Capítulo 118: Prazer em conhecê-lo (1)

compensar pelo capitulo repetido, desculpa.

Cale se encontrou com Tasha em uma pousada fora da capital.

— O porão foi completamente reformado.

Era a mesma estalagem que Cale usou na última vez em que esteve na capital, quando entregou o bracelete a Alberu. Cale ouviu dizer que Alberu havia comprado a estalagem. Atualmente, o térreo do prédio era uma estalagem, como de costume, enquanto o porão era usado para abrigar os magos.

— Há muitos magos.

O porão agora tinha três andares no total, com aproximadamente 30 magos correndo de um lado para o outro, resolvendo problemas. Todos se encolheram ao ver o grupo de Cale, antes de se curvarem respeitosamente para Rosalyn e desaparecerem.

Como tudo isso estava sendo feito em segredo, havia muitos dispositivos mágicos avançados espalhados pela área. A mais nova magia de defesa foi comprada para fortalecer também o porão. Tasha, que tinha a mesma altura de Cale, levantou a cabeça em direção a Cale e perguntou:

— Jovem mestre Cale, este lugar não é maravilhoso?

Cale percebeu que Tasha estava brincando, então ele entrou na brincadeira.

— Acho que nosso Castelo Henituse será muito melhor.

— Realmente?

Tasha acenou com a mão e começou a rir.

Não havia como isso ser verdade.

Esta era uma área construída com a ajuda dos talentosos magos do Reino Whipper. O Reino Whipper era conhecido por seus dispositivos mágicos. Não havia como qualquer lugar no Reino se igualar ao porão à sua frente.

Foi por isso que Tasha percebeu que Cale estava brincando. Ele provavelmente disse isso porque amava muito sua casa.

— Vamos, jovem mestre Cale, isto aqui é muito melhor que o castelo de Henituse. Embora este não seja o melhor lugar, tem os dispositivos mágicos mais novos. Como você já sabe, o número de dispositivos mágicos está diminuindo. É claro que há um comerciante anônimo monopolizando e vendendo muitos dispositivos mágicos. Eu me pergunto de onde ele tirou todos esses dispositivos mágicos.

Era como Tasha disse. Era por isso que o fato de Alberu estar criando um lugar para os magos desenvolverem dispositivos mágicos seria benéfico para o Reino Roan no futuro.

Era também por isso que Tasha olhava para Cale com orgulho. No entanto, aos poucos, ela começou a perceber que algo estava errado. Cale, que a encarava, parecia estar falando meio sério.

Tasha olhou para Rosalyn, que ela tinha visto com bastante frequência nos últimos meses.

“Hum?”

Tasha então se encolheu ao ver Rosalyn parada ali com um sorriso sem graça. Isso a fez olhar para o resto do grupo de Cale. Lá estavam Beacrox, que ainda carregava o paralisado Balbud, assim como Ron, Choi Han, Lock, On e Hong. Todos olhavam ao redor com indiferença.

As reações inesperadas fizeram Tasha olhar para Cale, que sorria. Aquele sorriso fez Tasha ficar insegura quando começou a falar.

— Hã, hmm, jovem mestre… é sério?

O Castelo Henituse realmente tinha mais dispositivos mágicos do que este porão?

Embora ela não tenha conseguido falar a pergunta toda, Cale respondeu casualmente.

— Não estou brincando.

Rosalyn assentiu com a cabeça em concordância.

— Aaahhhh.

Tasha soltou um suspiro. O Reino Roan não era conhecido por ter uma forte presença de magia. Mas o território Henituse, aquele que ficava no canto mais distante do continente, tinha todos os dispositivos mágicos mais novos?

Naquele momento, Cale se aproximou dela e sussurrou em seu ouvido.

— Sua alteza não lhe disse que conseguiria uma parte das plantas de uma Torre Mágica para você?

Essa era uma informação ultrassecreta.

As pupilas de Tasha começaram a tremer antes de se acalmarem rapidamente. Sua expressão rígida se acalmou e ela começou a rir.

— Há, há.

Ela jogou o cabelo longo para trás e perguntou a Cale.

— Eu estava me perguntando de onde ele ia tirar isso. Você vai providenciar?

— Por que você está fazendo uma pergunta tão óbvia?

Cale empurrou aquilo para o lado como se não fosse nada. Ele realmente se sentia assim.

Não faria sentido que ele não guardasse as plantas quando fosse destruir a Torre Mágica.

Atualmente, o Castelo Henituse e suas muralhas estão quase concluídos com as reformas. Aparentemente, Rosalyn era a responsável pelos dispositivos mágicos, mas a maioria deles foi feita por Raon.

“Eu não dou a ele 10 moedas de prata como mesada por nada.”

Ele não estava dando mesada a Raon por capricho. Ele a dera a Raon sabendo que ele acabaria fabricando todos os dispositivos mágicos para o castelo e seu navio. Além disso, dizem que é melhor aprender a economizar dinheiro quando se é jovem.

— Jovem mestre Cale, quero visitar o Castelo Henituse.

— Ainda está em reforma. Venha nos visitar quando estiver pronto.

— Sério?

Cale assentiu com a cabeça e acrescentou.

— Sim. Traga Mary com você também.

Ele queria que Tasha lhe trouxesse uma trabalhadora a mais.

Tasha soltou uma risada parecida com um suspiro e balançou a cabeça vigorosamente.

— Então eu irei guiá-lo adequadamente agora.

Seu olhar se dirigiu a Balbud. Ela olhou para a venda e os protetores de ouvido em Balbud antes de olhar novamente para Cale e começar a falar.

— Gastamos muito dinheiro na prisão subterrânea para que ele não possa fugir.

Embora Tasha usasse um colar mágico para fazê-la parecer humana, Cale podia ver suas pupilas e cabelos pretos aparecendo.

— É mesmo? Estamos construindo uma prisão também. Gostaria de saber como será esta.

Cale aceitou como se fosse normal. Ele seguiu Tasha até o terceiro andar do porão. Cale então entrou em uma das celas da prisão.

— É muito bom.

— Não é? Vai ser um bom lugar para ele ficar.

Cale olhou ao redor da cela. Havia várias celas naquele andar, mas aquela cela específica parecia melhor que as outras.

Parecia um quarto típico de pousada, mas a peculiaridade dessa cela era que todos os cantos eram arredondados. A construção era circular, de modo a impedir que o prisioneiro se machucasse.

Cale entendeu a intenção deles.

— Parece que você escolheu o caminho da tortura mental em vez da tortura física.

Ele podia ver Tasha concordando com a cabeça ao ouvir suas palavras.

Não se tratava de um criminoso qualquer. Era alguém com alguma posição na organização responsável por um incidente terrorista na capital. Não havia como tratá-lo como qualquer outro criminoso.

— Tsk.

Cale estalou a língua e fez um gesto para Beacrox, que sentou Balbud em um sofá. Em seguida, removeu a venda e os protetores de ouvido.

Balbud não conseguia parar de tremer por causa do veneno paralisante. No entanto, ele teve que abrir os olhos.

— Abra os olhos.

Foi por causa da voz fria de Beacrox. Balbud teve que se esforçar para conseguir abrir os olhos e, assim que o fez, viu uma sala agradável que parecia um tanto estranha. Havia muitos olhares fixos nele enquanto estava sentado ali, amarrado.

Tasha olhou para Cale confusa, pois Balbud parecia estar em boas condições. Ela ouviu dizer que Balbud havia sofrido um ferimento grave. Seu olhar confuso fez Cale começar a falar.

— Ele não consegue mexer a parte inferior do corpo. No entanto, curamos os pequenos ferimentos ao redor do corpo.

— Você realmente é muito gentil, jovem mestre Cale.

Tasha balançou a cabeça. Balbud não conseguia acreditar. Eles o torturavam com todos os tipos de venenos todos os dias, sem matá-lo.

Claro, Beacrox fez isso enquanto dizia que ainda queria aprender mais sobre venenos. Cale fingiu não notar as ações dele, que não se esqueceu de como o pai perdeu o braço esquerdo.

Cale evitou o olhar de Tasha, que parecia perguntar como poderia existir uma pessoa tão gentil. Tasha então se virou para Balbud quando Cale começou a falar.

— Se você está planejando usar tortura mental, devo apresentá-la a um especialista?

A sacerdotisa excomungada, Cage, era uma especialista em tortura mental.

— Não, obrigada. Temos nossos próprios métodos.

Cale desviou o olhar enquanto Tasha sorria para Balbud. Ela realmente não era uma Elfa Negra comum. Havia um motivo para ela ser responsável por tudo o que acontecia nas sombras de Alberu.

— Espero conversar com você no futuro.

A voz gentil de Tasha para Balbud causou arrepios em Cale. Cale fez um gesto para Tasha indicando para que eles saíssem da cela depois que Cale viu o rosto pálido de Balbud, e Tasha se levantou e saiu da cela com eles.

Tasha verificou se todos, exceto Balbud, estavam fora antes de ordenar que os guardas se protegessem adequadamente enquanto voltavam para a superfície.

Ela casualmente fez uma pergunta a Cale enquanto subiam as escadas.

— Como estavam os Elfos?

Cale percebeu curiosidade e cautela na voz dela.

Cale havia deixado Hans e Pendrick em uma estalagem diferente hoje. Isso porque havia uma relação complicada entre Elfos e Elfos Negros.

Cale fingiu não saber sobre aquele relacionamento complicado enquanto respondia a Tasha.

— Eram elfos típicos.

— Hmm, sério? Você deve ser seu benfeitor eterno, já que protegeu o galho deles da Árvore do Mundo.

— Também tem o Raon.

Raon. Tasha, que entendeu o que Cale quis dizer ao dizer que Raon estava lá, assentiu com admiração.

— Eles devem ter tratado você como um santo.

Cale não conseguiu pensar em nada para responder.

Tasha perguntou furtivamente a Cale, cujo silêncio pareceu reconhecer que ela estava certa.

— O que você está vendendo para o Reino Whipper para que Alberu continue rindo sem motivo quando está sozinho?

— …Sua alteza continua rindo quando está sozinho?

Cale sentiu que aquela cena poderia fazer parte de um filme de terror.

Cale não queria ver Alberu rindo daquele jeito.

— Sim. Toda vez que vou falar com ele, ele está sempre rindo e dizendo que está ansioso para ver o que você vai fazer.

— Acho que é possível.

Tasha percebeu que o sorriso de Cale era parecido com o de Alberu. Os dois eram realmente parecidos. Isso a fez ter certeza de uma coisa.

— Não é algo que beneficiará o Reino Whipper.

— Claro que não. Sou cidadão do Reino Roan.

Essa reação de indiferença fez Tasha se sentir aliviada. Tasha, que escondia seu alívio de Cale, abriu a porta para a superfície e o incentivou.

— Espero que tudo corra bem. Vamos beber juntos na próxima vez.

— Claro.

Cale, que voltou à superfície, podia ouvir a voz de Raon em sua cabeça.

{O que vamos fazer é considerado um golpe?}

Raon ouviu tudo o que Alberu discutiu com Cale, assim como tudo o que Cale fez para se preparar.

“Tecnicamente não é um golpe.”

Não era um golpe. Era só que ele ia vender apenas metade do item.

De certa forma é algo como: só preciso destruir a Torre Mágica como você quer. Você me dá 10 moedas de prata se eu fizer isso?

Cale sussurrou de volta para Raon, que parecia estar cheio de expectativa.

— Eu te darei uma moeda de ouro.

{Oh, meu senhor!}

O Dragão ficou chocado.

Cale começou a imaginar o espetáculo que aconteceria enquanto destruíam a Torre Mágica. Parecia que seria bem divertido.

Raon, que estava pensando em ganhar uma moeda de ouro, recuperou a consciência e fez uma pergunta a Cale. Cale, que estava prestes a subir na carruagem, parou por um instante após ouvir a pergunta de Raon.

{Vamos encontrar a grande baleia e o pequeno rato?}

Cale assentiu com a cabeça enquanto entrava na carruagem.

Hans e Pendrick logo se juntaram a eles na carruagem enquanto seguiam em direção à costa nordeste do Reino Roan, local da base naval do território Ubarr.

***

Cale olhou lentamente ao redor da costa do território Ubarr, que não via há alguns meses. Ele enviou Ron e Beacrox ao Penhasco dos Ventos para se encontrarem com Witira, enquanto Cale se movia com apenas Choi Han, Lock e Pendrick ao seu lado.

On e Hong escolheram ir para a residência com Hans, pois não gostavam de água.

{Humano.}

Claro, Raon estava com Cale.

{Humano, aquilo. Aquela coisa!}

Raon chamou Cale algumas vezes, mas não conseguiu terminar a frase. Raon não foi o único.

— Jovem mestre-nim.

— Hum, Cale-nim.

— …Oh meu Deus.

Lock, Choi Han e Pendrick também ficaram sem palavras. Cale não conseguiu evitar olhar para aquela coisa enquanto tentava observar a base naval.

“Ainda bem que fizemos isso para que somente aqueles com a devida autorização pudessem entrar na base.”

Graças a Alberu, que estava extremamente cauteloso com o envio de espiões pela Aliança do Norte, a base naval estava sob múltiplas camadas de segurança. Foi por isso que Cale ficou aliviado ao ver aquilo à sua frente.

Choi Han apontou para a parte Henituse da costa com o dedo.

— Cale-nim, isso, isso é um navio, certo?

— Sim, é um navio.

Claro, esta também era a primeira vez que Cale via aquilo. Ele só havia recebido relatos sobre o andamento da construção por meio de comunicação por vídeo.

Choi Han resmungava como um idiota, com uma expressão de choque no rosto. Um navio enorme estava diante de seus olhos.

— …Qualquer um será capaz de dizer que é uma navio Henituse.

Cale, na verdade Kim Rok Soo, balançava a cabeça confiantemente, ele ficou aliviado ao ver o navio quase concluído. Era diferente do Navio Tartaruga Coreano que ele conhecia.

Choi Han parecia estar apenas chocado com o tamanho do navio, em vez de pensar na Coreia ou no Navio Tartaruga, como Cale havia feito.

Ao contrário do Navio Tartaruga na mente de Cale, este navio não tinha um casco de tartaruga cobrindo o convés. Em vez disso, o convés era aberto, com paredes em formato de casco de tartaruga em ambos os lados.

O plano era colocar muitos dispositivos mágicos diferentes dentro dessas paredes em formato de concha para que pudessem ser disparados para o ar.

— Hah.

Cale soltou um suspiro depois de ver o navio.

Ele subestimou o modo de fazer as coisas de seu pai e da família Henituse.

Raon, que ficou quieto por um tempo, finalmente começou a falar novamente.

{H-humano, isso tudo é ouro? Todo esse amarelo é mesmo ouro? Todas essas coisas brilhantes no navio são de ouro?}

Choi Han soltou um suspiro.

— É uma tartaruga dourada.

Os cascos de tartaruga em ambos os lados do navio eram dourados. Além disso, havia uma escultura imponente de tartaruga na proa. Até o mastro do navio tinha uma Tartaruga Dourada.

Todo o ouro do navio brilhava intensamente sob o sol.

— Jovem mestre-nim, eu não sabia que você era de uma família tão rica.

Até Pendrick, que não tinha desejo por coisas materialistas, não pôde deixar de ficar boquiaberto com a grande quantidade de ouro no navio. Cale olhou para eles e esclareceu as coisas. Precisava fazer isso antes que eles se enganassem.

— Quero dizer isso para que todos vocês não fiquem com a ideia errada.

Cale notou Mueller correndo da praia, assim como Witira, Ron e Beacrox vindo em sua direção, vindos do Penhasco dos Ventos. Então, olhou para o grupo que o acompanhava e começou a falar lentamente. Todos aguardavam para ouvir o que ele tinha a dizer.

— É apenas banhado a ouro.

Não era feito completamente de ouro.

Choi Han e Pendrick olharam para ele com expressões chocadas, mas Cale já tinha dito o que precisava dizer, então os ignorou e cumprimentou Witira, que chegou antes de Mueller.

— Muito tempo sem te ver.

— Sim, jovem mestre Cale. Você tem passado bem?

Ao contrário da saudação feliz de Witira, ela não parecia bem.

— Estou bem, mas você não parece muito bem.

Cale perguntou imediatamente, já que não gostava de rodeios. Witira assentiu como se já esperasse por isso e começou a falar. Ela também não queria perder tempo com rodeios.

Ela foi direto ao ponto.

— Acabamos nos envolvendo com o continente oriental por causa das sereias.

Naquele momento, Ron e Beacrox olharam para Witira. O continente oriental era sua terra natal e um lugar sobre o qual Cale não sabia muito.

— Reunimos muitas informações graças a isso, mas há algo que é difícil para nós. Vim na esperança de que você pudesse nos ajudar.

— Você quer me pedir um favor?

— Não é um favor, mas uma troca de informações.

Cale esperava por isso.

Não seria algo pequeno, já que a Tribo das Baleias disse que viria pessoalmente. No entanto, ele não podia fingir ignorância e evitá-los. Precisava saber o que estava acontecendo para evitar qualquer dor de cabeça.

Ele tinha certeza de que estava relacionado à organização secreta. Se fosse muito difícil para Cale lidar com isso, ele planejava passar a responsabilidade para outra pessoa, como os Elfos, Alberu ou até mesmo o Dragão de Ouro.

— Fale.

Cale fez sinal para que Witira continuasse. Ela começou a falar novamente, cautelosamente.

— Aqueles que nos deram essa informação foram os membros da raça que era conhecida por ser a raça mais forte do continente oriental.

“Raça mais forte?”

Embora isso tenha chamado a atenção de Cale, ele se concentrou mais na parte “era conhecida por ser”, que parecia descrevê-lo como algo do passado. Ele sentiu um arrepio percorrer-lhe a espinha, mesmo sem brisa.

— A tribo Tigre estava prestes a ser extinta por causa daquela organização. Por acaso, encontramos o xamã deles.

A tribo Tigre.

Cale não ouviu mais nada que Witira tinha a dizer. Ele perdeu a noção no momento em que ela disse “Tribo Tigre” e piscou os olhos algumas vezes.

— …A tribo do Tigre?

Cale perguntou se ele tinha ouvido corretamente. No entanto, Witira achou que ele não tinha ouvido direito e parou o que estava dizendo para confirmar.

— Sim, a tribo do Tigre.

Só o nome já dava a entender que seria uma das raças mais fortes do continente oriental. Aparentemente, eles também tinham um xamã.