquanto pensava em Venion, mas havia medo em seus olhos enquanto olhava para Cale.

    Ele enlouqueceu.

    Venion Stan enlouqueceu.

    Aparentemente ele vomitava toda vez que tentava comer na prisão subterrânea.

    A pessoa que fez Venion daquele jeito estava sorrindo na frente dele naquele momento. Essa pessoa, Cale, fez uma pergunta a Odeus.

    — O Marquês está perdendo suas famílias subordinadas uma por uma?

    — O jovem mestre Taylor-nim é muito talentoso.

    Taylor anunciou que não mataria seus irmãos quando se tornasse o herdeiro oficial. Ao mesmo tempo, eliminou a possibilidade de seus irmãos seguirem o governo da família Stan para tentar tirar-lhe o cargo.

    Ele chamou alguns padres da Igreja do Deus da Morte e fez um voto de morte com seus irmãos.

    — Sim, tenho certeza de que o jovem mestre Taylor está fazendo um ótimo trabalho.

    No entanto, Odeus estava mais cauteloso com a pessoa à sua frente.

    — Posso perguntar o que o traz aqui hoje?

    Cale não respondeu à pergunta de Odeus de imediato e, em vez disso, bateu com o dedo no apoio de braço. Depois de bater no apoio por um tempo, Cale fez uma pergunta a Odeus em vez de responder.

    — Você também tem comércios normais, certo?

    Odeus não teve problema em responder tal pergunta.

    — Se você está falando de negociações limpas, tenho algumas diferentes. Também faço muitas negociações na luz.

    — Mm, é mesmo?

    O dedo que batia no braço da cadeira começou a se mover. Cale tirou uma placa do bolso e a colocou sobre a mesa.

    — …Uma placa dourada?

    Era uma placa dourada com o brasão da família Crossman do Reino Roan.

    Odeus tinha uma expressão chocada no rosto, mas Cale ainda não havia declarado suas necessidades.

    — Prata.

    Moedas de prata valiam 10.000 galeões cada. Não valiam tanto quanto uma moeda de ouro, que valia 100.000 galeões.

    — Traga-me duzentas mil moedas de prata.

    — Duzentas?

    Cale deixou isso bem claro para Odeus, que perguntou de volta.

    — DUZENTAS MIL.

    — D-duzentas mil?

    Odeus parecia estar enfatizando estranhamente a palavra “mil”, mas Cale apenas assentiu com confiança.

    — Sim. Duzentas mil. Prepare isso para mim.

    Duzentas mil moedas de prata valiam dois bilhões de galeões. Odeus não se surpreendeu com o valor dessas moedas. Odeus fez a pergunta que lhe vinha à mente.

    — Não pode ser em ouro?

    — Você quer me trazer duzentas mil moedas de ouro? Tudo bem também.

    Duzentas mil moedas de ouro valeriam 20 bilhões de galões. Odeus se perguntou se tinha ouvido corretamente. O fato de Cale parecer completamente relaxado fez Odeus pensar que tinha ouvido corretamente.

    Odeus aceitou a situação.

    “Ah, só precisa ser duzentas mil de alguma coisa.”

    Seria difícil preparar duzentas mil moedas de ouro como o comerciante responsável pelo submundo do Noroeste, mas não era impossível.

    “No entanto…”

    O olhar de Odeus se voltou para a placa de ouro.

    Ele viu Cale abrindo a tampa da placa para mostrar a assinatura. Seria melhor ser pego pelo príncipe herdeiro com dois bilhões do que com 20 bilhões.

    — Mas duzentas mil moedas serão muito pesadas.

    — Isso não é um problema.

    — …O que você está planejando fazer com isso?

    No final, Odeus não conseguiu esconder sua curiosidade e perguntou.

    Ele queria saber o que Cale faria com duzentas mil moedas de prata.

    O sorriso no rosto de Cale ficou mais brilhante. Sua pele estava ótima depois de comer e relaxar por nove meses.

    — Você quer saber?

    Odeus rapidamente acenou com a mão à sua frente. Era melhor não saber o que o homem à sua frente estava pensando.

    — De jeito nenhum. Foi só uma reação. Não preciso saber.

    — Certo. Prepare na próxima hora. Você consegue, né?

    — Ei, uma hora, só isso… deixa pra lá. Vou deixar tudo pronto.

    Cale percebeu que Odeus ainda estava curioso, pois seus olhos pareciam lhe fazer uma pergunta.

    “O que você vai fazer com duzentas mil moedas de prata?”

    O que Cale estava planejando fazer?

    Ele iria criar um caminho feito de moedas de prata.

    ***

    Uma hora depois, Cale estava no armazém subterrâneo de Odeus. Odeus não estava lá, então era apenas Cale. Ele apontou para as duzentas mil moedas de prata lá dentro.

    — Raon, guarde tudo.

    — Tudo bem, humano!

    Raon reuniu todas as moedas de prata em sua dimensão alternativa. Cale entregou 5 moedas de prata a Raon, que imediatamente guardou as duzentas mil moedas e ficou olhando para ele.

    — Humano, você vai me dar um pouco também?

    — Sim. Precisamos compartilhar coisas boas.

    Raon começou a sorrir. Raon tirou um cofrinho de sua dimensão alternativa.

    — Humano, coloque aqui!

    *Clin* *Clin*

    As 5 moedas de prata foram para o cofrinho. Raon estava guardando o dinheiro que recebeu como mesada. Raon parecia feliz por receber pela primeira vez dinheiro além da sua mesada habitual de 10 moedas de prata.

    Cale verificou que Raon ficou invisível antes de abrir a porta do porão.

    — Ho.

    Odeus olhou para o armazém vazio e expressou seu choque. Cale deu um tapinha no ombro de Odeus para se despedir.

    — Para onde você está indo agora… deixa pra lá. Não vou perguntar nada.

    — Uma decisão sábia. Mande lembranças minhas ao Billos.

    Cale parecia feliz.

    — Deixe-o saber que estou aproveitando a vida enquanto esbanjo dinheiro.

    — …Claro. Tenha uma boa viagem, jovem mestre-nim.

    — Eu terei.

    Cale sorriu como um vilão e saiu do território Stan. Odeus ficou feliz em ver Cale partir.

    ***

    A carruagem em que Cale seguia em direção à ponta oeste do Reino Roan. Parou em uma vila próxima às singulares Montanhas Dez Dedos. Era a vila mais próxima, mas eles só chegariam às Montanhas Dez Dedos em alguns dias.

    — Jovem mestre-nim, nossos queridos parecem gostar desta pousada!

    Cale olhou para On e Hong, que estavam nos braços de Hans.

    — Miau.

    — Miau.

    Os dois estavam muito bons em controlar Hans agora. Cale zombou deles antes de descer da carruagem.

    On e Hong estavam muito maiores agora.

    Os humanos-fera cresciam no mesmo ritmo, tanto na forma humana quanto na animal. Gatos normais já teriam terminado de crescer, mas, como membros da tribo dos gatos, On e Hong ainda eram filhotes.

    Choi Han, Lock, Beacrox e Ron seguiram Cale.

    — Cale-nim, vamos esperar por Rosalyn aqui?

    — Sim.

    Vila Bloke.

    Como se tratava de uma vila próxima à fronteira ocidental do Reino Roan, era quase do tamanho de uma cidade. Muitos turistas e comerciantes passavam por ali.

    Cale estava relaxado.

    Ele estava relaxado, embora estivessem perto das Montanhas Dez Dedos e da Vila dos Elfos.

    “Não tem como os Elfos, que detestam humanos, virem até a Vila Bloke.”

    Os elfos da novel nunca foram a nenhuma das vilas humanas, como a Vila Bloke. Eles diziam que era a regra da vila deles.

    “Eles só descerão se a aldeia estiver com sérios problemas.”

    Era assim que os elfos eram. Foi por isso que Cale conseguiu entrar na estalagem tranquilamente.

    — Vou reservar um quarto imediatamente.

    — Claro. Não tenha pressa.

    A pousada que On e Hong escolheram era limpa e agradável. Cale olhou ao redor do salão do restaurante no primeiro andar. Havia muitas pessoas no balcão em que ele estava, assim como ao redor do restaurante. A maioria eram comerciantes.

    Cale notou cinco pessoas sentadas num canto, com as vestes cobrindo o rosto, enquanto olhava lentamente ao redor. Cale, que estava prestes a desviar o olhar delas, notou a comida na mesa.

    Eram só vegetais. Nada além de vegetais.

    — …Huh?

    Cale sentiu um arrepio na espinha.

    Os elfos só comiam vegetais e frutas.

    Essa sensação piorou quando ele ouviu a voz de Raon.

    {Humano fraco, eles não parecem ser humanos.}

    “…A Vila dos Elfos enfrentou algum problema sério?”

    Era isso que se passava na cabeça de Cale.

    Haveria um Elfo ou um Elemental que tivesse visto um Dragão no passado como o prefeito Elfo Negro?

    *Bang!*

    Um dos indivíduos de túnica deixou cair o garfo. Suas mãos tremiam.

    “Merda, eles devem ter visto um antes!”

    Cale sussurrou rapidamente em voz baixa para que os cinco elfos no canto não pudessem ouvir.

    — Raon, voe pelo restaurante sem parar. E não apareça. Eu não te conheço.

    {Hum? Claro, entendi! Farei o que você quiser, humano!}

    Cale fechou os olhos. Raon voará em círculos dentro do restaurante, permanecendo invisível.

    *Bang!*

    Ele abriu os olhos ao ouvir um barulho alto. O indivíduo de túnica, que Cale esperava ser um elfo, levantou-se de um salto e começou a olhar ao redor.

    Cale aceitou que havia baixado a guarda.

    Depois de descansar por nove meses, ele baixou a guarda.

    Cale desviou o olhar dos cinco indivíduos de túnica. Havia muitas pessoas entrando na estalagem, assim como já estavam lá. Isso foi benéfico para ele.

    “Eu não sei de nada.”

    A primeira coisa a fazer era se fazer de tolo.

    1. O autor continua se referindo a Mary como “manto negro”, fica meio estranho, mas é como é.[]

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